Em atualização Fed sobe juros. Promete mais subidas

Juros sobem em 25 pontos base, para um intervalo entre 0,5% e 0,75%. É a segunda subida de juros por parte da entidade liderada por Janet Yellen desde 2006. A primeira vez foi há um ano.

As expectativas dos investidores não saíram goradas. A Reserva Federal (Fed) dos EUA anunciou esta quarta-feira que vai subir os juros, em 25 pontos base – para o intervalo entre 0,5% e 0,75%. A entidade liderada por Janet Yellen prometeu novos aumentos da taxa diretora no próximo ano. Designadamente, três subidas em 2017.

A decisão de subir juros foi unânime, com os responsáveis da Fed a dizerem que as expectativas de inflação aumentaram “consideravelmente” e a sugerirem que o mercado de trabalho está próximo do pleno emprego. O Comité de Operações em Mercado Aberto disse que baseou a sua decisão nas condições do mercado do trabalho e na inflação, numa declaração que se seguiu à reunião de dois dias que terminou esta quarta-feira.

A Fed vê três subidas de 25 pontos base em 2017, e outras três em 2018. Na conferência de imprensa após a reunião, Janet Yellen classificou a decisão de subida dos juros como um “voto de confiança na economia”.

O banco central dos EUA afirmou ainda que a política monetária suporta “algum reforço das condições do mercado de trabalho e um regresso da inflação aos 2%”, adicionando a palavra “algum”, numa indicação de que existe menos margem para melhorias no outlook para o mercado de trabalho.

Trata-se da segunda vez nos últimos dez anos em que a entidade responsável pela política monetária dos EUA mexe no preço do dinheiro. A última foi em dezembro do ano passado. A medida já vinha a ser adiada ao longo de 2016, perante choques que surgiram, como a instabilidade no mercado chinês, a vitória do Brexit no referendo de junho e os receios em torno da possibilidade de Trump vencer as eleições presidenciais dos EUA. Mas acabou por ser essa vitória a levar a Fed a decidir avançar com a subida dos juros.

A expectativa é de que as políticas do futuro presidente dos EUA provoquem uma aceleração da inflação, e em resultado uma escalada dos juros.

Inflação rumo aos 2%

As estimativas do banco central norte-americano antecipam que a inflação deve acelerar rumo aos 2% “ao longo dos próximos anos”, segundo afirmou Janet Yellen na conferência de imprensa que se seguiu à reunião. A líder da Fed disse ainda que a entidade que lidera “espera que a economia cresça a um ritmo moderado” ao longo dos próximos anos, após uma “recuperação desde meados do ano”.

A inflação deverá atingir os 1,9% em 2017, em linha com a previsão de setembro. Para o PIB, a perspetiva é de um aumento de 1,9% este ano, acima da média de 1,8% perspetivada em setembro. Já para o próximo ano, as projeções do banco central norte-americano vão no sentido de um crescimento do PIB de 2,1%,o que compara com os 2% da estimativa anterior. Já a taxa de crescimento de longo prazo estimada mantém-se nos 1,8%.

Para 2017, os responsáveis esperam uma média de 4,7% na taxa de desemprego, face aos atuais 4,6% e à estimativa de setembro de 4,8%. A taxa de desemprego em 2018 deverá ser de 4,5%.

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