Derrapagem do calendário da recapitalização? Domingues culpa Governo

  • Rita Atalaia
  • 30 Dezembro 2016

António Domingues está de saída da CGD mas não sai sem antes se despedir dos funcionários. Numa carta, o presidente demissionário diz que o adiamento da capitalização é "decisão acionista".

António Domingues está de saída da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O presidente demissionário despediu-se dos trabalhadores numa carta, onde diz que a capitalização e o plano estratégico da Caixa são o fruto de vários meses de trabalho da administração. Em relação à derrapagem do início da capitalização para a primeira semana do próximo ano, Domingues diz ser da responsabilidade do Estado.

“O plano de capitalização da CGD e o Plano Estratégico, construído pelas equipas da CGD, apresentado e negociado com o acionista e com as autoridades europeias, são os produtos visíveis de um programa de trabalho muito intenso que nos ocupou nos últimos meses, com vista a criar as condições para o crescimento sustentado da Caixa Geral de Depósitos”, lê-se na carta que António Domingues enviou aos trabalhadores, a que o ECO teve acesso.

António Domingues garante que cumpriram “os objetivos, a capitalização da empresa fora das ajudas de estado, e com os prazos definidos“. Isto apesar de a capitalização ter derrapado para o próximo ano, o que já foi aprovado pelo Banco Central Europeu. No entanto, o presidente demissionário, substituído entretanto por Paulo Macedo, responsabiliza o Governo por este atraso. “O calendário final da capitalização resulta de decisão acionista”, ou seja, o Ministério das Finanças, o representante do Estado no banco público.

"O plano de capitalização da CGD e o Plano Estratégico, construído pelas equipas da CGD, apresentado e negociado com o acionista e com as autoridades europeias, são os produtos visíveis de um programa de trabalho muito intenso que nos ocupou nos últimos meses.”

António Domingues

Presidente demissionário da Caixa Geral de Depósitos

Mas Domingues não sai sem antes dizer que foi uma “experiência extraordinariamente rica” que não esquecerá. Elogia também o trabalho dos funcionários, por conseguirem “manter a confiança dos clientes e realizar a maior parte dos objetivos definidos num período particularmente difícil”, diz António Domingues, cujo mandato termina a 31 de dezembro.

Domingues abandona a liderança da Caixa depois de a administração se ter recusado a entregar a declaração de rendimento ao Tribunal Constitucional. Mas ainda terá de se explicar perante os deputados na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, a 4 de janeiro.

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