Costa quer acabar com crescimentos “medíocres”

António Costa apresentou "o programa mais importante do Programa Nacional de Reformas", o Interface. Pediu aos empresários ajuda para se vencer a cultura do "minifúndio".

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, na apresentação do Programa Interface | Fotografia de Paula Nunes

Agregar empresas e conhecimento para gerar inovação é a solução que o primeiro-ministro apresentou para Portugal deixar de ter crescimentos medíocres. Na apresentação do programa Interface, que decorreu esta quinta-feira no Páteo da Galé, António Costa avançou ainda que o programa Capitalizar vai avançar em breve. Semanas, segundo apurou o ECO.

Perante uma sala que parecia demasiado pequena para uma plateia tão vasta, António Costa disse que “este é o programa mais importante do Programa Nacional de Reformas“, porque assenta na inovação. “Temos a capacidade de agregar empresas e conhecimento para gerar inovação. É esse o grande desafio que temos pela frente”, disse, acrescentando que essa é a solução para deixar de ter crescimentos “medíocres” de “0,2%”. O objetivo é mais crescimento, mais emprego e maior igualdade, disse, no fundo os objetivos do Plano Nacional de Reformas.

O primeiro-ministro falou ainda do “nexo de capitalização e inovação”. “Para investir na inovação têm de ter capacidade de investir e para isso é necessário inovar. O programa Capitalizar inova nos instrumentos financeiros ao serviço das empresas”, garante revelando que em breve este programa vai ser aprovado, seguindo os trâmites legislativos. Segundo apurou o ECO, esse processo deverá estar concluído dentro de semanas e passará mais pela questão das insolvências — como tem alertado o FMI — do que por instrumentos financeiros. Agora é passar para o papel os contributos dispersos feitos, nomeadamente, pela unidade de missão criada para o efeito.

“As notícias da conjuntura são boas, mas à custa da conjuntura não podemos ignorar que os desafios estruturais estão por vencer”, alertou António Costa. “É necessário vencer a cultura do minifúndio”, frisou.

António Costa elogiou ainda o trabalho desenvolvido pelos setores tradicionais, prematuramente declarados como mortos, e salientou a importância de novos setores como o aeronáutico.

O evento serviu também para formalizar a iniciativa Clube de Fornecedores com a Bosh Car Multimedia que em breve vai submeter candidatura ao Portugal 2020, mas também para reconhecer a criação de 20 clusters em Portugal que passam pela fileira da indústria florestal, passando pelos têxteis e pela saúde até à petroquímica.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral já tinha revelado alguns detalhes sobre este programa que quer aumentar as atuais 25 mil empresas que colaboram com centros tecnológicos para 40 mil. Mas para isso é preciso “colocar incentivos pelo meio que façam trabalhar em conjunto esta rede”, explicou. Em causa estão apoios do Portugal 2020, mas também de fundos, como o que foi criado para a economia circular.

Caldeira Cabral garante que o país “não está a inventar a roda nem a começar do zero” já que qualifica empresas e aumenta o valor dos produtos através da possível com integração de tecnologia “há 30 anos”. “Os centros tecnológicos têm demonstrado que é possível e temos feito bem”, complementou António Costa. “Sou um otimista por isso vamos fazer”, concluiu o primeiro-ministro.

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