5 ideias que levamos para 2019

O final do ano é momento de balanço e de resoluções. Escolhemos algumas campanhas que marcaram 2018, sem nenhuma ordem em particular, apenas com a intuição que há hot topics que vão continuar em 2019.

Foi polémica, gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos com produtos a serem queimados em direto nas redes sociais, as sua ações caíram nos dias seguintes, mas a Nike deixou um forte statement de marca em 2018.

#justdoit

Para os 30 anos do icónico “Just do It”, a marca criou com a Wieden+Kennedy uma campanha com várias estrelas do desporto, entre elas o NFL quarterback Colin Kaepernick, e a assinatura “Believe in something. Even if it means sacrificing everything”. A estratégia arriscada usou uma figura que divide os norte-americanos, desde que o atleta se ajoelhou durante o hino nacional como protesto contra as injustiças raciais e sociais no país.

Mas o engage foi histórico, afirmou o CEO da marca, e teve o targeting certo, já que o público entre os 18 e os 34 anos aplaudiu a posição política da marca. O que se espera é um efeito de “contágio” para 2019, com mais marcas a envolverem-se em questões sociais e com big thinking e bold ideas.

#projectbodyhair

Foi durante décadas um dos segredos mais bem guardados da publicidade e vivemos sempre com a imagem de mulheres que se depilavam sem pelos à vista. Este ano, a marca norte-americana Billie, especialista em produtos depilatórios femininos, estreou uma campanha que mostra mulheres reais a depilarem pelos reais, incentivando-as a depilarem-se quando quiserem e se quiserem.

Mais do que uma campanha e, na era de movimentos como o #bodypositivity, a marca lança também o projeto Body Hair, em nome da liberdade do corpo e da realidade feminina, num tom de protesto contra quem promove retratos irreais da mulher.

#logopower

Serão poucas as marcas que se podem dar ao luxo de cortar literalmente o seu logótipo e, ainda assim, continuarem a ser reconhecidas pelos consumidores. Longe de se tratar de um rebranding, com a campanha “Follow the Arches”, a McDonald’s e a agência Cossette criaram a campanha que transformou os famosos arcos dourados da marca em placas com a indicação para os seus restaurantes, nos arredores de Toronto. Ousada sim mas, também, simples e eficaz. E uma prova da força da marca. A criatividade valeu-lhe o grande prémio na categoria de outdoor no Festival de Criatividade de Cannes.

Também o crocodilo verde da Lacoste, um dos logos mais icónicos na indústria da moda, foi retirado dos polos da marca por uma boa causa. Em parceria com a International Union for Conservation of Nature e com a agência parisiense BETC, pela primeira vez na história da marca o crocodilo foi substituído (mais uma vez não numa estratégia de rebranding) num call to action, chamando a atenção para o tema da biodiversidade e das espécies em risco no mundo. Apresentada durante a Semana de Moda de Paris, a coleção esgotou e reforçou o propósito da marca.

#FCK

No início deste ano, a KFC viu-se obrigada a fechar temporariamente várias lojas porque a cadeia famosa por vender frango ficou, de um momento para o outro, sem frango para vender.

A estratégia de resposta, trabalhada com a agência Mother London, foi um pedido de desculpa aos clientes, num tom sincero mas não tão sério quanto se esperava, marcado um brand voice para a marca e o reconhecimento com vários leões de ouro, na edição deste ano do Cannes Lions. Uma honestidade que se quer continuar a ver nas marcas em 2019, ano em que se acredita que os consumidores irão escolher aquelas que têm coragem para arriscar.

#immaterialfashion

Chama-se The Fabricant, assume-se como uma casa de moda digital, produz coleções e editoriais puramente digitais, mostrando que a roupa não tem de ser física para existir. É um entre vários modelos que já estão a desafiar a indústria da moda, num momento em que chegam ao mercado gerações mais conscientes e, quando o ritmo de produção da fast-fashion é insustentável para o futuro do planeta.

De 2018 para 2019 leva-se a questão do fulfilment, ou seja, a dúvida sobre se conseguiremos ter o mesmo nível de prazer com a moda imaterial que hoje temos com a compra real. Em todo o caso, é apontada como o caminho para a expressão mais criativa de marcas e designers ou, até mesmo, a forma de novas startups surgirem sem necessidade de investir nas primeiras coleções. A lógica é a de ter peças e coleções à venda online ainda antes de serem produzidas.

 

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