“Make it easy”. Alibaba quer facilitar a vida às marcas portuguesas que querem chegar a consumidores chineses

O crescimento da classe média chinesa conjugado com o aumento de utilizadores de internet faz com que o grupo Alibaba queira as empresas portuguesas a vender os seus produtos no mercado chinês.

O objetivo é ajudar as empresas portuguesas a levarem os seus melhores produtos para o mercado chinês. Como? “Conectando vendedores e marcas locais com os mais de 600 milhões de consumidores chineses”, explica o diretor-geral do Alibaba Group para a Europa do Sul, Rodrigo Cipriani Foresio.

Para os representantes do grupo com sede em Hangzhou, na China, a venda a consumidores chineses — ainda que possa demorar algum tempo — só trará benefícios para as marcas portugueses.

O Alibaba Group veio a Portugal para aquela que é a sua primeira conferência oficial no país, mostrando que os portugueses constam da sua rota e têm quem os ajude a iniciar a internacionalização no mercado chinês. Terry von Bibra, diretor-geral do Alibaba Group para a Europa, vê a China como um mercado “promissor”, em grande parte impulsionado pelo forte crescimento da classe média.

Boom do consumo. Classe média e utilizadores da internet a aumentar

A China está a mudar de um perfil “Made in” para um “Created and consumed in”, com uma classe média em expansão, que promove o boom de consumo, por ter “mais dinheiro para gastar em bens de qualidade. Terry von Bibra refere que, em apenas cinco anos, a classe média chinesa passará dos atuais 300 milhões de pessoas para 600 milhões. Um salto que é visto como uma oportunidade para retalhistas e empresas de bens de consumo.

Por outro lado, a taxa de penetração da internet na China também não para de crescer. Em 2018, atingiu os 57,7%, ultrapassando, pela primeira vez, a marca dos 800 milhões, relativos ao número de utilizadores da internet. Os números vêm, assim, confirmar o que o China Internet Network Information Center (CNNIC) já tinha dito anteriormente, que o país asiático tem a maior comunidade online do mundo.

Com os dois ingredientes da receita conjugados, “a China representa uma oportunidade enorme”. Quem o diz é Alba Ruiz Laigle, developer manager do grupo Alibaba para a Península Ibérica, salientando que o ecossistema é favorável, em grande parte devido ao crescimento do mercado do retalho online, que, até 2020, deverá ainda aumentar 25%.

Já o interesse por bens importados deverá registar um aumento ainda mais acentuado. Alba Ruiz aponta para 40% da proporção de consumidores online que procuram produtos que não encontram na China, recorrendo ao vendedores europeus. Além disso, dos 600 milhões de consumidores online chineses, mais de 60% têm menos de 30 anos e 90% do total das transações é feita via mobile.

E-commerce, a porta para a digitalização do retalho

Contudo, o diretor-geral do grupo para a Europa reforça que o objetivo não é transformar o retalho no “novo retalho”, como chama ao e-commerce. Mostrando um gráfico circular, em que a fatia mais pequena (15%) representa o e-commerce e a restante (85%) o retalho tradicional, Terry von Bibra explica que o que o Alibaba faz é digitalizar o negócio desses 85% que ainda não atravessaram a porta para o comércio eletrónico.

Aliás, já o fez com algumas empresas portuguesas, como é o caso da Parfois e da Delta Cafés, por exemplo.

João Dias, administrador da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), diz que o e-commerce é uma porta absolutamente fundamental para promover as exportações portuguesas.

Além disso, “o interesse do grupo Alibaba em Portugal é um sinal do potencial da economia portuguesa”, afirma. “Quando os investidores estrangeiros vêm a Portugal, normalmente, ficam surpreendidos com o ambiente de negócios, que é muito melhor do que eles pensavam”.

Prova disso é, de acordo com o líder da AICEP, o novo centro de operações para fornecedores da Google, o centro de desenvolvimento tecnológico da BMW, da Mercedes e da Volkswagen, que, em comum, têm o facto de estarem em Portugal.

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