Número de famílias em incumprimento cai para níveis de 2010

Há 613 mil famílias que não conseguem pagar créditos. O número é elevado, mas está em queda. Recuou para o nível mais baixo desde 2010, antes da crise. No crédito à habitação está em mínimos de 2011.

Continua a cair o número de famílias em situação de incumprimento no crédito. Havia, no final do terceiro trimestre, pouco mais de 613 mil famílias com pelo menos uma prestação em atraso perante as instituições financeiras, o que representa o nível mais baixo desde antes da crise que atirou o país para o resgate. Na habitação, o número de incumpridores é o mais baixo desde 2011.

613.732 famílias. É este o número de agregados que estão em incumprimento com as suas obrigações perante a banca, de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal. Este foi o segundo trimestre consecutivo de quebra, depois do aumento verificado nos primeiros três meses do ano.

Entre o final do primeiro semestre e o fim de setembro encolheu em 8.341 o total de famílias com pelo menos uma prestação em atraso face ao registado no final do primeiro semestre. Ou seja, por dia, 92 famílias desapareceram desta lista. O saldo no ano é positivo: 896 famílias deixaram de estar em incumprimento, sendo que no espaço de um ano o número encolheu em 22.769.

Com a queda dos juros nos mercados, atirando aquele que é o principal indexante dos créditos à habitação em Portugal para níveis abaixo de zero, mas também com a recuperação da economia, traduzida na queda da taxa de desemprego, o número de famílias em falta com os bancos está a baixar.

O número total registado no final de setembro é o mais baixo desde o arranque de 2010, ou seja, desde antes da crise que atirou o país para o resgate. No pico da crise, em meados de 2012, mais de 700 mil famílias chegaram a apresentar pelo menos uma prestação em atraso. Face ao pico, o número encolheu em quase 95 mil.

Durante este período mais conturbado foram lançadas medidas legislativas no sentido de ajudar as famílias a renegociarem com os bancos as suas dívidas. Em muitos casos registou-se a renegociação dos contratos por forma a tornar mais fácil o pagamento das prestações, especialmente da habitação. Mas outras acabaram por ter de entregar as casas aos bancos.

Incumprimento na habitação em mínimos de 2011

A quebra nas situações de incumprimento é transversal aos dois tipos de créditos concedidos às famílias: o crédito ao consumo e outros fins e aos empréstimos para a compra de habitação própria, revelam os dados publicados pelo Banco de Portugal. Mas é mais expressiva nos créditos para o consumo.

Segundo o Banco de Portugal, no final do terceiro trimestre havia 551.831 famílias em falta com prestações de empréstimos contraídos para a compra de carros, de eletrodomésticos ou mesmo de viagens. Encolheu em 5.817 o número de agregados em incumprimento, recuando o total para níveis do final do ano passado.

No caso dos empréstimos para a compra de casa, o número de devedores em incumprimento encolheu em 2.723, passando de 146.054 para 143.331 no final de setembro. Neste caso, o total de famílias com prestações em falta recuou para mínimos do final de 2011.

 

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