Privados perdem exclusivo da venda de plasma

  • ECO
  • 20 Dezembro 2016

Vai passar a ser obrigatório para os hospitais públicos recorrerem primeiro ao Instituto Português de Sangue para repor reservas de plasma. O objetivo é bloquear o monopólio do negócio da Octapharma.

O Governo vai publicar um despacho em que retira o exclusivo do negócio do sangue, em específico de plasma, aos privados. Assim, os hospitais públicos vão ter primeiro de recorrer ao Instituto Português de Sangue e Transplantação (IPST) para comprar plasma ou outras componentes do sangue. A notícia foi dada esta terça-feira pelo Público, que avança que o despacho deverá ser publicado ainda esta semana.

Esta decisão do Executivo português surge depois da investigação do Ministério Público que resultou na detenção do ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, que ficou em prisão preventiva. Em causa está a entrega à empresa Octapharma do negócio da venda de plasma sanguíneo aos hospitais públicos em Portugal, um concurso em que Cunha Ribeiro fez parte do júri. Nessa altura, o ex-presidente do INEM estaria a viver na casa do principal responsável da farmacêutica.

A investigação começou no ano passado, após uma reportagem da TVI que denunciava o desperdício de plasma sanguíneo doado pelos portugueses. Chama-se Operação O negativo e vê agora as primeiras consequências do lado da regulação: o Ministério da Saúde vai regulamentar o setor, combatendo o domínio do mercado pela multinacional Octapharma (que faturou 250 milhões nos últimos oito anos), para que Portugal não esteja depende do fornecimento de empresas estrangeiras. Os hospitais que quiserem repor as reservas vão ter de recorrer ao IPST.

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