Galp já entregou contratos de gás natural à ERSE

A Galp Energia enviou finalmente ao regulador os contratos de longo prazo com a Argélia e a Nigéria, depois de vários pedidos feitos pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

O regulador da energia disse hoje que a Galp Energia GALP 0,00% já entregou a cópia atualizada dos contratos de gás natural em regime de take or pay, depois dos vários pedidos feitos pelo Governo e pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). A petrolífera já tinha enviado os documentos em junho, mas o regulador considerou que estavam incompletos.

“A Galp Gás Natural, S.A., na sequência de fundados pedidos de reporte por parte da ERSE, entregou à entidade reguladora cópia integral atualizada dos contratos de gás natural de longo prazo em regime de take or pay“, de acordo com um comunicado divulgado pela ERSE.

Os documentos serão relevantes “para a tomada de futuras decisões regulatórias”, lê-se no comunicado.

A Galp Energia entregou a cópia integral dos contratos à ERSE no final do dia 23 de setembro, mas a informação apenas foi hoje divulgada. “A ERSE encontra-se, nesta fase, em condições de reserva e confidencialidade, a analisar a informação recebida, atentas as suas competências e atribuições, dada a relevância que estes contratos assumem no quadro do sistema regulatório e para o adequado exercício das funções de supervisão legalmente cometidas a esta Entidade Reguladora”, esclarece o regulador. Caso a petrolífera não entregasse os documentos, poderia ser alvo de uma contraordenação.

Desde o ano passado que este tema dos contratos de gás natural tem sido motivo de discordância entre a Galp Energia e o Governo, depois de o executivo liderado por Passos Coelho ter exigido que a petrolífera devolvesse cerca de 150 milhões de euros aos consumidores por ganhos em contratos de aquisição de gás com a Nigéria e a Argélia, o que aconteceria através da descida das tarifas a cobrar nos próximos anos.

Para o Governo, esta compensação é devida porque os consumidores de gás natural não beneficiaram das mais-valias de 500 milhões de euros que a petrolífera portuguesa terá obtido com a venda de gás natural adquirido através de contratos de longo prazo, que obrigam à compra e pagamento de volumes mínimos estabelecidos, mesmo que o país não os consuma, e que foram feitos entre 2006 e 2012.

Estes contratos exigem a compra de quantidades acordadas de gás natural, independentemente de a respetiva necessidade ocorrer ou não, e permitem transferir quantidades de um ano para o outro, dentro de determinados limites, se a procura for inferior aos níveis mínimos anuais estabelecidos.

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Facebook lança concorrente ao Slack em outubro

Facebook at work deverá ser lançado dentro de poucas semanas, adianta esta quarta-feira o The Information.

Foi pensada para ser uma rede social focada no trabalho. O Facebook prepara-se para lançar o Facebook at work, uma ferramenta que será concorrente do Slack. A notícia é avançada pelo The Information, que adianta que o Facebook se prepara para cobrar mensalmente às empresas, dependendo do número de empregados a usar a ferramenta.

O Facebook acredita que pode manter as empresas e os trabalhadores envolvidos e interessados no novo produto e, por isso, está a trabalhar num plano de subscrição “por mês por utilizador ativo”, em vez de cobrar um preço fixo por cada empresa, explica ao TechCrunch Julien Codorniou, diretor do Facebook @ Work.

O anúncio de lançamento da ferramenta é feito cerca de dois anos depois de o TechCrunch ter noticiado que o Facebook andava a trabalhar num produto especial especialmente pensado para as empresas. Os primeiros testes foram feitos no início de 2015 e, desde essa altura, o Facebook terá fechado vários contratos com empresas multinacionais, em cuja lista se encontra, por exemplo, o Royal Bank of Scotland, que conta com mais de 100 mil empregados.

O preço do Facebook @ Work ainda não foi anunciado. O Slack, um dos seus principais concorrentes, cobra cerca de 5 euros por mês por cada utilizador ativo da aplicação mas só oferece ferramentas de mensagens em tempo real.

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Fusão entre Deutsche Börse e LSE motiva investigação aprofundada de Bruxelas

Fusão da Deutsche Börse com London Stock Exchange enfrenta um intenso escrutínio da Comissão, que vai iniciar investigação aprofundada ao negócio que cria a maior bolsa da Europa.

As autoridades da concorrência da Comissão Europeia iniciaram uma investigação aprofundada à fusão entre a Deutsche Börse e a London Stock Exchange (LSE) por considerar que pode estar em risco a liberdade de escolha perante um negócio que cria o maior operador bolsista da Europa.

Dando início a uma ampla investigação à operação, Bruxelas estabeleceu o dia 13 de fevereiro como a data limite para proceder a uma avaliação exaustiva da operação para perceber se ameaça a concorrência no mercado e se limita seriamente as opções dos consumidores, revelou a instituição num comunicado publicado esta quarta-feira.

A possível fusão entre as duas empresas já tinha merecido reparos devido a questões de concentração de mercado. É a terceira vez desde 2000 que o grupo bolsista alemão tenta comprar a LSE. Já em 2012, a Deutsche Börse avançou para a aquisição da NYSE Euronext para criar a maior bolsa do mundo. Na altura, os reguladores bloquearam a operação porque iria criar um regime de quase monopólio no segmento de derivados na Europa.

“Temos de assegurar que os participantes do mercado continuem a ter acesso de forma competitiva à estrutura de mercado financeiro”, afirmou a comissária da Concorrência Margrethe Vestager no comunicado.

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Maior trader do mundo só vê travão no petróleo em 2018

O responsável da maior corretora de petróleo a nível mundial acredita que será difícil conciliar o fraco crescimento económico mundial com o nível de produção da matéria-prima considerado adequado.

Um travão no mercado de petróleo não será possível antes de 2018. Esta é a convicção de Ian Taylor, presidente executivo da maior corretora de “ouro negro” do mundo – o grupo Vitol. Numa conferência da Bloomberg que decorreu esta quarta-feira, em Londres, o CEO mostrou-se ainda pessimista em relação ao impacto de um potencial acordo entre os membros da OPEP no sentido de congelar a produção de petróleo.

Evolução do preço do brent

 

“Ao congelar a produção a um nível claramente inferior à procura… isto é bullish?”, questionou Ian Taylor. Este responsável alerta que seria difícil ao mercado contrabalançar o dececionante crescimento económico global com um nível de produção considerado adequado.

As declarações de Ian Taylor acontecem no dia em que a OPEP se encontra reunida na Argélia, visando chegar a um compromisso que permita travar a produção de petróleo e evitar a pressão baixista sobre as cotações do “ouro negro”. Os principais protagonistas desta discussão são a Arábia Saudita e o Irão, que procuram chegar a um compromisso.

A expectativa de que desta reunião surja um acordo relativamente à futura oferta petróleo está a ajudar a impulsionar as cotações da matéria-prima na sessão de hoje. O barril de brent transacionado em Londres avança 1,63%, para os 46,72 dólares, enquanto o barril de crude negociado em Nova Iorque progride 1,52%, para os 45,35 dólares.

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Cinco milhões leem notícias online. Você é um deles

  • Ana Luísa Alves
  • 28 Setembro 2016

Estudo da Marktest revela que mais de 5 milhões de portugueses consulta as notícias online.

Afinal as novas tecnologias vieram para ficar. Mais de metade dos portugueses lê notícias online. A informação foi avançada pela Marktest esta quarta-feira.

São mais de cinco milhões os portugueses que leem as notícias através de meios online, segundo o novo estudo do Bareme Internet a Marktest.

A informação disponibilizada revela ainda que 94% dos internautas nacionais (com 15 anos e mais) usa a Internet para aceder a serviços de informação, sendo que 90% o faz para ler notícias, 75% para ver vídeos e 30% para consultar blogues.

Segundo o estudo, as áreas da comunicação, informação e lazer são as mais frequentadas pelos portugueses na Internet. Enquanto nos últimos 30 anos o email foi usado por 9 em cada 10 utilizadores nacionais, as aplicações de Instant Messaging (como o cha do Faceook e o Whatsapp) foram usadas por três em cada quatro internautas. O Skype, da Microsoft, está em terceiro lugar.

Quanto às formas de utilização, o acesso através de dispositivos móveis continua a crescer. Embora o computador seja o meio mais utilizado para aceder à Internet, o telemóvel já é utilizado por mais de 73% dos internautas e o tablet por mais de 42% das pessoas. O estudo acrescenta ainda que os internautas afirmam entrar na rede praticamente todos os dias.

O Bareme Internet é o estudo anual que caracteriza e analisa os comportamentos da população portuguesa com acesso à Internet. A edição deste ano tem em conta seis mil entrevistas telefónicas com população residente em Portugal continental, com 15 e mais anos.

Editado por Mónica Silvares

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Zoe vai permitir ir de Lisboa a Braga sem carregar

O elétrico da Renault está com mais energia. Tem uma bateria com maior capacidade, mas com o mesmo tamanho, que promete mais quilómetros.

Renault Zoe
Renault ZoeRenault

Há poucos anos era complicado fazer uma viagem com um automóvel elétrico, fosse pelas baterias, fosse pelos poucos postos de carregamento. As marcas estão a reforçar a aposta na capacidade das baterias, tanto que a Renault promete agora energia suficiente para ir de Zoe de Lisboa a Braga.

O novo Zoe, identificado como Zoe ZE 40, tem um conjunto de baterias com 41 kWh de capacidade, ainda que ocupem o mesmo espaço físico que as que equipavam a versão anterior. Se antes o Zoe chegava aos 240 km de autonomia, agora a marca francesa aponta para os 400 km.

Assim, com o Zoe vai dar para percorrer os cerca de 375 km que separam a capital portuguesa da cidade e Braga, por exemplo. No entanto, de acordo com a informação apresentada pelo site da Renault na Holanda, com uma utilização normal o carro terá uma capacidade a rondar os 300 km.

Este Zoe ZE 40, que vai ser apresentado pela marca no salão de Paris, passa assim a ter mais capacidade, mas também vai ter mais potência. A marca revela que o motor elétrico passará a contar com 65 kW (o equivalente a 88 cv). A anterior versão tinha um motor de 57 kW (77 cv).

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EULeaks: a nova plataforma de denúncia de evasão fiscal

  • Juliana Nogueira Santos
  • 28 Setembro 2016

Depois do Panama Papers e do Bahamas Leaks, um grupo de eurodeputados tornou mais fácil a partilha de casos de fuga aos impostos e lavagem de dinheiro.

Doze eurodeputados do grupo Verdes uniram forças e criaram o EULeaks, uma plataforma online de denúncia anónima de casos de evasão fiscal. Este dispositivo assume-se como uma alternativa diplomática enquanto não é criada legislação europeia para proteger os denunciantes. O anúncio vem no seguimento da primeira audição da Comissão de Inquérito sobre Lavagem de Dinheiro, Evasão e Elisão Fiscais, na qual foram ouvidos os depoimentos dos jornalistas envolvidos na investigação.

Segundo o site do grupo, a plataforma foi especialmente criada para que o anonimato seja garantido em todos os passos do processo, não sendo requisitada qualquer informação pessoal ou contactos. Até agora, os grandes leaks de informação relativa a paraísos fiscais – como o Panama Papers ou o Bahamas Leaks – foram levados a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação em conjunto com redações espalhadas por todo o mundo, que terão recebido milhões de ficheiros por via anónima.

A importância da denuncia anónima nestes casos é sublinhada por um dos membros do Verdes, Sven Giegold, que, no seu site pessoal, assumiu como intenção principal “revelar empresas que estão envolvidas nestes negócios sujos e desmascarar os políticos que falharam a sua ação”.

"Claramente, não teríamos chegado tão longe sem denunciantes corajosos. Graças a estas revelações, a pressão sobre o dumping e os paraísos fiscais cresceu exponencialmente.”

Sven Giegold

Que informação deve ser enviada?

A iniciativa promove a submissão de documentos que contenham informação com potencial interesse público relacionada com implementação incorreta ou não implementação das leis europeias, ou seja, qualquer tipo de corrupção, má administração, negligência, omissões, abusos de poder, etc. Estes podem provir de instituições europeias ou de qualquer parte integrante, formal ou informalmente, dos processos de decisão europeus.

Como submeter informação?

Para a proteção total do denunciante, a única maneira de aceder à plataforma e poder submeter informação é através de um browser Tor – um software que consegue “mascarar” o endereço IP do utilizador aquando do acesso à rede, normalmente utilizado para aceder à deep web. Isto faz com que seja praticamente impossível localizar o local e a rede de acesso de origem. O grupo aconselha também a não fazer este processo num computador público ou de trabalho, visto que vai deixar um trilho que pode ser facilmente seguido, e, se possível, a encriptar previamente a documentação.

Além dos ficheiros em si, podem ser dadas indicações de publicação, como a urgência, preferências no manuseio dos dados, bem como da forma mais indicada de verificar as fontes e a precisão.

O que vai ser feito com os documentos?

A organização garante o tratamento dos dados de acordo com as leis europeias vigentes. Se se assumirem como dados de interesse público, será conduzido um inquérito, podendo ser necessária a partilha com autoridades relevantes. É garantida também a divulgação das conclusões à imprensa e à sociedade civil, tudo isto para que o caso seja devidamente tratado e dado a conhecer, com o máximo de transparência.

Recentemente, foi divulgado o caso Bahamas Leaks, no qual constam os nomes de 28 empresários Portugueses e também de Neelie Kroes, ex-presidente da Comissão Europeia.

 

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Brasil recebe cimeira da CPLP a 31 de outubro

  • Lusa
  • 28 Setembro 2016

A cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai decorrer em Brasília a 31 de outubro e 01 de novembro, após ser adiada em julho devido à instabilidade política do Brasil.

A data foi concertada numa reunião do Conselho de Ministros da (CPLP) que decorreu na semana passada em Nova Iorque à margem da assembleia-geral das Nações Unidas, pode ler-se num comunicado da organização lusófona a que a Lusa teve hoje acesso.

A cimeira da CPLP realiza-se de dois em dois anos e, normalmente, em julho – mês em que foi criada a organização -, mas a instabilidade política no Brasil levou ao adiamento do encontro.

Durante esta cimeira deverá ser aprovada a nova visão estratégica da CPLP, que este ano comemora 20 anos, prevendo uma maior aposta na vertente económica e empresarial.

Nesta reunião deverá também terminar o seu mandato o atual secretário executivo, o moçambicano Murade Murargy, ao fim de quatro anos à frente da organização, sucedendo-lhe Maria do Carmo Silveira, indicada por São Tomé e Príncipe.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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Saúde financeira das PME melhora em 2015

O ritmo cardíaco da economia portuguesa está melhor. O exame dos dados do INE dão nota positiva às PME e às empresas de alojamento e restauração.

A riqueza gerada pela produção das PME não financeiras cresceu 7,8% de 2014 para 2015. Os dados constam no relatório preliminar, divulgado esta quarta-feira pelo INE, sobre as Estatísticas das Empresas em Portugal para o ano passado. “As PME registaram aumentos, quer no Volume de negócios quer no VAB, superiores aos das empresas de grande dimensão”, escreve o INE no relatório.

O aumento de 7,8% verificou-se no excedente bruto de exploração, indicador económico que mede a riqueza gerada pela produção após o pagamento da mão-de-obra e impostos. A tendência positiva reflete-se também no Valor Acrescentado Bruto (VAB) que aumentou 5,4% nas pequenas e médias empresas portuguesas.

A melhoria é transversal a todos os indicadores. Tudo aumentou: o número de empresas PME (0,4%), a quantidade de pessoal ao serviço (2%), o volume de negócios (3,3%) e os gastos com pessoal (3,4%). De acordo com o INE, o salário médio mensal numa PME, em 2015, foi de 900 euros em comparação com 1170 euros nas grandes empresas.

Nas PME que são sociedades não financeiras – em menor número em relação às empresas – verifica-se a mesma tendência positiva, transversal aos vários indicadores.

Turismo (alojamento e restauração) foi setor que mais melhorou

As empresas de alojamentos e de restauração melhoraram a sua situação financeira e económica em 2015. Em relação a 2014, o setor do alojamento e restauração aumentou o seu volume de negócios em 8,9%, o VAB em 13,2%, os gastos com pessoal em 7,1% e o excedente bruto de exploração em 26,9%.

O setor da agricultura e pescas conseguiu também um bom desempenho entre 2014 e 2015, com o volume de negócios a aumentar 6,6%, o VAB 13,4%, os gastos com o pessoal 7,7% e o excedente bruto de exploração 10,1%.

"Embora na generalidade dos indicadores analisados, tenha havido uma melhoria geral da situação económica e financeira das sociedades em praticamente todos os setores de atividade, o alojamento e restauração evidenciou-se como aquele em que a melhoria foi mais expressiva em 2015”

Instituto Nacional de Estatística

O VAB e o pessoal ao serviço das empresas não financeiras registaram crescimentos de 4,8% e de 2,6%, respetivamente, face a 2014. Em específico as empresas com natureza de sociedade aumentaram a rendibilidade. Além disso tiveram um aumento em 3% da proporção de sociedade com resultados líquidos positivos.

Na generalidade os indicadores do INE evoluíram de forma positiva, com destaque para a taxa de investimento que aumentou 1,2 pontos percentuais para 18,91%. Essa evolução foi acompanhada pela melhoria dos rácios de autonomia financeira o que traduz uma melhoria geral na situação financeira das sociedades.

Produtividade e paridade de género

A produtividade aparente do trabalho das empresas não financeiras (aferida pelo quociente entre o VAB e pessoal ao serviço) foi de 22,63 mil euros em 2015, 2,0% acima do valor registado em 2014.

“Os setores da indústria e energia, transportes e armazenagem e informação e comunicação evidenciaram produtividades acima da média nacional, ainda assim, destes três setores, apenas no da Indústria e energia esta produtividade superou a observada no ano anterior (+2%)”, destaca o INE.

Os dados divulgados referem ainda que em média, cada sociedade empregou 7,3 pessoas em 2015 (4 homens e 3 mulheres), com o setor da indústria e energia a registar a maior dimensão média (16,5 pessoas), mais do dobro do total das sociedades.

Os setores do alojamento e restauração e outros serviços, foram os únicos em que o número de mulheres por sociedade superou, ainda que ligeiramente, o número de homens, refere o INE.

Editado por Mónica Silvares

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Receita dos impostos com relevância ambiental aumentou 11%

  • Marta Santos Silva e Lusa
  • 28 Setembro 2016

As famílias contribuem com mais de metade desta receita. Saiba quais os impostos que entram na categoria da relevância ambiental.

O valor dos impostos com relevância ambiental aumentou quase 11% em 2015 comparado com o ano anterior, atingindo 4,4 milhões de euros, e as famílias contribuem com mais de metade desta receita, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), sobre impostos e taxas com relevância ambiental, aquele valor representa 7% do total das receitas de impostos e contribuições sociais coletado no ano passado, quando em 2014 era de 6,6%. Na avaliação da receita fiscal por tipo de contribuinte, “continuam a ser as famílias que mais contribuem para a receita com estes impostos (51,1%)”, salienta o INE.

Entre as famílias, cerca de três quartos (72,4%) da tributação com relevância ambiental refere-se a impostos sobre a energia. Também do lado do setor produtivo, explica o INE, a maior parte dos impostos com relevância ambiental, se forem excluídas as famílias, “estão concentrados na categoria impostos sobre a energia (73,7%)”. O imposto sobre produtos petrolíferos e energéticos (ISP) é o mais representativo, com 70,5% do total, embora tenha perdido peso na comparação com 2014, tendência igualmente seguida pelo imposto sobre veículos, ao descer para 13,4%.

Além do ISP, os outros impostos sobre a energia viram o seu peso subir de 1,2% para 2,8%, devido à introdução das licenças de emissão de gases com efeito de estufa.

O INE destaca o início da aplicação do novo imposto ambiental – a contribuição sobre os sacos de plástico leves -, que teve uma receita de cerca de um milhão de euros, em 2015.

Os impostos ambientais apresentaram um aumento de 10,7% face a 2014, o que compara com a subida de 4,4% no total da receita de impostos e contribuições sociais, traduzindo “um ganho de importância relativa dos impostos com relevância ambiental na estrutura fiscal portuguesa”, aponta o INE. Estes impostos representaram 2,4% do Produto Interno Bruto em 2015.

Que impostos são considerados “de relevância ambiental”?

Os impostos com relevância ambiental são aqueles cuja base possa ter um impacto negativo no ambiente – uma definição feita pelo Eurostat.

Há quatro categorias de impostos com relevância ambiental, segundo a definição do INE:

  • Impostos sobre a energia: São os impostos sobre produtos energéticos — ou seja, gasolina, gasóleo, fuelóleo, gás natural, carvão e eletricidade — e as receitas dos leilões de licenças de emissão de gases com efeito de estufa.
  • Impostos sobre o transporte: Os impostos principais nesta categoria são os da propriedade e uso de veículos automóveis. Também se incluem impostos sobre aviões ou embarcações que tenham uma base que possa ter impacto negativo no ambiente, assim como impostos sobre a importação e venda de veículos.
  • Impostos sobre a poluição: Incluem-se aqui os impostos sobre as estimativas ou medições de emissões de poluentes, seja para o ar ou para a água, impostos sobre a gestão de resíduos sólidos e sobre o ruído.
  • Impostos sobre os recursos: São os impostos ligados à extração ou uso de recursos como o petróleo, o gás, a água ou os recursos florestais — estes impostos incidem sobre o uso de recursos que sejam esgotáveis.

Editado por Mónica Silvares.

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Economia portuguesa está mais digital. Mas faltam competências básicas

O número não passa despercebido a Marcelo Rebelo de Sousa: 30% dos portugueses ainda não usam internet. Portugal dá passos no digital mas faltam competências e crescimento económico.

Um Portugal tecnologicamente avançado mas com falta de competências digitais. É, em traços gerais, o cenário do país pintado na abertura de mais um Digital Business Congress, promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). A iniciativa vai já na 26º edição e junta, esta quarta e quinta-feira, cerca de 1.600 congressistas no Centro Cultural de Belém (CCB) — mais 400 do que na edição anterior, garante a organização.

Eis as ideias-chave: a tecnologia é um fator crucial no desenvolvimento do país, a evolução feita até aqui é positiva, há ainda muito caminho a percorrer no sentido de uma economia digital de excelência e, como assumiu o presidente da APDC, Rogério Carapuça, nada é possível “sem crescimento económico”, a força motriz necessária a este desenvolvimento.

“O objetivo é social”

É fácil esquecer que o objetivo da tecnologia é, fundamentalmente, melhorar a vida das pessoas. E Marcelo Rebelo de Sousa não quer que isso aconteça: “Sinto que vos pode faltar a dimensão exata da dimensão social do nosso e vosso papel. A razão de ser por tudo o que por nós e vós é feito é, realmente, a projeção social, o progresso social, a ultrapassagem das limitações, das exclusões e dos distanciamentos da sociedade portuguesa”, disse o Presidente da República a uma plateia composta maioritariamente por profissionais da área das Tecnologias da Informação (TI).

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, por vezes, “estamos de tal forma embrenhados naquilo que fazemos que perdemos a noção de que há um objetivo. E esse objetivo é social.” Partindo do dado que indica que 30% dos cidadãos ainda não usam a internet, o Presidente mostrou como o número pode ser ainda mais preocupante”: “Muitos [portugueses] usam as ferramentas básicas, mas não usam o digital como forma básica de comunicação”, explicou.

Terminou a intervenção falando de economia: “Existe hoje um modelo [económico] diverso em mutação. Abrem-se agora caminhos diferentes. O mundo é outro.” E, em suma, “todos os avanços de que falámos aqui não passam de conjunturais se não houver crescimento económico. Numa economia que não cresce, o avanço desta revolução silenciosa é muitíssimo mais lento”, destacou Marcelo Rebelo de Sousa.

Iliteracia digital é uma realidade

Vamos a números: 64% do território nacional já tem cobertura de rede móvel de última geração, o 4G. Mais: “Portugal está entre os primeiros em termos de serviços públicos online”, recordou Rogério Carapuça. Então, qual é o problema? Novamente, para o presidente da APDC, “a nossa fragilidade” é o facto de que “metade da nossa população não tem os skills digitais básicos. A população não tem a literacia necessária ao nível digital.”

Preocupações que também já existem no Governo e fazem parte dos desafios assumidos por Maria Manuel Leitão Marques, ministra da presidência e da modernização administrativa, nesta sessão inicial. Segundo a ministra, o plano para o desenvolvimento da administração pública assenta em cinco eixos:

  1. Inclusão: “Devemos continuar a apostar estrategicamente em mais e melhores serviços [digitais], mas temos que ter em conta que estamos a incluir todos os potenciais utilizadores desses canais. Isso obriga-nos a formar os cidadãos”, acrescentou.
  2. Usabilidade: Os sistemas têm que ser feitos a pensar nos utilizadores. “Não é só reproduzir [no digital] a antiga burocracia em papel. É preciso ter menos portais, [mas] mais integrados, mais personalizados, dando resposta e sendo customizáveis”, explicou a ministra.
  3. Inovação: Implica “desenhar o serviço de forma diferente e experimentar em ambiente controlado, para corrigir erros antes de o expandir a todos [os cidadãos].” Para isso existem os “Laboratórios de Inovação na Administração Pública”, relembrou Maria Manuel Leitão Marques. E inovar “obriga-nos a adquirir outras competências”, disse.
  4. Reforço das competências digitais: “A escassez de recursos humanos ao nível das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)” é um dos problemas e a Comissão Europeia estima que, em 2020, haja um défice de 900 mil profissionais nesta área, lembrou. Por isso, “apostar na formação avançada de adultos com competências tecnológicas” vai “aumentar a empregabilidade”, defendeu.
  5. Antecipação: “Temos que ser capazes de proteger a privacidade de forma diferente. Saber antecipar as necessidades dos cidadãos em áreas como a saúde, a prevenção da criminalidade ou a renovação de documentos pessoais.” E isso evita a “duplicação desnecessária de investimentos”, adiantou por fim.

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Portugal é o país da UE que depende mais do mar para comércio

O mar é essencial para o comércio extra-UE que Portugal faz, se estivermos a contabilizar o valor dos bens transacionados. Os números foram divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.

Mais de metade do valor do comércio da União Europeia (UE) com o resto do mundo é feito pelo mar. Portugal é o país que mais contribui para essa dependência dos portos marítimos. É que de todos os países da UE, Portugal é o que maior percentagem de comércio extra-UE, em termos do valor de bens, é transacionado pelo mar: 81% no total, incluindo exportações e importações. Os números foram divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat para celebrar o Dia Marítimo Mundial que acontece esta quinta-feira, dia 29 de setembro.

O número no total dos países da União Europeia é menor: representa 51%, ou seja, 1,77 mil milhões de euros em transportes marítimo. Esta tendência de dependência do mar é crescente desde 2006 onde o valor era de 47%. Portugal é o primeiro da lista à frente do Chipre (80%), Grécia (77%), Espanha (74%) ou Malta (67%).

Além disso, fazemos transações mais valiosas nas importações do que nas exportações. Do valor total do comércio português extra-UE, 83% das importações chega via marítima e um pouco menos, 79%, das exportações vão mar fora até ao país de destino.

Em 2014, os portos marítimos de Roterdão, Antuérpia e Hamburgo – todos situados na costa do mar do Norte, inserido no Oceano Atlântico – eram os três maiores da UE em termos do peso dos bens transacionados.

Editado por Mónica Silvares

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