Fuck Up Night: O fracasso em minutos

  • Ana Luísa Alves
  • 28 Setembro 2016

Ir a uma Fuck Up Night é mais do que ouvir histórias de jovens empreendedores que foram do fracasso ao sucesso. É perceber como é que na falha há uma oportunidade para mudar.

O fracasso também sobe ao palco. Exemplo disso é a Fuck Up Night (FUN), que aconteceu no fim do dia 21 de setembro, num dos salões da Reitoria da Universidade de Lisboa. Ao palco subiram quatro oradores e quatro histórias diferentes, mas com uma coisa em comum: todos eles fracassaram nos seus negócios antes de terem sucesso.

As FUN chegaram a Portugal pela mão de Sofia Ferreira Simões, da Smart Launch, um projeto que pretende ajudar jovens empreendedores.

“É por falta de determinação nossa que desistimos muito hoje em dia, e com muita facilidade, tendo a ideia de que as coisas são mais difíceis, sobretudo a nível económico”, refere Sofia, acrescentando que o principal motivo que o traz ao evento é o de inspirar jovens empreendedores, para mostrar que é possível recuperar depois de um problema”.

O ambiente é descontraído, mas não há muito tempo para Filipa Laranjeira, da Uniplaces, Filipe Carvalho, da Wide Scope, André Almeida, da Startup Grind, e Miha Matlievski, da Fail Coach, falarem das suas experiências.

“Não acredito em falhar”, começa Filipa, captando desde início a atenção de quem a ouve. “O fracasso não é mais do que uma aprendizagem. Se algo não está a correr bem é porque eu tinha de aprender com isso”, acrescenta. Para Filipa o fracasso tem a mesma “conotação negativa” do sucesso, isto “se o sucesso quiser dizer apenas dinheiro ou estatuto, então sim, já falhei algumas vezes”.

Filipe Carvalho, da consultora Wide Scope, é o orador que se segue. Com algum humor, distingue as diferentes fases em que mais se erra num negócio. “É fácil falhar na criação do produto, no desenvolvimento da ideia, mas é ainda mais fácil falhar depois do almoço”. A Wide Scope existe desde 2003, mas no início foi difícil não ter qualquer tipo de financiamento ou contactos, o que levou a que durante anos se pisasse terreno incerto quanto ao futuro do negócio. “O meu maior arrependimento é ter pensado que podia tomar certas decisões sem saber que riscos corria”, acrescenta Filipe.

O brasileiro André Almeira começou em 2013 uma startup com um grupo de amigos. “Investimos muito dinheiro, mas a certa altura todos desistiram”, conta André. Para o diretor da Startup Grind, a maior falha que pode ser cometida é não trabalhar numa empresa antes de iniciar o seu próprio negócio, algo que considera essencial.

O último orador aterrou na Universidade de Lisboa diretamente da Eslovénia. Miha Matlievski, da Fail Coach relembra a criação da empresa em 2009, momento em que viu a sua empresa de energia cair. “Pensava que já sabia tudo, que vendia bem, não precisava de mais nada, até que perdi milhões de euros em apenas duas semanas”, conta Miha. Viviam-se tempos de recessão económica, iniciada em 2008, e o empresário esloveno precisou de quatro anos para reaver o dinheiro perdido. Confessa que mudou de atitude, aprendeu a partilhar as suas ideias e que precisou que outros empreendedores o orientassem.

As Fuck Up Nights (FUN) tiveram origem no México, em 2012, quando um grupo de amigos decidiu partilhar as suas histórias de modelos de negócio fracassados antes de atingirem o sucesso. O êxito deste evento foi tal que não se ficou pelo México, e hoje em dia acontece em mais de 160 cidades do globo.

Editado por Mónica Silvares

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Tesla responde ao “ataque” chinês com novo sistema de segurança

  • Ana Luísa Alves
  • 28 Setembro 2016

A Tesla desenvolveu um novo programa que vai solucionar as falhas de segurança encontradas pelos chineses da Tencent. E também prevenir futuros "ataques" aos seus automóveis.

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Casa arrombada, trancas à porta. Se o ditado se puder aplicar aos carros da Tesla será algo como “carro hackeado, sistema de segurança melhorado”. Esta é a resposta da empresa de Elon Musk ao recente ataque feito por uma empresa chinesa.

Para piratear um sistema tão complexo como o de um carro é preciso que existam algumas falhas de segurança. Quando investigadores da Tencent descobriram que poderiam entrar no sistema de condução dos carros Tesla e ativar remotamente os travões do veículo em movimento, era evidente a vulnerabilidade do sistema que o condutor usa para controlar o carro.

Os hackers criaram o seu próprio hotspot de Wi-fi com o nome “Tesla Guest”, uma rede comum de internet na empresa. E impediram o acesso com a senha que é habitualmente partilhada pelos colaboradores da Tesla. Depois conseguiram aproveitar-se de uma vulnerabilidade do sistema operativo que a Tesla usa, o Linux, para ter o uso total do computador de bordo do automóvel.

Isto não lhes permitia ainda ter acesso a funções de condução como o volante e os travões, que não são controlados pelo computador de bordo. Apesar disto, conseguiram, sem grande dificuldade, ultrapassar a proteção que separava este primeiro de um outro computador do veículo e ter acesso às principais funções da condução, como a direção e os travões.

Perante este “ataque”, a Tesla poderia ter respondido apenas com a resolução dos bugs que permitiram que os investigadores da empresa chinesa entrassem no sistema que controla os seus carros, mas foi mais longe: implementou uma medida de segurança que torna quase impossível entrar no sistema, prevenindo futuro hacks.

A medida adotada tem por base um sistema de assinatura que impede que sejam feitas alterações por terceiros aos códigos definidos pela empresa, o que equivale a um controlo mais apertado sobre quem pode ou não reprogramar componentes mais sensíveis do sistema. A nova proteção entrou em uso ainda este mês nos carros Tesla S e Tesla X SUVs da empresa.

Editado por Paulo Moutinho

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Deutsche Bank: Governo e regulador financeiro negam plano de emergência

O Ministério das Finanças alemão garante que "não há fundamentos" para essas "especulações".

O Ministério das Finanças alemão e o Baffin, entidade que regula e fiscaliza os bancos privados da Alemanha, garantem que não estão a trabalhar num plano de contingência para o Deutsche Bank. As reações surgem depois de o jornal Die Zeit ter avançado que o Governo alemão estará a preparar um plano de contingência para o Deutsche Bank.

Em nota enviada à Bloomberg, o Ministério das Finanças alemão refere que a notícia avançada pelo Die Zeit “é incorreta” e que “o Governo federal não está a preparar quaisquer planos de resgate” para o maior banco alemão. “Não há fundamentos para tal especulação”, acrescenta ainda a nota.

Já o Baffin não quis comentar estas informações, mas a Reuters cita duas fontes próximas da situação do Deutsche Bank, que garantem que o regulador financeiro também não está a trabalhar num plano dessa natureza.

As duas entidades negam, assim, as informações avançadas pelo jornal alemão, que refere que estão a ser estudados vários cenários para o caso de ser necessário injetar capital no Deutsche Bank, a braços com um processo judicial que pode custar-lhe 14 mil milhões de dólares.

Uma das hipóteses passa por vender unidades do banco alemão, com a opção de garantias estatais para suportar estas operações. Outra, só admitida numa situação de emergência extrema, seria o governo alemão ficar a deter uma participação 25% do capital do Deutsche Bank.

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Fusão de ações do BCP. O que tem de saber

BCP vai agrupar ações no próximo dia 24 de outubro. Já se conhece a contrapartida que o banco vai pagar nas ações sobrantes, mas continuam a surgir dúvidas em torno da operação.

O que é um ‘reverse stock split’?

Um reverse stock split é o processo através do qual uma cotada realiza um reagrupamento de ações numa só ação. Na prática, cada acionista fica titular de ações na quantidade correspondente à divisão do número de ações de que e é titular à data da operação. No caso do BCP, a operação vai permitir agrupar 75 ações numa só, o que significa que por cada 75 ações que detiver passará a ter só uma no âmbito da oferta.

Por que é que o BCP o vai fazer?

O reverse stock split vai travar alguma volatilidade dos títulos do banco – conta com mais de 59 mil milhões de títulos – e a ação deixa de ser considerada uma penny stock – fechou a sessão desta terça-feira nos 1,5 cêntimos. Além disso, era uma das condições imposta pelos chineses da Fosun para integrar o capital do BCP

Evolução das ações do BCP nos últimos 30 dias

Em que dia são agrupadas as ações?

O banco definiu que o dia 24 de outubro como o dia de referência para a agrupar as ações. Por isso, até dia 21 vai poder compor os seus lotes de ação se quiser evitar que lhe sobrem ações após a operação de reverse stock split.

Por exemplo, o que acontece se possuir 1.000 ações?

Se possuir 1.000 títulos do BCP vai ficar com 13 títulos do banco após realizado reverse stock split. Porém, sobrarão 25 ações que não vão permitir a conversão numa nova ação. Nesse caso, o banco irá pagar uma contrapartida por esses 25 títulos sobrantes de 2,57 cêntimos por ação, um preço que resulta da média diária da cotação do BCP nos últimos seis meses. Mas atenção, esta contrapartida só é aplicável às ações que não permitirem a fusão numa só ação.

Se vou ter menos ações, perco dinheiro?

Não. Cada ação que vai passar possuir após o reverse stock split vai valer o mesmo que 75 ações juntas antes desta operação. As contas são simples: assumindo a cotação de fecho desta terça-feira de 1,5 cêntimos, a fusão de 75 ações numa só avaliaria uma nova ação em 1,125 euros. Ou seja, em vez de ter 75 ações com o preço de 1,5 cêntimos, passaria a ter um título com um preço de 1,125 euros. Não fica a perder, nem a ganhar.

Quando é que o banco me vai pagar pelas ações sobrantes?

O banco vai adquirir ou promover a venda das ações sobrantes após o arredondamento nos 30 dias seguintes a 24 de outubro. Durante este prazo, vai deixar de ter direito sobre estas ações. As importâncias devidas a título de contrapartida serão entregues pelo banco aos acionistas no prazo normal de liquidação aplicável às operações do mercado regulamentado ou do sistema de negociação multilateral onde as ações estiverem integradas.

Terei algum encargo com esta operação?

Não. Todos os custos inerentes à transmissão que onerariam os acionistas numa situação normal serão, nesta operação, assumidos pelo BCP.

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Draghi pede mais medidas aos políticos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 28 Setembro 2016

Em Frankfurt , o presidente do Banco Central Europeu já discursou, reiterando políticas fiscais mais robustas. O segundo desafio será à tarde no parlamento alemão.

Mario Draghi reiterou que a Zona Euro necessita de medidas mais robustas dos países. “Precisamos de prescrever políticas mais robustas à composição ótima de política fiscal para promover o crescimento”, disse o presidente do Banco Central Europeu em Frankfurt, na Alemanha.

Frente aos académicos presentes na primeira conferência anual de research do BCE, Draghi sublinhou que são precisas reformas estruturais, consideradas politicamente difíceis, para assim conseguir retirar o nível de juros dos mínimos que são tão criticados.

 

Draghi fez questão de responder a quem tem atacado a sua receita para a resolução da crise económica europeia, dizendo que uma inação por parte do banco central teria penalizado os países “mais vulneráveis na nossa sociedade que são afetados pelo desemprego”.

Esta é a primeira de duas aparições de Draghi, visto que que marcará presença mais à tarde no parlamento alemão, casa de alguns dos maiores críticos das suas políticas de taxas e compra de ativos, os deputados alemães. Esta será, para eles, uma das raras oportunidades para exercer pressão para o fim das taxas de juro que estão em mínimos históricos.

 

 

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Vice-governadora do Banco de Inglaterra antecipa mais estímulos após choque com Brexit

A vice-governadora do Banco de Inglaterra, Minouche Shafik vê como prováveis mais estímulos monetários após "considerável choque económico" com a votação do Brexit.

“Parece-me provável que estímulos monetários adicionais serão necessários em algum momento para ajudar a assegurar que o abrandamento da atividade económica não se torne em algo ainda mais pernicioso”, afirmou esta quarta-feira Shafik, num discurso realizado na Conferência Bloomberg Markets Most Influential, em Londres. “O timing provável desses estímulos vai depender da evolução dos indicadores económicos das próximas semanas e meses”, reforçou a responsável da autoridade monetária britânica.

O Banco de Inglaterra cortou a sua taxa de juro de referência em agosto, o que aconteceu pela primeira vez em sete anos, e pode voltar a reduzir os juros na região da libra se as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia se revelarem mais nefastas para a saúde da economia britânica, frisaram os responsáveis da instituição liderada por Mark Carney. A próxima reunião do banco central acontece a 3 de novembro.

"Parece-me provável que estímulos monetários adicionais serão necessários em algum momento para ajudar a assegurar que o abrandamento da atividade económica não se torne em algo ainda mais pernicioso.”

Minouche Shafik, vice-governadora do Banco de Inglaterra

Ainda assim, para a vice-governadora com o pelouro dos mercados e banca, a política monetária é apenas uma parte de uma resposta necessária para ajudar a mitigar os efeitos da transição económica pós-votação do Brexit, uma passagem que poderá revelar-se “dolorosa”.

“No rescaldo do resultado do referendo, na altura da nossa decisão de agosto, os indicadores mais fiáveis estavam na sua maioria amarelos ou vermelhos. Desde então, os dados têm evoluído de forma mais favorável do que o esperado, o nosso radar tornou-se um pouco menos vermelho, ficando um pouco mais amarelo, embora a maioria dos nossos principais indicadores continuem aquém dos níveis médios”, frisou Shafik.

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Governo alemão estará a preparar plano de contingência para o Deutsche Bank

Enquanto isso, o presidente executivo do Deutsche Bank continua a garantir que o maior banco alemão não precisa de ajuda.

O governo alemão estará a preparar um plano de contingência para o Deutsche Bank, para o caso de o maior banco alemão vir a precisar de uma injeção de capital para cobrir custos de litígio. A notícia é avançada pelo jornal alemão Die Zeit.

Há vários cenários a serem analisados pelo governo de Angela Merkel. No mais brando, estuda-se a hipótese de vender unidades do Deutsche Bank, com a opção de garantias estatais para suportar estas operações. No mais extremo, o governo alemão admite ficar a deter uma participação de 25% do capital do Deutsche Bank — esta solução só avançaria em caso de emergência extrema.

Independentemente das soluções a serem estudadas, o governo espera que nenhuma delas seja necessária, salienta o Die Weit. Aliás, na segunda-feira, um porta-voz de Merkel disse que “não há fundamentos” para a especulação em torno de eventuais ajudas públicas ao Deutsche Bank.

Na origem das preocupações do governo alemão está a multa recorde que os EUA querem aplicar ao Deutsche Bank. O Departamento de Justiça norte-americano quer multar a instituição alemã em 14 mil milhões de dólares (cerca de 12,5 mil milhões de euros), no âmbito de um processo judicial em que o Deutsche Bank é acusado de ter tido um papel relevante na crise financeira de 2008. O banco é acusado de ter concedido empréstimos imobiliários de baixa qualidade, os chamados subprime. Os responsáveis alemães já fizeram saber que não tencionam pagar este valor e dizem que “as negociações estão apenas a começar”.

Apesar da notícia avançada pelo jornal alemão, as ações do Deutsche Bank seguem a valorizar perto de 2,3%, para 10,83 euros, impulsionadas pelas declarações de John Cryan. É que, enquanto o governo elabora este plano de contingência, o presidente executivo do banco continua a garantir que o Deutsche Bank não precisa de qualquer ajuda do Estado. Um aumento de capital não se coloca “neste momento” e aceitar ajuda pública “está fora de questão”, assegura.

(Notícia atualizada às 10h40 com mais informação)

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Microsoft e Bank of America juntas pela blockchain

  • Ana Luísa Alves
  • 28 Setembro 2016

A Microsoft vai aliar-se ao Bank of America para desenvolver a blockchain, tecnologia de transações financeiras digitais.

A Microsoft e o Bank of America vão unir-se para acelerarem o desenvolvimento de um novo sistema de transações financeiras, conhecido como blockchain.

A junção destas duas empresas tem como objetivo impulsionar a mudança das transações financeiras, refere o El Economista. Quer a Microsoft, quer o Bank of America desenvolveram e aprovaram a blockchain, inovando nas operações de pagamento online entre as suas empresas, clientes e bancos.

Especialistas da Microsoft serviram como consultores e clientes nos testes inicialmente feitos, estabelecendo a primeira transação impulsionada pela Microsoft Azure, um conjunto de serviços integrados na cloud com vista uma movimentação mais rápida de dinheiro, entre uma grande empresa e uma instituição financeira, de acordo com o comunicado da Microsoft.

O objetivo ao trabalhar com o Bank of America no desenvolvimento da blockchain é “aumentar a eficiência e reduzir o risco das nossas operações financeiras“, confirmou a vice-presidente e diretora executiva da Microsoft, Amy Hood.

A ideia para a blockchain surgiu em 2008, com o aparecimento da moeda virtual bitcoin, mas só em 2009 foi posta em prática. A blockchain regista todas as transferências realizadas com a nova moeda virtual.

Editado por Paulo Moutinho

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Contas falsas obrigam CEO do Wells Fargo a abdicar de 35 milhões e do salário

  • Marta Santos Silva
  • 28 Setembro 2016

Enquanto o banco norte-americano investiga a responsabilidade de John Stumpf numa alegada fraude com contas falsas, o CEO está a ser sujeito a vários castigos.

A pressão sobre o CEO do Wells Fargo continua a aumentar agora que o conselho de administração do banco norte-americano anunciou que John Stumpf vai ser obrigado a devolver mais de 35 milhões de euros (41 milhões de dólares) em ações e vai ainda ter de abdicar do seu salário enquanto decorre uma investigação às más práticas no banco, conta esta quarta-feira o Financial Times.

A decisão do banco de recuperar os 35 milhões de dólares em ações, que tinham sido entregues a Stumpf como prémio e que este só poderia vender mais tarde, foi anunciada no final do dia de terça-feira após uma reunião de emergência do conselho de administração. Tal como o CEO, também a dirigente da divisão de retalho do Wells Fargo nos últimos nove anos, Carrie Tolstedt, terá de entregar quase 17 milhões de euros em ações e vai sair da empresa três meses mais cedo do que o previsto, sem indemnização. Nem Stumpf nem Tolstedt poderão receber bónus em 2016.

John Stumpf tem estado sob escrutínio desde que o Wells Fargo foi multado em 165 milhões de euros (185 milhões de dólares) pelo regulador norte-americano por ter permitido que alguns empregados abrissem contas falsas para clientes que não as tinham pedido nem autorizado. O número de contas falsas abertas apenas para esses funcionários atingirem os seus objetivos de vendas poderá ascender aos dois milhões.

O escândalo valeu ao Wells Fargo não só uma multa de valor excecionalmente alto como também críticas vindas de reguladores, deputados e senadores, com alguns a pedirem um inquérito a possíveis violações das leis do trabalho. Sob grande pressão política, o banco tem tentado reconstruir a sua reputação sem a saída do atual CEO. John Stumpf lidera o banco enquanto diretor executivo desde 2007.

O banco conduz agora uma investigação interna para tentar perceber o papel de John Stumpf no escândalo das contas falsas, deixando aberta a porta para futuras sanções mais pesadas sobre o CEO. “Estamos profundamente preocupados com estas questões, e comprometemo-nos a assegurar que todos os aspetos dos negócios da empresa são realizados com integridade, transparência e supervisão”, disse aos jornalistas o diretor independente Stephen Sanger.

Stumpf obrigado a sair da Fed

John Stumpf foi ouvido na semana passada no Capitólio por um comité do senado norte-americano para as práticas bancárias, onde foi confrontado com uma exigência de demissão por parte da senadora democrata Elizabeth Warren, e é esperado novamente em Washington esta quinta-feira para ser interrogado por um comité de serviços financeiros.

Na semana passada, as declarações de Warren fizeram manchete nos Estados Unidos pela sua dureza, como se lê no Washington Post. Warren pressionou Stumpf acerca do que ele ganhou pessoalmente com a fraude das contas falsas, afirmando: “Enquanto este golpe acontecia, você detinha uma média de 6,75 milhões de ações do Wells Fargo. O preço das ações nesse período subiu cerca de 30 dólares, o que representa mais de 200 milhões de dólares em lucros só para si pessoalmente“.

Após interromper Stumpf várias vezes e de o ter criticado por não ter demitido qualquer executivo dos quadros superiores na sequência do escândalo, Warren concluiu: “Devia demitir-se, devia devolver o dinheiro com que ficou quando enquanto esta fraude decorria, e devia ser investigado num processo criminal pelo Departamento de Justiça”.

A grande pressão sobre o CEO obrigou-o também a demitir-se do seu cargo enquanto conselheiro da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), onde pertencia a um grupo de 12 executivos de bancos que reuniam com a Fed quatro vezes por ano para discutir assuntos económicos. “John tomou uma decisão pessoal de se demitir”, lia-se num comunicado do Wells Fargo. “A prioridade dele é liderar o Wells Fargo”.

Editado por Paulo Moutinho.

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BCP sobe 3% com negociações com Fosun, Haitong mantém-se neutra

Ações do BCP avançam para o valor mais elevado da última semana, após banco confirmar progressos nas negociações com Fosun. Entretanto, a Haitong mantém recomendação neutra para os títulos.

Os títulos do BCP valorizavam 3,33% até 0,0155 euros, negociando ao nível mais elevado da última semana, depois do banco ter anunciado ao mercado “progressos substanciais” nas negociações exclusivas que mantém com os chineses da Fosun e de ter revelado pormenores acerca do reverse stock split que juntará 75 ações num só título.

Sendo uma das ações mais transacionadas em Lisboa, em pouco mais de uma hora de negociação já foram trocados mais de 47 milhões de papéis do banco liderado por Nuno Amado, comparando com a média diária de 332 milhões de títulos dos últimos 12 meses. Por esta altura, o PSI-20, o principal índice português, avança quase 1% até 4.461,87 pontos.

“O BCP informa que, em reunião de ontem, o seu conselho de administração apreciou favoravelmente o desenvolvimento, com substanciais progressos, das negociações com a Fosun”, refere um dos dois comunicados que o banco enviou na manhã desta quarta-feira ao regulador. Um comunicado que está a puxar pelas ações que recentemente tocaram em mínimo histórico.

A Haitong lembra que a proposta da Fosun, que numa primeira fase deverá ficar com cerca de 16% do capital do BCP, podendo essa posição aumentar até 20%-30%, está sujeita a várias condições, sobretudo a confirmação das autoridades portuguesas de que não haverá uma contribuição especial para o fundo de resolução nem o reconhecimento de futuras contribuições, a aprovação da concorrência e autoridades regulatórias.

Fusão de ações é neutral

O BCP estabeleceu, num outro comunicado ao mercado, o valor da contrapartida a pagar aos acionistas pelas ações que não permitam a atribuição de um número inteiro de ação: 0,0257 euros por ação. Isto num agrupamento de ações que ocorrerá a 24 de outubro.

Para os analistas do Haitong, o reverse stock split não muda a avaliação que fazem do banco, que mantém o preço-alvo de 0,02 euros e a recomendação neutra para os títulos do BCP. A opinião do banco de investimento é de que este processo é neutral para o BCP.

“O reverse stock split é apenas um ajustamento técnico do número de ações de uma determinada companhia. Não tem qualquer impacto na nossa avaliação de toda a companhia. Baseado no preço de fecho de ontem, o preço da ação após o reverse stock split será 1,125 euros por ação, valor que compara com a nossa avaliação justa proforma de 1,5 euros por ação”, afirma o Haitong numa nota de análise a que o ECO teve acesso.

 

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Axel Weber afasta comparação entre Deutsche Bank e o Lehman Brothers

  • Ana Luísa Alves
  • 28 Setembro 2016

Axel Weber disse esta manhã que aquilo que está a acontecer com o Deutsche Bank em nada tem a ver com o Lehman Brothers.

O Deutsche Bank está no centro das atenções dos investidores. São grandes os receios com a sustentabilidade da instituição financeira alemã, mas Axel Weber, atual presidente do UBS, afasta comparações com o Lehman Brothers. Diz que não irá provocar um “momento Lehman”.

O ex-presidente do Deutsche Bank diz que o que está a acontecer com o banco alemão não pode ser comparado como que aconteceu com o Lehman Brothers, porque “as ligações que existiam entre os bancos foram reduzidas”. Ou seja, problemas num banco não arrastarão outros bancos.

Em entrevista à Bloomberg, o antigo membro do BCE sublinhou o fato de o setor financeiro na Europa estar a lutar pela rentabilidade num contexto de taxas de juro muito baixas. Apesar disso, diz que não acredita que se assista a movimentos de consolidação.

Sobre os bancos centrais, o antigo membro do BCE reconheceu que “não alcançaram as metas que se propuseram atingir e que por isto, acabaram por perder a sua credibilidade“. E acrescentou que “os bancos centrais devem perguntar-se se têm feito o suficiente”.

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Búlgara Kristalina Georgieva entra na corrida a secretária-geral da ONU

  • ECO e Lusa
  • 28 Setembro 2016

A decisão de avançar foi tomada depois de a anterior candidata ter caído nas preferências da última votação secreta.

A Bulgária mudou a sua candidata ao cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), substituindo Irina Bokova por Kristalina Georgieva, anunciou o primeiro-ministro do país, citado pela AFP. A decisão foi tomada depois de Bokova ter caído nas preferências na última votação secreta, que deu a quinta vitória consecutiva a António Guterres, refere a Reuters.

“Consideramos que esta será uma nomeação mais bem sucedida”, adiantou Boiko Borisov, primeiro-ministro búlgaro, que acredita que Kristalina Georgieva aumenta as hipóteses da Bulgária de assumir a liderança da ONU.

Georgieva é vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo orçamento da zona euro. Apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel, é considerada a mais difícil adversária do ex-primeiro-ministro português António Guterres na corrida à liderança das Nações Unidas.

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