Responsável do Tesouro americano: “Dólar excessivamente forte” afeta economia

Novo responsável pela pasta do Tesouro reforça especulação de que a Administração Trump deverá retirar o apoio à divisa norte-americana perante a valorização acentuada do dólar desde as eleições.

Com a nota verde em máximos de mais de uma década face ao euro, o novo responsável do Tesouro norte-americano considerou que um “dólar excessivamente forte” poderá ter um efeito de curto prazo negativo na economia.

“A força do dólar tem estado historicamente ligada à força da economia norte-americana e à crença dos investidores na capacidade de fazer negócios nos EUA”, referiu Steven Mnuchin, o secretário de Estado do Tesouro nomeado por Donald Trump, numa resposta por escrito a um senador quando questionado sobre as implicações de uma eventual valorização de 25% do dólar. “De tempos a tempos, um dólar excessivamente forte poderá ter implicações de curto prazo negativas na economia”, frisou Mnuchin, citado pela agência Bloomberg.

O dólar caiu para um mínimo de mais de seis semanas após as declarações de Mnuchin, seguindo a negociar acima dos 0,93 euros, quando muitos analistas apontam para uma paridade entre as duas moedas a acontecer este ano em virtude dos ciclos monetários divergentes nos dois blocos e do plano orçamental prometido por Trump. As declarações do próximo titular da pasta do Tesouro americano — o equivalente ao ministro das Finanças — constavam das respostas de Mnuchin a perguntas colocadas pelos senadores na semana passada.

"A força do dólar tem estado historicamente ligada à força da economia norte-americana e à crença dos investidores na capacidade de fazer negócios nos EUA.”

Steven Mnuchin

Secretário de Estado do Tesouro dos EUA

O comentário do secretário de Estado vai ao encontro da preocupação de Trump, que também já declarou que a divisa norte-americana se encontra num nível muito elevado face a outras moedas, intensificando a especulação de que a nova administração poderá reverter a política cambial de suporte à nota verde.

O antigo banqueiro do Goldman Sachs adiantou ainda que “um dólar forte aumenta o poder de compra do consumidor norte-americano”. Além disso, “na medida que o dólar ganha terreno face a outras moedas, os ativos negociados em outras divisas seriam mais baratos na perspetiva do dólar”.

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