Direitos afundam 20%. Apenas um terço rodou em bolsa

  • Rita Atalaia
  • 30 Janeiro 2017

No último dia de negociação em bolsa, os direitos do aumento de capital afundaram 20%. Isto num período de transação em mercado regulamentado em que apenas um terço dos direitos trocou de mãos.

No último dia de negociação em bolsa, os direitos do aumento de capital afundaram mais de 20%. Tanto em relação ao preço teórico de destaque como em comparação com ao preço de estreia no mercado perderam valor, isto num período de transação em mercado regulamentado em que apenas um terço dos direitos trocou de mãos.

Os títulos chegaram a disparar mais de 10%. Mas inverteram, acelerando a tendência de queda à medida que o sentimento negativo no setor bancário europeu — que cedeu quase 2% — contagiou os títulos do BCP. Os direitos do aumento de capital afundaram 20,98% para 58 cêntimos na última sessão em que foram negociados na Euronext Lisboa.

Com esta forte queda, os direitos acabaram por apresentar uma desvalorização tanto em relação ao valor teórico do destaque da cotação, que foi de 66,5 cêntimos, como ao preço teórico a que se estrearam no mercado, de 1,005 euros. Tendo em conta esta cotação, acumularam uma queda de 42,3% nas oito sessões de negociação em mercado regulamentado.

Esta cotação fica também muito abaixo do preço médio ponderado de 73,70 cêntimos de todas as transações realizadas com direitos neste período. Entre os 296.965.447 de direitos negociados, houve 27% de investidores que face à cotação de fecho do BCP nesta última, de 14,62 cêntimos (após uma queda de 4,63%), pagaram mais para comprar as novas ações. Mas também houve quem conseguisse uma “borla” de quase 9,94% ao comprarem direitos que permitem comprar as novas ações do BCP a 14,25 cêntimos.

Só um terço trocou de mãos

O BCP tem, antes do aumento de capital ficar concluído, 944 milhões de ações. Por cada ação foi emitido um direito de subscrição para os novos títulos que chegarão ao mercado nas primeiras semanas de fevereiro. Contudo, uma semana depois do arranque da negociação destes direitos em bolsa, apenas um terço trocou de mãos em bolsa.

No total, foram negociados 296.965.447 direitos em mercado regulamentado. Este reduzido volume não érsuficiente para que a Fosun reforce a sua posição até aos 30% — assim como a Sonangol — como se comprometeu.

No comunicado enviado pelo BCP ao mercado é indicado que a Fosun “apresentou já uma ordem irrevogável de subscrição antecipada de um número de ações que, caso seja integralmente satisfeita, lhe permita passar a deter 30% do capital social do BCP após a oferta”. Isto ainda poderá acontecer nos próximos dias, quando os direitos vão ser negociados fora de bolsa.

Negociação “às escuras”

Durante dois dias, os direitos vão negociar fora da bolsa. E será neste período que a Fosun e a Sonangol poderão tentar reforçar a sua participação no banco liderado por Nuno Amado. Mas o resultado desta negociação apenas se saberá depois do fim do período de subscrição dos direitos, o que acontecerá a 2 de fevereiro.

Com dois “gigantes” a criarem pressão compradora, a lógica será que o valor dos direitos possa subir, algo que não se tem visto nas últimas sessões. Os direitos do BCP perderam valor nas últimas quatro sessões, registando quedas acentuadas que têm pressionado as ações do banco liderado por Nuno Amado.

No dia 3 de fevereiro, os investidores vão ficar a saber o resultado da operação e será feito o pagamento dos direitos. No dia 9 do mesmo mês, as novas ações começam a negociar em bolsa.

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