Malparado: Estado poderá investir ao lado de privados na reestruturação de empresas

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2017

Possibilidade está em estudo. Ideia aproxima-se do programa Capitalizar, mas admite o cofinanciamento público no reforço do capital de empresas com crédito malparado.

O Estado poderá investir ao lado de privados na reestruturação de empresas com crédito malparado junto da banca. A possibilidade está em estudo, diz o Jornal de Negócios esta terça-feira.

A lógica aproxima-se da do programa Capitalizar mas admite o cofinanciamento do Estado no reforço de capital de empresas em que se verifique que a reestruturação é positiva para a economia e a limpeza da banca.

O jornal indica que quase 20% do crédito em Portugal está sob stress — 30 a 35 mil milhões de euros –, apontando para a métrica mais abrangente do malparado usada pela Autoridade Bancária Europeia. Quase 70% são empresas. Uma simulação do Banco Central Europeu (BCE) já indicou que uma limpeza geral poderia aumentar a taxa de rendibilidade da banca em cinco pontos, retirando o sistema financeiro português do vermelho.

Também a OCDE no último relatório sobre Portugal alertou para o problema dizendo que adiar uma solução para o problema do crédito malparado “é uma estratégia arriscada” que compromete a saúde dos bancos, o investimento e o crescimento económico, e por isso pediu às autoridades a fazer mais.

O Jornal de Negócios salienta, porém, que também há custos. Os bancos nacionais já provisionaram 40% — entre 12 e 15 mil milhões de euros — do malparado, mas isso não compensa as perdas a que estão sujeitos numa limpeza aos atuais preços de mercado, diz.

Em entrevista ao ECO, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares já indicou que “há várias soluções que estão a ser estudadas e pensadas” para resolver o problema do crédito malparado, “também com o Banco de Portugal e o Governo”. “Esperemos que, a breve prazo, possamos ter uma resposta para um problema que é um constrangimento à concessão de crédito, ao nosso sistema bancário, às nossas empresas”, frisou Pedro Nuno Santos.

Recorde-se que o próprio Banco de Portugal já tinha reconhecido que tem entre mãos várias propostas para o malparado. Uma delas é a do consórcio formado pela sociedade Vieira de Almeida e a Deloitte, em conjunto com António Esteves, antigo partner do Goldman Sachs, que estão dispostos a pagar 15 mil milhões de euros para resolver os cerca de 30 mil milhões de euros de crédito malparado que a banca nacional detém, segundo as regras do banco central.

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