Caso CGD: “Não foi só no BES que houve má gestão”

Marques Mendes quer que sejam esclarecidas as causas dos prejuízos da Caixa e pergunta pela auditoria forense prometida há um ano. O Novo Banco e o caso das offshores também merecem um comentário.

Marques Mendes quer que sejam esclarecidas as causas dos prejuízos da Caixa e pergunta pela auditoria forense prometida há um ano. O Novo Banco e o caso das offshores também merecem um comentário.

Na semana em que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou prejuízos históricos de 1.859,5 milhões de euros e anunciou ter reconhecido imparidades de três mil milhões de euros, Marques Mendes diz que “tal como aconteceu no BPN e no BES é preciso esclarecer os prejuízos na Caixa”, nomeadamente saber quem deu os créditos no passado [que geraram essas imparidades] e que garantias foram prestadas por esses créditos.

“A verdade é inconveniente, mas não foi apenas no BES que houve má gestão, também houve no banco público”, diz Marques Mendes no seu comentário semanal na SIC.

E aproveita para questionar “onde está a auditoria forense que foi prometida há um ano?”. Remata dizendo que os “portugueses pagam e logo têm direito a saber”.

Lone Star coloca prazo para comprar o Novo Banco

Sobre o Novo Banco, Marques Mendes diz que o processo de venda “está na reta final” e que “já é claro que vai ser vendido à Lone Star”.

Afirma que os norte-americanos ficarão com 75% do capital, sendo que o Estado (diretamente ou através do Fundo de Resolução) ficará com o remanescente, embora essa situação de ficar com parte do capital esteja a causar incómodo em Bruxelas, junto da Direção Geral da Concorrência que “vai impor condições”.

Acrescenta que, por imposição da Lone Star e da necessidade de movimentar dinheiro, foi imposto pelos norte-americanos um prazo até 31 de março para fechar o negócio. Mas o comentador da SIC garante que “já estamos na fase de discutir o contrato”.

Offshores: “Caso é um incómodo para o CDS e PSD”

Sobre a polémica das offshores, Mendes diz que o caso “é um incómodo para o PSD e para o CDS. É um incómodo para o próprio Paulo Núncio. Pode ser uma mera coincidência, mas é desagradável”.

O jornal Público diz hoje que o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, esteve ligado ao registo de cerca de 120 novas sociedades na Zona Franca da Madeira. O dado poderia não ter qualquer relevância, não fosse José Azevedo Pereira, ex-diretor geral do Fisco, ter contado aos deputados da Assembleia da República que as únicas dúvidas que se colocaram ao então secretário de Estado — na hora de decidir se publicava as estatísticas de transferências para offshores — estarem relacionadas, precisamente, com os fluxos de capitais saídos da Madeira.

Marques Mendes diz que “toda a gente tem o seu passado” profissional, mas recorda que sempre criticou a decisão de não publicação das estatísticas. “Até pelo passado, ele [Paulo Núncio] não deveria ter nenhuma posição na matéria. A haver aquela decisão [de não publicação de estatísticas], não deveria ser tomada por ele, mas por outra pessoa no Governo”, conclui.

 

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