António Costa: Cidadãos devem estar “no centro” do projeto europeu

O primeiro-ministro português, António Costa, falou em Madrid no final da cimeira dos países do sul da Europa. E considerou que os cidadãos devem estar "no centro" do projeto europeu.

O primeiro-ministro António Costa defendeu esta segunda-feira que os cidadãos têm de estar “no centro” do projeto europeu. O chefe do Governo português discursava à saída da cimeira dos países do sul da Europa, que decorreu em Madrid, perante os presidentes de França e do Chipre e dos primeiros-ministros de Espanha, Itália, Grécia e Malta.

António Costa enalteceu o facto de “países tão diversos” serem capazes de ter “uma visão tão comum em relação ao futuro da Europa”, um dos pontos principais desta reunião de líderes. Outro tema quente foi a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e, sobre isso, o primeiro-ministro disse ser necessário defender os interesses dos “cidadãos europeus que querem permanecer no Reino Unido”.

Para o governante, é necessário dar aos cidadãos “confiança no futuro da Europa através de uma política comercial ativa, que vença a ideia do protecionismo e nos permita dialogar com outras regiões do mundo”. “Temos de dar a garantia de que somos capazes de regular de forma eficaz o fluxo migratório” e dar a garantia “de prosperidade assente na energia e no novo mercado digital”, disse. E acrescentou: “É para nós muito claro que o futuro da Europa e do desenvolvimento exige bases sólidas. A base mais sólida exige a estabilização da Zona Euro e a consolidação do euro.”

“Coordenámos a nossa posição com vista à cimeira do Brexit no final do mês”, disse, por sua vez, Paolo Gentiloni, primeiro-ministro de Itália. “Falámos muito de como tornar mais forte o crescimento da macroeconomia, que deve continuar, que se deve acelerar”, referiu. Ainda assim, os números não chegam por si só: “A nossa mensagem é a de que o crescimento deve vir acompanhado de políticas de emprego, de um debate fundamental sobre o pacto de estabilidade e das suas regras”, sublinhou.

Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia, apostou num discurso positivista, agradecendo aos seis países “todo o apoio e solidariedade” para que a Grécia consiga ultrapassar a crise. “A Grécia conseguiu no último período alcançar objetivos económico, como o objetivo de um superavit primário de 3,96%. Chegamos ao momento de alcançar uma solução substantiva em relação à dívida grega que ofereça uma perspetiva de saída da crise”, indicou.

“No final da segunda avaliação, chegaremos à conclusão que a Grécia ultrapassou a crise, a Zona Euro ultrapassou a crise, e os países do sul colocarão em cima da mesa uma série de pedidos que deverão ir ao encontro da coesão económica e da coerência social”, avançou o líder grego, falando ainda na “necessidade de restringir os riscos e a falta de sensibilidade. “Cervantes, que lutou no nosso país, disse que o que é absurdo é ver o mundo só como é e não como deveria ser. Nós, o que desejamos, é ver a Europa como uma Europa que poderia ser e não como uma Europa que é, e trabalhar nesse sentido”, conclui Tsipras.

No geral, os líderes dos sete países viram como justificável os ataques lançados pelos Estados Unidos contra bases militares na Síria como retaliação pelo uso de armas químicas por parte de Bashar Al-Assad. Foram ainda consensuais na condenação do terrorismo, na necessidade de regular as migrações no Mediterrâneo e no apoio ao processo de reunificação do Chipre. “Avaliamos muito positivamente o Plano Juncker”, disse também Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol e anfitrião da cimeira. Rajoy salientou ainda a necessidade de “completar o mercado único digital e o mercado único da energia”.

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