Metro: deputados da Assembleia Municipal de Lisboa criticam planos de expansão

  • Lusa
  • 16 Maio 2017

Deputados defendem entendem que a solução deve abranger a zona ocidental da cidade e incluir a opinião da população.

Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa criticaram hoje a solução apresentada pelo Governo para a expansão da rede do Metropolitano, defendendo que deverá abranger a zona ocidental da cidade e incluir a opinião da população.

Os eleitos apresentaram estas posições no debate específico que decorreu hoje na reunião plenária da Assembleia Municipal, por requerimento pelo BE.

Na semana passada, foi anunciado que a linha amarela do Metropolitano de Lisboa será prolongada do Rato ao Cais do Sodré, com duas novas estações (Estrela e Santos), que deverão estar concluídas até 2022.

O plano de desenvolvimento operacional da rede prevê também a expansão da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campo de Ourique, com duas novas estações, embora sem data prevista para os trabalhos. Já a linha verde passará a ser circular.

Para o PCP, “esta expansão não acrescenta nada de significativo para a rede existente”.

A deputada Ana Páscoa defendeu, então, “a expansão da rede do metro para a zona ocidental” de Lisboa e ainda o prolongamento “da linha vermelha até Alcântara, em vez da linha circular”.

Também para o PSD, a “expansão ocidental é o objetivo tático”, pois poderia servir “100 mil pessoas dentro da cidade, que continuam sem acesso, na zona ocidental” da cidade.

“Mas qualquer intervenção tem de ser feita ouvindo quem mais interessa, aqueles que servimos, e isso não tem acontecido”, ressalvou Luís Newton, que é também presidente da Junta de Freguesia da Estrela.

A ligação à zona ocidental da cidade foi também partilhada pelo CDS-PP.

“Este programa tem opções erradas, pouco acrescenta à rede atual e é contestada do ponto de vista técnico”, afirmou Cláudia Madeira, do PEV, acrescentando que a solução proposta “não vai ao encontro das necessidades dos utentes” e a “população ocidental fica mais uma vez à espera”.

Quanto à linha circular, a deputada municipal criticou o facto de dificultar “a orientação para os utentes” e ser “menos segura para os maquinistas”.

A par disto, o PEV considerou ainda que “não pode haver uma apressada decisão política sem um adequado suporte técnico” e o assunto “ser debatido”.

O debate alargado desta matéria é defendido também pelo MPT e pelos deputados independentes (eleitos nas listas socialistas).

Já o bloquista Ricardo Robles teme que “este possa ser o maior erro deste executivo municipal”.

Este “é um erro muito caro, que pode comprometer por muitos anos a mobilidade na cidade de Lisboa”, advogou.

Por isso, os bloquistas consideraram que “esta decisão é tão importante que merece reflexão profunda de técnicos e da população”.

Também na opinião do PAN, estas opções “devem ser repensadas”, uma vez que o “investimento na linha circular é despropositado”.

No debate participou ainda a comissão de trabalhadores do Metro e os especialistas Álvaro Costa, Pompeu Santos e Santos Silva, que partilharam da necessidade de serem realizados debates e estudos técnicos.

Em resposta, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, recusou que esta expansão seja “um erro estratégico”.

“Pela primeira vez em muitos anos corrige-se um erro”, referiu, acrescentando que a linha circular vai permitir um “funcionamento integrado do sistema de metro com capacidade de distribuição [de passageiros] na cidade”.

Já quanto à “expansão da linha vermelha para o ocidente é prioridade para a Câmara de Lisboa, assim como é ligação do aeroporto ao Campo Grande”, salientou Medina (PS), embora ressalvando que “a prioridade concreta é o fecho do anel circular”, pois já “tem financiamento atribuído”.

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