Daniel Bessa: “São precisos 500 anos para pagar a dívida”

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

Em entrevista ao Público, o antigo ministro da Economia disse ainda que conseguiria, "no mínimo", um défice nulo com os níveis de crescimento económico que Portugal tem atualmente.

O economista Daniel Bessa, ministro da Economia no tempo de António Guterres, garante que “teria, no mínimo, um défice zero” com o nível de crescimento que Portugal está a ter. Numa entrevista ao Público [acesso condicionado], considerou que o país está “a gerir mal o risco” e que, se fosse o responsável, pegaria no excedente de mil milhões e o aplicaria na redução do défice, ainda que isso impedisse de baixar os impostos e aumentar as pensões.

“Isso é que daria ao mundo um sinal de que os dez milhões de senhoras e cavalheiros deste país estão preocupados com este problema [da dívida elevada] e, de uma vez por todas, resolveram dar-lhe uma resposta”, referiu ao jornal. Para Daniel Bessa, a dívida pública elevada é “um barril de pólvora” que lhe causa “preocupação”. “O que este país não geriu (…) foi [o] risco. Acumulou dívida em excesso, um dia as coisas desandaram e a dívida caiu em cima de nós”, disse.

Assim, se fosse ministro, Daniel Bessa garantiu que pegaria no excedente de mil milhões e o aplicaria, na totalidade, na redução da dívida. “Com o crescimento que a economia está a ter, no mínimo, no mínimo eu tinha défice zero. Mais, em vez do zero eu propunha 0,5% de excedente”, atirou.

Entre outras coisas, o ex-ministro da Economia congratulou-se também por o crescimento se dever às exportações e não à procura interna, como pretendia o Governo de António Costa. “A mudança de chip na condução da coisa pública prometia um crescimento pela procura interna, através da devolução dos rendimentos e de toda essa orientação. Pela despesa pública não poderia crescer muito, como já sabemos, mas cresceria pelo consumo privado determinado pela devolução dos rendimentos. Mas a economia cresce puxada pelas exportações”, recordou.

E acrescentou: “Não, é bom, é melhor do que eu esperava, é conseguido de uma forma diferente da que o Governo disse que ia fazer. Ainda bem que o Governo, sabe-se lá porquê, contra aquilo que tinha anunciado, vê as coisas correrem bem.”

Além do mais, e ainda no campo da dívida, Daniel Bessa disse: “Este país tem esse problema da dívida. Ia-se desgraçando por causa disso. Eu gostava de dizer aos portugueses, olhos nos olhos, que qualquer pequeno sinal que possamos dar que sentimos esse problema e que estamos dispostos a atacá-lo, seria extremamente remunerador.” E atirou: “Mas, esqueçam os mil milhões. Fiquemos pelos 500 milhões por ano. Sabe quantos anos são precisos? São precisos 500 anos para pagar a dívida. Não é muito. Era um pequeno sinal.”

Sobre se o crescimento da economia portuguesa é ou não sustentável, Daniel Bessa apontou para o setor do Turismo. E sublinhou: “Quer se queira, quer não, em termos de volume o que está a contribuir mais [para a economia] é o turismo. E há grandes hesitações em Portugal em torno do turismo que eu olho com algum espanto.”

Depois, concluiu: “Surpreende-me é que no momento em que o turismo, num português mais prosaico, está a dar, haja tanta gente preocupada, a dizer que é demais. Eu acho francamente que o turismo nunca é demais. Pode ser de menos a resposta que lhe damos.”

(Notícia atualizada às 14h57 com mais informação)

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Governo abre a porta a mudar o IVA dos parques temáticos

O Governo quer diminuir os custos de cumprimento das obrigações previstas no Código do IVA e simplificar o cumprimento das obrigações dos profissionais da diversão.

O Governo abre a porta a alterar o IVA para as atividades de parques de diversão e temáticos, mas também de diversão recreativa. De acordo com a versão preliminar do Orçamento do Estado que vai ser entregue esta sexta-feira no Parlamento, a que o ECO teve acesso, há uma alteração legislativa para “diminuir os custos de cumprimento das obrigações fiscais previstas no Código do IVA”.

Em causa está uma autorização para o Governo alterar três artigos (29.º, 40.º e 41.º do Código do IVA) que regulamentam desde as disposições gerais relativas à entrega da declaração, às faturas simplificadas e os prazos de entrega da declaração. A formulação da autorização legislativa não é clara no que diz respeito às alterações que o Executivo pretende introduzir, apenas sublinha que o objetivo é a “diminuição dos custos de cumprimento das obrigações previstas no Código do IVA” e “simplificar o cumprimento das obrigações previstas [nos artigo já referidos] por parte dos sujeitos passivos” que exerçam atividades no âmbito parques de diversão e temáticos, mas também de diversão recreativa.

Recorde-se que os chamados empresários da diversão têm multiplicado as formas de protesto exigindo que o IVA passe a ser de 13%. Já foi de 6%, mas passou para 23% na altura da troika. Argumentam que a atividade deve ser classificada como cultural e não como lazer.

O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversões (APED), Luís Paulo Fernandes, apelou inclusivamente ao Presidente da República para interceder por estes cerca de 120 empresários em nome individual que geram receitas anuais em torno dos 600 mil euros. A Associação pediu um alvará para concorrência legal e que sejam tomadas medidas específicas de apoio à sustentabilidade e valorização da atividade das empresas itinerantes de diversão.

Esta autorização legislativa tem uma duração de 180 dias e a versão preliminar do Orçamento de Estado para 2018 admite que “posteriormente” as alterações introduzidas se estendam a outras atividades. “Sem prejuízo de posteriormente se estender o respetivo âmbito de aplicação subjetivo”, diz o documento.

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Monzón rejeita liderança da Prisa

Monzón era a grande aposta da Prisa, a dona da Media Capital, para ser o novo presidente. Mas o cargo foi rejeitado horas antes de assumir o compromisso no conselho de administração.

Esperava-se que o chairman da Prisa, Juan Luis Cebrián, fosse substituído por Javier Monzón. Mas horas antes da reunião desta sexta-feira, onde deveria ser oficializada a transição, Monzón rejeitou a proposta.

A substituição do atual chairman, Juan Luis Cebrián, é uma condição para que seja possível o aumento de capital 500 milhões de euros que a Prisa planeia, tal como avançou o jornal El País.

Javier Monzón é o atual conselheiro do Santander e antigo CEO da Indra, pelo que seria uma hipótese do agrado dos acionistas — agora, descartada. Dada a situação financeira débil, com dívida a vencer em 2018, a empresa espanhola tem urgência em aumentar a liquidez.

Outra fonte de liquidez seria a eventual venda da Media Capital, dona da TVI à Meo/Altice. Esta sexta-feira, o presidente executivo da Altice, Michel Combes disse ter “plena confiança” no processo de compra da Media Capital e nos reguladores portugueses.

No entanto, não deixou de se mostrar surpreso com a pressão que tem verificado em relação à operação. “Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas”, disse.

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Quem usa carvão para gerar energia vai pagar taxa extra

As empresas que utilizem carvão, ou derivados do mesmo, para produzir energia vão ter um imposto extra. A medida prevista no Orçamento do Estado faz parte do plano de descarbonização do Governo.

O Governo vai implementar uma taxa extra sobre as empresas que utilizem carvão ou derivados do mesmo para a produção de energia. A medida, apresentada na versão final da proposta de Orçamento do Estado para 2018, faz parte do plano de descarbonização do Executivo, sendo que o valor do imposto a pagar irá aumentando nos próximos anos.

“Durante o ano de 2018, os produtos classificados pelos códigos NC 2701, 2702 e 2704, que sejam utilizados na produção de eletricidade, de eletricidade e calor (cogeração), ou de gás de cidade, por entidades que desenvolvam essas atividades como sua atividade principal, são tributados com uma taxa correspondente a 10% da taxa de ISP e com uma taxa correspondente a 10% da taxa de adicionamento sobre as emissões de CO2“, diz o documento.

“Nos anos subsequentes, as percentagens previstas no número anterior são alteradas a partir de 1 de janeiro de cada ano, nos seguintes termos:

  • a) 25% em 2019;
  • b) 50% em 2020;
  • c) 75% em 2021;
  • d) 100% em 2022″.

Esta medida vem ao encontro do objetivo do Governo de reduzir as emissões de gases poluentes. Na sessão de lançamento da iniciativa “Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050”, na Culturgest, em Lisboa, António Costa já tinha afirmado que é “fundamental alinhar o sistema fiscal com o objetivo de descarbonização, eliminando os sinais errados dados à economia, pelos incentivos aos combustíveis fósseis que ainda persistem”.

Nessa mesma intervenção, o primeiro-ministro tinha já dito que em 2018 iria iniciar-se “uma análise aprofundada da fiscalidade sobre os combustíveis, de forma a serem devidamente internalizados os impactos ambientais associados à sua utilização”. Anunciou ainda que vai “revitalizar a taxa de carbono e estabelecer preços mínimos a adotar nos próximos anos”.

Receita vai ajudar a reduzir défice tarifário

Esta taxa sobre estas empresas, que deverá chegar, entre outras, à EDP, de acordo com fontes do ECO, irá financiar tanto o sistema elétrico português, mas também deverá contribuir para uma redução do défice tarifário. O universo de empresas abrangidas será, no entanto, reduzido já que poucas utilizam o coque de carvão para a produção de eletricidade.

“A receita decorrente da aplicação dos números anteriores é consignada nos seguintes termos:

  • a) 50% da receita do ISP para o sistema elétrico nacional ou redução do défice tarifário do setor energético, no mesmo exercício da sua cobrança;
  • b) 50% da receita do ISP para o Fundo Ambiental.

O documento termina afirmando que a “transferência das receitas previstas na alínea a) do número anterior opera nos termos e condições a estabelecer por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e energia”, já “as receitas previstas nas alíneas b) e d) do n.º 3 devem ser aplicadas em medidas de apoio à descarbonização da sociedade”.

(Notícia atualizada às 21h52. Na versão preliminar a receita obtida era consignada a cinco entidades. No documento final, passa a haver apenas dois beneficiários)

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Quem ganhou os Prémios Sapo?

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

Este ano, a conhecida plataforma premiou 17 agências, 20 anunciantes e 25 campanhas e angariou 15.600 euros que doou a uma associação. Saiba quem foram os vencedores desta edição.

Foram conhecidos esta quinta-feira os vencedores deste ano dos já tradicionais Prémios Sapo. Existem há 16 anos e premeiam o que de melhor se faz ao nível da comunicação no mundo digital. No total, neste ano de 2017, a conhecida plataforma portuguesa premiou 17 agências de comunicação/meios, duas dezenas de anunciantes e 25 campanhas promocionais.

Os vencedores distribuíram-se por 30 categorias, separadas pelas áreas da criatividade e dos meios, assim como prémios especiais, media digital e prémios atribuídos pelo júri. Este ano, os três painéis de jurados foram coordenados pelo presidente executivo do GroupM, José Pedro Dias Pinheiro.

Entre os premiados, o Sapo distingue a NOSSA como a agência criativa do ano, a MEC Portugal como a agência de meios do ano, a Unicer como o anunciante do ano e o “Serviço Despertar” da McDonald’s como a campanha do ano, desenvolvida pela Fullsix Portugal. Consulte aqui a lista completa dos premiados.

Neste ano, a Sapo recebeu 158 submissões. O valor angariado com as inscrições alcançou os 15.600 euros, que foram entregues a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica.

“Os Prémios Sapo existem há mais de 16 anos e constituem um marco no calendário nacional do mercado de publicidade: são os únicos que distinguem o que de melhor se cria e divulga em publicidade e comunicação digital. Até hoje já foram entregues mais de 1.000 troféus nas várias categorias”, avançou o Sapo em comunicado.

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Rendimentos mensais entre 607 e 679 euros beneficiam com o novo mínimo de existência

A EY fez simulações para avaliar o impacto do novo mínimo de existência nos salários. Leque dos beneficiários são contribuintes que têm rendimentos mensais entre 607 e 679 euros.

No Orçamento do Estado para 2018, o Governo decidiu aumentar o número de famílias que não vão ter de pagar IRS. Como? Através da subida do mínimo de existência dos atuais 8.500 euros para um valor correspondente a 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais, mas que também não poderá ficar abaixo do salário mínimo.

Assim, os contribuintes que estão no primeiro escalão, e apenas estes, são beneficiados com esta espécie de travão ao IRS, que visa garantir que ninguém fique com um rendimento disponível abaixo de um determinado valor. Assim, os contribuintes com rendimentos mensais entre 607 — valor a partir do qual se começa a pagar IRS — e 679 euros são diretamente beneficiados pela medida. O cálculo é obtido através da divisão de um rendimento anual bruto de 9.515 por 14 (o número de salários anuais). Este é o rendimento a partir do qual já não beneficia do novo valor do mínimo de existência, mas assumindo o pressuposto de que o sujeito passivo tem despesas gerais familiares de 250 euros, revelam os cálculos da EY para o ECO.

Nas versões preliminares do Orçamento do Estado foram vários as alternativas avançadas para o valor deste travão: começou por ser de 8.850, falou-se numa alteração à própria forma de cálculo do mínimo de existência e na última versão a que o ECO teve acesso está em cima da mesa a dupla garantia de que o limiar vai corresponder a 1,5 Indexantes dos Apoios Sociais, mas também não poderá ficar abaixo do salário mínimo.

O ECO voltou a pedir à EY que fizesse novas simulações com o mínimo de existência a rondar os 9.000 euros, mais precisamente 8.980 euros, e mantendo a forma de cálculo como até aqui. Ou seja, usando as regras definidas no artigo 70.º do Código de IRS que determina que após a aplicação das taxas de imposto “não pode resultar, para os titulares de rendimentos predominantemente originados em trabalho dependente ou em pensões, a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior 8.500 euros”, um valor atualizado agora para os 8.980.

Considerando um solteiro, com rendimentos brutos anuais a variar entre os 8.700 euros e os 9.600 euros, eis o resultados das simulações:

 

Neste caso o contribuinte não tem de pagar imposto dada a subida do mínimo de existência.

 

Este contribuinte continua a ter de pagar IRS, mas tem um aumento do seu rendimento disponível de 439,92 euros, isto porque passa a pagar apenas 20 euros de IRS.

 

Já no caso dos solteiros sem filhos com um rendimento bruto de 9.300 euros, o IRS a pagar passa de pouco mais de 500 euros para 320. Ou seja, tem um aumento de 183 euros no seu rendimento líquido anual.

 

Finalmente, se o contribuinte ganhar 9.600 euros brutos tem de pagar, em 2018, os mesmos 546,92 euros.

As simulações apresentadas dizem respeito a um sujeito passivo solteiro, mas basta multiplicar os rendimentos apresentados por dois para ter a simulação para um casal sem filhos.

Esta subida do limiar de existência (que já era conhecida desde setembro) foi negociada com o Partido Comunista, e deverá entrar em vigor no próximo ano com o Orçamento do Estado para 2018, embora os contribuintes só devam sentir algum alívio em 2019 quando acertarem as contas com o Fisco em relação ao rendimento auferido no ano anterior.

De sublinhar que de acordo com a última versão preliminar os trabalhadores independentes também deverão ser abrangidos por este travão ao IRS, beneficiando assim de um aumento do rendimento disponível.

Pressupostos das simulações da EY

  1. As presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos, incluindo a consideração do mínimo de existência de Euro 8.500 para 2017 (correspondente ao rendimento bruto líquido de IRS) e a consideração do aumento deste valor mínimo para Euro 8.980 no ano 2018, conforme noticiado.
  2. O cálculo do IRS a pagar foi efetuado considerando exclusivamente a situação de solteiro, sem dependentes, e considerando apenas a dedução à coleta por despesas gerais familiares.

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PSD propõe Maria Lúcia Amaral para provedora da Justiça

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

A antiga vice-presidente do Tribunal Constitucional é indicada pelo PSD para provedora da Justiça. O PS também está de acordo.

PSD indicou esta sexta-feira a ex-vice-presidente do Tribunal Constitucional Maria Lúcia Amaral para substituir no cargo de Provedor de Justiça José de Faria Costa, proposta que tem o acordo do PS, segundo um comunicado conjunto dos dois partidos.

As eleições para os órgãos externos da Assembleia da República estão marcadas para dia 20, depois de sucessivos adiamentos. A eleição do Provedor de Justiça implica a eleição por dois terços dos deputados – ou seja, implica um entendimento entre PS e PSD – e os dois partidos chegaram no ano passado a um acordo de princípio de que o nome a designar deveria caber aos sociais-democratas, depois de os socialistas terem escolhido um seu antigo ministro, Correia de Campos, para a presidência do Conselho Económico e Social (CES).

Maria Lúcia Amaral, nasceu em Angola, em 1957, e é formada em Direito e professora universitária. Foi eleita para o Tribunal Constitucional pela Assembleia da República (sob proposta do PSD) em 29 de março de 2007, assumindo depois o cargo de vice-presidente em outubro de 2012 e cessando funções no ‘Palácio Ratton’ em julho deste ano

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Imposto do Selo sobre o crédito aumenta em algumas situações até 14%

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

Segundo a versão final da proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Imposto do Selo aplicado em algumas situações de crédito vai aumentar no próximo ano até 14%.

O Imposto do Selo aplicado em algumas situações de crédito vai aumentar no próximo ano até 14%, segundo a versão final da proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018).

De acordo com o documento, são feitas alterações à tabela geral do Imposto do Selo (IS) em três pontos das operações financeiras, num aumento de cerca de 14% em cada um deles.

Assim, no crédito de prazo inferior a um ano (por cada mês ou fração) a taxa do IS sobe de 0,07% para 0,08%, no crédito de prazo igual ou superior a um ano a taxa aumenta de 0,9% para 1% e no crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável (onde se incluem os cartões de crédito) a taxa cresce de 0,07% para 0,08%.

Há dois anos, no Orçamento do Estado, o Governo subiu em 50%, para uma taxa de 4%, o IS aplicado a “outras comissões e contraprestações por serviços financeiros, incluindo as taxas relativas a operações de pagamento baseadas em cartões”, taxa que se manteve este ano e que não é alterada segundo a versão preliminar a que a Lusa teve acesso.

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Lucros das empresas vão financiar Segurança Social

Governo quer consignar uma parte das receitas provenientes do IRC ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.

A partir do próximo ano, uma parte das receitas do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) vai servir para financiar a Segurança Social. A medida consta da proposta do Orçamento do Estado para 2018, que prevê a consignação de dois pontos percentuais das taxas previstas no Código do IRC ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS).

“Constitui receita do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), integrado no sistema previdencial de capitalização da segurança social, o valor correspondente a 2 p.p. das taxas previstas no Capítulo IV do Código do IRC”, refere o documento.

Esta consignação vai ser feita de forma faseada, até 2021, sendo que uma parte avança já no próximo ano. O faseamento será o seguinte:

  • 0,5 pontos percentuais em 2018;
  • 1 ponto percentual em 2019;
  • 1,5 pontos percentuais em 2020;
  • 2 pontos percentuais em 2021.

“Em 2018, é transferida para o FEFSS 50% da receita de IRC consignada nos termos do presente artigo (…). Em 2019, é transferida para o FEFSS a diferença entre o valor apurado da liquidação de IRC, relativa ao ano de 2018, deduzida da transferência efetuada nos termos do número anterior”, detalha ainda a proposta.

A utilização das receitas de IRC para financiar a Segurança Social é uma ideia defendida há já muito tempo pelo ministro das Finanças. Em 2015, o cenário macroeconómico que serviu de base ao programa eleitoral do PS, elaborado por Mário Centeno e outros economistas, já defendia a consignação de parte da receita de IRC ao FEFSS. Nesse relatório, os economistas defendiam uma consignação maior do que aquela que acaba por surgir agora na proposta de Orçamento do Estado: quatro pontos percentuais da receita de IRC, em vez de dois, com uma aplicação faseada em três anos, em vez de quatro. Esse relatório previa ainda a criação de imposto sucessório para heranças de valor superior a um milhão de euros, também para financiar a Segurança Social, uma medida que, pelo menos para já, não consta da proposta de Orçamento do Estado.

Também Vieira da Silva, ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, já tinha defendido, este ano, a “taxação dos lucros” no âmbito da diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social, ressalvando que “isso não deve significar um aumento da taxação global sobre a economia”.

Notícia atualizada às 13h15 com mais informação.

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CUP pressiona Puigdemont a declarar independência da Catalunha

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

O partido enviou o pedido através de uma carta dirigida ao presidente da Generalitat, Carles Puigdemont. Anna Gabriel quer um reconhecimento da Catalunha enquanto ator político na cena internacional.

A CUP quer avançar para uma “proclamação da República” na Catalunha. Numa carta enviada esta sexta-feira a Carles Puigdemont, o partido de esquerda e independentista exige que seja declarada a independência da Catalunha, para que a região seja reconhecida no contexto político internacional, avança o El País.

Quanto à possível aplicação dos artigo 155º. da Constituição por parte do executivo de Rajoy, o partido apela para “que o façam, mas com a república já proclamada”. O governo de Madrid já prometeu uma “mão pesada” sobre a comunidade. Para o partido, permanecer “imóvel às ameaças, negociações e autoridade” de Madrid não permitirá aos catalães “existir como um povo”. “Não nos permitirá governar nem avançar na concretização de mais direitos e liberdades”, pode ainda ler-se na carta.

No mesmo documento, a CUP reconhece não ter “esperança na mediação internacional”. Mesmo que a Catalunha não possa contar com o apoio dos restantes países, o partido de Anna Gabriel afirma que a região contará com o apoio do seu povo. Na semana passada Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, avisou que, caso a Catalunha se separe de Espanha, “nunca será membro da União Europeia”. Do lado dos Estados Unidos, o secretário de Estado Rex Tillerson apelou a “uma Espanha forte e unida“.

As pressões da CUP juntam-se às de Mariano Rajoy que, esta semana, pediu esclarecimentos sobre o discurso depois do referendo que atribuiu a vitória à independência da Catalunha. Também a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) se junta a pressionar Puigdemont. Sergi Sabrià, porta-voz do partido, afirma que “deve-se deixar claro que a independência está declarada e assinada, e insistir que a vontade é a de dar uma oportunidade ao diálogo”, cita o El Mundo. Para Sabrià, a independência está “claramente declarada”.

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Governo mantém taxa extraordinária sobre a banca, energia e farmacêuticas

A proposta de OE2018 mantém a contribuição extraordinária sobre o setor bancário, apesar de vir a render menos receita. Energia e indústria farmacêutica também continuam a pagar esta taxa extra.

A banca vai continuar a pagar uma contribuição extraordinária em 2018. A medida, criada no último Governo de José Sócrates, está prevista na versão final da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano a que o ECO teve acesso, com uma diminuição da receita geradas por esta taxa extra. Esta contribuição também se mantém para o setor energético e indústria farmacêutica.

“Mantém-se em vigor em 2018 a contribuição sobre o setor bancário, cujo regime foi aprovado pelo artigo 141.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro”, lê-se no documento a que o ECO teve acesso.

Desde 2010 que esta taxa, usada para financiar o Fundo de Resolução, incide sobre o setor bancário. Este imposto foi mantido desde então. Tanto pelo Governo de Pedro Passos Coelho, como pelo Executivo de António Costa. E, ao longo dos anos, aumentou não só o número de sociedade visadas — inicialmente apenas os bancos sediados em Portugal eram alvo desta contribuição, mas Mário Centeno, alargou-a a sucursais e filiais em 2016 — como também as taxas a serem aplicadas.

Para além da banca, o Governo vai continuar a taxar o setor energético e as farmacêuticas — esta contribuição extraordinária entrou em vigor em 2014 e 2015, respetivamente. De acordo com o Plano de Estabilidade, estava já previsto que estes setores continuassem a ser alvo desta taxa, com a banca a gerar receitas de 187 milhões de euros — mas, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2018, a receita gerada por esta taxa vai recuar 2,7% para 182 milhões. Já a contribuição do setor energético é de 120 milhões de euros e a indústria farmacêutica fixa-se nos 14 milhões.

(Notícia atualizada às 00h26. Na versão preliminar constava uma contribuição extraordinária sobre os fornecedores de dispositivos médicos e reagentes. No documento final, esta taxa extra deixa de existir. Para além disso, na proposta de Orçamento apresentada na Assembleia da República é ainda revelada uma queda da contribuição do setor bancário)

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TVI/Meo: Altice acusa concorrência de “pressão infundada” junto dos reguladores

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

O presidente executivo da Altice, Michel Combes, disse à Lusa estar "surpreendido" com a "pressão indevida e infundada" da concorrência no negócio da compra da Media Capital, dona da TVI.

O presidente executivo da Altice disse esta sexta-feira à Lusa ter “plena confiança” no processo de compra da Media Capital e nos reguladores portugueses e manifestou-se “surpreendido com “a pressão indevida e infundada orquestrada” pelos concorrentes.

Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas.

Michel Combes

CEO do grupo Altice

Instado pela Lusa a comentar o processo de compra da Media Capital, Michel Combes afirmou que a “Altice tem plena confiança no processo e nas instituições regulatórias portuguesas”. “Confiamos que as decisões serão assentes em factos e méritos”, prosseguiu numa nota escrita em inglês. “Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas”, salientou.

Enquanto dono de empresas de media e novos negócios “altamente respeitados em França, nos Estados Unidos e em Israel, temos uma longa história de independência editorial e um compromisso com a qualidade”, concluiu o presidente executivo.

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