INE confirma: PIB cresceu 2,5% no terceiro trimestre

A estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística apontava para um crescimento económico de 2,5% de julho a setembro. Esta quinta-feira o INE confirmou o valor.

Depois de crescimentos de 2,8% e 3% nos dois primeiros trimestres do ano, a economia portuguesa abrandou. O INE confirmou esta quinta-feira que o PIB subiu 2,5% no terceiro trimestre, em comparação homóloga. Estes dados colocam ao alcance a meta de crescimento anual de 2,6% definida pelo Governo no Orçamento do Estado para 2018. A criação de emprego desacelerou no terceiro trimestre para 3,1%, após os 3,6% registados no segundo trimestre.

Crescimento homólogo abranda no terceiro trimestre

Fonte: INE

O consumo privado acelerou enquanto o investimento abrandou. “O contributo positivo da procura interna (3,3 p.p.) para a variação homóloga do PIB aumentou, verificando-se uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do Investimento”, refere o destaque das Contas Nacionais Trimestrais divulgado esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. O contributo da procura externa líquida foi negativo (-0,8 p.p.) no terceiro trimestre, ao contrário do que tinha acontecido no segundo trimestre.

O consumo público, após dois trimestres com variações homólogas negativas, cresceu 0,2% relativamente ao terceiro trimestre do ano passado. O consumo público acelerou para os 2,5%, principalmente por causa do crescimento das despesas em bens duradouros de 2% no 2º trimestre para 8,1% no 3º trimestre — devido à aceleração da aquisição de automóveis, especifica o INE.

Já investimento, apesar de ter desacelerado, continua a registar a maior evolução homóloga: 9,6%. A FBCF em equipamento de transporte registou uma forte desaceleração no terceiro trimestre passando de uma taxa de variação homóloga de 35,6% para 14,3%. Além disso, a componente da construção e outras máquinas também desacelerou. A única componente a crescer mais foi a dos produtos de propriedade intelectual.

E o comércio internacional? A tendência deste ano refletiu-se no PIB: as importações estão a crescer a um ritmo mais elevado do que as exportações. O aumento superior das exportações de serviços (que incluem o turismo) não foi suficiente para compensar os impactos da aceleração das importações de bens. Ainda assim, é de assinalar que “no 3º trimestre de 2017, verificou-se um ganho nos termos de troca, contrariando as perdas observadas nos três trimestres precedentes”.

Como evoluiu o crescimento em cadeia?

Fonte: INE

O crescimento em cadeia acelerou para os 0,5%, mais 0,2 pontos percentuais do que no segundo trimestre. “O contributo da procura interna (0,7%) aumentou ligeiramente no 3º trimestre, tendo-se observado um crescimento do consumo privado e uma redução do Investimento, contrariamente ao verificado no trimestre anterior”, explica o INE. A variação em cadeia contou ainda com o contributo negativo (-0,2%) da procura externa líquida.

A estimativa rápida já apontava para uma subida do PIB de 2,5% à boleia de uma aceleração do consumo. No destaque desta quinta-feira, o INE explica que “comparando com a Estimativa Rápida para o 3º trimestre, a nova informação de base incorporada, nomeadamente os deflatores do comércio internacional de bens, não implicou revisões nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB“.

Em reação aos números, o Presidente da República considerou que os dados são bons, mas é preciso “um bocadinho mais” para baixar a dívida pública. “Eu diria que é uma trajetória positiva, que ainda não é suficiente para o grande objetivo de que falava ontem [segunda-feira] o ministro das Finanças, que é conseguirmos ir reduzindo claramente a nossa dívida pública. Temos de crescer um bocadinho mais”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

Devido a essa primeira estimativa, o ISEG reviu em baixa o crescimento económico deste ano para o intervalo de 2,6% a 2,8%. Anteriormente estava entre os 2,6% e os 3%. “Tendo sobretudo em conta o resultado do terceiro trimestre, é revisto o anterior intervalo de previsão para um agora mais provável valor final no intervalo 2,6% a 2,8%”, explicaram os economistas do ISEG.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h37)

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