Incêndios: Costa e Rajoy juntos no pedido para acionar fundo de solidariedade

Primeiro-ministro português revelou em Bruxelas que Portugal e Espanha vão apresentar pedido conjunto para acionar fundo de solidariedade por causa danos provocados pelos incêndios nos dois países.

Portugal e Espanha vão apresentar um pedido conjunto para acionar o fundo de solidariedade da União Europeia, na sequência dos incêndios florestais em regiões dos dois países, anunciou esta sexta-feira o primeiro-ministro português, António Costa, em Bruxelas.

“Foi acordado com o presidente Rajoy que Portugal e Espanha vão apresentar um pedido em comum [para acionar fundo de solidariedade], visto que grande parte dos danos são danos comuns ou em continuidade das mesmas circunstâncias”, declarou o governante português no fim do Conselho Europeu. “Assim podemos ter maior eficácia junto da União Europeia na obtenção destes resultados”, frisou Costa.

 

Portugal registou vários incêndios no último fim de semana e dos quais resultaram pelo menos 43 mortos, tendo provocado dezenas de feridos, para lá dos prejuízos materiais.

"Foi acordado com o presidente Rajoy que Portugal e Espanha vão apresentar um pedido em comum [para acionar fundo de solidariedade], visto que grande parte dos danos são danos comuns ou em continuidade das mesmas circunstâncias. Assim podemos ter maior eficácia junto da União Europeia na obtenção destes resultados.”

António Costa

Primeiro-ministro

Face aos danos verificados, António Costa revelou ainda que está esperançado que os parceiros europeus venham a acolher “favoravelmente” uma proposta de considerar as despesas públicas relacionadas com incêndios como “excecionais”, sem que tenham quaisquer consequências na avaliação orçamental.

O primeiro-ministro lembrou ainda que a Comissão está a estudar uma recomendação antiga de criação de uma força europeia de Proteção Civil.

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Governo: Chuva não resolveu. Seca mantém-se

  • Lusa
  • 20 Outubro 2017

O país continua em situação de seca, sendo que a chuva só permitiu "uma recuperação muito ténue".

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, advertiu esta sexta-feira em Leiria que a situação de seca em que o país se encontra ainda permanece, apesar de se ter verificado alguma precipitação.

Não consigo dizer que a seca passou“, sublinhou João Pedro Matos Fernandes, à margem do ‘workshop’ Eco.Constrói, que se realiza hoje na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Leiria.

Todos os apelos que têm vindo a ser feitos, para que as pessoas consumam água com parcimónia, mantêm-se completamente válidos e ativos

João Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

Segundo o ministro, os números de que dispõe, obtidos na quinta-feira de manhã, em termos de recarga de albufeiras indicam que “ainda é muito ténue essa mesma recuperação“.

Estamos a falar de 1% em média nas albufeiras, onde mais faltava a água. Todos os apelos que têm vindo a ser feitos, para que as pessoas consumam água com parcimónia, mantêm-se completamente válidos e ativos. Este é um domínio onde o Governo, como um todo, liderado pelos ministérios do Ambiente e da Economia tiveram uma estratégia muito clara e garantiram que nunca ia faltar a água na torneira de ninguém”, sublinhou João Pedro Matos Fernandes.

O governante acrescentou que apesar de “este ser um problema gravíssimo, que afetou necessariamente as culturas agrícolas”, o Governo “conseguiu dar resposta” às metas “a que se comprometeu” e garantiu que não vai “relaxar” apesar da chuva.

Questionado sobre o processo da criação da Estação de Tratamento de Efluentes Suinícolas em Leiria, o ministro adiantou “há um conjunto de mudanças que têm que ser feitas na gestão dos efluentes suinícolas“.

“Essas mudanças passam por garantir que o espalhamento nos terrenos é uma técnica que tem que ser acompanhada de análises continuadas no solo, muito para além daquilo que hoje é feito. Temos também que garantir que qualquer transporte de resíduos desses efluentes vai passar a seguir o regime, que é obrigatório para todos, no próximo dia 1 de janeiro, das guias eletrónicas de resíduos”, revelou.

João Pedro Matos Fernandes afirmou ainda que “hoje é muito simples passar a responsabilidade de gerir os efluentes para entidades terceiras”, ou seja, as regras impostas a essas entidades “são muito pouco exigentes”, mas disse que isso “vai mudar”. “Essas entidades que podem gerir os efluentes das suinicultoras têm de ser vistas como entidades gestoras de resíduos, como são aquelas a que já nos habituámos a ver, como a Sociedade Ponto Verde”, concluiu.

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Sardinha: “Deve haver zero capturas em 2018”, dizem cientistas

  • Lusa
  • 20 Outubro 2017

O Conselho Internacional para a Exploração do Mar aconselha a que a pesca da sardinha seja suspensa no próximo ano, face à redução de stock. O Governo diz-se "empenhado" em preservar a espécie.

A pesca da sardinha deverá ser proibida em 2018 em Portugal e Espanha, face à redução acentuada do ‘stock’ na última década, refere o parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) divulgado esta sexta-feira. O Ministério diz estar “empenhado em manter a pesca de sardinha em níveis que permitam a recuperação”.

“Deve haver zero capturas em 2018”, recomenda o ICES, entidade científica consultada pela Comissão Europeia para dar parecer sobre as possibilidades de pesca, com base nos seus estudos dos ‘stocks’. Segundo aquele organismo, o ‘stock’ de sardinha tem vindo a decrescer de 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016. Contudo a mesma entidade, aponta para vários cenários de capturas, estabelecendo como limite 24.650 toneladas.

O Governo está empenhado em manter a pesca de sardinha em níveis que permitam a recuperação do recurso.

Ministério do Mar

Após divulgação deste parecer, o Ministério do Mar informa estar “empenhado em manter a pesca de sardinha em níveis que permitam a recuperação”. “O Governo está empenhado em manter a pesca de sardinha em níveis que permitam a recuperação do recurso”, indica a tutela em comunicado.

Para isso, “é necessário prosseguir e reforçar uma gestão sustentável e responsável”, acrescenta o Ministério do Mar, notando que “a sardinha é um recurso de interesse estratégico para a pesca nacional, cuja sustentabilidade ambiental, económica e social importa garantir, atento o impacto deste recurso nas comunidades piscatórias, na indústria conserveira e comércio de pescado, nas exportações do setor, na gastronomia e no turismo”.

Já em 2016, o organismo científico recomendava que Portugal devia parar por completo a pesca da sardinha durante um período mínimo de 15 anos para que o ‘stock’ de sardinha regresse a níveis aceitáveis. Portugal e Espanha rejeitaram o cenário de proibição de pesca da sardinha, e acordaram, no respetivo plano de gestão, fixar em 23 mil toneladas o limite de capturas anual.

Portugal adotou um modelo de gestão da pesca de sardinha participado pelo setor, com uma comissão de acompanhamento com pescadores, cientistas, industriais de conservas, comerciantes, representantes sindicais e Organizações Não Governamentais (ONG), além de ser concertado com Espanha. Portugal divide a quota de pesca de sardinha com Espanha, autorizada a pescar o restante do limite de 17 toneladas.

As medidas de gestão incluíram limites de captura diários, mensais e semestrais e períodos alargados de defeso. Em paralelo, o Governo decidiu reforçar as campanhas científicas desenvolvidas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), destinadas a recolher informação sobre o estado dos ‘stocks’.

Governo propõe limites para a captura da sardinha

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, afirmou que o Governo vai propor que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas.

“O intervalo que vamos propor para os limites de captura para os dois países situa-se entre as 13,5 e 14 mil toneladas, é um decréscimo que nos permite, ainda assim, um crescimento expectável da biomassa de 5,8%”, referiu.

Em declarações aos jornalistas, no Ministério do Mar, em Lisboa, Ana Paula Vitorino adiantou que, na próxima quinta e sexta-feira vão decorrer reuniões com Espanha e com a União Europeia, para que estes valores sejam acordados.

Questionada sobre a possibilidade do Governo não acatar as recomendações do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), para suspender a pesca de sardinha em 2018, a ministra do Mar diz que tem que ser garantido um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade do ‘stock’ e a das comunidades piscatórias.

No que se refere à aplicação de medidas para limitar a captura da sardinha, a ministra do Mar disse que foi estabelecido um pacote de medidas que engloba o aumento do período de defeso de 30 para 60 dias, o incremento da análise e acompanhamento científico da matéria em causa, bem como a criação de uma área de repovoamento e de não pesca.

“Temos duas ações que nos parecem importantes, criar uma área para repovoamento […], numa determinada área vamos tentar aumentar os juvenis e estabelecer uma área de não pesca, onde existe uma pior relação entre o que é pescado e o que aparece de novo”, acrescentou.

Porém, Ana Paula Vitorino garante que, apesar da recuperação dos níveis de sardinha ainda não se fazer sentir de uma forma substancial, houve um crescimento da biomassa.

 

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Compra da TVI: NOS assume-se “perplexa” com voto do presidente da ERC

A operadora NOS disse ter visto "com enorme perplexidade" o voto do presidente da ERC, Carlos Magno, que permitiu que a compra da TVI pela concorrente Meo avançasse para a fase final.

A operadora NOS, liderada por Miguel Almeida, assumiu-se perplexa com o voto do presidente da ERC, Carlos Magno, que acabou por viabilizar a passagem do dossiê do negócio TVI/Meo para a fase final, a da avaliação do regulador da concorrência. Foi “com enorme perplexidade” que a NOS viu esta decisão, apelidando-a de “incompreensível” e “insustentável”. A informação faz parte de um comunicado enviado esta sexta-feira às redações.

Em comunicado, a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida critica o voto do presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, e garante que a “NOS não aceita, nem se conformará com qualquer resultado que em seu entender prejudique os interesses dos cidadãos ou do país”, acrescentando que “na exata medida em que entender que esses interesses não estão assegurados, recorrerá às instâncias competentes, com vista a garantir a proteção dos mesmos”.

O Conselho Regulador da ERC não chegou a consenso sobre a operação de compra da Media Capital (dona da TVI) pela Altice (proprietária da PT/Meo), já que era necessário que os três membros estivessem de acordo. “A NOS congratula-se com o sentido do parecer que os serviços técnicos da ERC submeteram ao Conselho Regulador e, pelo voto conforme a esse parecer, e desfavorável à operação de concentração, por maioria de dois terços dos membros do Conselho Regulador da ERC”, refere a operadora.

“Foi portanto com enorme perplexidade, que a NOS constatou o voto de vencido do presidente do Conselho Regulador da ERC a esta operação, o qual se revela incompreensível e insustentável, principalmente se fundamentado nas razões já veiculadas na comunicação social”. Prossegue, aludindo ao facto de Carlos Magno, na sua declaração de voto, ter dito que o regulador não poderia impedir um negócio entre privados perante lei inexistente.

“A NOS considera que o conselho da ERC deliberou validamente e aprovou, com a maioria exigível, um parecer negativo, aliás seria inadmissível aceitar que um único membro bloqueasse a capacidade e vontade deliberativa desse órgão”, acrescenta. O vice-presidente da ERC, Arons de Carvalho, e a vogal Luísa Roseira votaram contra o negócio.

Atualmente, a ERC apenas conta com três membros, depois de terem terminado o mandato no final do ano passado, tendo os restantes saído do órgão entretanto.

“Apesar disso, não pode deixar de lamentar que uma operação como esta, com os impactos profundos que comporta para o Estado de Direito Democrático, tenha sido analisada e decidida por um Conselho Regulador que desde há nove meses está a funcionar sem as condições que a Constituição e a Lei exigiriam como normais, o que nos conduziu a uma situação de desconforto e potencial litigância que não é (nem seria) certamente desejada (nem desejável) por nenhum dos ‘stakeholders’ [partes envolvidas] neste processo que, como a NOS, zelam pelo bom funcionamento da democracia portuguesa e das instituições democráticas”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 12h30 com mais informações)

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Lesados da PT/Oi processam bancos que venderam obrigações

  • Lusa
  • 20 Outubro 2017

Uma associação com cerca de 400 lesados da PT/Oi decidiu avançar para tribunal contra bancos que venderam obrigações da antiga PT, que acabaram a pertencer à Oi e cuja dívida não foi reembolsada.

A Associação de Lesados da PT/Oi (ALOPE) vai avançar em tribunal, nos próximos meses, contra os bancos que, em Portugal, venderam obrigações e “falharam redondamente na prestação de informação”, nomeadamente quanto ao programa que permite receber dívida. Em declarações à agência Lusa, o presidente da ALOPE, Francisco Mateus, disse que aquela entidade “vai interpor ações judiciais sobre todos os intermediários [bancos e empresas a si associadas] que venderam obrigações e produtos financeiros complexos” da Oi e que “falharam redondamente na prestação da informação”.

“Não é só ficarem lá com o dinheiro das pessoas e depois não informarem”, vincou. Os lesados da PT/Oi tinham até quinta-feira para aderir ao Programa para Acordo com Credores da empresa, que lhes permite recuperar parte da dívida, num montante até 50 mil reais (13.372 euros). Prevê-se que, ao abrigo deste programa, os credores recebam de imediato 90% da dívida, que equivale a cerca de 12 mil euros. Os restantes 10%, perto de 1.400 euros, são arrecadados após a aprovação do plano de recuperação judicial da empresa, na assembleia-geral de credores.

Para isso, tinham de fazer um registo ‘online’ e entregar documentação junto do representante em Portugal nomeado pela Oi para receber os pedidos de adesão ao programa, a sociedade de advogados Carneiro Pacheco e Associados. Segundo Francisco Mateus, além das dificuldades verificadas por quem tentou aderir, noticiadas pelo ECO em primeira mão, “há pessoas completamente alheadas deste processo e os bancos não tiveram a amabilidade de informar que estava a decorrer o programa”.

“Temos tido muitas queixas de pessoas mais velhas que, por não terem acesso a meios digitais, não sabiam da existência do acordo”, notou, vincando que os bancos “deviam tê-lo feito”. Logo desde o início do processo, há cerca de cinco anos, “os vendedores informaram mal as pessoas”, que compararam obrigações, assinalou o presidente da ALOPE. Acresce que “estes investimentos — que foram comprados para a PT, que todos conhecíamos por bons motivos — foram passados para uma empresa no Brasil [a Oi] e ninguém nos informou disto”, referiu o responsável, adiantando que tal passagem foi feita “de forma obscura”.

Questionado pela Lusa sobre prazos para o arranque das ações judiciais, Francisco Mateus apontou que devem dar entrada “a partir de novembro”, mês a partir do qual a ALOPE será considerada como uma associação de investidores por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e ficará isenta de algumas custas judiciais. Ao todo, esta associação representa perto de 400 lesados, alguns dos quais “perderam muito dinheiro” neste processo. Francisco Mateus estimou ainda a existência de outros 500 lesados, que estão a ser acompanhados por sociedades de advogados. Algumas destas firmas também já interpuseram ações em tribunal contra bancos em Portugal.

Na quinta-feira, a operadora brasileira Oi garantiu os “melhores esforços” para resolver os problemas verificados na adesão ao Programa para Acordo com Credores da empresa, mas não especificou que medidas iria adotar. A Oi esteve num processo de fusão com a PT, o qual caiu na sequência do instrumento financeiro Rioforte e da queda do Banco Espírito Santo (BES) e entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado, por não conseguir negociar a dívida.

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Tem direito a desligar do seu trabalho? O que pensam os partidos

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 20 Outubro 2017

PS recebe críticas mas diz que está disponível para consensos na especialidade. Há quem peça prudência, para que as iniciativas não acabem por prejudicar os direitos dos trabalhadores.

Os deputados não se entendem quanto ao direito “a desligar do trabalho”. As bancadas parlamentares são unânimes quanto à necessidade de respeitar os tempos de descanso dos trabalhadores mas não há acordo quanto à forma de intervir no ponto da desconexão profissional. Os projetos de lei sobre este tema baixaram, sem votação, à comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social.

O debate começou com o deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda, a apontar para situações de “esgotamento e burn-out” e para o “desrespeito pelo descanso e pelo tempo pessoal do trabalhador”, fenómenos “agravados pelas novas tecnologias”. Admitindo que a lei já prevê inequivocamente o direito a desligar do trabalho, José Soeiro acrescenta depois que isso é “constrangido por contactos e solicitações permanentes” por parte da entidade patronal.

Para o BE, porém, o desafio não é regulamentar práticas de conexão para legitimar “o que hoje não é legal”. “A lei deve dar um passo em frente” e, além de garantir o direito a desligar, impor o dever de os empregadores não contactarem os trabalhadores nos períodos de descanso.

Já a socialista Wanda Guimarães afirmou que o PS está disponível para chegar a “um saudável consenso” em sede de especialidade, mas avisou que as “soluções mais radicais” nem sempre são as que “melhor defendem os trabalhadores”. E avisa que o PS está contra a articulação entre direito a desligar e assédio, uma vez que este último está tipificado na lei. Também critica a “absoluta impossibilidade de contactar um trabalhador, independentemente da função que ele desempenhe, em situações de excecionalidade ou de emergência”.

Mas é preciso ter cuidado na forma como o dever da desconexão profissional é abordado, diz Rita Rato, do PCP. Tempos de trabalho e de descanso estão definidos na lei, “não necessitando de qualquer esclarecimento”, diz. “As propostas que aqui trazemos é de prudência relativamente a esta matéria porque podemos achar que estamos a fazer coisas bem feitas, mas aquilo que estamos a fazer é a degradar as condições de trabalho e a fragilizar os direitos dos trabalhadores, alerta, receando que as alterações possam “legitimar” o que hoje é ilegal.

Também o CDS pede prudência. “Há uma diferença entre ser pioneiro e ser precipitado”, diz Filipe Anacoreta Correia, defendendo que o CDS foi o primeiro a abordar a matéria. “Não sejamos precipitados”, pediu, apelando a um “diálogo alargado” e “sério”.

Para Clara Marques Mendes, do PSD, há propostas que são um “perigo”. O direito ao descanso do trabalhador está previsto na Constituição, nota, e “não pode em circunstância alguma ser violado”. Mas a evolução da sociedade levou a “uma indefinição” das barreiras entre tempo de descanso e de trabalho. “Algumas iniciativas”, como a do PS, são perigosas para os trabalhadores, diz mesmo. Isto porque a proposta admite que o trabalhador tem direito a desligar, “salvo exigências imperiosas do funcionamento da empresa”.

Isto “é dar o total poder, completamente arbitrário, para que a entidade patronal decida que no período de descanso pode contactar o trabalhador por telefone, por email” e violar empo de descanso, afirma a deputada. “É necessário ponderar” e concertar estas matérias entre empregadores e trabalhadores, defende.

A socialista Wanda Guimarães responde às críticas, com um exemplo: “Se houver um incêndio na fábrica”, então “ninguém pode ser avisado”. Além disso, aponta ainda para a proposta do PS, que valoriza a discussão da matéria em contratação coletiva. Mas caso não haja acordo com os trabalhadores, a proposta também admite que o empregador possa definir as situações em que há “exigências imperiosas de funcionamento” por regulamento.

Para José Soeiro, deixar esta matéria para os regulamentos internos da empresa é uma “faca apontada ao peito dos trabalhadores”. Aceita que haja exceções, mas entende que o principio deve ser o de desconexão e não o de regular a conexão.

Também os Verdes mudaram a sua apreciação inicial, quando avaliaram a possibilidade de “consagrar o período de desligamento profissional”. De acordo com José Luís Ferreira, “aquilo que parecia à partida um reforço dos direitos”, poderia ser uma “fragilização do direito ao período de descanso já consagrado”

Pelo PAN, André Silva também notou que a “cultura de estar sempre ligado” traz consequências “gravíssimas” para saúde física e psíquica dos trabalhadores.

As propostas dos partidos

PS

O projeto de lei dos socialistas indica que a “utilização de ferramenta digital” não pode impedir o direito ao descanso do trabalhador, “salvo com fundamento em exigências imperiosas do funcionamento da empresa”, acrescentando que a violação desta norma constitui contraordenação grave. E como se estabelecem estas exigências? O PS diz que os acordos em contratação coletiva podem regular a utilização de “ferramenta digital” no período de descanso, férias e feriados.

Na ausência de um instrumento de regulamentação coletiva que disponha sobre estas matérias, o empregador deve tentar chegar a acordo com a comissão de trabalhadores ou comissões representativas, admitindo que o acordo até possa ser feito diretamente com os trabalhadores. Não existindo este consenso, o empregador pode definir “por regulamento as situações que devem constituir exigências imperiosas de funcionamento”.

Bloco de Esquerda

O BE defende que o período de desconexão deve corresponder a “tempo de desconexão profissional” e que a violação desta norma pode constituir assédio. Admite ainda que as formas de garantir este tempo de desconexão — nomeadamente pelo uso de tecnologias de informação e comunicação no período de descanso — podem ser estabelecidas por contratação coletiva.

Além disso, o projeto de lei prevê que o empregador seja obrigado a enviar cópia do mapa de trabalho ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela área laboral.

PCP

O PCP não tem uma proposta legislativa mas avança com um projeto de resolução. Aqui recomenda ao Governo que reponha a norma que obriga a entidade empregadora a enviar À Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) os mapas de horário de trabalho. Defende ainda um reforço dos meios de fiscalização da ACT e da contratação coletiva.

Além disso, os comunistas apontam para a “garantia de que a regulação de situações especiais que obriguem à manutenção, por parte dos trabalhadores, de estados de prevenção ou de estados em que estão contactáveis, seja feita no respeito pelos limites aplicáveis à duração do período normal de trabalho, à retribuição do trabalho suplementar, à retribuição do trabalho noturno e por turnos e da isenção de horário“. Esta organização do tempo de trabalho deve respeitar, nomeadamente, os tempos de descanso e o direito a férias, bem como a conciliação com a vida privada.

Verdes

O projeto de lei dos Verdes defende que é contraordenação muito grave “a violação do período de descanso, inclusivamente através da utilização das tecnologias de informação e de comunicação, por parte da entidade empregadora”.

CDS

O CDS também avança com um projeto de resolução. Os centristas recomendam ao Governo que inicie um debate com os parceiros sociais “com vista a incluir o direito ao desligamento quer no código do trabalho, quer nos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, nomeadamente no da entidade empregadora se abster de contactar o trabalhador fora do horário de trabalho, independentemente da forma, incluindo telefónica ou eletrónica, exceto em caso de força maior e de manifesta urgência, devidamente justificável”.

PAN

O projeto do PAN prevê o direito à “desconexão profissional” nos períodos de descanso, mas sem prejuízo de “razões de força maior”, que podem ser estabelecidas em contratação coletiva. Acrescenta que “é expressamente vedado à entidade empregadora obstar, dificultar ou sancionar, de modo direto ou indireto, o exercício pelo trabalhador do direito de desconexão profissional”, indicando ainda que a violação deste direito é contraordenação grave.

(notícia atualizada)

 

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Marcelo: Solução para indemnizar vítimas de Pedrógão deverá ser decidida em Conselho de Ministros

O Presidente da República afirmou que o Governo e os familiares das vítimas dos fogos de Pedrógão em junho já chegaram a acordo que deverá ser fechado em Conselho de Ministros este sábado.

O Presidente da República afirmou esta sexta aos jornalistas, no Hospital de Viseu, que o Governo e os familiares das vítimas dos fogos de Pedrógão em junho já chegaram a um acordo que deverá ser fechado em Conselho de Ministros este sábado.

“Ontem houve acordo entre familiares das vítimas de Pedrógão e o Governo, e amanhã no Conselho de Ministros deverá encontrar-se uma solução expedita”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre a resposta do Governo português às vítimas dos incêndios. O Presidente da República sublinhou a importância da solução encontrada, visto que teve a participação dos envolvidos.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que o ministro do Planeamento e das Infraestruturas Pedro Marques já estivera nas regiões afetadas pelos incêndios mais recentes, no caso, em Viseu, para se reunir com os autarcas, que estavam a fazer o levantamento dos danos para se poder encontrar respostas adequadas.

Nádia Piazza, a presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, já anunciara que o Governo “decidiu assumir as suas responsabilidades relativamente às vítimas mortais de Pedrógão Grande”, após ter em conta “os relatórios da Comissão Técnica Independente e do professor Xavier Viegas e o parecer jurídico do Cenjur [da Presidência do Conselho de Ministros]”.

O Governo pretende “assumir um mecanismo extrajudicial de forma a compensar os danos pelas vítimas mortais, que será mais bem apurado a partir de quinta-feira”, explicou, no final de uma reunião em São Bento com o primeiro-ministro e também a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.

Este sábado decorre um Conselho de Ministros extraordinário dedicado aos fogos de Pedrógão Grande, em junho, no qual a solução extrajudicial deverá ficar fechada e aprovada.

Marcelo atento aos problemas dos bombeiros

Mais tarde, o Presidente da República foi novamente abordado pelos jornalistas e voltou a remeter os assuntos relacionados com a Proteção Civil para o Conselho de Ministros deste sábado. “Não vou fazer comentários”, disse, “sobre uma matéria que ainda por cima o senhor primeiro-ministro anunciou que é uma das matérias que o Conselho de Ministros vai tratar amanhã”.

“Conhecendo como eu conheço o tipo de desafios que se colocam em termos de Proteção Civil aos bombeiros, quer em intervenções urbanas, quer em intervenções na floresta, e que muitas vezes se ligam, tenho a certeza que isso vai ser tratado no Conselho de Ministros de amanhã”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado recordou ainda que os bombeiros “existem todo o ano” e não só no verão, quando ocorrem incêndios florestais. “As pessoas lembram-se deles nestas alturas, mas eles existem todo o ano, com outras missões. Infelizmente há outros problemas que não são só no verão — também existem no inverno. O Presidente da República, como todas as entidades, estão atentas aos seus problemas, às suas necessidades, ao seu estatuto, ao que é preciso fazer para incentivar os bombeiros e cirar melhores condições para os apoiar”, concluiu.

Marcelo sublinha a necessidade de passar uma mensagem positiva

Durante a tarde, Marcelo visitou Seia, no distrito da Guarda, que viu 60% da sua área ardida. O Presidente da República destacou a necessidade de se passarem “mensagens positivas e viradas para o futuro”, mesmo por parte daqueles que estão distantes geograficamente, devem manter essa “solidariedade ativa e importante para o futuro”.

Marcelo afirmou ainda que a sua visita tinha três significados: “Solidariedade, porque estou solidário com todos, compreenderão que haja uma palavra muito especial para os familiares das vítimas mortais, pois essas vidas desaparecidas representam uma perda irreparável; gratidão, pela luta em condições muito difíceis, e a terceira palavra é virada para o futuro”, disse.

"O que tenho encontrado neste universo [dos bombeiros voluntários] é uma capacidade dos homens e das mulheres de resistência física e psíquica excecional. No fundo, há aqui uma ligação tão profunda à missão e à instituição, que realmente é um fenómeno, não diria só português, mas não há muitos países na Europa com esta realidade.”

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República ressalvou ainda que a sua mensagem tem sido a mesma, pois compreende a “injustiça daquelas mortes, a revolta e a dor dos momentos iniciais e a força que têm manifestado para começarem a pensar já no dia seguinte e na reconstrução das vidas”. Destacou ainda a disposição do Governo, em “avançar com uma rápida solução que sirva para as vítimas da tragédia de junho e, da mesma forma, para as vítimas da tragédia desta semana”.

(Notícia atualizada às 17h19 com mais declarações do Presidente)

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Aposta em Certificados de Aforro recua para mínimos de três anos

Há 11 meses consecutivos que os Certificados de Aforro perdem dinheiro, com o investimento total neste produto a baixar para 12.087 milhões de euros. Certificados do Tesouro continuam a crescer.

Os Certificados de Aforro voltaram a perder dinheiro em setembro, com o investimento neste produto de poupança do Estado a encolher para mínimos de quase três anos. Ao mesmo tempo, os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) continuaram a acumular as poupanças dos portugueses. Na remuneração oferecida está a explicação para o rumo distinto do investimento nos dois produtos de poupança do Estado.

De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal, divulgado nesta sexta-feira, os Certificados de Aforro perderam 46 milhões de euros em setembro, com o investimento total a fixar-se em 12.087 milhões de euros. Trata-se do montante mais baixo desde novembro de 2014.

Ao mesmo tempo, o investimento em certificados do Tesouro continua a acumular poupanças, sustentado pela subscrição de Certificados do Tesouro Poupança Mais. Em setembro, o investimento nesse produto engordou em 264 milhões de euros, para um total de 14.305 milhões de euros, o que corresponde a um novo recorde.

O rumo distinto das aplicações nestes dois produtos de poupança advém da grande diferença nas remunerações disponibilizadas, que são bastante mais atrativas no caso dos CTPM. As novas subscrições de Certificados de Aforro realizadas em outubro são remuneradas a uma taxa de juro de 0,671%. Já os CTPM oferecem no primeiro ano uma remuneração bruta de 1,25%, remuneração que nos quatro anos seguintes sobe gradualmente para atingir um valor médio de 2,25%, em termos brutos, nos cinco anos de aplicação.

A pouca atratividade da remuneração oferecida justifica que os Certificados de Aforro percam dinheiro há 11 meses consecutivos, mas, graças ao CTPM, a captação de poupança do Estado através de certificados continua a crescer, tendo-se situado no final de setembro em 26.392 milhões de euros, um novo máximo.

Apesar de o investimento em Certificados de Aforro continuar a cair, na proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Governo espera captar em termos líquidos 250 milhões de euros através deste produto. No caso dos CTPM, a expectativa do Executivo liderado por António Costa é angariar 750 milhões de euros, a mesma quantia que espera captar em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Ou seja, a estimativa é de que no próximo ano, as famílias financiem o Estado em 1.750 milhões.

(Notícia atualizada às 12h27 com mais informação)

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Professores juntam-se à greve da Função Pública marcada para dia 27

  • ECO
  • 20 Outubro 2017

A Fenprof junta-se à Frente Comum e organiza uma greve para o dia 27 de outubro.

A Fenprof fez um pré-aviso de greve para o próximo dia 27 de outubro, o mesmo dia para o qual está marcada a greve geral da Função Pública. Os professores juntam-se assim à Frente Comum, protestando contra a forma inscrita no Orçamento do Estado para o descongelamento de carreiras, bem como outras questões relacionadas com os horários de trabalho, a aposentação e o combate à precariedade.

A notícia foi avançada pelo jornal Observador. O jornal explica que os professores estarão descontentes com a forma como será feito o descongelamento de carreiras, considerando que esta os vai prejudicar. E porquê? Porque, como dependem do tempo de serviço para progredirem nas carreiras, os últimos sete anos de trabalho não serão contabilizados na medida, disse Mário Nogueira, líder da Fenprof, ao jornal: “O Governo quer, pura e simplesmente, apagar da vida dos professores os últimos sete anos de serviço”, criticou.

Em contrapartida, na Função Pública, os trabalhadores “acumulam pontos”, lembrou o secretário-geral da Fenprof. No passado dia 12 de outubro, a Frente Comum decidiu manter a greve agendada para 27 de outubro, a próxima sexta-feira. Entre os motivos invocados para o protesto também se encontra o método escolhido para o descongelamento das carreiras dos funcionários públicos, que faz parte da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano.

(Notícia atualizada às 12h05 com mais informações)

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Cuatrecasas inaugura novas instalações em Pequim

  • ADVOCATUS
  • 20 Outubro 2017

No centenário da abertura do primeiro escritório, a sociedade ibérica inaugurou as suas novas instalações em Pequim, reforçando a sua posição internacional, que atualmente se estende por 12 países.

A sociedade de advogados Cuatrecasas acaba de reforçar a sua presença na China com um novo escritório. Depois da entrada no país em 2007, com um escritório em Xangai, a Cuatrecasas chegou na passada quinta-feira a Pequim. Ambos os escritórios servirão empresas europeias e latino-americanas que tenham investimentos na Ásia, bem como empresas chinesas que pretendam investir na Península Ibérica, América Latina e África.

Pablo Cubel, especialista em Fusões e Aquisições, será o diretor do novo escritório. A Asian Desk da Cuatrecasas é composta por profissionais chineses, portugueses e espanhóis de várias áreas, com conhecimentos acerca do sistema jurídico e do contexto empresarial e cultural da China. A presença da Cuatrecasas no país passa por uma equipa de profissionais com experiência em áreas como a aquisição de empresas e constituição de filiais, o investimento em infraestruturas públicas, a compra e venda de imóveis, questões fiscais, e processos contenciosos, incluindo litígios civis e comerciais, e arbitragem.

O reforço da presença na China vem num contexto em que o país tem vindo a crescer enquanto investidor no sul da Europa. Segundo o relatório “As tendências do investimento chinês na Europa 2016-17” da ESADE, em parceria com a Cuatrecasas, o país asiático investiu mais de 30 mil milhões de dólares no velho continente em 2015. Só no sul da Europa foram investidos 30% desse total. Portugal foi o 8º país da UE com maior investimento chinês no mesmo ano, num total de cerca de 552 milhões de euros. Já em termos absolutos, o país foi o segundo entre os mediterrânicos que captou mais investimento entre 2010 e 2015 junto dos empresários chineses.

Rafael Fontana, presidente executivo da Cuatrecasas, justifica a abertura do novo escritório com “o bom percurso do escritório de Xangai sob o comando de Omar Puertas e as perspectivas de negócio na China”. “Com este novo escritório realizámos o nosso objetivo de continuar a crescer e de nos convertermos numa referência Ibero-americana na advocacia de negócios, tal como nos comprometemos no nosso Plano Estratégico”, conclui em comunicado.

Simultaneamente, a Cuatrecasas reforçou, no terceiro trimestre, as equipas de Societário, financeiro e Mercado de Capitais, Fiscal, Público, Laboral, Europeu e Concorrência, Imobiliário, Oil & Gas, e Propriedade Intelectual nos escritórios de Lisboa e do Porto, com 18 novos advogados e advogados estagiários.

A Cuatrecasas, Gonçalves Pereira conta actualmente com 136 advogados em Portugal e, a nível global, com cerca de mil advogados, em 12 países.

 

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Endividamento da economia atinge novo recorde de 723,2 mil milhões em agosto

O endividamento das Administrações Públicas, empresas e famílias voltou a atingir um novo máximo em agosto. Subiu para 723,242 mil milhões de euros. Crescimento do PIB deverá acomodar recorde.

Depois de ter aliviado em julho, o endividamento da economia — setor público, empresas e famílias, excluindo-se os bancos — voltou a subir em agosto para um novo recorde: 723,242 mil milhões de euros. O setor público foi o responsável por esta subida, segundo os dados que foram reportados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

O valor do endividamento, em termos nominais, tem crescido todos os meses desde o início do ano, com julho a ser a única exceção em 2017. Em agosto, regressou a tendência de subida, com um aumento de 1,48 mil milhões de euros.

Ainda que as empresas privadas e as famílias tenham contribuído para a desalavancagem da economia, o setor público não financeiro registou um crescimento do endividamento de 2,4 mil milhões de euros para um total de 319,2 mil milhões de euros.

Endividamento da economia volta a subir em agosto

Fonte: Banco de Portugal

Importa sublinhar, no entanto, que o Banco de Portugal reviu a série relativa ao endividamento do setor não financeiro. Por exemplo, em junho, o endividamento da economia havia batido um recorde nos 726 mil milhões de euros segundo os dados divulgados na altura. Mas este número foi agora atualizado para os 722,4 mil milhões (abaixo do valor de agosto) perante a revisão de toda a série, atingindo os 383,2% do PIB — quando no mesmo mês de 2016 tinha atingido os 389,7%.

Em relação a agosto, é expectável que o aumento da dívida nominal tenha sido acomodada pelo crescimento da atividade económica. Números do PIB do terceiro trimestre serão revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no dia 14 de novembro.

Dívida pública líquida baixa

De acordo com o Boletim Estatístico divulgado hoje, o Banco de Portugal também procedeu alterações no reporte da dívida pública líquida de depósitos, passando a contar com os depósitos de toda a administração pública e não apenas os depósitos da administração, como fazia até agora.

Incorporando esta mudança, a dívida líquida de ativos em depósitos das administrações públicas atingiu assim os 222,7 mil milhões de euros em agosto — e não os 228,4 mil milhões como o banco central tinha reportado inicialmente.

Já dívida da República na ótica de Maastricht — a que importa para as regras comunitárias e um indicador acompanhado de perto pelos mercados — não registou qualquer alteração, mantendo-se em agosto acima do patamar psicológico dos 250 mil milhões, tal como havia sido anunciado no início do mês.

(Notícia atualizada às 11h56)

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Juros implícitos no crédito da casa caem em setembro. Prestação média mantém-se

A taxa de juro implícita no crédito à habitação recuou em setembro, para os 1,009%, reaproximando-se do mínimo histórico de junho. Já a prestação média vencida manteve-se nos 239 euros, indica o INE.

A taxa de juro implícita no crédito à habitação recuou em setembro, reaproximando-se do mínimo histórico de junho. Já a prestação média vencida manteve-se inalterada, indicam dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira.

De acordo com o gabinete de estatísticas público, a taxa de juro média nos contratos de crédito caiu para 1,009% nesse mês, face aos 1,014% que se registaram em agosto. Tratou-se da primeira vez nos últimos quatro meses em que essa taxa recuou, com esta a reaproximar-se dos 1,007% que representa o mínimo do histórico do INE que remonta ao início de 2009. Apesar da diminuição da taxa de juro, essa não se repercutiu numa quebra da prestação média vencida que se manteve nos 239 euros, em setembro.

Mais acentuada foi a quebra que e verificou nos contratos celebrados nos últimos três meses, em que a taxa de juro baixou 1,9 pontos base, para os 1,677%. Em agosto a taxa nos contratos com estas características tinha sido de 1,696%. Por sua vez, a prestação média vencida nesses contratos de crédito fixou-se nos 323 euros, o que corresponde a um agravamento de sete euros face ao valor registado no mês anterior.

Já o capital médio em dívida, para a totalidade dos contratos, diminuiu 39 euros face ao mês anterior, para 51.521 euros, em setembro.

(Notícia atualizada às 11h34 com mais informação)

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