Freguesia de Figueiró dos Vinhos que escapou a incêndio de Pedrógão está a arder

  • ECO e Lusa
  • 13 Agosto 2017

Os incêndios que começaram em Alvaiázere e Ferreira do Zêzere são combatidos, cada um, por mais de 300 operacionais, tal como o incêndio que continua a lavrar em Miranda do Corvo.

O incêndio que lavra em Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém, obrigou à retirada de algumas pessoas de Dornes, e, em Figueiró dos Vinhos, arde a única freguesia que tinha resistido no incêndio de Pedrógão Grande.

O incêndio de Ferreira do Zêzere obrigou à retirada de “algumas pessoas” na aldeia de Dornes, face à passagem das chamas pela localidade, disse à Lusa a adjunta nacional de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Patrícia Gaspar, sublinhando que este fogo e o que começou no concelho vizinho de Alvaiázere eram “os mais problemáticos”, às 16h30.

Operacionais tiveram de proceder “à defesa perimétrica de habitações” nas localidades de Vale do Prado e Brejo, no concelho de Figueiró dos Vinhos, face ao avanço do fogo que começou em Alvaiázere, distrito de Leiria. “Não foi preciso retirar pessoas”, acrescentou Patrícia Gaspar.

O fogo que deflagrou em Alvaiázere na sexta-feira voltou a ganhar intensidade este domingo no concelho vizinho de Figueiró dos Vinhos, lavrando na Arega, “única freguesia que tinha sido poupada” no grande incêndio de Pedrógão Grande, em junho, sublinhou o chefe de gabinete da autarquia, Gonçalo Brás. “É a última mancha florestal do concelho que está a arder. Já tínhamos perdido mais de dez mil hectares. Agora, não sei quanto vai arder. É complicado”, lamentou Gonçalo Brás.

Os incêndios que começaram em Alvaiázere e Ferreira do Zêzere são combatidos, cada um, por mais de 300 operacionais, tal como o incêndio que continua a lavrar em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra.

Este fogo, que começou em Torres do Mondego, Coimbra, e que passou para Miranda do Corvo, “avança rapidamente com muitas projeções”, disse à Lusa fonte da autarquia de Miranda do Corvo, sublinhando que, para além deste incêndio que lavra no norte do concelho, surgiu, perto das 16h00, outro foco de incêndio a sul, que arrancou “com grande força”. De acordo com a página da Proteção Civil, esse segundo incêndio começou na localidade de Barbéns e já mobiliza 52 operacionais e dez veículos.

Portugal bate novo máximo de fogos e pede ajuda à Europa

No primeiro ‘briefing’ deste domingo da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), realizado pelas 09h00, em Lisboa, a adjunta nacional de operações, Patrícia Gaspar, revelou que no sábado os 268 incêndios foram combatidos com o apoio de 1.762 viaturas, tendo sido realizadas 103 missões com meios aéreos.

Em curso, dominadas ou em vigilância existem atualmente 510 ocorrências, as quais estão a mobilizar 3.079 operacionais.

Questionada sobre as razões de tão elevado número de ocorrências, Patrícia Gaspar referiu que “a culpa não é do tempo. A meteorologia não provoca incêndios florestais, dificulta o seu combate”. A este propósito, recordou que mais de 90% das ocorrências de incêndios florestais têm intervenção humana, seja intencionalmente ou por negligência, e que ambas são crimes.

Sobre a autoria destes crimes, Patrícia Gaspar referiu que este é o momento de combater os incêndios e que o apuramento da sua autoria será mais tarde, estando já no terreno as autoridades responsáveis por este trabalho.

A GNR entretanto anunciou esta manhã em comunicado que constituiu arguidos três indivíduos por alegada autoria de uma queima de sobrantes que provocou um incêndio florestal no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Terras de Bouro, um incêndio que teve início pelas 16h30 de sexta-feira e consumiu cerca de 5.000 metros quadrados de mato. Os arguidos têm entre os 24 e 56 anos e prestaram termo de identidade e residência, pela prática do crime de incêndio florestal de forma negligente.

30 pessoas evacuadas em Ferreira do Zêzere

Cerca de trinta pessoas foram retiradas das suas casas em localidades do concelho de Ferreira do Zêzere, Santarém, devido a um incêndio que permanece ativo e lavra em quatro frentes, disse o presidente da Câmara Municipal, Jacinto Lopes. “Não temos propriamente aldeias evacuadas, temos várias localidades que foram evacuadas parcialmente, naquelas onde as pessoas quiseram sair”, declarou à Lusa Jacinto Lopes, acrescentando que esta retirada da população aconteceu em “seis a sete localidades”. De acordo com o autarca, “foram retiradas de casa cerca de 30 pessoas”.

“A região onde retirámos mais pessoas foi numa localidade chamada Ral, na freguesia de Beco, assim como retirámos também pessoas em Vales”, indicou o responsável político. O poder local, segundo Jacinto Lopes, aconselhou “algumas unidades hoteleiras para as pessoas saírem, para mais tarde não criarem uma situação de risco”.

O incêndio continua ativo, com quatro frentes, e temos no local 268 homens, 105 viaturas e seis meios aéreos ao serviço. Temos a previsão de que, ao meio-dia, dois meios aéreos espanhóis entrem ao serviço” para combater o incêndio, sublinhou. O autarca disse ainda que “o Plano Municipal de Emergência de Ferreira do Zêzere foi ativado às 01h30 de domingo”.

A13 continua encerrada devido a incêndio

A Autoestrada 13 (A13) continua encerrada nos dois sentidos entre os quilómetros 147 e 156, entre Pias (Ferreira do Zêzere) e Alvaiázere, devido a um incêndio, e a A14 foi reaberta durante a madrugada, informou este domingo a GNR. O fogo começou na sexta-feira em Alvaiázere, distrito de Leiria, e tinha sido dado como dominado, mas reativou na manhã de sábado e obrigou ao corte da A13.

A A14 (Autoestrada do Baixo Mondego), que no sábado estava encerrada nos dois sentidos ao quilómetro 32, foi reaberta hoje às 03:00 horas, disse à Lusa fonte do Comando Nacional da GNR. O encerramento da A14 foi motivado por um incêndio em Cantanhede, no distrito de Leira, que teve início na tarde de sexta-feira.

Sábado foi um dia especialmente “complicado”

Patrícia Gaspar afirmou que o final da tarde e início da noite de sábado foram especialmente “complicados e difíceis” para os bombeiros, nomeadamente na zona centro, tendo sido acionados um Plano Distrital de Emergência (Coimbra) e quatro Planos Municipais de Emergência.

A propósito do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que foi acionado no sábado, Patrícia Gaspar revelou estar a contar com dois módulos da unidade militar de emergência de Espanha, país que vai enviar ainda mais dois meios aéreos. Mantém-se o avião proveniente de Marrocos, sendo provável que outros meios aéreos venham juntar-se no âmbito de mecanismo europeu. Segundo o jornal Público (acesso condicionado), Espanha enviou “três aeronaves e dois módulos terrestres” para ajudar no combate aos incêndios em Portugal, sendo até ao momento o único país que respondeu ao pedido de ajuda português.

Sobres as ocorrências em curso, a Proteção Civil destaca as mais complexas, que se situam em Aveiro, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, Tomar, Torres de Moncorvo e Castelo Branco. Segundo Patrícia Gaspar, continuam a ajudar no combate às chamas 500 meios miliares.

Questionada sobre as razões de tão elevado número de ocorrências, Patrícia Gaspar referiu que “a culpa não é do tempo. A meteorologia não provoca incêndios florestais, dificulta o seu combate”. A este propósito, recordou que mais de 90% das ocorrências de incêndios florestais têm intervenção humana, seja intencionalmente ou por negligência, e que ambas são crimes.

Sobre a autoria destes crimes, Patrícia Gaspar referiu que este é o momento de combater os incêndios e que o apuramento da sua autoria será mais tarde, estando já no terreno as autoridades responsáveis por este trabalho.

Artigo atualizados às 18h57

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Capoulas Santos lamenta que “revolução” na floresta seja criticada por quem não contribuiu

  • Lusa
  • 13 Agosto 2017

A atividade agrícola pode decorrer “com alguma normalidade” apesar da seca, ainda que este esteja a ser um ano “particularmente difícil” para a pecuária, considera o ministro da Agricultura.

O Governo fez o que poderá ser “a maior revolução que a floresta conheceu desde os tempos de D. Dinis”, mas todos os que agora criticam “foram incapazes de dedicar 60 segundos” ao tema quando esteve em discussão pública.

A acusação é de Luís Capoulas Santos, ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que em entrevista à Lusa lamenta que tenha sido preciso a tragédia de Pedrógão Grande (64 mortes num incêndio em junho) para aparecerem entendidos que apenas criticam, mas que em nada contribuíram.

“Todos os que estiveram distraídos durante um ano, todos os que passaram depois de Pedrógão a comentar a floresta todos os dias, foram incapazes de dedicar 60 segundos à discussão do tema quando ele esteve em discussão pública. Foram nessa altura incapazes de avançar com qualquer crítica, qualquer sugestão. Ocorreu a tragédia e de todos os lados surgiram entendidos sobre a matéria e ainda por cima acusando o Governo de não ter trabalhado sobre o assunto, quando esse trabalho estava em marcha e era visível, estava até publicado no Diário da Republica”, disse.

Todos os que estiveram distraídos durante um ano, todos os que passaram depois de Pedrógão a comentar a floresta todos os dias, foram incapazes de dedicar 60 segundos à discussão do tema quando ele esteve em discussão pública. Foram nessa altura incapazes de avançar com qualquer crítica, qualquer sugestão.

Capoulas Santos

Ministro da Agricultura

Agastado, Capoulas Santos responde aos que o criticam que o programa do Governo foi aprovado em 2015 e que contemplava as medidas sobre a floresta. O trabalho para a sua preparação decorreu da criação de um grupo interministerial decidido em agosto do ano passado, o Governo aprovou todo o pacote sobre a floresta em março último, “depois de um longo período de discussão pública”, enviando de seguida os diplomas para o Parlamento. Tudo antes, recordou o ministro, da tragédia de Pedrógão, em junho.

Apesar das dificuldades, apesar de ter sido “penoso” ouvir criticas dos que não apresentaram propostas, estão aprovados dez dos 12 diplomas sobre a floresta, resultado de dois conselhos de ministros, debate parlamentar e acompanhamento do Presidente da República. Se foram aprovadas portanto terão certamente “algum mérito” disse o ministro.

Lembrando que quando da anterior passagem pelo Governo (de António Guterres) criou as equipas de sapadores florestais (projeto que não avançou depois), e que já nessa altura a floresta era uma prioridade, Capoulas Santos é perentório a afirmar que “este Governo chegou à conclusão de que era a hora da floresta”.

Tal, afirmou na entrevista à Lusa, ficou desde logo simbolizado na designação do Ministério da Agricultura e Florestas. E depois acrescentou: “Estou muito satisfeito por um ano depois termos conseguido fazê-lo, contra tudo e contra todos, contra lóbis, comentadores, cientistas, e ninguém teve coragem de destroçar esta reforma”.

Por aprovar estão apenas duas leis, uma sobre incentivos fiscais e outra, que ficou adiada por um ano, da criação de um banco de terras. O ministro adiantou ainda que queria ir mais longe também no cadastro florestal, para avançar de imediato, algo que o Parlamento não permitiu.

“Estamos empenhados para fazer em pouco tempo o que há décadas está para fazer, o cadastro da propriedade rústica. O Governo tinha a intenção de imediato avançar com esse processo à escala nacional, o Parlamento decidiu que devemos apenas fazê-lo, no primeiro ano, em dez municípios a título experimental. Tenho pena, ainda que respeite essa decisão, mas acho que poderíamos desde já ir mais longe”, disse à Lusa.

O Governo tinha a intenção de imediato avançar com esse processo [o cadastro da propriedade rústica] à escala nacional. O Parlamento decidiu que devemos apenas fazê-lo, no primeiro ano, em dez municípios a título experimental. Tenho pena, ainda que respeite essa decisão, mas acho que poderíamos desde já ir mais longe.

Capoulas Santos

Ministro da Agricultura

Capoulas Santos afirma saber que não é fácil concretizar a reforma que foi aprovada e também que não terá resultados no seu mandato. “Estamos a trabalhar para o futuro”, diz, esperando resultados do que agora se faz dentro de uma geração. Mas diz também ter a certeza de que “não são necessários 20 anos para convencer os críticos de hoje” da reforma que está a começar.

É certo, afirmou, que parte dos resultados dependerão da sociedade, porque 98% da floresta é privada. E por isso, e na atual situação da floresta, e do seu abandono, pergunta Capoulas Santos como é possível responsabilizar proprietários quando muitos deles não conhecem os limites das suas propriedades. “Como é possível exercer um poder coercivo sobre algo que não se conhece?”, pergunta, quando questionado pela Lusa sobre o não cumprimento das leis.

Por isso, justifica, o cadastro é “um dos pilares fundamentais da reforma que acabou de ser aprovada”, porque é necessário identificar a propriedade “para exigir àqueles que são proprietários os seus deveres e para que o Estado possa fazer alguma coisa daquilo que não tem dono”.

Capoulas Santos admite que hoje não se cumprem integralmente as leis da floresta, diz que falta fiscalização, diz que não está satisfeito com os resultados da atuação quer dos serviços centrais (do seu próprio Ministério), quer das autarquias locais, quer das autoridades policiais.

Mas volta às leis, à floresta e aos incêndios que a têm destruído este verão: “Se tivermos entidades gestoras, se conhecermos o património, se tivermos regras de ordenamento, naturalmente que o risco de incêndio é minimizado”.

Ministro reconhece que este é um ano difícil para a pecuária por causa da seca

Em entrevista à Agência Lusa o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural prevê alguma normalidade no ano agrícola, ainda que quase 80% do país esteja em situação de seca severa e extrema, de acordo com dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Contrariando perspetivas mais pessimistas, Luís Capoulas Santos diz que “são boas” as perspetivas para o azeite e para a vinha e que a produção até pode ser de maior qualidade. E se a seca vai antecipar um pouco a vindima, o olival não está em causa.

Diz o ministro que não estará em causa a rega das oliveiras, quando muito “um uso mais eficiente” da água, e que se os cereais de sequeiro sofreram com falta de água a verdade é que têm um peso pouco significativo na economia agrícola, com uma produção que não vai além de 5% das necessidades.

Capoulas Santos recordou na entrevista que o Governo criou uma comissão interministerial que está a acompanhar a situação e que pode “desencadear medidas a todo o tempo se a situação se justificar”.

Mas lembrou também que o mundo está a sofrer uma alteração climática, particularmente visível em países como Portugal. É por isso que se estudam medidas para mitigar as alterações, que implicam alterações de culturas e “respostas mais atuantes relativamente a certas doenças”, como a que ameaça o olival, a bactéria ‘Xylella fastidiosa’, que já afetou culturas em Espanha (Valência) e que se teme chegue a Portugal.

“Temos de estar preparados para lidar com todas estas situações, sobre as culturas que serão as mais adequadas no futuro… e por isso estamos a dar grande importância à investigação científica na área da agricultura”, disse o ministro.

Temos de estar preparados para lidar com todas estas situações, sobre as culturas que serão as mais adequadas no futuro… e por isso estamos a dar grande importância à investigação científica na área da agricultura.

Capoulas Santos

Ministro da Agricultura

E porque a água vai ser o recurso mais disputado no futuro, o Governo, salientou, só autoriza sistemas de regadio que garantam o uso o mais eficiente possível da água. E é isso, disse, que está a ser feito. No Alqueva a água necessária para regar 120 mil hectares vai poder regar 170 mil.

A barragem de Alqueva, no Alentejo, foi, nas palavras de Capoulas Santos, “a maior reforma da agricultura portuguesa”, que transformou uma zona estagnada do ponto de vista agrícola num “orgulho”, que permitiu que em 15 anos se passasse de 40% da produção de azeite necessário para o consumo nacional para 120%, fazendo do país “o quarto ou o quinto exportador mundial de azeite”.

Com o atual período de seca, sem o Alqueva o abastecimento de água a centros urbanos grandes e médios não estaria garantido como está hoje. “Por outro lado, a agricultura pujante no olival, agricultura, vinha, a vocação exportadora, nem sequer existia”, disse.

Ainda assim, explicou, não é permitido que os animais usem as albufeiras para beber, para preservar a qualidade da água. “Algumas albufeiras são para consumo humano, manadas de vacas não podem estar a defecar nas albufeiras”, justificou, salientando que o Governo está disponível para financiar equipamentos necessários para pôr um bebedouro a 200 metros da albufeira abastecido por uma bomba de água. Os agricultores têm pedido para usarem diretamente a água nas barragens que não são para consumo humano.

Apesar da seca já existente e de as previsões indicarem ausência de chuva para este mês o ministro não vê para já razões para outras medidas de exceção, além das já anunciadas. Questionado pela Lusa sobre se se deveria rever o convénio com Espanha sobre a partilha de água disse que o acordo é considerado “equilibrado” pelo Governo e satisfatório para ambas as partes, pelo que “uma nova abordagem não está sobre a mesa”.

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Portugal aciona Mecanismo Europeu de Proteção Civil

  • ECO
  • 12 Agosto 2017

Constança Urbano de Sousa acaba de anunciar que Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, por causa dos riscos de fogos nos próximos dias.

Portugal acionou esta noite o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, disse à Agência Lusa a ministra da Administração Interna, que espera apoios de outros países já a partir de domingo para ajudar no combate aos incêndios.

A decisão, explicou Constança Urbano de Sousa, foi por “uma questão de prudência”, tendo em conta as previsões meteorológicas para os próximos dias.

No habitual ponto de situação feito pela proteção civil ao final deste sábado, Patrícia Gaspar revelou que são mais de 200 as ocorrências registadas este sábado, o que deixa este dia próximo do recorde batido na sexta-feira (220 incêndios).

Fruto das condições meteorológicas registadas no terreno, e com grande parte do país em seca extrema ou severa, muitos dos incêndios foram reativados, como é o caso da Mealhada, Cantanhede, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, para além dos novos fogos que vieram agravar a situação. Mas a responsável da Proteção Civil destacou a existência de “algumas situações críticas em Tomar” onde há evacuações em curso ou sã previsíveis nas próximas horas:

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Incêndios obrigam à evacuação de várias aldeias

São mais de 200 ocorrências este sábado, o que deixa este dia próximo do recorde batido na sexta-feira (220 incêndios). Fogos que já estavam controlados voltaram a reacender.

Depois de uma manhã aparentemente mais calma em termos de incêndios, que levou ao domínio de alguns fogos que já lavravam há vários dias, com a chegada do final do dia a situação foi-se agravando e já há várias aldeias a serem evacuadas. Fogos que já estavam controlados voltaram a reacender. No habitual ponto de situação feito pela proteção civil, Patrícia Gaspar revelou que são mais de 200 as ocorrências registadas este sábado, o que deixa este dia próximo do recorde batido na sexta-feira (220 incêndios).

Fruto das condições meteorológicas registadas no terreno, e com grande parte do país em seca extrema ou severa, muitos dos incêndios foram reativados, como é o caso da Mealhada, Cantanhede, Alvaiázere, Ferreira do Zêzere, para além dos novos fogos que vieram agravar a situação e que levaram a responsável a lembrar que o combate aos fogos só é possível com a ajuda de todos. Mas a responsável destacou a existência de “algumas situações críticas em Tomar” onde há evacuações em curso ou sã previsíveis nas próximas horas: Quinta da Lamarosa, no concelho de Cantanhede em Coimbra onde foram evacuadas 250 pessoas, a área de Cabeça Gorda em Tomar e aldeias circundantes, nomeadamente a sul da Venda (que ainda não está a ocorrer mas que, caso a venha a ser necessária terá se ser feita com recurso a meios aquáticos, recorrendo à barragem de Castelo de Bode. “Tivemos também de evacuar um lar e alguns habitantes da aldeia de Barcouço, no Concelho da Mealhada, distrito de Aveiro e temos uma possível situação, que está a ser avaliada, na praia dos Palheiros, em Coimbra, Carvalhosas”, disse Patrícia Gaspar.

Mas, cerca de 40 minutos depois do brieffing — que agora voltou a ocorrer duas vezes por dia — começaram a ser evacuadas pessoas por barcos em Castelo de Bode, porque ficaram encurraladas pelas chamas, avançou o Correio da Manhã.

A responsável revelou ainda foi ativado o plano distrital de emergência de Proteção Civil do distrito de Coimbra, que pelas 18h30, sendo que neste distrito também estão acionados os planos municipais de emergência de Cantanhede e de Coimbra. Na tarde de sábado também foi ativado o plano municipal de Miranda do Corvo. O objetivo é reforçar “os mecanismos de coordenação institucional e operacional, para que as entidades, quer locais quer de âmbito distrital, possam ter mais mecanismos ao seu dispor para resposta às situações em curso”.

Um bombeiro combate um incêndio perto da aldeia de Cioga do Campo, em Cantanhede, Coimbra. Paulo Novais/EPAPaulo Novais/EPA 12 Agosto, 2017

Durante a tarde “houve casas em perigo, mas na esmagadora maioria das situações foi possível atempadamente deslocar meios para salvaguardar estas situações: as pessoas e os seus bens”, garantiu, dando como exemplos o incêndio do Beco (Santarém), Ferreira do Zêzere, várias povoações como Porta Nova, Outeiro do Marco, do Beco; na área de Cantanhede, no reacendimento de Portunhos, o fogo aproximou-se de localidade como São Silvestre e Ançã, sendo que os meios aéreos tiveram de atuar em proteção ao Palácio de São Marcos, especificou.

Por altura do ponto de situação, o segundo do dia, às 19h00, a responsável sublinhou que havia 108 ocorrências que exigiam concentração de meios humanos, terrestres e aéreos. Patrícia Gaspar sublinhou ainda que as atenções da proteção Civil se centram nos distritos Coimbra, Santarém e Aveiro onde houve “reativações de incêndios que durante a manhã tinham ficado dominados”. Na transmissão em direto, a partir de Carnaxide, Patrícia Gaspar disse mesmo que a manhã tinha sido “relativamente tranquilo” tendo sido possível chegar ao domínio das grandes ocorrências” que se registaram ao longo dos últimos dias.

Todos os meios de reforço são mantidos no terreno para conseguir responder e apoiar estas situações, disse Patrícia Gaspar, em declarações transmitidas pela Sic Notícias, para além de se manter o nível de alerta laranja para todos os distritos.

Houve novamente novas falhas pontuais da rede Siresp, acrescentou Patrícia Gaspar.

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Espanha identifica gemas líquidas contaminadas com fipronil

  • ECO
  • 12 Agosto 2017

As autoridades espanholas anunciaram que detetaram, pela primeira vez em Espanha, produtos obtidos a partir dos diferentes componentes do ovo contaminados com o pesticida tóxico fipronil.

A descoberta de um lote de “20 mil unidades de gemas líquidas pasteurizadas” contaminadas com fipronil foi feita na sexta-feira à tarde “numa empresa agroalimentar no País Basco espanhol [norte]”, indicou, este sábado, em declarações à AFP, um porta-voz do departamento de saúde pública do Governo regional do País Basco.

Estes ovoprodutos — produtos obtidos a partir dos diferentes componentes do ovo — “não tinham sido ainda utilizados” e vão ser destruídos, precisou o porta-voz. O representante, que não quis ser identificado, afirmou não saber qual era a origem do lote contaminado. Alguns meios de comunicação espanhóis estão a avançar que o lote em questão teria sido importado de França.

Com este novo caso, eleva-se para 16 o número de países da União Europeia (UE) afetados por esta crise dos ovos contaminados com fipronil, que também abrange a Suíça e o território de Hong Kong. A Comissão Europeia já informou que se vai reunir com representantes dos países afetados por esta crise a 26 de setembro.

Em Portugal, segundo a Direção-Geral da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural (DGAV), os ovos em causa não estão à venda. Portugal continua sem qualquer caso registado, garantiu ao ECO, na sexta-feira, fonte oficial do Ministério da Agricultura. “O Ministério da Agricultura desenvolveu um conjunto de diligências que nos deixaram absolutamente tranquilos. As nossas autoridades foram para o terreno assim que foi desencadeado o alerta. Ainda assim estão permanentemente em alerta”, acrescentou a mesma fonte.

Ou seja, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) está de alerta para a situação e “preparada para intervir no terreno caso haja informação que o justifique”. A ASAE disse, ao ECO, que “até ao momento Portugal não é referido como tendo sido abrangido por alguma comercialização direta ou indireta, quer de ovos quer de produtos à base dos mesmos”.

Além disso, a ASAE tem conhecimento, através da Embaixada de Portugal em Haia, de que não existe nenhuma situação “de envio do produto em apreço para Portugal”. Acresce que existe um sistema europeu de alerta rápido em rede (RASFF) que permite à ASAE ser notificada caso existem riscos diretos ou indiretos para a saúde humana, ligados a géneros alimentícios ou a alimentos para animais.

Em grandes quantidades, o fipronil, usado para eliminar ácaros e insetos, é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “moderadamente tóxico” para o homem. O uso deste pesticida é expressamente proibido em animais destinados ao consumo humano.

A “crise” dos ovos contaminados iniciou-se a 20 de julho, quando a Bélgica alertou as autoridades comunitárias de que tinha detetado ovos contaminados. Oito dias depois, a Holanda lançou um alerta alimentar por suspeita de contaminação, mas foi só a 3 de agosto é que as autoridades holandesas advertiram de que, em alguns lotes de ovos, a quantidade do pesticida era superior aos limites e poderia representar um perigo para a saúde dos consumidores.

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Resseguradoras crescem com cobertura para animais de estimação

  • Bloomberg
  • 12 Agosto 2017

O investimento nestas startups oferece às resseguradoras a oportunidade de se diversificarem sem invadir o negócio das grandes empresas de seguros que são suas clientes.

Quando Micah Carr-Hill quis fazer um seguro para Chief, o labrador que ajuda o tratamento do seu filho autista, encontrou uma aliada na Munich Re, a maior resseguradora do mundo.

A empresa alemã tinha acabado de concluir uma parceria com uma startup britânica do ramo, que opera online para fornecer seguros para animais de estimação, com a cobertura abrangente que Carr-Hill precisava. O investimento da Munich Re na Bought By Many, uma empresa com sede em Londres que ajuda seus clientes a encontrarem coberturas para tudo, de buldogues a aparelhos Kindle, é um exemplo de como as resseguradoras estão a despejar dinheiro em fornecedores de tecnologia financeira, que operam em nichos de mercado para impulsionar os lucros — que estão em queda.

“Entre milhares de startups existentes surgirão algumas realmente boas”, disse Torsten Jeworrek, membro do conselho de administração da Munich Re, em entrevista à Bloomberg. “Queremos estar na vanguarda”, acrescentou.

A Munich Re apoia mais de meia dúzia de fornecedores de tecnologia financeira, incluindo a seguradora de telefones celulares So-Sure, com sede em Londres, e a seguradora doméstica norte-americana Lemonade. De uma forma geral, as grandes empresas estão a envolver-se mais. Em 2012, as seguradoras ou resseguradoras realizaram apenas um investimento estratégico numa empresa de tecnologia de capital fechado, segundo a empresa de pesquisa de capital de risco CB-Insights. No ano passado, fecharam 100 negócios deste tipo.

O investimento nestas startups oferece às resseguradoras a oportunidade de se diversificarem sem invadir o negócio das grandes empresas de seguros que são suas clientes. Isso também pode mitigar os efeitos das taxas de juros em valores historicamente baixos e das indemnizações por catástrofes abaixo da média, que estão a reduzir a procura pelos seus serviços.

A Swiss Re lançou, o ano passado, um programa para orientar startups de seguros “inovadoras”, enquanto a Allianz SE, Axa SA e XL Group lançaram fundos de capital de risco dedicados a investir no setor de tecnologia financeira. A Hannover Re investiu na FinLeap, que desenvolve empresas de tecnologia com sede em Berlim, apesar de o seu diretor financeiro ter dito que a terceira maior resseguradora continua cautelosa em relação ao setor.

“No caso das empresas de tecnologia financeira, o capital de resseguro é uma ótima alternativa para ajudá-las a financiar o crescimento”, disse o diretor-financeiro da Hannover Re, Roland Vogel. “Mas estamos a abordar o espaço das startups com muita cautela. É possível queimar facilmente um monte de dinheiro.”

Queda nos lucros

O novo CEO da Munich Re, Joachim Wenning, disse, esta semana, que procura novas formas de aumentar os ganhos num momento em que a sua empresa se dirige para o quarto ano consecutivo com quebra nos lucros. Rivais como a Swiss Re e a Berkshire Hathaway também viram os seus lucros afetados pelos custos relacionados com desastres naturais e anos de queda das taxas de resseguro, enquanto a Hannover Re fez um alerta para uma perspetiva de mercado “desafiadora”.

A Munich Re investiu e ofereceu subscrição à seguradora on demand Trov e à seguradora de comércio eletrónico Simplesurance, que tem sede em Berlim. No ano passado, a empresa investiu na Slice Labs, que oferece seguros aos motoristas da Uber Technologies, e na Next Insurance, que visa oferecer uma cobertura mais personalizada para fotógrafos comerciais.

“Atualmente, estamos a gerir prémios de alguns milhões de euros com as startups”, disse Jeworrek, da Munich Re. “Os riscos são muito mais limitados em áreas como a de seguro de animais de estimação do que na de cobertura contra furacões. Somos, talvez, um pouco mais ousados do que as outras resseguradoras.”

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Santuário de Fátima lança aplicação para peregrinos cegos

  • ECO
  • 12 Agosto 2017

O Santuário de Fátima lançou uma aplicação que vai ajudar peregrinos cegos a percorrerem o espaço de forma mais autónoma, prestando informações práticas, descrições e notas históricas do local.

O Santuário de Fátima anunciou este sábado o lançamento de uma aplicação que vai ajudar peregrinos cegos a percorrerem o espaço de forma mais autónoma.

A aplicação móvel “Santuário de Fátima MyEyes”, que pode ser usada através de um ‘smartphone’, vai permitir aos cegos receber descrições dos locais ou notas históricas quando entram em zonas mapeadas pelo projeto, para além de ter acesso a indicações práticas, como é o caso da localização das casas de banho, informou o Santuário, numa nota enviada à agência Lusa.

O projeto conta ainda com o mapeamento do itinerário jubilar do peregrino, que o cego “poderá percorrer de forma praticamente autónoma, assim como a via-sacra no Caminho dos Pastorinhos”, referiu.

A aplicação, sublinhou o Santuário, tem como principal objetivo ajudar os peregrinos cegos “a fazerem a experiência do espaço” com “grande autonomia”. Para fazer o download pode clicar aqui, sendo que a aplicação é gratuita.

O Santuário de Fátima também anunciou o lançamento de uma aplicação para todos os peregrinos, disponível nas sete línguas oficialmente usadas no espaço, e que procura garantir que cada pessoa possa “mais facilmente conhecer e experienciar este lugar”.

A aplicação móvel, que é gratuita, contém informação sobre os espaços que se podem conhecer no Santuário, promove a difusão de orações “tipicamente fatimistas” e ainda disponibiliza os horários em vigor dos diferentes serviços do espaço e informações sobre eventos em agenda.

A aplicação My eyes também é usada, por exemplo, no antigo Hotel Marianos, que sofreu uma operação de requalificação e ampliação por aglutinação da Pensão São Paulo, dando origem assim ao Essence Inn Marianos. Esta requalificação, que foi financiada pelo Compete, com um apoio de 2,4 milhões de euros, faz com que toda a sinalética do hotel seja em braille e faz com que este seja o primeiro hotel com a aplicação My eyes, “que permite aos invisuais poderem deslocar-se dentro do hotel, receber toda a informação do meio envolvente bem como as coordenadas para chegar ao quarto”, explica o site do Compete. Tudo isto é possível devido a um conjunto de dispositivos bicons que estão distribuídos em pontos estratégicos. E como o Santuário de Fátima aderiu a este projecto, o My eyes consegue, também, orientar os cegos do hotel para o Santuário e vice-versa.

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Caixa quer cobrar mais comissões na gestão de ativos e seguros e não nas contas à ordem

  • ECO
  • 12 Agosto 2017

Paulo Macedo assume que o banco público vai aumentar as comissões em alguns produtos e serviços para compensar os juros baixos. Os aumentos deixam de fora as contas à ordem.

O novo presidente da Caixa Geral de Depósitos revela que é intenção da nova administração cobrar mais comissões na gestão de ativos e seguros e não nas contas à ordem. Em entrevista ao Expresso (acesso pago), publicada na íntegra este sábado, Paulo Macedo lembra que o banco público é “quem cobra menos comissões no mercado“, mas com o “atual cenário da taxa de juro” “são os bancos e os aforradores” “os mais penalizados”, por isso as comissões vão ter de aumentar, justifica.

“Áreas onde queremos cobrar mais são, por exemplo, a gestão de ativos e os seguros, não nas contas à ordem”, disse Paulo Macedo, naquela que é a primeira entrevista de um presidente executivo da Caixa em seis anos. O presidente executivo lembra ainda que o banco tem “isenção de comissões nas contas de serviços mínimos, enquanto a maior parte dos bancos cobra” e tem “uma nova proposta de valor que são as contas com um conjunto de serviços integrados e que os outros bancos já disponibilizavam, as Contas Caixa”.

"Áreas onde queremos cobrar mais são, por exemplo, a gestão de ativos e os seguros, não nas contas à ordem.”

Paulo Macedo

CEO da CGD

Paulo Macedo alertou ainda que não conseguirá cumprir o plano de reestruturação se não aumentar as comissões. “Não conseguiremos cumprir o plano de reestruturação se não aumentarmos as comissões, não só pelo crescimento do negócio mas também porque queremos aumentar os níveis de serviço e porque temos novas propostas de valor”.

O responsável defendeu ainda que “as pessoas têm de ter consciência de que a Caixa precisa de ser rentável porque tem de gerar capital organicamente para cumprir os requisitos adicionais impostos pelo Banco Central Europeu” e para “remunerar o acionista”. Porquê? “Porque todos os portugueses querem que o dinheiro que foi posto na Caixa tenha retorno”, explicou.

“Se a Caixa não tiver lucros não defende os seus depositantes e não consegue ter capital e liquidez para ter a sua função na economia portuguesa nos empréstimos às pequenas e médias empresas”, justifica ainda o antigo ministro da Saúde. Na sua opinião a necessidade de lucros prende-se também com a possibilidade de “valorizar os seus recursos humanos” e continuar a ser “um banco de refúgio”.

Apesar de defender que “os bancos portugueses não dão hoje menos crédito por falta de liquidez ou rácios, mas porque há uma menor procura de crédito por parte das empresas e das famílias” — “não houve redução de crédito na Caixa por falta de rácios de capital”, garantiu — também reconheceu que “a Caixa tem de ser sustentável e acabar com este ciclo de prejuízos” para apoiar as empresas nacionais num cenário de domínio crescente da banca estrangeira. “Temos um compromisso claro de ganhar quota nas PME, no apoio às exportações e manter uma posição sólida no mercado à habitação”, disse Paulo Macedo.

Caixa disponível para dar mais tempo à Artlant

Paulo Macedo está disponível para dar mais tempo para que a Artlant, a gestora do projeto petroquímico de Sines e que está em processo de insolvência, resolva os seus problemas. “Se for possível uma solução que garanta a manutenção da fábrica e dos posto de trabalho a Caixa está disponível a conceder mais tempo para a concretização do negócio. Mas sem esquecer a racionalidade da operação, que pretende minimizar as perdas”, acrescentou.

"Se for possível uma solução que garanta a manutenção da fábrica e dos posto de trabalho a Caixa está disponível a conceder mais tempo para a concretização do negócio. Mas sem esquecer a racionalidade da operação, que pretende minimizar as perdas.”

Paulo Macedo

CEO da CGD

O CEO da Caixa revelou ainda que “tem levado a cabo conversações com potenciais interessados”, alguns dos quais estrangeiros, na fábrica de Sines.

Para Paulo Macedo faz sentido a plataforma que está a ser criada para gerir o malparado e garante que “a Caixa está hoje ativa na recuperação e reestruturação do crédito malparado

Política à parte

Paulo Macedo é claro: “Se querem perguntar se temos interferências na concessão de crédito, ou no dia-a-dia, da instituição, posso responder que não temos”.

Ainda assim o presidente executivo da Caixa lamenta que haja “sempre uma tentação de puxar a Caixa para a arena política”. Apesar de defender que seja o Governo a nomear o Conselho da Caixa, designadamente o presidente executivo, mas deve haver elementos de continuidade de umas administrações para outras”. “É estranho — e acho quase anormal, a não ser por motivo extraordinário — que todo um conselho de administração seja alterado quando há mudanças de governos”.

"É estranho — e acho quase anormal, a não ser por motivo extraordinário — que todo um conselho de administração seja alterado quando há mudanças de governos.”

Paulo Macedo

CEO da CGD

Paulo Macedo sublinhou ainda que espera luz verde da Comissão Europeia aos dois nomes da administração (não executivos) até ao final de outubro.

Os números da Caixa:

  • Encerramento de agências: O plano “já foi cumprido este ano, com 64 agências encerradas”.
  • Redução do número de trabalhadores: “Temos neste momento a saída de 250 pessoas e até ao final do ano deverão ser 536. A maior parte por reformas antecipadas.”
  • Contas de serviço mínimo: “O mercado todo tem cerca de 40 mil, nós teremos mais ou menos metade disso”.
  • Contas Caixa: “São um sucesso. Vamos em 310 mil em dois meses de oferta. Esperamos chegar às 50 mil até ao final do verão”.
  • Unidade Móvel: “Cerca de 60 pedidos de Conta Caixa [foram feitos nesta unidade], no espaço de três semanas”.
  • Almeida: “Mais de 95% do negócio — depósitos e crédito — mantém-se”.
  • Clientes: “A Caixa tem 6,2 milhões de clientes, 2,5 milhões inativos. Ninguém em Portugal tem ‘essa riqueza'”.

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Forbes: adaptações ao cinema aumentam lucros dos autores

  • Juliana Nogueira Santos
  • 12 Agosto 2017

Em conjunto, os 11 autores desta lista da Forbes venderam mais de 30 milhões de exemplares nos últimos 12 meses, correspondendo isto a 312,5 milhões de euros em receitas antes de impostos.

Uma boa história rende muito dinheiro escrita no papel, mas rende mais quando passa para o grande ecrã. É esta a conclusão que se retira do ranking de 2017 dos autores mais bem pagos do mundo, elaborado todos os anos pela Forbes. E foi devido a isto que J.K. Rowling, “mãe” de Harry Potter, conseguiu ultrapassar James Patterson, ocupando agora a primeira posição.

Em conjunto, os 11 autores desta lista da Forbes venderam mais de 30 milhões de exemplares nos últimos 12 meses, correspondendo isto a 312,5 milhões de euros em receitas antes de impostos.

Mas foi no momento de passagem das letras para os filmes que a diferença se fez: a adaptação para cinema de “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, da autoria da britânica J.K. Rowling, foi um sucesso de bilheteira, tendo registado vendas de 234 milhões de dólares, só em território norte-americano. Rowling também se estreou nos palcos, com a adaptação do “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada” ao teatro.

De 2016 para 2017, foram três os autores que não conseguiram manter as suas posições: George R. R. Martin, criador da popular saga “A Guerra dos Tronos”, John Green, autor de “A Culpa é das Estrelas” e Veronica Roth, autora da trilogia “Divergente”. Veja abaixo a lista completa dos onze autores mais bem pagos em 2017.

Os onze autores mais bem pagos do mundo em 2017

 

 

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Trump admite ação militar na Venezuela

  • ECO
  • 12 Agosto 2017

"Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se for necessário", disse Donald Trump, numa escalada de tom contra o regime de Nicolás Maduro.

O Presidente norte-americano, Donald Trump ameaçou, na sexta-feira, avançar com uma intervenção militar contra a Venezuela. Uma subida de tom surpreendente contra o regime do Presidente venezuelano Nicolás Maduro e contra a crise política que se Caracas e que Trump classificou de “loucura”.

“Temos muitas opções para a Venezuela. É um país vizinho. Estamos em todo o mundo. Temos tropas em todo o mundo em locais muito longínquos. A Venezuela não fica muito longe. E as pessoas estão a sofrer e a morrer. Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se for necessário”, disse Trump, citado pela Reuters (conteúdo em inglês), ladeado pelo chefe da diplomacia americana.

Entretanto o Pentágono já garantiu que não recebeu qualquer ordem por parte do Chefe de Estado para avançar com esta “opção militar” e que as suspeitas de uma eventual invasão da Venezuela são infundadas. Mas Trump foi claro: “Uma opção militar é algo que poderemos certamente levar a cabo”, disse, acrescentando, contudo que não pode falar sobre o tema, quando questionado se a operação militar seria liderada pelos Estados Unidos.

Em Caracas a ameaça foi recebida como um novo apoio à oposição que contesta o Governo de Maduro e rejeita a eleição da nova Assembleia Nacional Constituinte que está a usurpar o poder substituindo o Parlamento eleito democrático e que visa alterar a Constituição e reforçar o poder do Presidente. O ministro venezuelano da Defesa, Vladimir Padrino, classificou a ameaça de “um ato de loucura”. As autoridades venezuelanas há muito que acusam os EUA de estarem a planear uma invasão. Um antigo general disse à Reuters, no início do ano, que alguns mísseis foram colocados ao longo da costa do país precisamente para essa eventualidade.

A Casa Branca disse que o Presidente venezuelano solicitou uma chamada telefónica com Trump, na sexta-feira, avança a Reuters, mas que foi recusada, com o comentário de que Tump falaria, de bom grado, com Maduro quando a democracia voltar a ser reinstaurada no país.

Nações da América Latina preparam censura escrita a Trump

As nações da América Latina, lideradas pelo Peru estão a negociar uma repreensão por escrito ao Presidente norte-americano, depois de este ter tido que estava a ponderar uma “opção militar” relativamente à Venezuela.

O Peru foi o primeiro país a condenar a ameaça de Trump de resolver a crise politica e social na Venezuela através do uso da força e está, segundo a Reuters (conteúdo em inglês), a negociar com outras nações da região uma resposta por escrito. A informação foi avançada pelo ministro peruano dos Negócios Estrangeiros, Ricardo Luna, numa declaração enviada em exclusivo para a Reuters este sábado.

Notícia atualizada às 16h46 com a resposta das nações latino-americanas

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Quem é Alfredo Cuevas, o novo homem forte do FMI para Portugal?

Chama-se Alfredo Cuevas e vem substituir Subir Lall. É mexicano, era até agora o líder da missão do FMI no Brasil e é doutorado em economia. A partir de setembro será a voz do Fundo em Portugal.

Alfredo Cuevas, chefe da missão do Fundo Monetário Internacional para PortugalFMI

Cuevas assume a pasta em setembro, após a conclusão da consulta do Artigo IV. Até lá estará a fechar o dossier brasileiro e a estudar o dossier português. Subir Lall, o atual chefe da missão do FMI em Portugal, ainda vai supervisionar a conclusão da consulta do Artigo IV de 2017 de Portugal, que deve ser discutida pelo Conselho de Administração do FMI em setembro. Por isso, Cuevas só entrará em cena mais à frente.

O mexicano é fluente em inglês, espanhol e português. Especialista em macroeconomia, Cuevas tem-se destacado pelo seu trabalho nos sistemas de pensões, nas metas de inflação saudáveis para cada país e nas relações intergovernamentais. O que pensará de Portugal?

Por onde já passou?

O seu percurso começa no México, onde nasceu. Depois da escola secundária, Alfredo Cuevas licencia-se em Administração Pública pela Universidade El Colegio de México. Segue depois para a Universidade de Princeton onde tem um mestrado em assuntos públicos internacionais e um PhD (doutoramento) em economia.

Através do seu LinkedIn apenas é possível identificar um posto de trabalho além do Fundo Monetário Internacional: Cuevas foi quadro do Banco do México durante dois anos. Foi no banco central do seu país que fez investigação independente sobre política monetária, o investimento estrangeiro direto, a integração comercial e a inflação. Foi, por exemplo, responsável por estudar o impacto económico do Nafta, o tratado de livre comércio dos países da América do Norte.

Cuevas era também responsável por preparar discursos e apresentações para os membros do conselho de governadores do Banco do México.

Já a trabalhar para o Fundo, o mexicano dividiu-se entre África e a América Latina. “Cuevas começou a trabalhar no departamento de assuntos orçamentais em 1994, dedicando-se a vários temas, incluindo a reforma da Segurança Social”, refere o comunicado do FMI. Como quadro do Fundo Monetário Internacional, Cuevas “trabalhou no departamento africano como chefe de missão para São Tomé e Príncipe, Malawi, Zimbabué, foi representante permanente na África do Sul e chefe da divisão de estudos regionais”. Depois do Brasil, o próximo destino é Portugal.

O que disse sobre a recente crise no Brasil?

Foi das intervenções mais recentes que deixou por terras de Vera Cruz. Cautela nas previsões e foco nas reformas — esta é a mensagem deixada aos brasileiros em junho pelo FMI. Questionado pelos jornalistas, segundo O Globo, Cuevas insistiu na aplicação das reformas recomendadas pelo Fundo, exemplificando com uma reforma do sistema de pensões que foi aprovada no Parlamento brasileiro, cuja aplicação é “necessária para garantia a sustentabilidade”, disse.

Além disso, Alfredo Cuevas elogiou o atual ministro responsável pelos Assuntos Económicos, Henrique Meirelles, por um contingenciamento de 42,1 biliões de reais, necessário para atingir a meta de défice primário de 139 biliões de reais em 2017. O mexicano recomendou uma maior abertura da economia, aumento do investimento e regras “mais atraentes para os investidores” — tal como a simplificação da cobrança de impostos –, mas avisou que tal “não pode arriscar a consolidação orçamental”.

O Fundo espera que a economia cresça 0,2% este ano e acelere em 2018 para os 1,7%. Segundo um relatório de maio, o crescimento da economia do Brasil será sustentada pela soja, aumento do consumo, a retoma do investimento estrangeiro e o aumento do preço do ferro.

É neste documento que a equipa de Cuevas elogia a emenda constitucional levada a cabo no final do ano passado em que os gastos públicos do país passaram a ter um limite. Neste relatório, o Fundo diz apoiar a medida de forma a controlar o défice e reforçar a capacidade do Brasil de pagar e diminuir a sua dívida pública.

A última visita da equipa de Cuevas ao Brasil realizou-se entre 8 e 19 de maio. O relatório foi avaliado em julho e deverá ser divulgado nos próximos meses.

O sistema de pensões

Num paper divulgado no final do ano passado, Cuevas traça o percurso do sistema de pensões brasileiro e faz recomendações para conter os custos no futuro, dado que a esperança de vida continua a crescer. “Em vista do elevado gasto da previdência social e das projeções de que ele continue a crescer, uma reforma é essencial e urgente”, lê-se no documento do ainda chefe da missão do FMI no Brasil.

A ‘urgência’ da reforma tem números: o Fundo estima que os gastos com o sistema de pensões subirão até 14% do PIB até 2021, 18% do PIB até 2030 e 26% do PIB até 2050. Entre as recomendações deixadas ao Executivo brasileiro, está a revisão dos critérios de acesso à reforma, assim como o ritmo de aumento da idade mínima. Cuevas pede que se reduzam a duplicidade de benefícios no sistema brasileiro e que se reverta a isenção de impostos nas reformas recebidas.

Por outro lado, a equipa do FMI defende que “a reforma deve ser concebida de forma a assegurar que as pessoas em situações vulneráveis que venham a ser afetadas pelas mudanças sejam cobertas por outros programas sociais focalizados nos mais pobres”. “Deve-se assegurar também a consideração das questões de equidade e a manutenção dos progressos no combate à desigualdade”, conclui o documento.

Reconhecendo que “a maioria das reformas da Seguridade [Segurança] Social tende a implicar longos períodos de transição, é essencial começar já”, avisa Cuevas.

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EasyJet está de novo a recrutar em Portugal

  • ECO
  • 12 Agosto 2017

Companhia aérea britânica está a recrutar. São 450 vagas para preencher, na maioria para pilotos. Serão feitas duas sessões de recrutamento: dia 16 em Lisboa e a 17 no Porto.

“Este será o maior recrutamento em massa na história da companhia”. É com este slogan que a easyJet prepara um novo concurso para preencher 450 vagas.

A promessa foi feita no início e só agora ganha forma. A companhia aérea procura pilotos em início de carreira (300 novos postos), co-pilotos com experiência, comandantes de outras companhias e militares. “Todos irão ter acesso a formação de alta qualidade e a um conjunto de oportunidades de desenvolvimento de carreira”, garante a empresa em comunicado enviado às redações.

A easyJet vai fazer duas sessões de recrutamento: a primeira, em Lisboa, a 16 de agosto, das 11h30 às 16h30, no TRYP Hotel Lisbon Airport; e a segunda, no Porto, a 17 de agosto, das 11h30 às 16h30, no hotel TRYP Porto Expo.

“A easyJet é uma companhia em crescimento, fruto da confiança dos nossos passageiros. Este processo de recrutamento é o resultado desse crescimento e do trabalho contínuo da easyJet para reforçar as rotas existentes e estar em condições de explorar novas oportunidades”, explica José Lopes, diretor da easyJet em Portugal, citado no mesmo comunicado. Em Portugal, a empresa recrutou 426 pessoas, o ano passado.

A easyJet emprega mais de 3.000 pilotos, que voam em mais de 265 aeronaves Airbus em cerca de 870 rotas e 31 países. No próximo ano a easyJet irá criar novas posições para pilotos em todas as suas bases, promete a empresa. OS interessados podem apresentar a sua candidatura em careers.easyjet.com.

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