TAP atingiu melhor mês de sempre com 1,4 milhões de passageiros e ocupação de 86,3%

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

Num só dia, a 29 de julho, a companhia aérea transportou 49.621 viajantes. A taxa de ocupação também bateu recordes.

A TAP transportou 1,4 milhões de passageiros em julho, o melhor mês de sempre, com mais 21% face a igual período de 2016, e registou uma ocupação de 86,3%, igualmente um recorde, anunciou esta quarta-feira a empresa.

A companhia aérea transportou mais 247.525 passageiros que em julho de 2016, tendo atingido dia 29 o maior número num só dia, com 49.621 viajantes transportados, refere um comunicado agora divulgado.

A taxa de ocupação atingiu 86,3%, o que representa um novo recorde, ao aumentar 3,3 pontos percentuais na comparação com o desempenho de julho do ano anterior.

No primeiro semestre, “a companhia transportou já mais 1,6 milhões de passageiros” que no período homólogo do ano passado, sintetizou a TAP.

Mercado europeu foi o que mais cresceu

O mercado que mais cresceu em julho foi o europeu, com uma subida de 152 mil passageiros relativamente ao ano anterior. Na Europa, a empresa destaca as subidas de tráfego dos mercados de Espanha, com mais 42,8%, Reino Unido (30,7%) e Alemanha (27,9%).

Os mercados da República Checa e Hungria, “impulsionados pela abertura da rota de Budapeste”, cresceram globalmente 138%, com um total de 20 mil passageiros transportados, aponta a companhia aérea portuguesa.

No mercado interno, é realçado o aumento de 74% no número de passageiros transportados para os Açores, o que se traduziu em mais 17 mil a viajarem nas rotas da TAP para o arquipélago.

Na análise das taxas de ocupação (load factor), a TAP especificou que o valor mais alto registou-se no mercado da América do Sul, com 91,2% de ocupação dos voos, uma subida de 4,6 pontos percentuais face a julho de 2016.

A África apresentou igualmente um acréscimo, mas de 6,4 pontos percentuais face ao ano passado, com uma ocupação de 82%.

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Tensões entre Washington e Pyongyang enervam Wall Street

Trump prometeu "fogo e fúria" caso Coreia do Norte continue a ameaçar os EUA. Aumento do risco provoca queda das bolsas, com investidores a refugiarem-se no ouro.

Coreia do Norte é o tema dominante dos mercados. A reação de Trump face aos últimos desenvolvimentos em Pyongyang está a provocar uma onda vendedora em Wall Street, depois de o Dow Jones ter atingido máximos de sempre no início da semana.

Esta terça-feira, o Presidente norte-americano avisou a Coreia do Norte de que deverá enfrentar “fogo e fúria” se o regime ameaçar os EUA. Em reação, Pyongyang disse que está a considerar disparar mísseis em Guam, uma ilha do Pacífico com ligações aos EUA.

Neste cenário, enquanto índices como o industrial Dow Jones e o de referência mundial S&P 500 perdem 0,30% e 0,32% e o tecnológico cai 0,72%, o ouro, considerado um ativo de refúgio quando há um maior sentimento de aversão ao risco, valoriza 0,89% para 1.272,2 euros.

“As tensões geopolíticas aumentaram a perceção de risco entre os investidores”, referiu Naeem Aslam, analista da Think Markets, à Reuters. “Os comentários de Trump sobre a Coreia do Norte criou algum nervosismo e o receio tem sobretudo a ver com o que o Presidente tenha querido dizer com “fogo e fúria”. O que acontece nestes casos é assistirmos a uma fuga dos investidores nos ativos de refúgio, e por isso temos uma recuperação do preço do ouro”, acrescentou.

"As tensões geopolíticas aumentaram a perceção de risco entre os investidores.Os comentários de Trump sobre a Coreia do Norte criou algum nervosismo e o receio tem sobretudo a ver com o que o Presidente tenha querido dizer com “fogo e fúria”. O que acontece nestes casos é assistirmos a uma fuga dos investidores nos ativos de refúgio, e por isso temos uma recuperação do preço do ouro.”

Naeem Aslam

Think Markets

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Marcelo faz “copy paste” do chumbo à STCP para vetar Carris

A carta que Marcelo enviou a Ferro Rodrigues a avisar que não promulga a proibição de venda da Carris a privados é, quase toda ela, um "copy paste" da carta de 2016 sobre a STCP e Metro do Porto.

O Presidente da República anunciou esta manhã que não promulgou o diploma que introduzia alterações ao decreto sobre a transferência da Carris para a Câmara de Lisboa, considerando-o abusivo, já que proíba qualquer concessão futura da empresa a privados.

Numa nota publicada esta manhã no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa considera que por princípio, num Estado de Direito Democrático, “o legislador deve conter-se, em homenagem à lógica da separação de poderes, não intervindo, de forma casuística, em decisões concretas da Administração Pública”, nomeadamente do poder local.

Muitos que leram o texto que Marcelo enviou para o Presidente da Assembleia da República tiveram uma sensação de déjà-vu já que há sensivelmente um ano, no dia 27 de julho de 2016, o Presidente também vetava a lei que alterava os estatutos da STCP e da Metro do Porto com justificações muito semelhantes. Justificações semelhantes e um texto muito parecido, já que a justificação de fundo — mesmo que a própria autarquia queira concessionar os transportes a privados ficaria impedida de o fazer — é a mesma agora e em 2016.

O ECO foi comparar os dois chumbos, e sublinhou a amarelo, no texto publicado hoje no site da Presidência, as partes em que Marcelo repete, palavra por palavra, o diploma de 2016.

A carta desta quarta-feira

A carta de 2016

 

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Centeno admite que “há uma possibilidade” de ser próximo presidente do Eurogrupo

  • Lusa
  • 9 Agosto 2017

Ministro das Finanças português admitiu em entrevista ao jornal espanhol El País que há uma possibilidade de ser o próximo presidente do Eurogrupo, após o fim do mandato de Dijsselbloem.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, admitiu, em entrevista ao jornal espanhol El País, que “há uma possibilidade” de ser o próximo presidente do Eurogrupo, após o final do mandato do holandês Jeroen Dijsselbloem.

A entrevista, realizada na cidade de Santander, onde Mário Centeno participou numa conferência da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, foi divulgada esta quarta-feira pelo El País, que questionou o governante português sobre se “será candidato” à presidência do Eurogrupo.

A resposta do ministro das Finanças português foi perentória: “Não vou dizer que não se há uma possibilidade”, respondeu Mário Centeno voltando a abrir esta questão.

"Não vou dizer que não se há uma possibilidade [de liderar o Eurogrupo].”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Em abril, o Expresso noticiou que o ministro das Finanças, Mário Centeno, foi um dos sondados para ocupar o lugar de presidente do Eurogrupo quando o atual presidente, Jeroen Dijsselbloem, concluir o seu mandato, uma hipótese que foi bastante comentada tanto em Portugal como em Bruxelas.

Na entrevista ao jornal espanhol, Centeno falou ainda sobre a melhoria da situação económica de Portugal que justificou com três fatores: “sanear o sistema financeiro”, “a estabilização da banca” e “a mudança política“.

O governante disse que “ao princípio as coisas foram difíceis” com a Comissão Europeia quando o Governo português optou por baixar impostos porque a Europa via o executivo “como um Governo sem experiência”.

“Estavam errados: cumprimos as metas orçamentais e saímos do Procedimento por Défices Excessivos”, acrescentou.

"[Europa via o Executivo] como um Governo sem experiência. (…) Estavam errados: cumprimos as metas orçamentais e saímos do Procedimento por Défices Excessivos.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Reconhecendo que “o trabalho não está terminado” no que se refere à crise económica de Portugal, o ministro afirmou que “as reformas precisam de tempo, ainda que essa não seja a receita de Bruxelas”.

Sobre Espanha, que fez três reformas laborais em cinco anos, Mário Centeno defendeu que o país precisa de uma nova reforma do mercado de trabalho.

“Não creio que a Comissão acerte nessas exigências. É quase o contrário do que Espanha precisa: tem que haver reformas, mas insisto que é preciso dar tempo para que funcionem e têm de ser tomadas políticas do lado da procura para ativar a economia. As reformas devem ser aprovadas para [fazer] crescer – não para diminuir – a porção do bolo a repartir, diga o que disser Bruxelas”.

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Medina não quer concessionar a Carris

Em reacção à decisão do Presidente da República de vetar a blindagem da futura concessão da Carris a privados, Fernando Medina garante que não é sua intenção fazê-lo.

“A Câmara Municipal de Lisboa não pretende utilizar a faculdade de concessão“, relativamente à Carris, diz o atual presidente da Câmara de Lisboa e candidato a uma renovação do mandato, em reação à decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de vetar as alterações introduzidas em sede parlamentar ao decreto que passa a propriedade da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa.

Em comunicado enviado às redações, esta quarta-feira, Fernando Medina justifica que “a decisão do Senhor Presidente da República valoriza a autonomia do Poder Local no uso das suas competências e na gestão do seu património”. Mas “a Câmara Municipal de Lisboa reitera o seu propósito de manter a empresa na esfera municipal com gestão direta, e o seu forte empenho em continuar a investir para recuperar significativamente a qualidade do serviço prestado”.

A Câmara Municipal de Lisboa reitera o seu propósito de manter a empresa na esfera municipal com gestão direta, e o seu forte empenho em continuar a investir para recuperar significativamente a qualidade do serviço prestado.

Comunicado da CML

O edil sublinha que “a decisão hoje conhecida do Senhor Presidente da República não põe em causa a passagem da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa”, uma municipalização aprovada pelo Decreto-Lei 86-D/2016 e promulgada a 30 de dezembro de 2016. É por esta razão que o Ministério do Ambiente não comentou a decisão de Marcelo Rebelo e Sousa.

 

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Vieira da Silva: Passagem da Carris “foi a decisão correta”

O ministro do Trabalho considera que as "melhorias claras" nos serviços da Carris tornam a passagem da Carris uma "decisão correta". Ao ECO, o Ministério do Ambiente recusa-se a comentar.

Ainda que Marcelo Rebelo de Sousa tenha vetado as alterações à passagem da Carris para a alçada da Câmara de Lisboa devido à blindagem que impede passagem da Carris a privados, “a passagem da gestão foi uma decisão correta”, devido às consequências positivas que está a ter no desempenho dos serviços, disse esta quarta-feira o ministro do Trabalho, Vieira da Silva

“A manutenção das empresas na esfera pública e esfera privada é uma decisão que compete aos poderes públicos”, garantiu o ministro, em declarações transmitidas pela RTP. “A passagem da gestão foi uma decisão correta porque a nível de desempenho as melhorias são claras”.

Marcelo Rebelo de Sousa devolveu à Assembleia da República, sem promulgação, o diploma que altera as regras da passagem da Carris para a alçada da Câmara de Lisboa, validado pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda na mesma instituição. Segundo a carta divulgada na página oficial da Presidência da República, o Presidente considera que o regime, como ficou definido, limita excessivamente as opções futuras da autarquia relativamente à Carris, ao impedir a concessão ou subconcessão a privados, mesmo que seja essa a vontade da Câmara.

Fonte oficial do Ministério do Ambiente afirmou ao ECO não comentar o chumbo de Marcelo Rebelo de Sousa por este não dizer respeito ao decreto-lei do Governo, mas sim às alterações introduzidas ao mesmo na Assembleia da República através do pedido de apreciação parlamentar. “O decreto-lei da responsabilidade do Governo, que atribuiu a propriedade da Carris à Câmara Municipal de Lisboa foi promulgado pelo Presidente da República e já está em vigor”, acrescentou a mesma fonte.

O PCP irá reagir oficialmente à decisão do Presidente, às 14h30, em frente da estação de metro da Ameixoeira, pela voz do candidato à Câmara Municipal de Lisboa, João Ferreira.

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Dados do emprego superam as metas do Governo

Vieira da Silva reagiu com agrado aos número do emprego conhecidos nesta quarta-feira. O governante diz que ultrapassam pela positiva as metas do Executivo liderado por António Costa.

A queda da taxa de desemprego para níveis mínimos de 2009, no segundo trimestre deste ano, e o aumento do número de postos de trabalho gerados foi bem acolhida pelo Governo. Vieira da Silva, ministro responsável pela pasta do Trabalho, diz que os números sobre o emprego divulgados pelo INE ultrapassam pela positiva as metas do Governo.

“Estes valores estão a ultrapassar pela positiva, as metas que tinham para o crescimento do emprego e para a redução do desemprego”, afirmou o governante em declarações à RTP. Vieira da Silva destaca o papel da forte dinâmica de criação de emprego para justificar a quebra da taxa de desemprego. “Mais do que reduzir a taxa de desemprego o que importa é que haja mais emprego, o que significa mais economia, mais rendimento e melhores perspetivas de desenvolvimento”, afirmou.

“Se compararmos com o princípio de 2016, verificamos que são perto de 250 mil postos de trabalho novos que existem na economia portuguesa. Isso quer dizer uma nova dinâmica de crescimento. Quer dizer uma dinâmica de criação de emprego, investimento por parte das empresas, e de mais bem-estar na economia portuguesa e na sociedade portuguesa”, complementou o governante.

Os dados divulgados nesta quarta-feira sofrem o efeito da sazonalidade já que abrangem o verão, período em que tradicionalmente aumenta o emprego, sendo que Vieira da silva não valoriza esse facto. “A sazonalidade ajuda, mas não tem a ver com a sazonalidade. Se compararmos essa taxa de desemprego de 8,8% com a mesma taxa no mesmo período, com a mesma sazonalidade, mostra-nos que a taxa desceu dois pontos e que há mais cerca de perto de 160 mil novos postos de trabalho“, referiu.

O ministro do Trabalho e da Segurança Social preferiu ainda destacar o aumento do emprego com contratos duradouros. “Se compararmos os dados deste trimestre com os do mesmo trimestre do ano passado, verificamos que o emprego com contratos duradouros cresceu mais do que o emprego global. O emprego cresceu mais de 3%, enquanto o emprego com contratos duradouros cresceu 4,9%”, frisou Vieira da Silva. “É ainda pouco. É insuficiente para melhorarmos os níveis de estabilidade, mas são sinais positivos”, justificou Vieira da Silva.

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Subutilização do trabalho abrange mais de 900 mil

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 9 Agosto 2017

INE começou a divulgar este indicador de forma regular. Abrange desempregados, pessoas em part-time que gostariam de trabalhar mais horas e dois tipos de inativos.

Entre desempregados, empregados que trabalham menos horas do que desejariam e inativos que não procuram emprego ou que, procurando, não estão disponíveis, contam-se 903,3 mil pessoas. Em causa está o indicador referente à subutilização do trabalho, que o Instituto Nacional de Estatística (INE) começou a divulgar de forma regular esta quarta-feira.

Os dados, que reportam ao segundo trimestre do ano, apontam para uma taxa de 16,6%, refletindo aqui a relação entre a subutilização do trabalho e a população ativa alargada — que considera, por seu turno, a população ativa e aqueles dois subgrupos de inativos.

Tanto o número de pessoas abrangidas como a taxa “correspondem praticamente ao dobro da população desempregada e da taxa de desemprego” e esta relação “tem vindo a aumentar”, nota o INE, referindo que, no primeiro trimestre de 2011 “era de 1,6 e 1,5 em cada caso”. Ainda assim, a subutilização de trabalho caiu no segundo trimestre, tanto em cadeia como em termos homólogos.

Quem está então abrangido por este conceito?

  • População desempregada: 461,4 mil
  • Subemprego de trabalhadores a tempo parcial, ou seja, pessoas que desejariam trabalhar mais horas e estavam disponíveis para isso: 210,1 mil
  • Inativos à procura de emprego mas não disponíveis: 27,2 mil
  • Inativos disponíveis mas que não procuram emprego: 204,6 mil

Face aos primeiros três meses do ano, a subutilização de trabalho caiu 8,4%, ou 82,8 mil. Mas comparando com o segundo trimestre do ano passado, o recuo é mais expressivo: 13,7%, ou seja, menos 143,4 mil. Em todas as componentes houve quebras exceto numa: o número de inativos à procura de emprego, mas não disponíveis, aumentou tanto em termos trimestrais como homólogos, atingindo 27,2 mil pessoas no segundo trimestre do ano.

De acordo com o INE, este indicador “tem descrito uma trajetória descendente e próxima da população desempregada, registando decréscimos frequentes” desde o segundo trimestre de 2013.

O INE avisa, porém, que esta medida “sobrestima a subutilização do trabalho” tanto no que diz respeito ao contributo potencial do subemprego de trabalhadores a tempo parcial, já que não considera as horas trabalhadas — “tipicamente, as horas trabalhadas correspondem a metade do total desejado”, diz o destaque — como no que diz respeito à população ativa alargada. Neste último caso, explica o INE, “os dois subgrupos de inativos considerados têm, em geral, uma menor ligação ao mercado de trabalho do que os desempregados, o que se traduz na existência de uma menor probabilidade de transição para a população ativa, de uma maior proporção de pessoas que nunca trabalharam ou que deixaram de trabalhar há mais de dois anos e de uma menor proporção de pessoas que se autoclassificam como desempregadas”.

10,8% dos jovens não estudam nem trabalham

Do total aproximado de 2,2 milhões de jovens, 10,8% não estavam empregados, nem a estudar ou em formação, indica ainda o INE no destaque publicado esta quarta-feira.

Este grupo era composto sobretudo por mulheres, pessoas dos 25 aos 34 anos, com um nível de escolaridade completo até ao terceiro ciclo do ensino básico e desempregados.

O número representa um recuo de um ponto percentual face ao trimestre anterior e de 1,9 pontos comparando com o segundo trimestre de 2016.

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Reestruturação da dívida? Há que domar o mercado, não lutar contra ele, diz Centeno

  • ECO
  • 9 Agosto 2017

Mário Centeno voltou a descartar a possibilidade de uma reestruturação da dívida. O ministro das Finanças disse, em entrevista ao El País, que o caminho passa por "domar o mercado".

Reestruturar dívida? Não, o caminho certo não é esse. É preferível não lutar contra o mercado, mas sim “domá-lo”. Quem o defende é Mário Centeno que, em entrevista ao El País (acesso gratuito), reforçou que a reestruturação da dívida portuguesa não é o caminho certo a seguir.

“Este debate é interessante, mas apenas no plano intelectual“, começou por afirmar o ministro das Finanças português quando questionado pelo jornal espanhol se descartava o cenário de uma reestruturação da dívida nacional, reforçando não ser partidário dessa solução. “Não a tínhamos nos nossos planos na campanha eleitoral, nem o contemplamos agora: não se pode lutar contra o mercado. Há que domá-lo, não lutar contra ele”, assumiu o responsável pela pasta das Finanças.

Nesta entrevista que foi concedida por Mário Centeno quando se deslocou ao Espanha para participar numa conferência na Universidade Internacional Menéndez Pelayo, explicou ainda como foi possível atingir o atual nível de crescimento em Portugal, enumerando três pontos-chave. “Após as falhas de 2015 fizemos três coisas. Primeiro: sanear o sistema financeiro. Segundo: com a estabilização da banca melhorou a confiança dos consumidores e das empresas, que começaram a investir e a criar emprego. E em terceiro, a mudança política: conseguimos um superávite orçamental primário com a diminuição da carga de impostos. E que se traduziu numa melhoria do emprego”, afirmou o ministro das Finanças.

Quando questionado relativamente ao sucesso da coligação do governo do PS com a esquerda, e eventuais lições ou receitas que daí possam ser tiradas quer por Espanha, quer por Bruxelas, Mário Centeno começou por dizer que a lição fundamental “é que as reformas precisam de tempo, além de políticas de procura, para funcionar”. “Essa não é a receita de Bruxelas: por isso há que explicá-lo ao Eurogrupo. Mas essa tem que ser a receita da esquerda. Funciona: aprovámos restrições orçamentais, mas não temos estigmatizado políticas de procura. Seria ainda melhor que fossem políticas europeias de estímulo, por que os limites para países como Portugal são evidentes. Conseguimos fazer políticas de procura e reduzir a carga fiscal com a mão dos nossos parceiros de coligação, mas dentro das regras”, rematou a este propósito.

Relativamente a uma eventual candidatura para a liderança do Eurogrupo, Mário Centeno não a exclui de todo. “Não vou dizer que não há uma possibilidade“, afirmou.

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Marcelo veta blindagem que impede passagem da Carris a privados

  • Juliana Nogueira Santos
  • 9 Agosto 2017

O Presidente da República devolveu à Assembleia o diploma que prevê a passagem da Carris para a Câmara de Lisboa por este limitar as opções futuras da autarquia.

Marcelo Rebelo de Sousa devolveu à Assembleia da República, sem promulgação, o diploma que altera as regras da passagem da Carris para a alçada da Câmara de Lisboa. Segundo a carta divulgada na página oficial da Presidência da República, o Presidente considera que o regime, como ficou definido, limita excessivamente as opções futuras da autarquia relativamente à Carris, ao impedir a concessão ou subconcessão a privados, mesmo que seja essa a vontade da Câmara.

“O presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris mesmo que tal possa vir a corresponder um dia à vontade da Autarquia Local”, pode ler-se na carta enviada por Marcelo a Ferro Rodrigues. Para Marcelo esta não deve ser uma decisão do legislador, mas sim “da Administração Pública”, correndo o risco de se tornar “politicamente contraproducente”.

“Por princípio, num Estado de Direito Democrático, o legislador deve conter-se, em homenagem à lógica da separação de poderes, não intervindo, de forma casuística, em decisões concretas da Administração Pública”, continua a carta. “Mesmo que essa indesejável intervenção legislativa possa não ser qualificada de inconstitucional – e, por isso, não suscitar a correspondente fiscalização –, pode ser politicamente contraproducente, e, por isso, excessiva e censurável.”

No ano passado, o Presidente da República já tinha decidido impedir a passagem de um diploma semelhante que, segundo este, vetava “taxativamente” a participação de privados na concessão da STCP e da Metro do Porto.

“Decisão correta” para alguns, “irresponsabilidade” para outros

Em declarações aos jornalistas, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afirmou que, ainda que este assunto não faça parte da sua pasta, a “manutenção das empresas na esfera pública e esfera privada é uma decisão que compete aos poderes públicos”, pelo que, para o próprio, a passagem da Carris para o município “foi uma decisão correta”, que já está a sortir “melhorias claras”.

O memorando da passagem de gestão da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa foi assinado por Fernando Medina e António Costa em novembro do ano passado. O objetivo, segundo os próprios, era dar resposta às necessidades de melhoria do transporte público e de qualidade da mobilidade urbana na capital, mas a medida recebeu oposição da direita à esquerda.

O PCP considerou que “é ao Governo que cabe assegurar uma Carris pública, de qualidade, ao serviço dos trabalhadores e da população da cidade e da região de Lisboa”. Já o PSD considerou “uma irresponsabilidade” separar a gestão da Carris da do Metropolitano “sem existir uma estratégia ou articulação conjunta entre os dois modos de transporte”.

A carta de Marcelo Rebelo de Sousa a Ferro Rodrigues, na íntegra

“Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia da República,

Dirijo-me a Vossa Excelência nos termos do n.º 1 do Artigo 136.º da Constituição, transmitindo a presente mensagem à Assembleia da República, relativa ao Decreto N.º 155/XIII, sobre a Primeira alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei n.º 86-D/2016, de 30 de dezembro, que atribui ao município de Lisboa a assunção plena das atribuições e competências legais no que respeita ao serviço público de transporte coletivo de superfície de passageiros na cidade de Lisboa, transfere a posição contratual detida pelo Estado no Contrato de Concessão de Serviço Público celebrado com a Carris, e transmite a totalidade das ações representativas do capital social da Carris do Estado para o município de Lisboa.

1. Por princípio, num Estado de Direito Democrático, o legislador deve conter-se, em homenagem à lógica da separação de poderes, não intervindo, de forma casuística, em decisões concretas da Administração Pública, que têm de atender a razões de natureza económica, financeira e social mutáveis. E em que ela está em melhores condições para ajuizar, até por se encontrar mais próxima dos problemas a resolver.

Mesmo que essa indesejável intervenção legislativa possa não ser qualificada de inconstitucional – e, por isso, não suscitar a correspondente fiscalização –, pode ser politicamente contraproducente, e, por isso, excessiva e censurável.

2. O presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris mesmo que tal possa vir a corresponder um dia à vontade da Autarquia Local.

3. O regime em apreço, ao vedar, taxativamente, tal concessão representa uma politicamente excessiva intervenção da Assembleia da República num espaço de decisão concreta da Administração Pública – em particular do Poder Local, condicionando, de forma drástica, a futura opção da própria Autarquia Local.

Assim sendo, entendo dever a Assembleia da República ter a oportunidade de ponderar de novo a matéria.

Devolvo, por conseguinte, sem promulgação, o Decreto n.º 155/XIII da Assembleia da República.

Marcelo Rebelo de Sousa”

(Notícia atualizada pela última vez às 13h10 com correção do título “Marcelo veta passagem da Carris para a Câmara de Lisboa” para o atual)

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Disney aposta no streaming. Diz adeus à Netflix

  • Juliana Nogueira Santos
  • 9 Agosto 2017

A produtora vai disponibilizar os seus conteúdos numa plataforma própria. deixando para trás o acordo com a Netflix.

O conto de fadas acabou para a Netflix. A Walt Disney anunciou que vai criar o seu próprio serviço de streaming entre 2018 e 2019 para agregar todos os conteúdos das suas marcas — Disney e ESPN –, terminando assim o acordo com a Netflix. Assim, a produtora de conteúdos vai deixar de disponibilizar os novos lançamentos na plataforma mais popular a partir de 2019.

A decisão vem no seguimento da aquisição de uma posição maioritária na BAMTech, uma empresa líder em tecnologias de streaming e serviços de marketing. A produtora liderada por Robert Iger já detinha 33% da BAMTech, tendo agora comprado mais 42% por 1,58 mil milhões de dólares.

"Com esta mudança estratégica, a Disney vai terminar o acordo de distribuição com a Netflix para streaming por subscrição de novos lançamentos, a começar em 2019.”

Walt Disney

Os planos incluem o lançamento, em 2018, de uma plataforma de streaming só para os conteúdos desportivos da ESPN, agregando aí mais de 10 mil eventos desportivos, incluindo basebol, hockey, futebol e ténis. Em 2019 surgirá a plataforma para os conteúdos da Disney, com os todos filmes de animação e de ação da Disney e da Pixar e as séries do Disney Channel, Disney Junior e Disney XD.

“Com esta mudança estratégica, a Disney vai terminar o acordo de distribuição com a Netflix para streaming por subscrição de novos lançamentos, a começar em 2019″, pode ler-se no comunicado divulgado pela Walt Disney.

Clientes da Netflix não precisam de ter pressa

Citado pela Bloomberg, um executivo da Netflix afirmou que os conteúdos da Pixar e da Disney equivalem a 30% de todas as visualizações da plataforma de streaming nos EUA. Ainda assim, este ‘divórcio’ não é uma catástrofe para a Netflix: para além de já ter perdido conteúdos de produtoras como a Sony, a Paramount, a MGM e a Lions Gate e, mesmo assim, ter continuado a expandir a carteira de subscritores, a plataforma só passou a disponibilizar as séries e filmes da Disney no ano passado.

E para aqueles que ainda não têm os filmes e séries em dia, a Netflix afirma não haver razões para pressas: “Os membros da Netflix vão continuar a ter acesso aos filmes da Disney até ao fim de 2019, incluindo todos exibidos nos cinemas até ao fim de 2018”, confirmou a Netflix à Bloomberg. “Vamos continuar a fazer negócio com a Walt Disney Company, incluindo a nossa relação vigente com a Marvel TV”.

No final do ano passado surgiram alguns rumores de que a Disney estaria interessada em comprar a Netflix, contudo, e com a produtora a registar um aumento dos lucros no primeiro semestre deste ano, a estratégia passa a ser a da distribuição própria.

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Novo Banco chega a acordo com emigrantes lesados. Vão receber 75% dos investimentos

Os emigrantes que investiram em produtos do BES vão receber 75% do dinheiro aplicado, num prazo médio de três anos. Em contrapartida, desistem dos processos contra o Novo Banco.

A Associação Movimento Emigrantes Lesados (AMELP), que representa os emigrantes lesados do Banco Espírito Santo (BES), já chegou a acordo com o Novo Banco e com o Governo para recuperar parte do dinheiro investido no BES. Os emigrantes vão receber 75% do montante aplicado, num prazo médio de três anos. Em contrapartida, os lesados aceitam desistir das ações judiciais contra o Novo Banco.

“É com grande satisfação que vos informamos ter chegado a um entendimento com o Novo Banco e com o Governo para recuperação do nosso dinheiro”, anuncia a associação, na sua página de Facebook. A solução, idêntica à encontrada para os restantes aforradores lesados do BES, foi acordada depois de um encontro, que decorreu na terça-feira, entre os representantes da associação com o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do Novo Banco, António Ramalho.

Segundo explica a AMELP, aqueles que investiram nos produtos Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7 vão recuperar 75% do capital, em dinheiro, num prazo médio de três anos. “A solução tem pequenas variações que serão apresentadas nos próximos dias”, ressalva.

De fora da solução estão, para já, os produtos Euro Aforro 10 e EG Premium, mas “o Novo Banco e o Governo garantiram que também haverá solução” para estas aplicações.

Assim, entre 11 e 28 de agosto, os emigrantes lesados “serão chamados ao Novo Banco” para que estas propostas lhes sejam apresentadas. “A AMELP considera este chamamento das pessoas às agências honesto, verdadeiro e necessário. Quem não aceitar a solução entre os dias 11 e 28 de agosto, corre o risco de ficar de fora”, alerta a associação. Mesmo aqueles que investiram no Euro Aforro 10, que está para já de fora da solução, devem responder à chamada aos balcões, uma vez que “poderão receber, já em outubro, um primeiro depósito parcial (cerca de 15%), correspondente a valores que o Novo Banco encontrou disponíveis no veículo”.

Além disso, lembra a associação, estão a decorrer as reclamações de créditos junto da Comissão Liquidatária do BES. “Se os emigrantes vierem a ser considerados credores comuns do BES, podem ter direito a 31,7% do capital, a ser pago pelo Fundo de Resolução”. A associação refere que já iniciou discussões com o Governo para que estes 31,7% sejam pagos. “Para que esta hipótese seja viável, voltamos a alertar todos os associados que ainda não o fizeram a reclamarem os créditos no BES, pois o prazo de reclamação está em vias de expirar”, avisa.

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