Microcrédito ajuda mais de duas mil pessoas a abrir negócios

  • Lusa
  • 18 Abril 2018

Negócios criados com recurso a microcrédito criam uma média de 1,12 postos de trabalho. Foram concedidos 15 milhões de euros desde que este modelo existe.

A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) financiou 2.220 negócios em mais de 15 milhões de euros, desde que o modelo de microcrédito existe, disse à Lusa, esta quarta-feira, o presidente da associação, António Mendes Baptista.

“A ANDC tem vindo a promover em Portugal o microcrédito inclusivo e que se direciona àqueles que se encontram em situação de pobreza ou de exclusão social, para que possam realizar projetos que criem autoemprego ou microempresas”, explicou o responsável, lembrando que permitiu à maioria das pessoas, entre 1999 e 2016, “sair da situação de desemprego ou dependência económica” para serem criadores de emprego.

Mais de 80% dos microempresários investiram em áreas em que tinham formação específica ou experiência profissional, sendo que, em média, entre 1999 e 2016, foram criados 1,12 postos de trabalho por negócio, embora alguns tenham gerado vários postos de trabalho.

Segundo o presidente da ANDC, a taxa de sobrevivência dos negócios criados com recurso ao microcrédito pode considerar-se “muito razoável”. Já o valor médio emprestado por projeto foi de 6.700 euros, sendo que mais de metade dos créditos atribuídos situou-se abaixo dos 6.000 euros e apenas 8% superou os 10.000 euros, segundo dados fornecidos pela associação.

A maioria dos desempregados que procuraram financiamento através do microcrédito, por não terem possibilidade de aceder a empréstimos comerciais, tinha entre 25-34 anos e 35-44 anos, com um peso no total de 38% e 29%, pela mesma ordem.

Por áreas de negócio, o setor terciário surge com cerca de 80% dos projetos criados, com um forte peso do comércio a retalho (15%), da restauração (14%) e dos serviços pessoais, desde os cabeleireiros, passando pelas engomadorias, até às limpezas, além dos ligados à educação, saúde e apoio social. Os negócios nas áreas da informática e consultoria também representam 14% do total e as microempresas nas áreas da indústria transformadora e da construção têm igualmente um peso considerável.

O presidente da ANDC referiu ainda à Lusa que se registou “uma crescente qualificação da população ativa”, salientou. A maioria daqueles que recorrem ao microcrédito são desempregados, mas entre 2009 e 2016, os trabalhadores por conta própria representavam 20% e os trabalhadores por conta de outrem 10%, mas apresentando sempre “uma situação de vulnerabilidade”, advertiu o responsável pela ANDC.

Embora mais de 20.000 pessoas tenham pedido o apoio da ANDC no período em análise, apenas 10% levou por diante o seu projeto, apesar de a associação acompanhar todo o processo. Mas nem sempre a ideia de negócio pode ser “coroada” com sucesso, ainda que a ADNC procure “minimizar” os riscos ligados à criação do negócio, lembrou António Mendes Baptista.

No âmbito da cooperação tripartida em que o modelo de microcrédito se tem desenvolvido em Portugal a ANDC assumiu o papel de acompanhamento das pessoas, a banca funcionou como entidade que concede crédito nas condições protocoladas com a ANDC e até 2016 o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) contribuiu para os custos do acompanhamento e capacitação dos promotores em função dos resultados atingidos.

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