Acionistas da Cimpor aprovam aumento de capital de 887 milhões de euros

A operação acontece depois de a InterCement ter assinado, em outubro, um contrato com o fundo OYAK para a venda da Cimpor em Portugal e Cabo Verde.

Os acionistas da Cimpor decidiram avançar com um aumento de capital da empresa de 887 milhões de euros. A decisão foi tomada na assembleia-geral (AG) extraordinária, que aconteceu esta terça-feira de manhã, segundo confirmou o ECO junto de fonte oficial da empresa. A operação irá acontecer numa altura em que a venda da operação em Portugal pela brasileira InterCement Austria Holding ao fundo turco OYAK (Ordu Yardımlaşma Kurumu) está já decidida.

“A proposta de aumento de capital da InterCement Austria Holding foi aprovada sem votos contra”, afirmou fonte oficial da Cimpor. A operação poderá levar o capital social da Cimpor dos atuais 672 milhões de euros até 1,55 mil milhões de euros, através da emissão de até 2,6 mil milhões de novas ações ordinárias, nominativas e escriturais, sem valor nominal, incluindo duas tranches.

Uma das partes do aumento de capital será exclusiva ao maior acionista, holding do grupo brasileiro Camargo Corrêa, e irá funcionar como conversão de crédito em capital. Na prática, o crédito detido pelo acionista (no valor de 700 milhões de euros) irá passar para ações. A tranche A corresponde a 2.058.823.529 novas ações, será subscrita e realizada exclusivamente pela holding, que detém atualmente 78,21% do capital social da Cimpor.

A segunda parte destina-se aos restantes acionistas. A tranche B inclui entradas em dinheiro, no máximo de 187,13 milhões de euros, correspondente a 550 milhões de novas ações a subscrever e realizar pelos demais acionistas cujas participações representam, em conjunto, 20,91% do capital social.

Na convocatória da reunião, enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Cimpor explicava que o aumento de capital será realizado por forma a que os acionistas mantenham a posição relativa na sociedade para anular o efeito de diluição da participação resultante da subscrição da tranche A. Existem ainda 5,9 milhões de ações próprias detidas pela sociedade cujos direitos sociais se encontram suspensos nos termos da lei.

A InterCement assinou, em outubro, um contrato com o fundo OYAK para a venda dos ativos da Cimpor em Portugal e Cabo Verde. O negócio português inclui três fábricas, duas moagens de cimento, 20 pedreiras e 46 centrais de betão.

Não foram relevados valores da operação, mas foi adiantado, em comunicados divulgados pelas duas empresas, que a transação contempla a “manutenção das estruturas humanas destas empresas”. A agência Reuters, citando fontes não identificadas, dizia que o negócio terá permitido à InterCement “encaixar cerca de 700 milhões de euros”.

Em 2017, a Cimpor registou um prejuízo 490,3 milhões de euros, o que representou uma redução face às perdas de 787,6 milhões de euros verificadas no ano anterior.

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