WhatsApp vai deixar de funcionar nos iPhones mais antigos

O WhatasApp vai deixar de suportar modelos mais antigos do iPhone, que ainda tenham a sétima versão do iOS. Se ainda tem um iPhone 4 de 2010 e precisa desta app, prepare-se para mudar de telemóvel.

Se ainda tem um iPhone 4, vai deixar de poder usar algumas das funcionalidades do WhatsApp. A aplicação de mensagens detida pelo Facebook anunciou que já não inclui suporte para o iOS 7, pelo que o serviço vai deixar de funcionar em alguns modelos mais antigos do telemóvel da Apple.

A atualização vai acontecer em duas fases. E a primeira fase já está concluída: se tem um iPhone mais antigo, com o iOS 7, já não vai poder criar uma conta nova no WhatsApp. E, se desinstalar o serviço, já não será capaz de o voltar a instalar. No entanto, a empresa continuará a permitir que se use a aplicação nestes modelos até 1 de fevereiro de 2020.

Esta é uma alteração que deverá afetar um número restrito de utilizadores. O iPhone 4 foi lançado em 2010 e, à medida que os anos vão passando e as empresas vão pondo novos modelos no mercado, as aplicações vão ficando cada vez mais exigentes ao nível dos recursos do equipamento. Além disso, com as fabricantes a deixarem de dar suporte aos sistemas mais antigos, as aplicações seguem o mesmo caminho, até porque existem riscos e vulnerabilidades associadas.

“O WhatsApp para o iPhone requer o iOS 8 ou [versão] posterior. No iOS 7.1.2, já não é possível criar contas novas ou verificar contas existentes. Se o WhatsApp está atualmente ativo no seu dispositivo com iOS 7.1.2, continuará a poder usá-lo até 1 de fevereiro de 2020. O iOS 6 ou os sistemas anteriores já não são suportados [pelo WhatsApp]”, lê-se numa nota da empresa.

Alguns jornais estrangeiros estão a avançar que a empresa tem na calha outras novidades para anunciar em breve. Entre elas, a possibilidade de as notificações integrarem imagens na mais recente versão do Android, ou um modo escuro para melhorar a visibilidade da aplicação em ambientes de pouca luz.

O serviço de mensagens WhatsApp conta com aplicações móveis para iPhones e telemóveis com o sistema Android, fabricados por outras marcas. Em dezembro de 2017, cerca de 1,5 mil milhões de pessoas usavam a aplicação mensalmente. É considerada a aplicação de mensagens mais popular em todo o mundo.

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Como é que se diz roadster em japonês? MX-5

Pequenino, baixinho e... sem teto. É uma fórmula simples, mas eficaz, que faz do roadster da Mazda um sucesso mundial.

O verão demorou a chegar, mas lá chegou. Depois de um julho que mais parecia fevereiro, agosto trouxe aquelas temperaturas que nos fazem largar tudo e rumar às praias. Toalhas no saco, check. Água fresca, check. E, claro, chaves do carro na mão. Agora é só carregar no Start e ligar o ar… não. É melhor abrir a capota.

Em qualquer outro carro seria a primeira coisa a fazer: ajustar a temperatura do ar condicionado. Mas as chaves são de um MX-5. É quase pecado não fazer striptease ao roadster nipónico. Está mesmo a pedi-las. Seja para passear com os cabelos ao vento, seja para ouvir aquele ronco suave que escapa pela traseira. É um mimo.

Parece um brinquedo de tão pequenino que é. Vamos sentados quase como num kart, mas nem de perto, nem de longe, sentimos os desconforto daquelas quatro rodas e dois tubos com que se andam em pistas mini. Aqui há conforto. Há backets que seguram bem os dois ocupantes, há uma suspensão que amortece quando tem de amortecer, mas que também garante a rigidez necessária para quando se quer brincar um pouco.

Com uma direção extremamente direta, todas as curvas, por mais pequenas que sejam, transformam-se em momentos de adrenalina. E as rotundas? Oh… Aí é que o MX-5 está na sua praia. Aviso: não precisa infringir qualquer regra da estrada. Precisa de ter algum estômago e umas mãozinhas ligeiramente hábeis. Depois é pé no acelerador, volante para a esquerda a meio da rotunda e… escorregadela. A seguir é contra-brecar a gosto.

Motor é o mesmo. Mas há mais motor

Uma habilidade destas chama a atenção de qualquer um. Especialmente quando é feita com um carro tão pequenino, descapotável e… Soul Red. Ou melhor, vermelho Mazda, que só por si se destaca num país de cinzentos, pretos e brancos. Faz falta mais cor nas estradas (e, já agora, menos buracos).

É verdade que há carros igualmente baixinhos, igualmente descapotáveis, bem mais potentes que o roadster da Mazda. Sim, mas são muito mais caros do que o japonês — os preços começam nos 25.100 euros, sendo o Excelence Navi vendido por cerca de 31 mil. A Mazda continua a confiar no 1.5 Skyactive de 131 CV para puxar pelo MX-5. E resulta. Pode parecer pouco, mas o peso também o é. E se nas baixas rotações sentimos falta de alma (mas vemos consumos baixos), quando se sobe de regime o roadster anda.

5, 6, 7 mil rotações, troca de mudança. E repetir vezes sem conta, mas com conta peso e medida. É um vício que se aplica também ao 2.0, mas aqui com ainda mais potência. Peca pelo preço (mais de 39 mil euros), mas sempre são mais 29 CV. E agora ainda vai ter mais. A Mazda afinou o modelo mais potente que vai passar, já a seguir ao verão, a contar com 184 CV promete. Veremos se cumpre.

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Turismo acelera consumo de jet fuel em Portugal. Combustível para aviões bate recorde

Não é o gasóleo nem a gasolina. É mesmo o consumo de jet fuel, o combustível para aviões, que está a registar o maior aumento no mercado nacional. A culpa é do turismo.

Consome-se muito gasóleo, mas já se consumiu mais. Gasolina? A mesma coisa. Mas nunca se tinha consumido tanto combustível para avião como neste ano. Em julho, mês em que começam as férias, foi mesmo atingido um recorde no consumo deste derivado do petróleo no mercado nacional. Um recorde que voa à boleia dos muitos turistas que aterram e levantam voo dos aeroportos portugueses, especialmente do de Lisboa.

Foram consumidas 839.847 toneladas de combustível para avião este ano, de acordo com os dados da Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC). Este número fica muito aquém dos 2,86 milhões de toneladas consumidas de gasóleo, no mesmo período, mas supera as 600 mil toneladas de gasolina, estando a diferença a acentuar-se. No ano passado, nos mesmos sete meses, foram consumidas 597 mil toneladas de gasolina contra as 770 mil de jet fuel.

Fonte: ENMC

Este tipo de combustível é aquele que está a apresentar a maior taxa de crescimento entre os vários produtos considerados pela ENMC. De um ano para o outro, aumentou 9,02%. A procura por gasóleo rodoviário registou um crescimento de 2,84%, em termos homólogos, já no caso da gasolina a procura ficou praticamente inalterada, evoluindo apenas 0,45%.

É um aumento expressivo que traduz o crescimento do turismo em Portugal. E ganha maior expressão quando se olha para os valores da procura mais recentes, os de julho, mês em que foram consumidos 153.522 toneladas deste combustível, um número recorde (os dados da ENMC só estão disponíveis até janeiro de 2012). Representa um aumento de 4,5% face ao mesmo mês do ano passado, superando mesmo os valores de agosto de 2017 (150,5 mil toneladas), mês de férias por excelência.

Estes dados da ENMC sobre o consumo de combustíveis, nomeadamente de jet fuel, mostram o bom momento que o setor do turismo está a atravessar. Dados da ANA, a gestora dos aeroportos de Portugal, suportam esta leitura, apontando para um aumento de 9% no número de passageiros nos aeroportos nacionais, isto apenas no primeiro semestre deste ano. Foram mais de 25 milhões de passageiros neste período.

O número de hóspedes na hotelaria nacional mostra que entre janeiro e junho houve um crescimento de 2,6%, com um total de 9,6 milhões de hóspedes, permitindo aumentar as receitas geradas pelo turismo. De acordo com os dados do Banco de Portugal, depois de receitas superiores a 15 mil milhões milhões de euros em 2017 — valor que colocou o país à frente da Grécia –, entre janeiro e junho deste ano o valor gerado pelo turismo ascende a 6,9 mil milhões de euros, mais 13,9% face ao período homólogo.

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Governo diz que cumpriu “rigorosamente” acordo com o setor do táxi

  • Lusa
  • 22 Setembro 2018

O Governo diz que cumpriu o acordo com os taxistas para a modernização do setor, naquele que é o quarto dia de paralisação em protesto contra a Uber.

Milhares de táxis estão estacionados na Avenida da Liberdade, em Lisboa. Setor está em protesto desde a madrugada de quarta-feira contra as plataformas como a Uber.Paula Nunes / ECO

O ministro Ambiente, João Matos Fernandes, disse este sábado que o governo cumpriu “rigorosamente” o acordo que assinou com a duas associações que representam os taxistas para a modernização do setor. “Não é verdade que se diga, sequer, que algumas dessas coisas ficaram por cumprir, quanto mais todas elas”, afirmou.

Em declarações à Lusa, o governante sublinhou que este acordo foi alcançado no seio de um grupo de trabalho criado para o feito, cujos trabalhos foram concluídos a 4 de junho, data em foram acertadas todas as medidas de modernização do setor do táxi. “Combinámos com as associações, aliás, uma delas assinou mesmo o documento final do grupo de trabalho, a outra limitou-se a dizer que concordava todas as medidas para a modernização. Todas elas estão em curso”, referiu.

O Ministro do Ambiente exemplificou com os 750 mil euros disponíveis no fundo de transporte para a eletrificação dos veículos e com a possibilidade de suspensão da licença de táxi por um ano, para que os táxis possam ser transporte de passageiros em veículos descaracterizados (TVDE). Matos Fernandes acrescenta ainda que, para além destas medidas, há outras — como a uniformização da cor dos táxis e o limite de idade dos táxis — que “ou já foram concretizadas ou estão em curso”.

“Nós enviámos para as associações a proposta de decreto-lei e a proposta de portaria para que até ao dia 27 se pronunciem sobre elas e por isso cumprimos rigorosamente aquilo que nos propusemos fazer”, defendeu. Aquele responsável considera, contudo, que “o foco das associações dos táxis era o combate ao TVDE e, portanto, não se conseguiu avançar muito. Todas as outras entidades presentes nesse grupo de trabalho concordaram com todas as medidas, mas de facto não houve concordância por parte do setor”.

“Podemos dizer que o acordo fica aquém das expectativas do próprio Governo. Houve matérias que nós gostaríamos de ter concordado com os taxistas”, afirmou. O ministro garantiu no entanto que, tudo o que falta negociar, ainda poderá sê-lo”, afirmou. Matos Fernandes sublinhou ainda que “nenhuma das medidas tem quaisquer consequências orçamentais”, até porque, o que poderia ter impacto, tem a ver com a isenção de impostos, que só existe para o setor do táxi.

“As únicas entidades que têm isenção de taxas e impostos são os taxistas, é o setor do táxi. Os táxis têm um desconto de 70% no imposto sobre a compra de veículos, o TVDE não tem; os taxistas têm um desconto muito grande no imposto de circulação, o TVDE não tem”, referiu. Para o Ministro do Ambiente, é claro que “era preciso regulamentar o setor do transporte de veículos descaracterizados”, e foi isso que foi feito, pelo que, “nenhuma associação profissional pode impedir que uma lei da República que foi aprovada por quase 80% dos deputados entre em vigor”.

Os taxistas protestam contra a entrada em vigor, em 1 de novembro, da lei que regula as quatro plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal — Uber, Taxify, Cabify e Chauffeur Privé. A legislação foi promulgada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 31 de julho e entra em vigor a 1 de novembro.

Podemos dizer que o acordo fica aquém das expectativas do próprio Governo. Houve matérias que nós gostaríamos de ter concordado com os taxistas.

João Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

Taxistas em Lisboa “cansados” mas firmes no protesto “por tempo indeterminado”

Os taxistas parados em Lisboa, em protesto contra a entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, dizem-se cansados, mas garantem que a mobilização vai continuar por tempo indeterminado.

Cerca de 1.500 táxis estão parados ao longo da Avenida da Liberdade, nos dois sentidos, desde os Restauradores até ao Campo Pequeno, pelo quarto dia consecutivo, em protesto contra a entrada em vigor do diploma que regula as plataformas eletrónicas de transportes.

“Não somos contra as plataformas, o setor do táxi também as tem, só queremos que as regras sejam iguais”, disse à Lusa, no local, José Domingos, membro da direção da Antral (Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Veículos Ligeiros).

Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no “caminho correto”, mas que ainda não é suficiente. Inicialmente, os representantes dos taxistas exigiam que os partidos fizessem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, uma exigência que não foi acolhida pelos grupos parlamentares.

“A proposta do PCP é o que queremos, mas sozinha vale pouco. Queremos que partidos com assento parlamentar apoiem, para que a proposta passe”, afirmou, manifestando esperança no PSD, que “já meteu um requerimento para ouvir o ministro [do Ambiente] com caráter de urgência”. Até terem uma garantia concreta de que diploma será revogado ou pelo menos alterado, os taxistas prometem manter-se em protesto, com os táxis parados, por “tempo indeterminado”.

“O que queremos é que seja revogada, mas pelo menos suspensa ou alterada antes da entrada em vigor”, disse esclarecendo que a alteração que exigem tem a ver com os “contingentes”: “É inadmissível que na cidade de Lisboa haja 3.580 táxis e os Uber calculam-se já em perto de 5.000”. Segundo números da Uber, já existem 6.500 motoristas em todo o país.

José Domingos sublinhou que “há uma pessoa que se quiser resolve o problema e essa pessoa chama-se António Costa”, referindo-se ao primeiro-ministro. “Infelizmente está em silêncio, assim como o Presidente da Câmara de Lisboa. Já pedimos duas vezes para falar com ele, mas nada”, lamentou, garantindo por isso que a “luta vai continuar”. Isto apesar de um cansaço que os taxistas confessam começar a pesar e a dar lugar ao “desespero”.

Um grupo de taxistas, em conversa hoje com a Lusa, afirmava que estava na Avenida da Liberdade a viver praticamente dentro do carro, desde o primeiro dia. Alguns ainda vão a casa tomar um banho e ver a família, mas outros garantem que dali não arredam pé. Ao logo da Avenida da Liberdade, fileiras de táxis parados junto às bermas, nos dois sentidos, eram guardados por taxistas que se juntam em grupos, a conversar e a reclamar contra os colegas que “furam” o protesto e continuam a fazer serviços.

A meio da manhã, os ânimos exaltaram-se quando dois taxistas de Oeiras se aproximaram de um grupo de taxistas de Lisboa que os acusaram de estar a boicotar o seu protesto, porque continuam a fazer alguns serviços. José Domingos lamenta este comportamento de alguns colegas e recusa-se a falar em serviços mínimos: “Não há serviços mínimos, os que andam a trabalhar, é de lamentar, a luta é de todos e se conseguirmos alguma coisa eles também vão beneficiar e não estavam aqui, como eu estou há quatro dias”.

O responsável da Antral esclareceu que o único serviço de táxis que se mantém oficialmente em funcionamento é um serviço de transporte especial “só no aeroporto, para pessoas com mobilidade reduzida, grávidas e crianças, a custo zero”. Entre as centenas de táxis ao longo da avenida transformados em casas provisórias, até uma tenda foi montada para um grupo “mais radical”, como lhe chamam alguns taxistas.

Os táxis parados ostentavam bandeiras brancas e vermelhas com as frases “proibido ilegais” e “#somostáxi”, esta última uma expressão reproduzida em t-shirts pretas envergadas por muitos dos protestantes. A polícia de transito e de segurança pública percorria a avenida, em vigilância, e rapidamente circundou um Uber que parou nos Restauradores, junto aos táxis, naquilo que os taxistas consideraram ser uma “provocação”, obrigando-o a abandonar o local.

Os turistas continuavam a passear ao longo da avenida, indiferentes ao protesto, alguns a pé outros sentados em ‘tuk-tuk’ e outros em carros de plataformas eletrónicas para transporte de passageiros.

Não somos contra as plataformas, o setor do táxi também as tem, só queremos que as regras sejam iguais.

José Domingos

Membro da direção da Antral

Dezena e meia de táxis com pneus furados em Lisboa

Um total de 15 táxis estacionados nos Olivais, Lisboa, foram alvo de vandalismo, com pneus furados, disse à Lusa fonte da PSP que suspeita de outros taxistas ou de residentes da zona que tentaram ali estacionar.

“Confirmamos a existência de 15 táxis que foram objeto de vandalismo. Cerca de 55 pneus foram danificados, alguns foram cortados e a outros foi retirado o ar”, disse fonte oficial da PSP de Lisboa em declarações à Lusa. De acordo com a polícia, os carros encontravam-se estacionados na Avenida Pádua, junto ao cemitério dos Olivais.

“Ainda não se sabe quem [foi culpado], mas atendendo ao protesto dos taxistas, alguém pode ter esta intenção ou algum morador da zona, uma vez que tem sido hábito manifestações dos moradores que ali tentam parquear”, concluiu a mesma fonte.

Taxistas dizem-se “cansados”, mas garantem que não vão desmobilizar enquanto a “lei da Uber” não for enviada para o Tribunal Constitucional.Paula Nunes / ECO

Taxistas de Sintra deslocam-se ao Porto para apoiar protesto com vuvuzelas

Um grupo de taxistas oriundos de Sintra deslocou-se até ao Porto para “apoiar e mostrar que o setor está mais unido do que nunca”, introduzindo o barulho das vuvuzelas no protesto, o que gerou descontentamentos. “Cheguei hoje [sábado], sou de Sintra. Decidi dar apoio aos meus colegas e trouxe as vuvuzelas para fazer barulho”, disse um dos taxistas em declarações à Lusa.

Quando confrontado com o facto de muitos dos profissionais que há quatro dias se mantêm na Avenida dos Aliados se terem manifestado, em declarações à Lusa, desagradados com a novidade das vuvuzelas, o mesmo taxista respondeu: “Isso é um problema que é deles. Os meus colegas que estão aqui têm todos vuvuzelas e estão com a gente”.

“Isto só vem é desmobilizar quem cá está, porque os afetados somos nós. Espero que o bom senso venha a imperar e que estas gaitas se calem”, disse o vice-presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros de Passageiros (ANTRAL), José Monteiro. Frisou que “os grandes afetados são aquelas pessoas que há três dias estão a dormir nas viaturas, que estão exaustos, mas que estavam dispostos a permanecer pelo tempo necessário”.

“A continuar este clima, muito provavelmente levará à desmobilização de quem cá está e não se identifica com este tipo de comportamento. Queremos uma manifestação cívica, ordeira e que cause o mínimo impacto à população e à envolvente desta praça. Eles podem apoiar, mas não temos o direito de interferir na qualidade de vida das pessoas”, acrescentou.

Também Carlos Lima, da Federação de Táxis do Porto, se mostrou desagradado com o “clima de destabilização” gerado com a chegada do grupo de taxistas de Sintra, que acabou por abandonar a Avenida dos Aliados cerca das 11h15, aplaudido por alguns dos profissionais que defendem outro tipo de protesto que não o delineado pelos dirigentes associativos. De acordo com Carlos Lima, para a tarde deste sábado e para domingo “não faltará animação”, que já foi autorizada pelo presidente da Câmara do Porto. “Haverá muita música, comes e bebes e a atuação de grupos de concertinas”, disse o responsável.

Todos os taxistas ouvidos pela Lusa no Porto se mostraram dispostos a permanecer na Avenida dos Aliados pelo tempo que for considerado necessário.

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Afinal os robôs vão criar emprego para os humanos? Mais 133 milhões de postos de trabalho, quase o dobro daqueles que vão destruir

As transformações digitais vão acelerar o ritmo, especialmente entre 2018 e 2022, de acordo com o relatório "The Future of Jobs" do World Economic Forum.

A introdução dos robôs nos locais de trabalho, fruto do avanço da tecnologia, já é apelidada de Quarta Revolução Industrial, um termo que revela e antecipa o medo da perda massiva de postos de emprego e da substituição dos humanos por máquinas. Contudo, de acordo com o relatório do World Economic Forum (WEF), o cenário poderá não ser tão apocalíptico.

Durante a próxima década, a automatização de tarefas nos locais de trabalho vai, segundo o WEF, criar 133 milhões de postos de trabalho, um número que contrasta com os 75 milhões que os robôs irão destruir. Com esta visão, o relatório sugere que o aparecimentos dos robôs no mercado de trabalho não tem de ser encarado como algo negativo, o que é preciso é as empresas atuarem a tempo.

A partir deste ano, e até 2022, é esperado que o ritmo a que ocorrem as transformações digitais acelere especialmente.

Oito horas diárias de trabalho. Para humanos e robôs?

Atualmente, 71% das horas de trabalho numa empresa são realizadas por humanos, enquanto as máquinas apenas se encarregam de funcionar durante as restantes horas (29%). Daqui a quatro anos, em 2022, a divisão deverá já ser bastante diferente, mais equilibrada. Os humanos estarão encarregues de 58% das horas de trabalho e os robôs de 42%.

Mas será em 2025 que a realidade se irá alterar drasticamente, com os robôs a fazer mais horas do que os humanos. As máquinas irão realizar 52% das horas de trabalho e os humanos 48%.

Rácio entre horas de trabalho dos humanos e das máquinas, 2018 vs. 2022 (projeções)

 

Tarefas como o processar dados e procurar e receber informações vão ser, maioritariamente, dadas às maquinas, 62% e 55%, respetivamente. Já o raciocínio e tomada de decisão, bem como a coordenação, continuarão a ser tarefas mais associadas aos humanos. Ainda assim, todas as funções representadas pelo gráfico acima serão, em 2022, mais participadas por robôs do que são atualmente.

Cerca de 38% das empresas inquiridas para o relatório do Fórum Económico Mundial, em português, consideram que a automatização vai permitir-lhes focar-se mais nos seus trabalhadores atuais, potenciando também a produtividade.

Desafio de adaptação e novas funções

Há cerca de um ano, um estudo da consultora Capgemini dizia que as empresas que já utilizam a inteligência artificial (IA) confirmam que foram criados novos postos de trabalho, sobretudo em categorias profissionais mais altas. A IA foi, inclusive, o meio que permitiu reduzir o tempo que os empregados destinavam a tarefas rotineiras e administrativas.

O relatório do WEF destaca, também, algumas novas posições que vão ser cada vez mais requisitadas. Entre elas constam os analistas e especialistas em bases de dados, os designers de software e aplicações e os especialistas em comércio eletrónico e em social media. Segundo aponta o Business Insider (acesso livre, conteúdo em espanhol), estas não são mais do que as profissões que já se procuram hoje em dia: especialistas em inteligência artificial e machine learning, analistas em cibersegurança e engenheiros de robótica e blockchain.

Por outro lado, dentro dos 75 milhões de postos de trabalho que desaparecerão com o surgimento desta nova classe de trabalhadores, destacam-se os responsáveis pela atualização de bases de dados e os contabilistas.

Pedro Empis, business director da Randstad, disse há cerca de um mês ao ECO que, neste processo de mudança, ou de entrada de uma nova classe de trabalhadores, o que ditará o sucesso ou o insucesso das empresas “será a capacidade de adaptação”.

Mas, apesar do otimismo das empresas e das projeções, que apontam para a criação de mais de cem milhões de postos de trabalho, o estudo adverte para a necessidade de aproveitar a oportunidade de adaptação às transformações, já que em 2025, segundo os próprios dirigentes das empresas inquiridas admitem, metade das tarefas podem estar já automatizadas.

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China cancela conversações sobre tarifas com os EUA

  • Lusa
  • 22 Setembro 2018

A China cancelou as conversações com os EUA e não deve reunir-se com as autoridades até depois das eleições intercalares de novembro. Em causa, as tensões comerciais entre os dois países.

A China cancelou as conversações previstas com os Estados Unidos sobre as tarifas alfandegárias e não deve reunir-se com as autoridades norte-americanas até depois das eleições intercalares de novembro, noticia a Bloomberg este sábado. De acordo com a agência, que cita pessoas conhecedoras dos planos, os responsáveis chineses recuaram na ideia de se reunir com os norte-americanos na próxima semana.

Para além de novas tarifas que abrangem 200 mil milhões de dólares de bens chineses, que vão entrar em vigor na segunda-feira, a decisão do Departamento de Estado dos EUA de decretar sanções contra a China contribuiu para o cancelamento da reunião, explica a Bloomberg, que acrescenta não haver ainda uma posição oficial de Pequim. “Seria como ir lá a pedir um insulto se a China avançasse com as negociações depois de os EUA terem anunciado nas sanções e tarifas”, comentou Shi Yinhong, professor de Relações Internacionais da Universidade chinesa de Renmin.

Na terça-feira, Pequim anunciou a imposição de novas taxas alfandegárias a bens norte-americanos que representam 60 mil milhões de dólares (51 mil milhões de euros) de importações anuais na China, em resposta ao anúncio norte-americano no mesmo sentido. “Se os Estados Unidos insistirem em aumentar ainda mais as suas taxas alfandegárias, a China responderá do mesmo modo”, adiantou o governo chinês num comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na segunda-feira novas taxas alfandegárias sobre um total de 200 mil milhões de dólares (171 mil milhões de euros) de importações oriundas da China, cerca de 40% das importações vindas deste país. O executivo de Pequim já tinha manifestado a sua perplexidade com as “novas incertezas” decorrentes do anúncio feito enquanto decorrem negociações entre a China e os Estados Unidos para regular o seu diferendo comercial.

Em junho passado, Trump impôs taxas de 25% sobre 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) e Pequim retaliou com impostos sobre o mesmo montante de bens importados dos Estados Unidos.

De acordo com o comunicado da Casa Branca, as novas taxas “começam a vigorar em 24 de setembro e serão de 10% até ao final do ano. Em 01 de janeiro, as taxas serão elevadas para 25%”. “Se a China tomar medidas de represália contra os nossos agricultores ou outras indústrias, vamos aplicar imediatamente a Fase 3, isto é, taxas alfandegárias sobre cerca 267 mil milhões de dólares de importações suplementares”, adianta Trump no mesmo comunicado.

China chama embaixador dos EUA após sanções impostas contra exército

O Governo chinês chamou este sábado o embaixador dos Estados Unidos em Pequim, Terry Branstad, para protestar contra as sanções de Washington ao exército chinês, anunciou o jornal Global Times.

Em causa, estão a sanções impostas pelo Governo norte-americano ao Equipment Development Department (EDD), responsável pelas armas e equipamentos do exército chinês, e ao seu diretor, Li Shangfu, por ter comprado armamento à empresa Rosoboronexport, exportadora russa de armamento, que já havia sido sancionada por Washington. Com estas sanções, a empresa chinesa fica impedida de fazer transações financeiras nos EUA e de exportar produtos.

Na sexta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Geng Shuang, pediu aos EUA a retirada das sanções, sublinhando que as mesmas violam as normas internacionais e afetam a relação entre os dois países.

(Notícia atualizada às 17h17 com mais informações)

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Lisboa e Porto ganharam 1.600 moradores entre 2016 e 2017

  • ECO
  • 22 Setembro 2018

Depois dos mínimos de 2015, Lisboa e Porto estão a ganhar moradores. Pelo menos é o que mostram as estatísticas demográficas do INE: num ano, as duas cidades ganharam 1.600 novos moradores.

As cidades de Lisboa e Porto ganharam 1.592 moradores entre 2016 e 2017. A esmagadora maioria dos novos residentes fixou-se na capital portuguesa, onde o número de residentes aumentou em 1.124 pessoas neste período. No Porto, fixaram-se 468 pessoas.

Os números são do Instituto Nacional de Estatística e foram recordados este sábado pelo Público (acesso condicionado), num dia em que dezenas de associações e movimentos coletivos saem às ruas num protesto contra a gentrificação de Lisboa e Porto, sobretudo nos centros históricos (o fenómeno em que os moradores de uma determinada zona da cidade, como o centro histórico, são obrigados a procurar habitação na periferia das cidades).

O jornal alerta, porém, que os dados não contabilizam mudanças de residência, mas apenas o saldo demográfico. Esta subida surge depois de anos de queda consecutiva, mas os dados não encontram correspondência com os cadernos eleitorais nem com as inscrições na escola. A nota foi deixada ao Público pela deputada Helena Roseta, do PS, que se encontra a trabalhar na Lei de Bases da Habitação.

O espanto surge, desde logo, porque o número de eleitores tem vindo a decrescer continuamente em Lisboa e no Porto. Segundo o Público, entre 2013 e 2017 deixaram de votar em Lisboa 14.791 pessoas. No Porto, a queda tem sido de menos 1.000 eleitores por ano.

Estes são números que vão estar em destaque este sábado, naquilo que é culminar de um mês que foi decretado por várias organizações como “mês de luta pela habitação”. Os dados obtidos pelo Público pintam um cenário de uma nova Lisboa: desde 2015, disparou o número de camas e de utentes em unidades de alojamento local, há mais licenças a serem atribuídas para construção nova e para reabilitação de edifícios, e a população residente, que atingiu um mínimo em 2015, parece estar agora a aumentar.

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Webhelp vai contratar 250 pessoas em Braga até ao final de 2019

Multinacional francesa, especializada em subcontratação de processos empresariais, está a reforçar a equipa de Braga. Objetivo é atingir os 400 colaboradores até ao final de 2019.

A Webhelp, empresa líder mundial de externalização de serviços de apoio ao cliente, está a reforçar a equipa que detém em Braga. Tem 250 ofertas de emprego para preencher, sendo o objetivo de atingir no final de 2019 um total de 400 colaboradores.

A multinacional francesa, que esta segunda-feira inaugura o centro de operações em Braga, um investimento de 1,5 milhões de euros, emprega atualmente 150 colaboradores na região.

Apesar de em Braga, as instalações já estarem em funcionamento desde abril último, só agora serão oficialmente inauguradas. A ida da Webhelp para Braga contou com o apoio da InvestBraga e da Câmara Municipal de Braga. Já a liderança do escritório está a cargo de Benoist Voidie.

No total em território nacional a Webhelp conta já com 1.000 colaboradores repartidos entre Lisboa e Porto.

Em Lisboa, a multinacional francesa tem instalações no Parque das Nações e no Marquês de Pombal. Já no Porto, os serviços estão localizados na zona da Areosa. A entrada da empresa francesa em Lisboa teve lugar em 2015, tendo dois anos mais tarde, rumado até ao Porto.

Fundada no ano 2000 pelos empreendedores Frédéric Jousset e Olivier Duha, a empresa está presente em 25 países e conta com um total de 35 mil funcionários a nível mundial e possui uma carteira de clientes em diferentes setores de atividade, que vão desde as telecomunicações, energia, transportes, turismo ou serviços financeiros.

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Cinco números da estreia louca da Farfetch em Nova Iorque

A Farfetch entrou com tudo na bolsa. Depois da euforia rumo ao mercado de capitais, a estreia foi uma loucura. As ações dispararam, o valor da empresa multiplicou-se e a fortuna de José Neves também.

Sucesso? É pouco. Foi uma loucura a estreia da Farfetch em bolsa. Com todas as atenções centradas na empresa fundada por José Neves, a entrada dos títulos da plataforma de venda de artigos de luxo foi de arromba. As ações dispararam face ao preço da oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa). Quanto? Quase 50%.

A escalada das ações da empresa com raízes portuguesas em terras do Tio Sam fez lembrar as primeiras sessões de gigantes norte-americanas, como o Facebook, o Snapchat, a Square ou a FitBit, só para nomear algumas. Correspondeu — e até superou — às expectativas criadas ainda na fase de intenções de compra de títulos, tão concorrida que fez disparar o valor dos 15 para 20 dólares.

E mesmo já nesse patamar, que avaliava a Farfetch em torno dos cinco mil milhões de dólares, os investidores compraram, compraram e compraram. Um reflexo das perspetivas entusiasmantes que o negócio online, especialmente o de luxo, parece apresentar para o futuro, apesar de no presente ainda não se traduzir em resultados positivos.

Veja, em cinco números, o primeiro dia da Farfetch em Wall Street:

Afinal, não foram 15, nem 17 ou 19. Foram 20 dólares

Depois de entregar o pedido de admissão à bolsa, a Farfetch acabou por revelar o intervalo de preços a que pretendia vender os títulos no IPO. Começou em 15 a 17 dólares, mas com o crescente apetite demonstrada pelos investidores, o intervalo de preços acabou por dar um salto. Passou dos 15 a 17 para 17 a 19 dólares. Mas não ficou por aqui.

No dia da entrada em bolsa, esse preço foi novamente revisto em alta. Acabou por ser fixado um valor de 20 dólares por ação, acima do valor máximo previsto, o que permitiu à empresa fundada por José Neves angariar 885 milhões de dólares com a entrada no mercado de capitais norte-americano.

53%. Subida máxima em bolsa

Apesar de ter entrado para a bolsa com um valor de referência de 20 dólares, já bem acima dos preços iniciais, os investidores não se assustaram. Prova disso foi a primeira cotação após a oficialização da admissão à negociação. Disparou 35%.

De 20 passou para os 27 dólares, mas não ficou por aí. Foi subindo, subindo, até chegar a um valor máximo de 30,60 dólares por ação, ou seja, uma valorização de 53% que faz lembrar IPO de gigantes norte-americanas como Facebook ou Twitter. No final do primeiro dia, o saldo não poderia ser melhor. As ações fecharam a valer 28,45 dólares, uma valorização de 42,25%.

Farfetch ganha 2.500 milhões

A escalada em bolsa catapultou o valor da Farfetch. Se antes da entrada no mercado de capitais a avaliação feita à plataforma de venda de artigos de luxo se cifrava já em 1.500 milhões, após as sucessivas rondas de financiamento, com os 20 dólares definidos para o IPO, a capitalização da empresa fundada por José Neves disparou para 5.705 milhões de dólares.

E na estreia, o valor engordou ainda mais. Numa só sessão, a primeira da Farfetch em Wall Street, o valor de mercado da empresa aumentou em 2.581 milhões de dólares.

8.300 milhões. É o dobro do BCP

De 1.500 para 5.700, até aos 8.287 milhões de dólares. Uma valorização meteórica que não levou a avaliação da Farfetch até à estratosfera — numa altura em que existem empresas no mercado com capitalizações bolsista de mais de um bilião, casos da Apple e da Amazon –, mas que fez da empresa portuguesa uma gigante para a realidade do mercado de capitais nacional.

Comparando com outras cotadas da bolsa de Lisboa, a Farfetch apresenta uma capitalização bolsista muito próxima da avaliação atribuída pelos investidores à EDP Renováveis (7,3 mil milhões de euros), valendo quase duas vezes mais do que o BCP (avaliado em 3,8 mil milhões de euros). Em euros, tendo em conta que a moeda única está a 1,1744 dólares, a empresa tem um valor de mercado de 7.056 milhões de euros.

José Neves entra no clube. Vale 1.245 milhões

José Neves figurou este ano na lista dos portugueses mais ricos, no ranking divulgado pela Forbes Portugal. De acordo com a publicação, entre as 10 maiores fortunas de Portugal somam-se 18 mil milhões da riqueza nacional, sendo as famílias Amorim, Soares dos Santos e Azevedo as primeiras da lista.

José Neves, CEO da Farfetch.Paula Nunes/ECO

Neves aparecia em nono lugar com uma fortuna estimada de 689 milhões, considerando os ativos da Farfetch. Essa estimativa batia certo com o valor inicialmente apontado para as ações da Farfetch no IPO, entre 15 e 17 dólares, mas com as sucessivas revisões do valor, a fortuna foi ficando cada vez maior.

Se aos 20 dólares o número ia já nos 857 milhões, com a primeira sessão em bolsa concluída, esse valor disparou para os 1.245 milhões de dólares. Ou seja, Neves passou a figurar no clube dos multimilionários.

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Elétricas cobram mais pela energia hídrica do que pela produzida nas centrais

  • ECO
  • 22 Setembro 2018

Uma investigação do Expresso concluiu que as elétricas do mercado ibérico poderão estar a aproveitar a alta dos preços para ganhar mais com a energia produzida nas barragens.

As empresas de energia do mercado ibérico de eletricidade (Mibel) passam muitas horas a vender eletricidade produzida pelas barragens a um preço superior ao da energia produzida a partir do carvão e do gás. Ou seja, poderão estar a cobrar mais pela energia produzida pelas barragens como forma de compensar o aumento dos custos de produção de energia nas centrais termoelétricas. É a conclusão de uma investigação do Expresso (acesso pago), numa altura em que os preços da energia em Portugal e Espanha estão em alta.

O fenómeno é encarado sob suspeita, porque o custo de produção de energia hídrica é menor do que o custo de produção de energia a partir de combustíveis fósseis. Face aos dados analisados, o jornal questiona se os preços praticados no Mibel estão, realmente, a refletir o normal funcionamento do mercado.

De acordo com o semanário, a energia hídrica ditou o preço de fecho em 63% das horas do mês de julho. Em agosto, a percentagem foi de 55% das horas. Em setembro, até ao passado dia 20, as barragens ditaram preço da energia em 57% das horas. Em suma, as elétricas da Península Ibérica estão, a maior parte do tempo, a pôr as barragens a cobrar mais pela energia do que as centrais a carvão ou gás natural.

A justificação da EDP é a de que as barragens estão “a trabalhar muito mais” este ano, pelo que “é expectável que as centrais hídricas estejam a marcar mais o preço no Mibel”. Em causa, o facto de 2017 ter sido um ano mais seco.

Porém, ao mesmo tempo que a EDP argumenta que as centrais termoelétricas, que usam combustíveis fósseis, estão menos competitivas devido ao preço elevado da matéria-prima e ao custo das licenças de CO2, o Expresso encontrou momentos em que a energia hídrica marcou o preço no Mibel quando a maior parte da eletricidade consumida tinha origem no carvão e no gás natural.

Um especialista contactado pelo jornal referiu que, em causa, poderá estar o aproveitamento por parte das elétricas da atual conjuntura de preços altos. Ou seja, numa altura em que as centrais termoelétricas estão (efetivamente) menos competitivas, as empresas de energia poderão estar a tentar compensar, ganhando mais nas hídricas. No final, os consumidores poderão ver a sua fatura agravar-se.

Segundo o jornal, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, confessou que o Governo tem algumas “reservas” que já comunicou ao regulador setorial, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). “Sabemos que este tem sido um ano com pouco vento, mas olhamos com atenção redobrada para a forma como é, ou não, utilizada a energia hídrica”, disse.

Atualmente, o preço grossista da energia no mercado ibérico está nos 75 euros por megawatt hora (MWh). Em causa, o aumento do preço do carvão e do gás natural, mas também o aumento do custo das licenças para a emissão de CO2.

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Indústria farmacêutica saúda travão à ida do Infarmed para o Porto

  • Lusa
  • 22 Setembro 2018

O ministro da Saúde revelou a decisão de suspender para já a deslocalização do Infarmed para o Porto. A Apifarma saúda.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) saudou a decisão do ministro da Saúde de vincular a deslocalização do Infarmed para o Porto à análise da Comissão Independente para a Descentralização, criada na Assembleia da República.

“Com esta decisão, estão reunidas as condições para que o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde] recupere a estabilidade necessária para o cumprimento, em toda a plenitude, da sua missão”, refere a Apifarma em comunicado.

O ministro da Saúde revelou a decisão de suspender para já a deslocalização do Infarmed para o Porto “é coerente” com o que Governo tem afirmado e foi tomada tendo em conta a vontade dos trabalhadores da instituição.

"Com esta decisão, estão reunidas as condições para que o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde] recupere a estabilidade necessária para o cumprimento, em toda a plenitude, da sua missão.”

Apifarma

Em resposta a críticas do CDS-PP, na comissão parlamentar de Saúde, o governante explicou que “há uma decisão coerente com o que foi dito na altura” em que o Governo anunciou a deslocalização da sede do Infarmed Lisboa para o Porto e quando nomeou a comissão para estudar os cenários e impactos dessa deslocalização.

O ministro entende que o contexto político mudou, uma vez que foi constituída uma comissão na Assembleia da República para avaliar questões da descentralização de serviços públicos e considera que a questão do Infarmed não deve ser extraída dessa comissão, apesar de no caso da Autoridade do Medicamento se tratar de uma deslocalização.

No comunicado, a APIFARMA refere ainda que o Estado “deve salvaguardar o cumprimento das funções do Infarmed no seu máximo potencial, tendo em conta o interesse público e a saúde dos cidadãos, o interesse nacional num quadro de interdependência europeia e a valorização de uma economia firmada nas ciências da vida”.

A associação considera também que “a questão nuclear relativa à operacionalidade do Infarmed decorre do desenvolvimento contínuo e competitivo da sua perícia regulamentar e técnico-científica”.

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Transferências imediatas chegaram. Mas qual é a diferença para o MB Way?

As transferências imediatas permitem encurtar, para dez segundos, o tempo para realizar uma transferência bancária. Isso já era possível de com o MB Way, mas há diferenças entre as duas ferramentas.

Os portugueses dispõem de uma nova funcionalidade que permite tornar quase instantânea a transferência de dinheiro de uma conta bancária para outra. Tratam-se das transferências imediatas, que vieram encurtar para dez segundos o limite de tempo necessário para que o dinheiro esteja disponível na conta do destinatário, em qualquer hora ou dia da semana.

Trata-se uma mais-valia face às transferências interbancárias tradicionais que demoram, no mínimo, um dia para que o dinheiro chegue à conta do destinatário. Se pelo meio houver um feriado ou um fim de semana, maior será ainda o tempo de espera.

Esta funcionalidade não é, contudo, inédita em Portugal. O MB Way já permite fazer algo semelhante. Mas há alguns pontos que distinguem os dois tipos de transferências. Conheça-os em nestas cinco respostas.

Quem pode utilizar?

A realização de transferências “instantâneas” através do MB Way já é possível desde 2015, mas só funciona entre clientes que utilizem a ferramenta. Mas também entre cartões da rede Multibanco, gerida pela SIBS, dos bancos aderentes.

Neste momento, há 14 bancos aderentes: ActivoBank, Bankinter, BBVA, Best Bank, BPI, Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo, Caixa de Crédito Agrícola, Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP, Montepio, Novo Banco, Novo Banco dos Açores, Popular e Santander Totta.

Já no que respeita às recentes transferências imediatas, o sistema desenvolvido também pela SIBS, permite que estas operações se realizem entre contas de qualquer banco, desde que este seja uma das instituições aderentes. Entre os cinco maiores bancos, BCP, Santander e BPI já aderiram à ferramenta, sendo que o banco liderado por Miguel Maya ainda não a disponibiliza. Entre as instituições mais pequenas, pelo menos o Bankinter e o Montepio também já disponibilizam transferências imediatas.

Onde está disponível?

As transferências interbancárias através do MB Way só podem ser feitas através e entre telemóveis de utilizadores da ferramenta, bastando para tal fazer o download da aplicação mobile.

No caso das transferências imediatas, as opções são mais alargadas. Podem ser feitas através da internet — banca online e mobile –, mas também há instituições que facultam a sua realização ao balcão ou mesmo através do contacto telefónico com um operador.

Há diferença na velocidade?

A velocidade é uma das principais vantagens tanto das transferências imediatas como das efetuadas com o MB Way. A “bandeira” de promoção dos serviços é a mesmo.

Nas transferências imediatas, o tempo de execução não pode ultrapassar dez segundos. Este é o intervalo de tempo desde que o cliente insere os dados do destinatário (NIB/IBAN), o prestador de serviços de pagamento do ordenante confirma que estão cumpridos todos os requisitos necessários à execução da operação e o momento em que o beneficiário tem acesso aos fundos.

Também as transferências realizadas através do MB Way estão disponíveis praticamente no imediato. Para efetuar uma transferência MB Way apenas precisa de escolher na app um dos cartões que tem associado ao serviço e selecionar a opção “Transferências”. De seguida, indicar o número de telemóvel do destinatário, sendo que quase automaticamente o dinheiro pode estar disponível nessa conta.

Montantes a transferir têm limites?

Uma das maiores diferenças entre as duas ferramentas está nos montantes que podem ser transferidos e no número de operações que se podem realizar.

No caso das transferências imediatas há um limite máximo de 15.000 euros por operação, sendo que os prestadores de serviços de pagamento podem definir um valor limite inferior, “por motivos comerciais e de gestão de risco”, segundo explica o Banco de Portugal. Não há ainda limite ao número de operações que são permitidas.

No MB Way, os valores estipulados podem variar de banco para banco, mas também há tetos. Os limites definidos no desenho desta ferramenta, quer para receber, quer para enviar transferências é de 750 euros por operação, sendo que o valor global de operações recebidas e enviadas não pode exceder 2.500 euros por mês. Não é possível ainda realizar mais do que 20 transferências por mês.

Há diferenças nos custos?

Nos custos associados está outra das principais diferenças entre os dois mecanismos de transferências. Na generalidade das situações, optar pelas transferências imediatas sai mais caro. O respetivo custo pode chegar a ser dez vezes o do MB Way.

Uma ronda pelos preçários dos bancos permite ver que as transferências através do MB Way podem ser isentas, havendo várias instituições a cobrar 20 cêntimos por cada operação, sendo que numa delas, o BCP, o custo unitário chega aos 1,30 euros no caso de serem bancos diferentes.

Dentro de uma mesma instituição, na maioria das situações o custo das transferências imediatas é bastante mais elevado do que o MB Way. No BPI, por exemplo, uma transferência realizada através do MB Way tem um custo unitário de 20 cêntimos. Já uma transferência imediata custa no mesmo banco dois euros.

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