Portugal obtém 1.750 milhões. Taxas foram mais negativas

O IGCP colocou 1.750 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses, com os juros a serem mais negativos que na operação anterior, realizada em novembro.

Portugal entrou em 2019 com o pé direito nas emissões de dívida de curto prazo. O Tesouro colocou 1.750 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses, nesta quarta-feira, tendo obtido juros mais negativos face aos das últimas emissões comparáveis, realizadas em novembro.

Na maturidade mais longa, o IGCP colocou 1.250 milhões de euros em BT a 12 meses com data de vencimento em 17 de janeiro de 2020. Conseguiu uma taxa de juro de -0,36%, mas negativa que o último leilão comparável. Em novembro, o Tesouro obteve uma taxa de -0,327% para emitir dívida com o mesmo prazo.

Já no prazo mais curto, a seis meses, a agência liderada por Cristina Casalinho emitiu 500 milhões de euros em BT a seis meses, com vencimento a 19 de julho de 2019, e cuja taxa de juro foi de -0,399%. Também essa taxa de juro foi ainda mais negativa do que a conseguida na última emissão comparável realizada também em novembro. Naquela ocasião, o Tesouro conseguiu um juro de -0,369%.

O apetite dos investidores foi, contudo, menor face ao da última colocação de dívida com as mesmas maturidades. No caso das BT a seis meses, a procura superou a oferta em 2 vezes, o que compara com as 2,6 vezes registadas em novembro. Nos títulos a 12 meses, a procura ficou 1,82 vezes acima da oferta, quando em novembro se tinha situado em 2,6 vezes.

"Apesar da procura ter sido inferior às colocações anteriores, de realçar a diminuição das yields […]. Demonstra a confiança no mercado de dívida portuguesa, na economia nacional e num abrandamento da inversão da política monetária do BCE para contracionista.”

Filipe Silva, Banco Carregosa

“Apesar da procura ter sido inferior às colocações anteriores, de realçar a diminuição das yields, a 6 meses para quase -0,4%, taxa que o BCE paga pelos depósitos, e a 12 meses de -0,327% para -0,36%”, afirma Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, acrescentando que o resultado obtido pelo Tesouro nesta operação “demonstra a confiança no mercado de dívida portuguesa, na economia nacional e num abrandamento da inversão da política monetária do BCE para contracionista.”

Esta foi a primeira emissão de dívida de curto prazo do ano, depois de há uma semana Portugal se ter estreado nos mercados através de uma emissão sindicada a dez anos. Essa operação permitiu um financiamento da República em quatro mil milhões de euros a uma taxa de juro inferior a 2%. Portugal conseguiu assegurar um quarto do financiamento previsto para 2019.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h35 com comentário sobre o resultado da operação)

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