PCP defende que comissão de inquérito à CGD “retardaria” o apuramento de responsabilidades mas não votará contra

Jerónimo de Sousa não votará contra a criação de uma terceira comissão de inquérito à Caixa, mas defende que esta vai atrasar o processo de apuramento de responsabilidades.

O PCP não se vai opor à criação de uma nova comissão de inquérito à Caixa, apesar de não ver na constituição de uma nova comissão vantagens. Pelo contrário, os comunistas consideram até que uma nova comissão no Parlamento atrasaria o processo de apuramento de responsabilidades pelas perdas que o banco público sofreu, avaliadas em 1,2 mil milhões de euros, de acordo com a auditoria da EY.

Jerónimo de Sousa afirmou que “tendo em conta a auditoria, tendo em conta as outras comissões de inquérito e, hoje, o apuramento dos factos, creio que não se justifica outra comissão de inquérito”. Questionado pelos jornalistas se votaria contra a proposta que ganha adeptos, o líder dos comunistas mostrou porém que não será pelo PCP que não se fará a mesma comissão no Parlamento.

“Não quer dizer que votaríamos contra. Vai retardar todo o processo de apuramento da verdade e das responsabilidades“, afirmou à margem do lançamento de um livro em Lisboa.

“É desnecessário, mas não estaremos a ferro e fogo contra uma iniciativa dessa natureza”, frisou.

Jerónimo de Sousa defendeu que “além da responsabilização política deve haver uma atuação célere no plano de justiça para garantir uma gestão pública na Caixa, que devia estar ao serviço do país”.

O PS defendeu esta terça-feira que deve haver comissão de inquérito se o Ministério Público enviar para o Parlamento a auditoria da EY — os resultados conhecidos até agora fazem parte de uma versão preliminar — e se o Presidente da República promulgar a legislação aprovada no Parlamento sobre o acesso a informação dos grandes devedores aos bancos que recebem ajudas públicas.

O PSD começou por defender também uma comissão de inquérito, mas ao final da tarde de hoje o presidente do partido argumentou que se o Parlamento obtiver a auditoria através da Procuradora-Geral da República então talvez não seja necessário haver comissão de inquérito.

O CDS mostra-se favorável e o Bloco de Esquerda também, no caso de os deputados terem acesso à auditoria da EY.

Na auditoria, a EY identifica perdas de 1,2 mil milhões de euros para a Caixa em resultado de operações de crédito de risco, revela que em 7% das operações de crédito analisadas os empréstimos foram aprovados com um parecer desfavorável da Direção Global de Risco sem que as decisões sejam justificadas.

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