Nem as promoções do Ano Novo animaram vendas de carros na China. Setor pressionado na Europa

As vendas de automóveis no país voltaram a cair e os EUA têm um novo relatório sobre o setor, semelhante ao que espoletou a guerra comercial. As ações das empresas seguem em queda.

As vendas automóveis na China voltaram a cair em janeiro, depois de 2018 ter sido o primeiro ano de quebra em mais de duas décadas. Os dados divulgados esta madrugada reforça a pressão sobre as fabricantes automóveis globais, num dia em que as notícias vinda dos EUA também criam incerteza para o setor.

Venderam-se, no mês passado, menos 17,7% veículos de passageiros na China, que no período homólogo. Esta foi a maior queda desde o início da contração do mercado, em meados do ano passado. As vendas a retalho caem há oito meses consecutivos.

“As pressões negativas continuam. O Governo não está a adotar políticas de estímulos para dar ao mercado um tiro no pé”, afirmou Gu Yatao, analista auto com base em Beijing, da Roland Berger, em declarações à agência Bloomberg.

As principais razões apontadas para o recuo no mercado automóvel do mundo são a desaceleração da segunda maior economia e a guerra comercial com os EUA. Nem os descontos que anteciparam o Ano Novo Chinês animaram as vendas. A situação é especialmente preocupante para o setor dado que os mercados da Europa e da América do Norte estão também a ceder devido à proliferação de serviços de deslocações.

O setor na Europa reagiu esta segunda-feira de manhã em queda, com o índice pan-europeu Stoxx 600 Automobiles & Parts a perder 0,73% para 480,49 pontos. Além dos dados das vendas na China, houve um novo relatório nos EUA que trouxe memórias do início da guerra comercial.

O Secretário do Comércio norte-americano Wilbur Ross apresentou um relatório ao Presidente Trump sobre as ameaças ao setor automóvel. Foi um relatório equivalente que foi entregue ao Presidente no passado e levou ao aumento dos impostos sobre aço e alumínio com a justificação ‘segurança nacional’. O presidente tem agora 90 dias para se pronunciar, devendo os investidores no setor automóvel estar atentos”, referiu Carla Maia, senior broker da XTB.

Até mesmo a exceção no setor — a produtora de partes para automóveis Faurecia, que apresentou, nas contas, um aumento das margens e abriu a disparar quase 2% — inverteu a tendência e segue a perder 1,2%.

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