MSCI “empurra” milhares de milhões para as ações na China

MSCI vai incluir um total de 421 empresas chinesas nos seus índices. Medida poderá captar 80 mil milhões de dólares de capital estrangeiro para a segunda maior economia do mundo.

A abertura da China ao capital estrangeiro vai dar um nosso passo. A gestora de índices acionistas MSCI anunciou que vai aumentar o peso das ações denominadas em moeda chinesa (yuan) para 20% dos atuais 5%. A inclusão vai ser feita em três passos e irá quadriplicar o montante destes títulos nos índices MSCI.

“O sucesso na implementação dos primeiros 5% de ações classe A da China foi uma experiência positiva para os investidores internacionais e fez crescer o seu apetite para aumentarem a exposição ao mercado acionistas da China continental”, afirmou o chairman do comité político de índices MSCI, Remy Briand, em comunicado.

A MSCI começou, em junho do ano passado, a incluir ações chinesas denominadas em yuan nos índices de títulos emergentes e globais, tendo sempre referido ter planos de ir aumentando o peso destes ativos. Apesar da grande quantidade de ações de empresas chinesas, investimento por parte de capital estrangeiro foi durante muito tempo vedado. A situação tem mudado nos últimos anos, em parte devido a incentivos por parte do Governo, mas também a um reforço da confiança dos investidores no país proporcionado por melhorias na regulamentação.

O chairman explicou que os investidores internacionais consultados, incluindo gestoras de ativos ou brokers, sobre a nova inclusão e que esta recebeu um apoio “esmagador” por parte dos participantes do mercado globais. “O forte compromisso dos reguladores chineses em continuarem a melhorar a acessibilidade ao mercado, reflexo (entre outros fatores) de uma redução significativa das suspensões de negociação nos últimos meses, é um dos fatores críticos que levou ao apoio de investidores institucionais estrangeiros”, sublinhou Briand.

O processo vai acontecer em três passos, começando com um aumento para 10% em maio. As duas outras inclusões vão acontecer em agosto e novembro. No fim, serão cotadas 253 grandes e 168 médias empresas, o que poderá captar 80 mil milhões de dólares de capital estrangeiro para a segunda maior economia do mundo, de acordo com as contas da agência Reuters. As ações chinesas classe A vão disparar para 3,3% do índice MSCI Emerging Market, dos atuais 0,7%.

Além do MSCI, também os rivais FTSE Russell e S&P Dow Jones vão começar, ainda este ano, a adicionar este tipo de títulos aos seus índices. O regulador chinês dos mercados financeiros estima que a entrada de capital estrangeiro nas ações chinesas duplique até cerca de 600 mil milhões de yuan (cerca de 89,76 mil milhões de dólares) no final do ano.

A notícia, divulgada esta madrugada, impulsionou as ações emergentes. O índice MSCI Emerging Markets fechou no verde pela primeira em cinco sessões, tendo valorizado 0,3%. Já as ações da China continental subiram mais de 1,8%.

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