Christine Lagarde defende independência dos bancos centrais perante ataques à Fed

  • Lusa
  • 14 Abril 2019

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) sublinhou que os bancos centrais têm mandatos distintos em todo o mundo, mas "a independência tem beneficiado a sua missão ao longo do tempo".

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu este sábado a importância da independência dos bancos centrais, confrontada com os constantes ataques do presidente norte-americano ao presidente da Reserva Federal.

Em declarações aos jornalistas, Christine Lagarde sublinhou que os bancos centrais têm mandatos distintos em todo o mundo, mas “a independência tem beneficiado a sua missão ao longo do tempo”. “E espero que continue a fazê-lo”, disse.

A declaração de Lagarde, no decorrer da conferência de imprensa de encerramento do encontro de primavera do FMI e do Banco Mundial, surge depois de confrontada pelos jornalistas com as constantes críticas de Donald Trump a Jerome Powell e ao facto de a Reserva Federal norte-americana (Fed) ter decidido subir as taxas de juro no ano passado. “O que posso dizer-vos é que da parte de todos os governadores dos bancos centrais com quem falei na última semana, havia uma preocupação partilhada sobre três princípios”, adiantou.

O primeiro tem a ver com a prestação de contas e a forma como têm de informar os Governos dos respetivos países sobre as suas ações, o segundo refere-se à transparência do processo e o terceiro é relativo aos desafios para conseguir uma “comunicação” eficaz de medidas que são frequentemente explicadas com “jargão” especializado.

“Precisam dessas três componentes para serem credíveis e para continuarem com os seus mandatos”, referiu Lagarde, acrescentando que, apesar de os mandatos serem diferentes em todo o mundo, têm em comum a questão da independência.

Em março, o presidente norte-americano disse que a economia do país teria crescido ainda mais do que em 2018, acima dos 4%, não fosse pela Fed. Em 2018, a Fed aumentou quatro vezes as taxas de juro por medo de um excessivo aquecimento da economia, depois do “agressivo” estímulo fiscal do presidente Trump, com cortes de impostos às empresas e, em menor escala, aos trabalhadores.

O FMI baixou as suas previsões para os Estados Unidos, cujas previsões de crescimento em 2019 são de 2,3%, duas décimas menos do que o previsto há três meses, e chamou a atenção para os efeitos no crescimento global da luta comercial entre Washington e Pequim.

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