Wall Street abre em queda com revisão em baixa da procura de petróleo e impactos guerra comercial

Bolsas norte-americanas evidenciam o mesmo clima de pessimismo que índices europeus estão a sentir esta sexta-feira. Revisão em baixa das receitas da Broadcom e da procura do petróleo penalizam.

À imagem das bolsas europeias, também os mercados norte-americanos abriram em queda na sequência da divulgação de um outlook negativo por parte da tecnológica Broadcom, que cortou as suas perspetivas de vendas para este ano, no que foi entendido pelos investidores como um dos primeiros impactos “oficiais” da política comercial dos EUA face à China.

Os principais índices dos Estados Unidos acompanham assim o movimento de queda que se fez logo sentir na abertura dos mercados europeus, com o Dow Jones a recuar 0,39%, para 26.005,77 pontos nos primeiros 40 minutos de negociação, e o Nasdaq a perder 0,67%, para 7.458,76 pontos, e o S&P500, que reúne as 500 maiores empresas do setor financeiro norte-americano, em queda de 0,36%, para 2.881,25 pontos.

A Broadcom anunciou esta sexta-feira que atualizou as suas projeções de receitas para este ano, cortando dois mil milhões de dólares nesta rubrica, para 22,5 mil milhões. Apesar da revisão em baixa ter sido já antecipada pelos analistas, a dimensão do corte acabou por surpreender, levando a uma forte correção das ações da fabricante de semicondutores, que iniciou a sessão a perder 8,1%.

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O corte anunciado pela Broadcom veio na sequência do diferendo comercial entre os EUA e a China, refletindo as incertezas em torno do impacto deste conflito.

De acordo com a leitura dos analistas do BCP relativamente à abertura de Wall Street, e além da questão da Broadcom, também a “revisão em baixa das projeções de procura de petróleo” pela Agência Internacional de Energia e as “preocupações com o arrefecimento económico global” justificam as quedas generalizadas que se sentem nos índices europeus e norte-americanos.

Mais de 660 empresários pedem a Trump para evitar guerra comercial com a China

O setor empresarial norte-americano uniu-se entretanto num apelo a Donald Trump para evitar a guerra comercial com a China, antecipando um impacto de 1% no PIB norte-americano e a perda de mais de dois milhões de empregos na sequência da mesma. Perto de 520 empresas e 140 associações empresariais assinaram uma carta conjunta contra a subida das tarifas, num documento que já foi disponibilizado publicamente.

Os signatários decidiram tomar uma posição face à possibilidade de os EUA virem a impor à China tarifas adicionais de 25% sobre produtos avaliados em 300.000 milhões de dólares (266.000 milhões de euros), sustentando que a imposição de novas tarifas terá um impacto “significativo, negativo e a longo prazo” na economia norte-americana, nos negócios e nas famílias.

Segundo os signatários, as tarifas “não são uma ferramenta eficaz” para alterar as “práticas comerciais injustas” da China, porque recaem diretamente sobre as empresas norte-americanas.

As 661 empresas e associações pedem à administração de Trump que regresse à mesa de negociações e que trabalhe com os aliados dos EUA na procura de soluções realistas. “Uma escalada da guerra comercial não interessa ao nosso país e prejudicará as duas partes”, lê-se no documento.

Os impulsionadores da iniciativa calculam que uma subida adicional das tarifas, somada às que já foram aplicadas, se traduzirá na perda de mais de dois milhões de postos de trabalho nos EUA e terá um impacto negativo no produto interno bruto (PIB) do país de cerca de 1%.

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