Presidente da ASF quer atenção à gestão de seguradoras

  • ECO Seguros
  • 27 Outubro 2019

A responsável máxima da entidade reguladora está atenta para a prevenção conflitos de interesse que afetem a "sã prudência" na gestão dos compromissos e riscos assumidos com os segurados.

Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, afirmou estar atenta ao governo das empresas dos seguros, durante uma apresentação num seminário realizado em Lisboa, no passado dia 24.

As declarações da responsável máxima pela regulação no setor segurador aludiram ao setor e à ação da ASF. As principais ideais transmitidas foram:

Defesa do consumidor: Sã prudência

“Daremos atenção às práticas de governo societário das empresas de seguros, nomeadamente no que se refere à prevenção de conflitos de interesses que possam afetar a sã prudência na gestão dos compromissos e riscos assumidos”.

Transformações sociais: Verdadeiras mudanças de paradigma

“As transformações em curso englobam a digitalização da economia, a economia da partilha e as novas formas de mobilidade, o envelhecimento demográfico, as alterações ambientais e climáticas e o financiamento sustentável”. Concluiu neste ponto estarmos perante “verdadeiras mudanças de paradigma”.

Transformação digital: Proteger consumidores sem criar obstáculos à inovação

“A transformação digital origina novos problemas que decorrem do risco associado à proteção e segurança de dados e sistemas, designadamente a questão dos padrões éticos na utilização de dados pessoais e a questão dos riscos cibernéticos associados a elevados volumes de informação detidos pelos operadores”.

“Exige das autoridades de supervisão financeira mudanças nos atuais modelos de regulação e supervisão. É essencial o desenvolvimento de um quadro normativo equilibrado e previsível que permita fornecer um elevado nível de proteção dos consumidores, sem criar obstáculos desnecessários à inovação”.

Crescimento sustentável: Setor contribui nos dois lados do balanço

“O contributo do setor para esta transformação ocorre nos dois lados do balanço. Do lado do ativo, na reorientação progressiva das carteiras de investimentos para green investments e do lado do passivo, na adequação da sua oferta seguradora, seja na cobertura de riscos ambientais, de catástrofes naturais e de outros riscos específicos ou em produtos de poupança para a reforma e cuidados de saúde”.

“As autoridades de supervisão financeira devem ter um papel relevante na indução de uma transição gradual, não disruptiva, que acautele, simultaneamente, os objetivos da sustentabilidade e da estabilidade económica e financeira”.

Envelhecimento demográfico: Dar confiança e segurança à poupança de longo prazo

“O envelhecimento demográfico impõe correções na redistribuição do consumo e do rendimento ao longo do ciclo de vida. Sendo maior a longevidade, é necessário gerar mais rendimento e/ou acumular mais poupança durante a vida ativa”.

“As autoridades de supervisão financeira podem e devem desempenhar um papel relevante na regulação de respostas ao risco de longevidade e na supervisão de conduta do mercado, contribuindo para a confiança e a segurança da poupança de longo prazo canalizada para a reforma, a assistência e os cuidados de saúde.

Empresas de seguros: Gestão sã e prudente e acompanhada pela regulação

“Os desafios da atividade seguradora e a sua importância socioeconómica, exigem, por maioria de razão, uma gestão sã e prudente das empresas de seguros e o seu acompanhamento micro e macroprudencial por parte das autoridades de supervisão financeira”.

“O setor segurador conta, do lado da ASF, com uma visão holística e moderna da regulação e supervisão que propicie condições de desenvolvimento e modernização das empresas de seguros, em sã concorrência”.

Literacia financeira: O primeiro nível da defesa do consumidor

“A ASF considera a formação e literacia financeira dos cidadãos como um primeiro nível de defesa do consumidor e por isso mesmo apostamos em ações que promovam e difundam a educação financeira de Norte a Sul do País”.

A importância do setor: 6,5% do PIB, 50 mil milhões de investimentos

“Acreditamos no nosso setor segurador, nos seus operadores, nos mais de 11 mil profissionais que aí trabalham e nos cerca de 17 mil mediadores que atuam em Portugal. Acreditamos num setor cuja produção representa 6,5% do PIB e cujo valor das carteiras de investimento ascende a mais de 50 mil milhões de euros”.

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