Ana Botín: “Perdemos a confiança” da opinião pública

  • ECO
  • 6 Novembro 2019

A presidente do Santander admite que "os erros de uns quantos" levaram à perda de prestígio dos banqueiros. Pede mudanças na gestão para evitar que se fomentem populismos.

Ana Botín reconhece que os banqueiros têm, hoje, uma imagem negativa junto da opinião pública, depois da crise do final da década passada e início desta. “Sejamos sinceros, perdemos a confiança” dos cidadãos, disse a presidente do Santander durante a Conferencia Internacional de Banca 2019, assumindo ser necessária uma gestão empresarial com outros objetivos além de ganhar dinheiro para os acionistas, revela o El País (acesso livre/conteúdo em espanhol) nesta quarta-feira.

“Há algo que sabemos com certeza sobre a confiança: é difícil conquistá-la, mas muito fácil perdê-la. Vamos ser honestos. Nós perdemo-la”, assumiu Ana Botín logo no início do seu discurso. E continuou: “os erros de uns quantos contaminaram a perceção da opinião pública sobre todos nós. Políticos, empresários, banqueiros… eram pessoas que inspiravam confiança, de repente deixaram de o fazer”.

A presidente do banco espanhol defendeu ainda que os problemas da sociedade devem ser pensados de forma a evitar que o populismo seja visto como a solução para todos os males. As afirmações de Ana Botín surgem num período de plena campanha eleitoral em Espanha, que vai a votos no fim de semana para escolher o próximo governo, e em que o seu nome bem como o poder do Santander têm sido referenciados por várias vezes.

“Todos os setores e instituições foram afetados [pela falta de confiança] e o resultado disso tudo foi um aumento do populismo. Embora o populismo seja o resultado dos desafios globais que enfrentamos, não pode ser a resposta”, defendeu. “Precisamos de uma resposta ampla e generosa ao problema da confiança. E acredito firmemente que as empresas podem contribuir com isso”, assumiu ainda.

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