Monjardino recomenda a Portugal que defina áreas a investir na China

  • Lusa
  • 27 Novembro 2019

O presidente da Fundação Oriente alerta que Portugal tem vindo a perder a relação histórica com a China e, por isso, recomenda que o país defina áreas de investimento para a recuperar, como a saúde.

O presidente da Fundação Oriente avisa Portugal para selecionar rapidamente áreas de investimento na China, como saúde, ou “muito pouco” ou “nada” sobrará de uma relação de 500 anos entre os dois países.

Portugal “tem já muito pouco” para recuperar da relação histórica da 500 anos com a China, e já só conseguirá algum ganho se fizer “um esforço muito grande, e muito bem direcionado para setores de atividade compatíveis com a dimensão“, oferecendo algo “útil” a Pequim, afirmou Carlos Monjardino, em entrevista à Agência Lusa.

Na opinião de Monjardino, a saúde é um desses setores da economia portuguesa com capacidade para investir no mercado chinês e com o qual Portugal ainda pode “dar qualquer coisa de diferente”.

Para o presidente da Fundação Oriente, a saúde é uma área em que os chineses “estão a vir pedir aqui [conhecimento], comprando empresas portuguesas”.

A Luz Saúde foi comprada “porque eles precisam do know how”, exemplificou.

Em dezembro, passam 20 anos da transferência de administração de Macau e o período de transição só termina em 2049.

No entanto, nestes 20 anos “não fizemos nada ou fizemos pouco” para defender os interesses portugueses.

Na opinião de Monjardino, Portugal perdeu as oportunidades de negócio que poderia ter ganho antes da transferência da administração do território para a China e “agora é muito mais difícil (…) voltar a apanhar o comboio, porque o comboio já está em andamento há muito tempo“.

Porém, para o gestor “há coisas” que Portugal ainda pode fazer em Macau, mas principalmente na China.

“Macau é de facto uma plataforma que a gente quer que seja grande e muito importante, mas estamos porventura a dar-lhe importância a mais. Uma coisa é Macau outra coisa é a China. Macau pode servir de uma pontezinha para a China, mas não é garantido que passando por Macau, se entre pela China dentro à vontade”, frisou, defendendo uma maior aposta no vinho, têxteis, produtos farmacêuticos ou novas tecnologias.

O que é preciso “é escolher os setores em que Portugal tenha dimensão para poder chegar a um acordo com pés e cabeça com a China. E já não estou a falar com Macau, estou a falar com a China em geral, porque Macau é um microcosmos”, reforçou.

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