Juristas consideram “abusivo” jornalistas serem assistentes em processos

Segundo a lei, qualquer um pode constituir-se assistente num processo penal, salvo exceções, mas o acesso a jornalistas tem gerado dúvidas no meio. Juristas e Comissão para a Carteira convergem.

Quem pode constituir-se assistente num processo criminal? Como? E existem exceções para jornalistas e/ou outros profissionais por incompatibilidades?

Segundo o artigo 68.º do código do processo penal, podem constituir-se assistentes no processo penal, os ofendidos do caso, as pessoas de cuja queixa ou acusação particular depender o procedimento e, entre outras salvaguardas, ainda “qualquer pessoa nos crimes contra a paz e a humanidade, bem como nos crimes de tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionários, denegação de justiça, prevaricação, corrupção, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e de fraude na obtenção ou desvio de subsídio ou subvenção”.

Esta definição genérica tem merecido discussão, mas, como em praticamente todos os debates no cerne da justiça, aqui a doutrina também diverge. A questão já é antiga, mas voltou a ser recentemente discutida entre o meio depois de se saber que a fase de instrução da Operação Marquês seria à porta fechada e, por isso, a entrada a jornalistas estaria impedida. Porém, há assistentes deste processo de dois órgãos de comunicação social.

Ou seja, dois jornalistas que podem estar presentes nas várias audições e que têm acesso a informação deste processo. Do lado dos advogados que lidam com processos mediáticos existe alguma reticência perante esta figura, com alguns dos mais conhecidos a mostrarem-se pouco favoráveis à constituição de jornalistas como assistentes. Fomos falar com seis deles para perceber porquê.

"Um correto entendimento do conceito e da lei evitariam as situações de abuso que se têm verificado por única responsabilidade dos aplicadores de Direito.”

Paulo Saragoça da Matta

Uma figura “atípica” com uma má interpretação

Em dezembro de 2015, num artigo de opinião no jornal i, já Paulo Saragoça da Matta escrevia que embora a definição desta figura esteja presente na lei portuguesa, “o que a lei nunca sequer imaginou é que o estatuto fosse dado a quem, por definição, nunca pode “colaborar” com o MP senão na difusão pública daquilo que, estando no processo, para bem de uma sã justiça aí devia ficar”.

Em declarações à Advocatus, o mesmo advogado diz que concorda com os moldes desta figura no Código Penal Português (CPP), que, aliás, “é única nos vários processos penais europeus que nos são vizinhos”. Mas não deixa de considerar este um problema que, em Portugal, “não emerge da lei, mas de alguma doutrina infeliz” e daquilo que apelida de “má prática” por parte das magistraturas na determinação do conceito de assistente.

"Não concordo com o sistema atual, que permite desvios das finalidades que o sistema legal pressupõe e abre a porta a espontâneos.”

José António Barreiros

Embora a lei permita a qualquer pessoa constituir-se assistente, há outros aspetos a ter em conta, como frisa o advogado. “O CPP é claro e inequívoco quando estatui no artigo 68.º quem pode constituir-se assistente no processo, mas o sentido da norma só se obtém após a interpretação sistemática e conjugada com o disposto no artigo 69.º, quando estabelece qual a posição processual e atribuições do assistente”. Isto é, segundo explica, só poderá ser assistente “quem o possa ser materialmente”.

José António Barreiros considera esta figura “atípica” no direito comparado, porém acha que se deve manter no nosso contexto. “Quem tiver memória histórica lembra, porém, que foi graças à sua existência que processos arquivados pelo Ministério Público conseguiram conhecer a oportunidade de um julgamento. E ainda assim sucede”, comenta à Advocatus.

Já João Medeiros não concorda com a forma como esta figura está designada no CPP. Nomeadamente, a alínea que concede a qualquer pessoa poder ser assistente, uma formulação legal que classifica de “infeliz” e por cuja prática se “em vindo a observar a concessão ilegítima de meios legais para a prossecução de finalidades ilegais”, classifica o jurista.

"[Dentro desta lei do CPP] tem-se vindo a observar a concessão ilegítima de meios legais para a prossecução de finalidades ilegais.”

João Medeiros

Contudo, pode ser-se assistente “quem não tenha legitimação por relação direta com o crime em causa, o que permite desvios das finalidades que o sistema legal pressupõe e abre a porta a ‘espontâneos’, que nem se sabe ao que vêm nem quem os sustenta nos encargos do processo”, diz José António Barreiros, que discorda do sistema atual em que esta figura é aplicada.

Também o advogado da PLMJ considera que não se pode interpretar “que o preceito permita a constituição como assistente de todos, sem mais”. No seu entender, a redação do texto da lei deveria ser alterada para que fosse mais claro que apenas deverá ser admitida a constituição como assistente de “pessoas que não estejam diretamente ligadas aos crimes objeto do processo, quando as mesmas demonstrem algum interesse em agir num determinado caso concreto”.

Jornalistas assistentes? Parecer da Comissão da Carteira desaprova

Em setembro de 2017, também Rui Patrício abordava o assunto, referindo o caso específico do jornalismo, numa opinião do Jornal de Negócios. Dizia o advogado da Morais Leitão que “quanto mais se generaliza e rende a constituição dos jornalistas como assistentes, maior é a erosão do verdadeiro jornalismo de investigação, figura fundamental numa sociedade democrática e no combate à criminalidade”.

E continua: “é que esse jornalismo significa investigar por si, e não “vampirizar” a investigação dos processos, e ainda menos noticiá-la sem neutralidade, fazendo eco sistemático de (apenas) uma versão das coisas”.

"Suscitam-me reservas a amplitude legal, e sobretudo a «generosidade» prática quanto à possibilidade de qualquer cidadão se constituir assistente em processos relativos a certos tipos de crime.”

Rui Patrício

À Advocatus este jurista explica que, na verdade, até concorda com a figura do assistente em processo penal da maneira como está prevista nos moldes legais, mas é a sua amplitude que lhe suscitam reservas. “Sobretudo a ‘generosidade’ prática quanto à possibilidade de qualquer cidadão se constituir assistente em processos relativos a certos tipos de crime, o que se liga também, muito diretamente, ao problema da constituição de jornalistas como assistentes”, realça.

De acordo com uma decisão da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), de novembro de 2015, o plenário desta comissão considerou “incompatível” o exercício da profissão de jornalista com a “constituição como assistente em processos penais sobre os quais [se] desenvolva trabalho”, uma vez que “a natureza e a função desse sujeito processual, tal como legalmente definidas, comprometem a independência, integridade profissional e dever de imparcialidade desses jornalistas”.

"Estes assistentes [jornalistas] têm sido muito convenientes, apenas e só, para a difusão pública das teses do MP e talvez por isso continuem a ser tão tolerados.”

Francisco Proença de Carvalho

Eurico Reis, juiz desembargador e ex-presidente da CCPJ, já muito antes contestou tal prática quando, em 2009, disse ao Diário de Notícias que “ao constituir-se como assistente, o jornalista torna-se auxiliar do Ministério Público quando, deontologicamente, está obrigado a uma posição de imparcialidade em relação ao objecto do processo”.

Segredo de justiça pode ficar comprometido

À Advocatus, Francisco Proença de Carvalho diz que a constituição de jornalistas como assistentes em processos tem sido uma porta aberta para a “permanente” violação do segredo de justiça e para o “esmagamento público dos arguidos”. A seu ver, o que se tem verificado nos processos mediáticos são “manifestos abusos” e a “deturpação total desta figura processual, para o qual muito têm contribuído os jornalistas assistentes”.

Estes assistentes têm sido muito convenientes, apenas e só, para a difusão pública das teses do Ministério Público e talvez por isso continuem a ser tão tolerados”, acrescenta.

Paulo de Sá e Cunha considera que o vasto acesso à figura de assistente cria uma espécie de “ação popular penal”. Isto porque legitima quem não tenha interesse pessoal e direto a intervir como assistente nestes processos, o que “possibilita o recurso abusivo a esta categoria, para prossecução de finalidades que são absolutamente alheias à sua essência”.

"Esta prática [de jornalista assistente] tem vindo a generalizar-se entre nós é, a meu ver, abusiva.”

Paulo de Sá e Cunha

O advogado da Cuatrecasas refere que há muitos jornalistas que se constituem assistentes em processos de modo a “poderem aceder a informação e a meios de prova constantes dos autos, que depois divulgam publicamente”, o que muitas vezes acontecem quando ainda vigora o segredo externo do processo, o que pode configurar manifestamente a prática de crimes de violação de segredo de justiça.

“Por legítimo que seja o direito de informar, esta prática, que tem vindo a generalizar-se entre nós, é, a meu ver, abusiva”, remata.

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May ainda acredita que é possível uma saída ordenada da UE

  • Vasco Gandra, em Bruxelas e ECO
  • 21 Março 2019

Neste momento, os 27 inclinam-se por uma curta extensão, mas o presidente do Conselho Europeu reconheceu ontem que essa opção "cria uma série de questões de natureza legal e política".

A primeira-ministra britânica ainda acredita que é possível uma saída ordenada do país da União Europeia e fez esta quinta-feira um apelo ao Parlamento britânico para aprovar acordo do Brexit. “Agora é tempo de o Parlamento decidir e uma curta extensão [da data de saída do país] permite-nos fazer isso”, afirmou Theresa May à chegada à cimeira a Bruxelas.

A primeira-ministra britânica sublinhou que já passaram três anos desde o voto do referendo que ditou a saída do país do bloco. “O que importa é reconhecer que o Brexit é uma decisão do povo britânico. Nós temos que cumprir isso”. “Continuo a trabalhar para garantir que o Parlamento possa alcançar um acordo que permita sairmos de forma ordenada”.

Theresa May pediu ontem uma extensão até 30 de junho da data de saída do Reino Unido da União Europeia. Em resposta, Donald Tusk que coordena os trabalhos dos líderes europeus admitiu ser possível “um curto adiamento”, mas apenas se os deputados britânicos aprovarem o acordo na próxima semana.

Entretanto, a Reuters, que cita um esboço de um documento oficial do Conselho Europeu, avançou que a UE vai aceitar o adiamento do Brexit até dia 22 de maio, mas só se o Parlamento britânico aprovar o acordo do divórcio na votação marcada para a semana que vem. “A UE compromete-se a concordar, antes de 29 de março de 2019, com uma extensão até 22 de maio, se o Acordo de Saída for aprovado pela Câmara dos Comuns na próxima semana”, lê-se no documento.

Um adiamento do prazo até 30 de junho parece, assim, estar totalmente afastado, por causa das eleições europeias, marcadas para 26 de maio. “Tendo em conta que o Reino Unido não tenciona realizar eleições para o Parlamento Europeu, nenhuma extensão é possível para depois dessa data”, indica o esboço consultado pela agência.

Os líderes dos 27 estão esta quinta-feira reunidos em Bruxelas para mais uma cimeira dominada pelo Brexit. Vão ouvir as razões da primeira-ministra para pedir o adiamento da saída do bloco comunitário. Terão depois que deliberar por unanimidade, e já sem a primeira-ministra britânica na sala, se concedem essa extensão e por quanto tempo.

À entrada para a reunião, Macron admitiu ser possível discutir sobre uma “extensão técnica” no caso de um voto positivo do acordo de saída no Parlamento britânico. A chanceler Merkel disse que é necessário fazer tudo até ao momento final para se conseguir uma saída ordenada do Reino Unido.

Por seu turno, o primeiro-ministro António Costa afirmou, antes do início do Conselho Europeu, que os 27 estão “disponíveis para conceder um adiamento do prazo, desde que esse adiamento do prazo se justifique”, considerando que “em qualquer caso, não pode haver nenhuma extensão para além de 23 de maio”. A bola está no lado do Parlamento britânico, resumiu o primeiro-ministro holandês Mark Rutte.

“Uma discussão que se pode prolongar até porque há diferentes opiniões entre os Estados-membros”, segundo uma fonte em Bruxelas. Neste momento, os 27 inclinam-se por uma curta extensão, mas o presidente do Conselho Europeu reconheceu ontem que essa opção “cria uma série de questões de natureza legal e política”. Entre outras incógnitas, a eventual participação do Reino Unido nas eleições europeias que decorrem entre 23 e 26 de maio.

Apesar de o Reino Unido deixar a UE, “queremos continuar a trabalhar em questões de interesse comum” com os 27, disse Theresa May, dando exemplo disso alguns dos pontos em discussão no Conselho Europeu, para além do Brexit, como as questões relacionadas com a segurança e de prosperidade.

(Notícia atualizada às 17h37 com informação sobre o adiamento do Brexit até 22 de maio)

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Família EDP puxa por Lisboa. Sonae avança com dividendos

Lisboa contrariou as demais praças do Velho Continente e escapou às perdas (ainda que por pouco). O índice de referência nacional fugiu ao vermelho à boleia da família EDP.

À boleia do bom desempenho dos títulos da família EDP, a praça nacional contrariou (por pouco) a tendência registada nas demais bolsas europeias e terminou a sessão no verde. A pesar sobre Lisboa estiveram, contudo, as ações dos CTT, que caíram mais de 2% e da Galp Energia, que recuaram mais de 1%. Das 18 cotadas nacionais, apenas seis fecharam as negociações em terreno positivo.

O índice de referência nacional, o PSI-20, desvalorizou 0,04% para 5.267,78 pontos. Lá fora, a tendência foi a inversa com o Stoxx 600 a cair 0,1%, o alemão Dax a recuar 0,4% e o espanhol Ibex a descer 1,8%.

Foram os títulos da família EDP os que mais puxaram pela bolsa nacional. As ações da empresa liderada por António Mexia somaram 2,61% para 3,42 euros e as da empresa liderada por Manso Neto subiram 0,87% para 8,675 euros. Isto no dia em que o ECO Insider adiantou que o nome do atual CEO da Pharol deverá ser proposto e aprovado para a presidência da Assembleia Geral da EDP, vago desde 2018.

Esta quinta-feira foi dia da Sonae apresentar resultados. A holding registou um resultado líquido de 222 milhões de euros, tendo revelado que vai propor o pagamento de um dividendo de 4,41 cêntimos por ação. Estas notícias parecem ter animado os investidores, tendo as ações da Sonae avançado 0,67% para 0,981 euros.

Do outro lado da linha de água, os títulos dos CTT recuaram 2,12% para 2,682 euros e os da Galp Energia 1,21% para 14,235 euros. Também as ações do BCP fecharam em terreno negativo. Desvalorizaram 0,87% para 0,2271 euros.

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Lucro da REN cai para 115 milhões de euros. Pagamento da CESE penaliza

A energética encerrou o ano passado com uma quebra de 8% nos lucros, um desempenho que se deveu, em parte, "ao pagamento pelo quinto ano consecutivo da CESE".

Os lucros da REN – Rede Energéticas Nacionais desceram 8% para 115,7 milhões de euros no final do ano passado, um valor que compara com os 125,9 milhões registados no final de 2017, anunciou a energética liderada por Rodrigo Costa esta quinta-feira. A contribuir para esta queda estiveram, entre outros, o pagamento da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE).

No final do ano passado, a REN obteve um resultado líquido de 115,7 milhões de euros, o equivalente a uma descida de 8,1% face a 2017, referiu a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Já contávamos com isso, mas em nada altera os nossos objetivos estratégicos. Vamos procurar oportunidades de crescimento que ajudem a compensar [esta descida]”, disse o CEO, durante um encontro com jornalistas esta quinta-feira.

No mesmo comunicado, a empresa refere que este desempenho foi “penalizado pelo aumento das Amortizações e dos Impostos, mas principalmente pelo pagamento — pelo quinto ano consecutivo — da CESE”.

Nos últimos cinco anos, “o total de pagamentos relativos à CESE ascendeu a 127,5 milhões de euros”. “A CESE continua a ser um tema importante com um impacto bastante negativo nas nossas contas. Mantemos a nossa filosofia, estamos a pagar e todos os anos temos pago, mas mantemos a nossa contestação nos tribunais“, referiu Rodrigo Costa. “Achamos que temos razão e é uma questão de nos ser dada razão, ou não. Não temos de nos preocupar com o que fazemos. Acreditamos que temos algumas hipóteses de nos ser dada razão, mas não nos compete a nós decidir“, acrescentou.

"A CESE continua a ser um tema importante com um impacto bastante negativo nas nossas contas. Acreditamos que temos algumas hipóteses de nos ser dada razão [nos tribunais], mas não nos compete a nós decidir.”

Rodrigo Costa

CEO da REN

Contrariando o desempenho do resultado líquido, o resultado financeiro melhorou para os 57,8 milhões de euros, um aumento que beneficiou da redução do custo médio da dívida (2,2% que compararam com os 2,5% de 2017) e do decréscimo da dívida líquida para os 2.653,1 milhões de euros.

Já o EBITDA subiu 1% face a 2017, ascendendo a 492,3 milhões de euros, “devido, sobretudo, à consolidação da Portgás (34,2 milhões de euros)”. Adicionalmente, refere a energética, destacou-se ainda a “contribuição positiva” da venda do negócio de GPL (3,7 milhões de euros) e o resultado da Electrogas. Contudo, o EBITDA foi afetado pela redução da remuneração dos ativos.

Apesar desta queda dos lucros, a operadora da rede elétrica optou por não mexer no dividendo que pretende distribuir. Vai propor na próxima assembleia de acionistas o pagamento de um dividendo de 17,1 cêntimos por ação, “em linha com a política de dividendos anunciada no último Capital Markets Day da REN”.

(Notícia atualizada às 17h30 com mais informação)

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Reguladores temem perda de independência com reforma da supervisão financeira

Fiscalização da IGF, avaliações de desempenho e a presença de um administrador externo no CNSF são os principais pontos quentes em que os supervisores não querem intervenção do Governo.

O balanço que os supervisores fazem da reforma da supervisão financeira é positivo, mas as críticas, nomeadamente ao financiamento, e sugestões de alterações à forma de funcionamento são muitas. Da fiscalização pela Inspeção-Geral de Finanças (IGF) à presença de um administrador externo no Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), passando pela avaliação de desempenho, há vários pontos apontados como potenciais limitações à independência.

“O Banco de Portugal, decorrente do seu estatuto de independência enquanto banco central, dispõe de independência institucional, funcional, pessoal e financeira, com reflexos na sua Lei Orgânica”, começa por lembrar o supervisor liderado por Carlos Costa, que “entende que diversos aspetos do projeto de proposta de lei colocam em causa essa independência”.

A proposta não faz referência a que a IGF fiscalize o banco central, mas a formulação estabelece, de forma indireta, a sujeição do
BdP ao regime de inspeção e auditoria dos serviços do Estado e é esta a
principal crítica. Sendo a IGF um serviço da administração direta do Estado, na dependência do Ministério das Finanças, cabe-lhe inspecionar, em nome do Governo, a atividade financeira dos diferentes serviços do Estado e entidades públicas.

“Nem a Lei Orgânica do Banco, nem a Lei Orgânica do Ministério das Finanças estabelecem a competência do Ministério para a realização de inspeções ou auditorias ao Banco. Nem as normas internacionais (…) o permitem. Logo, nunca as atribuições da IGF poderão ter tal extensão, sob pena de desvirtuamento das próprias regras legais de relacionamento entre o Banco de Portugal e o Ministério das Finanças“, acrescenta.

Mas esta não é a única forma em que o BdP considera que a sua independência é comprometida. A criação e implementação de um sistema de indicadores de desempenho, “com indicadores detalhados e mensuráveis, quantitativa e qualitativamente, relativos à eficiência, eficácia e qualidade da atividade do banco” é vista como uma forma “implícita” de “controlo por parte do Governo”. As causas de exoneração dos membros do conselho de administração constituem ainda um “limite à independência pessoal” dos mesmos.

Igualmente, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) também aponta o dedo ao Governo, especialmente no que diz respeito a um administrador externo executivo no Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF). “Qualquer modelo de supervisão do sistema financeiro, independentemente do número de autoridades que o componham e dos mecanismos de articulação existentes entre as mesmas, deve ser integrado exclusivamente por supervisores independentes em igual medida“, diz.

“Destaca-se, como fator de preocupação à luz deste princípio de independência e autonomia, a previsão de administradores externos às atuais autoridades de supervisão nos conselhos de administração das entidades cuja criação é agora proposta”, alerta o supervisor liderado por Gabriela Figueiredo Dias. A possibilidade de uma das três autoridades poder ser obrigada pelos restantes a adotar uma decisão contra a qual se votou também é assinalada.

A CMVM considera que existe “ambivalência” no princípio da independência presente no projeto. Por um lado, assinala como positivo o “reforço da independência das autoridades de supervisão, pelo menos no que à CMVM concerne, nomeadamente por via da autonomia financeira acrescida”. Por outro lado, critica, neste domínio, a obrigatoriedade de uma percentagem das receitas próprias da CMVM serem transferidas para a Autoridade da Concorrência (AdC), “que nem sequer integra o perímetro do Sistema Nacional de Supervisores Financeiros”.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) concorda com o regulador dos mercados. E até sublinha que há um “reforço do princípio da independência da autoridade de supervisão e da garantia da especificidade do respetivo regime em função da natureza das respetivas funções e do seu enquadramento institucional a nível europeu, designadamente a exclusão do âmbito de aplicação da lei-quadro das entidades reguladoras”. Mas há um “mas”.

A revisão anual da exclusão da lei-quadro é uma solução jurídica “volátil”, enquanto critica também a limitação de independência da ASF face aos restantes supervisores. Em causa está a determinação de que o CNSF ficará responsável por apresentar às Finanças projetos de legislação sobre o regime jurídico de acesso e exercício da atividade de perito de seguros, bem como estudos de avaliação de impacto legislativo e económico da criação de um sistema de garantia para os produtos de seguros, articulado com os regimes do Fundo de Acidentes de Trabalho.

“As questões relativas aos peritos de seguros e a um sistema de garantia para os produtos de seguros são matérias que se inscreverão no âmbito das atribuições da ASF, não tendo o caráter transversal ao setor financeiro que justifique a sua transferência para o CNSF“, acrescenta.

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Marcelo promulga lei para a paridade na Função Pública. Mas deixa um recado ao Governo

Presidente da República promulgou a nova lei da paridade que define o regime de representação equilibrada entre homens e mulheres no pessoal dirigente e nos orgãos da Administração Pública.

O Presidente da República promulgou a nova lei da paridade que estabelece o regime de representação equilibrada entre homens e mulheres no pessoal dirigente e nos órgãos da Administração Pública. A informação foi divulgada no site oficial da Presidência da República, esta quinta-feira.

Em causa está a nova lei que estabelece que as listas de candidatos para a Assembleia da República, Parlamento Europeu, câmaras e assembleias municipais, assembleias de freguesia e para vogais das juntas de freguesias têm de ser compostas de modo a que reflitam a representação mínima de 40% de cada um dos sexos. Antes o limiar de representação mínima de cada género era de 33%.

Essa promulgação ocorre depois de ter sido aprovada no mês passado em votação final pelo PSD, PS, Bloco de Esquerda, PAN e pela presidente do CDS-PP, Assunção Cristas.

Apesar de promulgar a lei, Marcelo Rebelo de Sousa, faz algumas chamadas de atenção. Diz que teria “preferido que alteração sobre a legislação eleitoral não fosse submetida a promulgação a menos de seis meses de eleições a que se aplica”. Ainda assim, o Presidente abriu uma exceção “tendo em consideração a relevância do princípio consagrado”.

A nova lei entra em vigor 120 dias após a aprovação no Parlamento, o que ocorreu a 8 de fevereiro deste ano. Ou seja, já depois das próximas eleições europeias, marcadas para 26 de maio.

Marcelo rebelo de Sousa refere ainda não compreender “por que razão a paridade vale, como princípio, para todas as eleições com listas plurinominais, salvo as regionais”. Diz ainda esperar que a aplicação do diploma “não suscite interpretações redutoras em termos de constitucionalidade”.

(Notícia atualizada às 16h55 com mais informação)

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Nova falha de segurança no Facebook. Funcionários tinham acesso a arquivo com “centenas de milhões” de passwords

Durante anos, milhares de funcionários do Facebook tiveram acesso a um arquivo desprotegido com "centenas de milhões" de passwords dos utilizadores. Empresa confirmou a denúncia.

O Facebook FB 0,00% admitiu esta quinta-feira ter armazenado “centenas de milhões” de passwords de utilizadores em texto simples — isto é, de forma desprotegida. O arquivo podia ser acedido pelos mais de 20 mil funcionários da empresa, segundo o jornalista de cibersegurança Brian Krebs, que denunciou o caso. A informação foi confirmada pelo Facebook e os utilizadores afetados vão ser notificados. Serão entre 200 milhões e 600 milhões.

A rede social admitiu ter encontrado a base de dados em janeiro deste ano, durante uma verificação de rotina. Esta tinha sido gerada por aplicações criadas por funcionários. No entanto, a tecnológica garante que ninguém de fora da empresa teve acesso ao arquivo. “Estas passwords nunca estiveram visíveis para ninguém de fora da empresa e não encontrámos nada que indique que alguém internamente tenha abusado ou acedido de forma imprópria às mesmas”, garantiu Pedro Canahuati, responsável da tecnológica, em comunicado.

Segundo o Krebs, as passwords encontradas foram armazenadas durante anos e as entradas mais antigas datam de 2012. Os registos internos da empresa mostram que cerca de 2.000 engenheiros e programadores fizeram cerca de nove milhões de consultas a esta base de dados desprotegida.

As melhores práticas de cibersegurança ditam que as empresas não devem poder guardar credenciais dos utilizadores em texto simples (plain text), pois podem ser roubadas em caso de ciberataque ou fuga de informação. Em contrapartida, as empresas devem convertê-las em códigos unidirecionais, de forma a que seja possível descobrir o código através da password, mas não seja possível descobrir a password se o código for roubado. Assim, as empresas conseguem validar as credenciais dos utilizadores sem precisarem sequer de conhecer a password de acesso que foi definida.

O Facebook também faz isto, e esse é um dos aspetos mais curiosos neste caso. “[A base de dados de passwords em texto simples] chamou a nossa atenção porque os nossos sistemas de login estão desenhados para mascarar as passwords usando técnicas que as tornam ilegíveis”, confessou o Facebook, em comunicado. “Corrigimos estes problemas e, como precaução, vamos notificar todas as pessoas cujas passwords foram guardadas desta forma”, avançou a empresa.

Este é o mais recente caso relacionado com falhas na proteção dos dados pessoais a afetar a empresa liderada por Mark Zuckerberg. No ano passado, a empresa admitiu vários problemas na proteção dos dados dos cidadãos, entre os quais o escândalo relacionado com a consultora Cambridge Analytica, que envolveu o uso indevido de dados pessoais de 87 milhões de pessoas.

(Notícia atualizada às 17h08 com mais informações)

Evolução das ações do Facebook no Nasdaq

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Da recolha de roupa aos cheques solidários, empresas portuguesas querem ajudar Moçambique

Perante a tragédia, com o objetivo de ajudar as comunidades moçambicanas, empresas e organizações portuguesas, como a Galp, CTT, ou a Fundação Calouste Gulbenkian, lançaram campanhas solidárias.

As empresas portuguesas não ficaram indiferentes à passagem do ciclone Idai, que atingiu o sudeste africano, afetando Moçambique, o Maláui e o Zimbabué. Contabilizam-se já 400 mortos, mas o número pode ainda, segundo as autoridades, ser superior. Neste momento, cerca de 350 mil pessoas “estão em situação de risco” e há uma área com extensão de 100 quilómetros completamente inundada. A Cruz Vermelha Internacional estima que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, naquela que é já considerada a “pior crise” do género em Moçambique.

Perante a tragédia, e com o objetivo de ajudar as comunidades moçambicanas afetadas, algumas organizações portuguesas, como a Galp, os CTT ou a Mota-Engil, já começaram a realizar campanhas de recolha de donativos entre os portugueses. Pedem roupa, produtos de higiene e alimentos, sobretudo.

Além disso, dentro das próprias organizações, também estão a ser mobilizados esforços. A Mota-Engil vai ajudar com quase um milhão de euros, enquanto a Galp e o setor bancário também preparam os cheques solidários.

Das roupas aos produtos de higiene, há várias formas de ajudar

Os CTT, em parceria com os Correios de Moçambique, estão a preparar uma ação de recolha de roupas, uma das principais necessidades no país, para enviar com destino a Moçambique. Para contribuir, “basta chegar a uma das 538 lojas CTT espalhadas por todo o país, pedir uma embalagem solidária, colocar o donativo e o envio será realizado de forma gratuita”, explica a empresa liderada por Francisco de Lacerda em comunicado.

Participar nesta recolha de donativos é, de acordo com os CTT, muito “ágil”, graças à proximidade da rede de lojas às populações portuguesas. A campanha arranca já na próxima segunda-feira, dia 25 de março, nas lojas CTT, e decorre até ao dia 8 de abril.

Já a Federação Internacional da Cruz Vermelha Portuguesa, em conjunto com a Cruz Vermelha Moçambicana, emitiu na quarta-feira um apelo com vista à angariação de mais de oito milhões de euros, que pode ser feita através do site da organização portuguesa. Até agora, já foram angariados mais de 25 mil euros.

Em breve, a Cruz Vermelha Portuguesa vai também enviar cinco toneladas de alimentos e produtos de higiene, que já foram recolhidas. Mas, quem ainda quer ajudar com alimentos pode fazê-lo através da Fundação Benfica, que vai estar a recolher, nas Casas do Benfica espalhadas pelo país até ao dia 31 de março. O Estádio da Luz também vai aceitar donativos de alimentos, mas apenas entre os próximos dias 27 e 31 de março.

Cheques solidários de milhares de euros a caminho

Outra forma de auxílio é através do envio de dinheiro. Para a aquisição de medicamentos e outros consumíveis na área da saúde, a Fundação Calouste Gulbenkian vai doar 100 mil euros. “De modo a ajudar a minimizar o impacto da destruição causada junto das populações, o conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian decidiu, na reunião de hoje [quinta-feira], doar 100 mil euros”, refere a fundação em comunicado.

Já a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa espera entregar aos Moçambicanos cerca de meio milhão de euros. “A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai avançar com um apoio de 500 mil euros para ajudar o povo moçambicano nesta hora tão difícil”, afirma forte oficial do organismo, que diz ainda estar a “trabalhar com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e com a Embaixada de Portugal em Moçambique a melhor forma de efetivar essa ajuda financeira”.

Uma medida que é seguida por outras empresas portuguesas, como a Galp e a Mota-Engil. A petrolífera vai disponibilizar bens de emergência no valor de 150 mil euros, ao mesmo tempo que está a tentar restabelecer a normalidade das operações nos postos de abastecimento das zonas afetadas, uma vez que a disponibilidade de combustível é fundamental para o sucesso das operações de socorro e de reconstrução.

a construtora Mota-Engil está a apoiar o Governo moçambicano com um milhão de dólares (o equivalente a quase 900 mil euros) em obras de recuperação de estradas e pontos. “As obras que estamos a realizar, no valor de cerca de um milhão de dólares, são custos assumidos por nós”, disse Manuel Mota, administrador executivo da empresa, à Lusa. Como o grupo Mota-Engil tem estaleiros em Mocuba, na província da Zambézia, deslocou a partir dali os meios humanos, máquinas e equipamento necessários à recuperação de vias rodoviárias na província de Sofala.

O setor da banca também está a preparar o envio de ajuda. A Caixa Geral de Depósitos e o BCP vão juntar-se à Fidelidade, à Cruz Vermelha e à UNICEF para concretizarem o envio conjunto de 150 mil euros, sendo que cada uma das três primeiras vai disponibilizar 50 mil euros. As instituições apelam ainda à contribuição dos portugueses, disponibilizando para isso duas contas bancárias solidárias:

  • Conta da Cruz Vermelha Portuguesa na Caixa Geral de Depósitos
    IBAN PT50 0035 0027 0008 2402 2305 3
  • Conta da UNICEF Portugal no Millennium bcp
    IBAN PT50 0033 0000 5013 1901 2290 5
  • MB WAY: 919 919 939

Recorde-se que o primeiro avião com ajuda portuguesa aterrou em Moçambique esta quinta-feira, transportando fuzileiros e barcos que vão ajudar as autoridades locais nas operações de busca e salvamento. Além deste, o Governo despachou também outra aeronave C-130 Hercules com agentes da Proteção Civil.

(Notícia atualizada dia 22.03.2019 às 11:20 com informação sobre apoio da SCML)

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FMI considera “sólidas” perspetivas de crescimento da economia dos EUA

  • Lusa
  • 21 Março 2019

"Consideramos que as perspetivas para a economia norte-americana são sólidas com uma taxa de desemprego historicamente baixa e altos níveis de confiança das empresas e das famílias", disse o FMI.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou esta quinta-feira que as perspetivas para a economia norte-americana continuam boas, um dia após o banco central dos Estados Unidos ter anunciado uma revisão em baixa das suas previsões de crescimento.

“Consideramos que as perspetivas para a economia norte-americana são sólidas com uma taxa de desemprego historicamente baixa e altos níveis de confiança das empresas e das famílias”, declarou Gerry Rice, porta-voz do FMI em declarações à imprensa.

O FMI deve divulgar no dia 9 de abril as novas previsões de crescimento para a economia mundial. Nessa altura “teremos mais coisas a dizer sobre a economia norte-americana”, acrescentou o porta-voz, explicando que o FMI vai também publicar relatórios centrados no comércio e nas taxas alfandegárias, depois das tarifas suplementares que Washington aplicou no último ano a Pequim e vice-versa.

Na quarta-feira, a Reserva Federal (Fed) anunciou que reviu em baixa as previsões de crescimento para 2019 de 2,3% para 2,1%. Em dezembro a Fed já tinha reduzido a previsão. O FMI tem até agora antecipado um crescimento de 2,5% da economia dos Estados Unidos para este ano.

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O início de uma nova Era! Tecnologia ao serviço da banca e das pessoas

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  • 21 Março 2019

Os bancos perceberam que precisam de mudar se quiserem ser tão competitivos como os novos players digitais.

As portas do futuro estão a abrir-se e a NDGIT é um dos principais protagonistas europeus. O segredo para o sucesso da NDGIT é a sua plataforma Open Banking, que permite que os bancos se liguem a parceiros digitais sem terem que mudar os seus próprios sistemas bancários.

Com a NDGIT, os bancos podem ligar-se, controlar e avaliar produtos e serviços inovadores de FinTechs via APIs – Interfaces de Programação de Aplicações –, sendo que esses novos serviços podem ser facilmente integrados nos sistemas existentes.

 

Oliver Dlugosch, CEO da NDGIT, diz que “a crescente digitalização dos bancos, impulsionada por uma mudança no comportamento dos clientes e na regulamentação PSD2 na União Europeia, tem sido um tremendo impulsionador do crescimento da NDGIT.

Os bancos perceberam que precisam de mudar se quiserem ser tão competitivos como os novos players digitais. A plataforma NDGIT Open Banking tornou-se um importante facilitador tecnológico para aqueles que querem ficar à frente. Com fortes vendas e crescimento de clientes em 2018, fomos capazes de nos distinguir como o fornecedor líder de serviços bancários abertos na Europa.”

Os bancos já estão a usar esta plataforma para implementar eficientemente a regulamentação PSD2, criar ecossistemas, fornecer serviços bancários aos seus parceiros digitais e oferecer inovações e serviços FinTech aos seus clientes através do NDGIT Marketplace.

A PSD2 não significa apenas novas obrigações para os bancos, mas também um enorme potencial de oportunidades de desenvolvimento para o futuro. Tal como os fornecedores terceirizados (TPPs – Provedores de Serviços de Pagamento de Terceiros), os bancos também podem usar os dados de outros bancos para ofertas inovadoras de produtos – se tiverem implementado a infraestrutura digital correta.

NDGIT significa Next Digital Banking. A empresa fornece uma plataforma de API comprovada para bancos e seguros, cumprindo os requisitos BerlinGroup, STET e Open Banking do Reino Unido. Ligando bancos e fintechs com ecossistemas digitais, a sua tecnologia abre os bancos a parceiros digitais com APIs Open Banking e soluções PSD2.

A plataforma da NDGIT fornece um backbone tecnológico para novas aplicações e cenários de TI em bancos e seguros. A NDGIT implementou a primeira solução bancária aberta da Suíça em 2017 e recebeu o Euro Finance Tech Award em 2017 pela melhor colaboração entre bancos e fintech. Em 2018, a plataforma NDGIT API ganhou o CEE Fintech Challenge, a maior competição FinTech na Europa Central e Oriental.

 

Fruto deste crescimento, a NDGIT fechou recentemente uma parceria estratégica com o Banco BNI Europa, um banco digital inovador que tem desafiado o ecossistema bancário tradicional, considerado referência internacional como “Challenger Bank”, a quem fornece a plataforma API líder para serviços bancários e seguros na Europa.

O Banco BNI Europa decidiu implementar o “PSD2 Ready”, a solução de software padronizada inteligente da NDGIT que cumpre as normas definidas pelo Berlin Group RTS, para atender a todos os requisitos da regulação PSD2 de forma rápida e eficiente.

Esta cooperação é um marco para o futuro desenvolvimento do Open Banking na Europa e para o Banco BNI Europa é o passo lógico no seu crescimento.

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Já há acordo provisório para criação de força policial financeira europeia

Presidência do Conselho e Parlamento chegaram a pré-acordo para o quadro de supervisão das instituições financeiras europeias. Visa combater o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

A criação de uma força policial financeira europeia está mais próxima de ser uma realidade. A presidência do Conselho e o Parlamento Europeu alcançaram um acordo provisório sobre o quadro de supervisão para as instituições financeiras europeias, revela uma nota divulgada nesta quinta-feira. Uma iniciativa que tem entre as principais prioridades a luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.

O objetivo dessa iniciativa é dotar a União Europeia (UE) de um quadro de supervisão melhorado para as instituições financeiras comunitárias, incluindo poderes de supervisão reforçados para a Autoridade Bancária Europeia no domínio da luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.

Visando esse objetivo, a Presidência romena do Conselho e o Parlamento Europeu conseguiram já firmar um acordo provisório sobre um conjunto de propostas de revisão do funcionamento do atual Sistema Europeu de Supervisão Financeira (SESF). Esse acordo terá agora de ser confirmado pelos embaixadores junto da UE.

“Hoje demos um importante passo para modernizar a supervisão das instituições financeiras na Europa. Em particular, o facto de a Autoridade Bancária Europeia dispor agora de poderes efetivos para vigiar a luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo deverá permitir uma maior convergência entre os Estados-Membros e uma atuação decisiva na UE”, disse Eugen Teodorovici, ministro das Finanças da Roménia, citado em comunicado.

O sistema europeu de supervisão financeira foi criado em 2011 e é constituído por três Autoridades Europeias de Supervisão (AES). Designadamente, a Autoridade Bancária Europeia (EBA), a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA). A essas entidades compete supervisionar e prestar orientações regulamentares a setores e instituições específicas. É constituído ainda pelo Comité Europeu do Risco Sistémico (ESRB), que supervisiona o sistema financeiro no seu todo e coordena as políticas da UE para a estabilidade financeira.

O acordo firmado nesta quinta-feira, corresponde à primeira revisão fundamental das atribuições, competências, governação e financiamento das AES e do ESRB, “de modo a adaptar as autoridades à evolução do contexto em que operam”, como explica o Conselho da UE em comunicado, acrescentando ainda como objetivo do acordo “tornar o processo mais eficiente, coerente e transparente”.

Os principais traços do acordo provisório

A iniciativa hoje acordada baseia-se nos instrumentos já existentes, como os testes de esforço, as consultas das partes interessadas ou as revisões pelos pares, ao mesmo tempo que introduz instrumentos novos, como por exemplo a definição de prioridades comuns de supervisão a nível da UE.

O acordo também revê a estrutura de governação das AES. Mantém o princípio de que as decisões deverão ser tomadas pelo Conselho de Supervisores e assegura um papel fundamental para as autoridades nacionais competentes no âmbito da estrutura de governação das AES. “Nenhuma decisão deve ser tomada contra a vontade da maioria das autoridades nacionais de supervisão, e o principal órgão decisório da Autoridade é o Conselho de Supervisores”, esclarece o Conselho.

De acordo com aquele organismo, em simultâneo, são reforçados o papel e as competências do Conselho de Administração enquanto principal órgão que prepara as reuniões e as decisões do Conselho de Supervisores. O presidente e os membros a tempo inteiro do Conselho de Administração deverão responder perante o Parlamento Europeu e o Conselho.

No que se refere ao regime de financiamento das autoridades, o texto final mantém na generalidade o atual regime de contribuições oriundas em parte do Orçamento da UE e em parte das autoridades nacionais competentes, acrescentando a possibilidade de receberem contribuições voluntárias dos Estados-membros ou de observadores.

A reforma revê também as competências de cada uma das três AES. A Presidência e o Parlamento acordaram em dotar a ESMA de poderes de supervisão direta “sobre índices de referência críticos e sobre os serviços que disponibilizam dados de negociação consolidados que abranjam todas as transações respeitantes tanto a instrumentos de capital como a instrumentos não representativos de capital na UE. Além disso, o texto confere à ESMA um papel na supervisão das plataformas de negociação de países terceiros e no domínio do abuso de mercado.

A reforma reforça ainda o papel e os poderes da EBA no que respeita à supervisão da luta contra o branqueamento de capitais junto das instituições financeiras. “Em particular, a EBA é incumbida de recolher informações provenientes das autoridades nacionais competentes, reforçar a qualidade da supervisão através da elaboração de normas comuns, efetuar análises dos riscos e facilitar a cooperação com países terceiros em casos transfronteiras”, explica o Conselho, acrescentando que “como último recurso”, se as autoridades nacionais não tomarem medidas, a EBA poderá proferir decisões dirigidas diretamente aos bancos.

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Abreu Advogados e Carpe Diem põem Alfama no roteiro das artes de Lisboa

A sociedade de advogados e a associação firmaram parceria com o objetivo de potenciar as artes, junto do público que visita diariamente Alfama.

A Abreu Advogados e a Carpe Diem Arte e Pesquisa assinaram um protocolo de parceria para a promoção conjunta das artes plásticas. A sociedade de advogados e a associação de âmbito cultural firmaram uma parceria para a cooperação e empenho estratégico com o objetivo de potenciar as artes, junto de um alargado público que diariamente visita o escritório de advogados ou esta zona histórica da cidade de Lisboa.

As exposições de arte, visitas guiadas, debates e encontros são algumas das atividades definidas nesta cooperação, cujo arranque acontece esta quinta-feira, com a inauguração de uma exposição de obras de Jorge Nesbitt, na sede da Abreu até ao próximo dia 30 de junho.

“Quando comecei a definir as linhas deste projeto percebi que a Abreu Advogados seria um parceiro à medida do desafio, pois sabia que tinha que ser alguém com uma localização privilegiada e que tivesse a coragem e ousadia de explorar connosco um caminho indispensável de promoção das artes junto de diferentes públicos, a começar pelas suas próprias equipas” diz o diretor artístico do CDAP Lourenço Egreja, citado em comunicado.

“Estamos muito satisfeitos e empenhados no sucesso da iniciativa de contributo para a consolidação da cultura nacional e a consciência cívica contemporânea e patrimonial”, admite ainda.

O diretor artístico do Carpe Diem, Lourenço Egreja, e os sócios da Abreu Advogados, Inês Sequeira Mendes e Manuel Andrade Neves, assumem a dinamização cultural do projeto este ano e definiram em conjunto os objetivos a atingir com esta inovadora parceria entre a sociedade de advogados e o mundo das artes. “Estamos também cientes da importância que temos ao assumir este caminho de forma pioneira e contamos com um parceiro com elevada experiência neste setor”, acrescenta Manuel Andrade Neves, também citado em comunicado.

Durante o ciclo de 2019 a natureza será o tema central. Motivo também presente na escolha do primeiro dia de Primavera, 21 de março, para apresentar as 13 obras de Jorge Nesbitt. Em julho e em outubro serão apresentadas obras de Catarina Leitão e Jorge Santos.

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