Governo tem 45 milhões para pôr mais comboios a andar. Também vêm ai mais 187 trabalhadores

O Executivo aprovou esta quinta-feira um novo plano estratégico para a CP, com um plano de investimentos de 45 milhões de euros e a contratação de 187 trabalhadores.

A CP vai reativar as oficinas da EMEF em Guifões, no Porto, e contratar mais trabalhadores para aumentar a capacidade das oficinas e recuperar material circulante que foi sendo encostado nos últimos anos. Com mais comboios a circular, tendo em vista responder ao aumento da procura, impõe-se ainda contratações diretamente na CP.

A reativação das oficinas, que foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, faz parte do novo plano estratégico da CP – Comboios de Portugal. Conforme avançou esta quinta-feira o Público (acesso pago), o plano prevê ainda a criação de um centro tecnológico ferroviário que permita reativar a indústria nacional. A prazo o objetivo é criar um comboio português.

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o plano prevê um investimento de plurianual de 45 milhões de euros, dos quais 9 milhões serão executados ainda este ano. Este valor é um “adicional do que é já o orçamento da EMEF”, esclareceu Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Executivo. De acordo com Pedro Nuno Santos, esta verba “não tem nada a ver com o contrato de serviço público”.

E ainda que o Conselho de Ministro tenha determinado que seja assegurada a “entrada em vigor do contrato de serviço público de transporte ferroviário de passageiro entre a CP e o Estado”, este ainda está a ser negociado com o Ministério das Finanças. “Há trabalho a ser feito com as Finanças”, disse o ministro das Infraestruturas, esclarecendo que os dois gabinetes estão a trabalhar para que o contrato de serviço público seja aprovado “no quadro desta legislatura”. “Todos nós no Governo percebemos bem a importância da CP ter um contrato de serviço público.”

“A CP presta serviço em linhas que serão naturalmente deficitárias”, afirma Pedro Nuno Santos para explicar que se o país pretende que este serviço seja assegurado, então o Estado deve “assumir contratualmente com a CP para suportar esses encargos”, criando assim “um quadro de estabilidade e de previsibilidade” a quem gere a empresa.

CP já não precisa de autorização das Finanças para substituir saídas

Foi ainda autorizada “a contratação imediata de 120 trabalhadores para a CP e de 67 trabalhadores para a EMEF”, bem como “a possibilidade de contratação automática para suprir as saídas que ocorram na empresa a partir do mês de julho”. Isto significa que a administração da CP pode avançar desde já para a contratação de 40 maquinistas, 40 revisores, 20 assistentes comerciais, bem como outras 20 pessoas que podem ser “afetados pela administração às categorias profissionais em que haja ainda necessidade”. Além disso, tanto a EMEF como a CP pode substituir automaticamente qualquer trabalhador que abandone “funções permanentes” a partir de julho, não estando sujeitas à pré-autorização do Ministério das Finanças.

O plano estratégico para o setor ferroviário prevê ainda que a EMEF volte a fazer parte da CP antes do final do ano. A empresa de manutenção deverá ainda ter “condições, a curto prazo, para avançar com a recuperação, renovação e manutenção de material circulante, nomeadamente através da reabertura da oficina de Guifões”.

Esta decisão tem em conta, afirmou o ministro das Infraestruturas, que a compra de novos comboios exige um prazo mínimo de quatro anos — está, aliás, prevista a compra de 22 comboios para o serviço regional, que devem ser entregues em 2002/23 –, mas que o país não pode esperar tanto tempo. Admitindo que as medidas agora anunciadas “não têm efeitos nem consequências imediatas”, Pedro Nuno Santos reconhece que será mais rápido recuperar o material que se encontra parado. “Ao longo dos últimos anos foi-se encostando material circulante, que devidamente recuperado pode ser injetado na rede ferroviária”, garante, defendendo que o Executivo quer “recuperar a capacidade de intervenção da EMEF, que entretanto já tínhamos desistido de ter”.

Com este conjunto de medidas, o Executivo acredita que estarão criadas “as condições para o desenvolvimento da empresa a médio e longo prazo, de modo a garantir adequados padrões de fiabilidade, regularidade, qualidade e atratividade do serviço público ferroviário“.

Já no final de maio, Pedro Nuno Santos tinha anunciado que estava a trabalhar num plano de recuperação da CP, o qual tinha como objetivo “antes de mais, atuar sobre o curto prazo, isto é, travar a degradação de material circulante através do aumento da capacidade de resposta oficinal da empresa e do recrutamento de trabalhadores para o efeito”.

O desinvestimento e os cortes efetuados nas empresas públicas de transportes durante o Governo de Pedro Passos Coelho tiveram como resultado a redução do número de trabalhadores e a retirada de circulação das carruagens e locomotivas que foram avariando, sem que a EMEF tivesse capacidade de resposta. Uma situação que se deteriorou nesta legislatura, com o atual Governo a não fazer os investimentos necessários, e que levou mesmo Pedro Nuno Santos a pedir desculpa aos utentes da CP.

A CP tem procurado responder às dificuldades com o aluguer de material circulante em Espanha, mas nem mesmo esse tem sido suficiente.

Em paralelo, a redução do número de trabalhadores imposta pelo programa da Troika faz com que faltem revisores, maquinistas e até mesmo funcionários que assegurem o funcionamento das bilheteiras.

 

(Notícia atualizada às 15H09 com mais informação)

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12% dos jovens portugueses não estudam nem trabalham

  • Lusa
  • 27 Junho 2019

Portugal é o nono país da União Europeia com menos jovens "nem nem". Há mais mulheres do que homens nesta situação, em Portugal.

Um em cada seis jovens da União Europeia (UE) não estudava nem trabalhava no ano passado, o correspondente a cerca de 15 milhões de pessoas, mas Portugal ficou abaixo desta média, sendo o nono país com menos “nem nem”.

Segundo dados divulgados esta quinta-feira pelo gabinete de estatísticas da UE, o Eurostat, cerca de 16,5% dos jovens europeus entre os 20 e os 34 anos não estudava, trabalhava ou estava em estágio no ano passado. Em Portugal, esta percentagem foi mais baixa, com os “nem nem” a representarem 11,9% dos jovens portugueses em 2018.

Portugal ocupou, por isso, o nono lugar dos países com menos jovens nessa situação. Havia, ainda assim, mais mulheres portuguesas (12,8%) do que homens (10,9%) nessa condição.

Ao nível da UE, as percentagens mais baixas foram registadas na Suécia (8%), Holanda (8,4%), Luxemburgo (9,9%) e Malta (10,1%). Em sentido inverso, no ano passado, havia mais jovens “nem nem” em Itália (28,9%), Grécia (26,8%), Bulgária (20,9%) e na Roménia (20,6%).

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Openbook Architecture: o ateliê tem nova casa e vai contratar em 2019

  • Ricardo Vieira
  • 27 Junho 2019

O ateliê mudou de instalações em Lisboa para fazer face ao crescimento da equipa. No novo espaço vai funcionar uma Academia, com experiências e formações para os colaboradores.

Desde 2018, o ateliê OpenbookArchitecture não para de crescer. Se no ano passado, a equipa integrou 20% novos trabalhadores, o crescimento da estrutura deverá ainda crescer mais 10% durante este ano. A maioria dos projetos da empresa, entre os quais estão o do Deloitte HUB, os novos escritórios da everis e da VdA – Vieira de Almeida ou Abreu Advogados, sem esquecer a sede da Microsoft, sai do ateliê de Lisboa, agora em novas instalações, resultado do crescimento da equipa.

Neste novo espaço de trabalho, “mais amplo que reflete o inovador conceito de brandchitecture que caracteriza o atelier (…) o objetivo foi criar um conjunto de ambientes que espelhem a missão, o espírito e os valores do atelier e que permitam otimizar os fluxos de trabalho e potenciar o espírito colaborativo de toda a equipa. Dada a dimensão e a flexibilidade do novo espaço, criado na íntegra pelo atelier, foi ainda possível a concretização do projeto”, explica a empresa.

Novas instalações da Openbook Architecture, em Lisboa.D.R.

“Além da necessidade a nível de espaço que já se fazia sentir, dado o crescimento contínuo que temos registado, há algum tempo que idealizávamos o nosso próprio espaço, criado à medida do nosso espírito, dinâmica, valores e colaboradores”, destaca Paulo Jervell, arquiteto e partner da Openbook Architecture, citado em comunicado, acrescentando que o escritório, além de ser espaço de trabalho se transforma numa exposição, não só de projetos de arquitetura como da linha de mobiliário criada pela empresa. “O mobiliário por nós desenhado e os ambientes criados acabam por resultar como uma espécie de montra viva para os nossos parceiros e clientes. Fizemos para dentro o que diariamente nos dedicamos a construir para fora, e o resultado não poderia ter sido mais gratificante”, acrescenta.

Com escritórios no Brasil e com projetos noutros países da Europa, África e América do Sul, a empresa materializou também uma ideia antiga: a Academia. Este projeto vai permitir que os colaboradores tenham acesso a experiências e formações (como aprender a desenhar marcenaria) sem terem de sair do escritório.

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Academia de Código lança pós-graduação em programação com o ISCTE

Candidaturas para o próximo ano letivo terminam a 26 de agosto. Startup portuguesa criou o curso de pós-graduação em programação em parceria com o ISCTE.

A Academia de Código acaba de anunciar a sua primeira pós-graduação em programação, resultado da parceria da startup portuguesa com o ISCTE. O curso chamado Code for All_ISCTE é a nova pós-graduação da universidade e complementa a oferta da Academia de Código em matéria de bootcamps e terá, como estes, a duração de 14 semanas a tempo integral, o equivalente a três meses e meio.

Do curso de programação full-stack fazem parte as linguagens de Java e JavaScript, as mais procuradas no mercado de trabalho, adaptadas a um método de ensino prático, explica a empresa em comunicado.

“Queremos formar cada vez mais programadores e acreditamos estar a construir as soluções acertadas”, assegura João Magalhães, CEO e cofundador da <Code for All_> (holding da <Academia de Código_> e ubbu). “Esta pós-graduação é mais um exemplo da capacidade de inovação do ISCTE na resposta concreta aos desafios da sociedade. Na mesma linha, vamos ter, já no ano letivo de 2019/20, uma disciplina de Ciência de Dados, que será oferecida em todas as licenciaturas, para que os estudantes das diversas áreas tenham a oportunidade de aprender a manusear nos seus domínios disciplinares a nova competência fundamental que é Ciência de Dados”, acrescenta Maria de Lurdes Rodrigues, reitora do ISCTE.

A startup de impacto social regista 96% de empregabilidade de entre os seus mais de 500 programadores formados. As candidaturas para o próximo ano letivo já estão abertas e terminam a 26 de agosto. O curso arranca, depois, a 9 de setembro, e tem a conclusão prevista a 13 de dezembro.

A ideia é que o curso se realize três vezes por ano: uma com arranque em setembro, a outra em janeiro e ainda uma terceira, com início em abril. Cada um dos cursos tem 25 vagas abertas para licenciados em qualquer área de ensino.

As candidaturas são gratuitas e podem ser feitas aqui até 26 de agosto. O preço do custo é de 7.500 euros para alunos e ex-alunos da universidade e de 8.000 euros para os restantes. Há, para todos os alunos, condições especiais de crédito estudantil com a Caixa Geral de Depósitos

Fundada em 2015, a Academia de Código organizou mais de 30 bootcamps e formou mais de 500 desempregados em programação.

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Maioria das viagens dos portugueses é dentro do país e de carro

O carro foi o meio de eleição para os portugueses que decidiram viajar, em 2017, uma tendência também sentida no resto da União Europeia. O destino situava-se, grande parte das vezes, no próprio país.

Na União Europeia, os portugueses são dos que mais recorrem ao carro na altura de viajar. Também estão entre os cidadãos da UE que optam mais frequentemente por destinos dentro do próprio país, sendo que 89% das viagens feitas em 2017 foram domésticas, uma tendência também sentida na vizinha Espanha.

Os portugueses fizeram 17.474 viagens de trabalho ou férias em 2017, para locais onde passaram, em média, quatro noites, revelam os dados do Eurostat. Só aproximadamente 10% das viagens foram para o estrangeiro, uma percentagem abaixo da média europeia, que mostra que mais de um quarto das viagens dos cidadãos da UE foram para fora do país.

A maior parte dos portugueses, 89%, escolheu viajar por terra, num valor acima da média europeia, de 80%. O carro foi o meio de eleição, mas também houve quem escolhesse comboio, 3,3%, ou autocarro, 4,6%. Só na Eslovénia é que mais pessoas optaram pelo carro do que em Portugal.

Já em França e na Alemanha, apesar de o automóvel também ser o meio preferido, um em cada sete turistas viajaram por comboio. Por outro lado, em países como o Reino Unido, Irlanda ou Luxemburgo, quase metade dos cidadãos preferiram viajar de avião.

Principais meios de transporte por país para viagens feitas por residentes da UE.Eurostat

No que diz respeito ao sítio escolhido para passar a noite durante as viagens, mais de metade das dormidas dos residentes da UE foram em alojamento arrendado, a maioria em hotéis. Cerca de 6% dos turistas optou pelo campismo, enquanto 17% escolheu outros tipos de alojamento, como pousadas da juventude ou apartamentos.

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Alexandre Fonseca ataca estudo do SIRESP. “Demonstra profunda ignorância”, diz presidente da Altice Portugal

O presidente da Altice Portugal foi duro com o estudo pedido pelo Governo à rede SIRESP. "É um ato de auto-estimulação intelectual de um conjunto de teóricos", atirou.

Alexandre Fonseca, presidente da Altice Portugal, tece duras críticas ao estudo da rede SIRESP pedido pelo Governo ao Instituto de Telecomunicações, que concluiu que melhorar e modernizar a rede pública de comunicações de emergência pode custar até 25 milhões de euros. “É um estudo que demonstra profunda ignorância e desconhecimento”, disse o responsável da empresa que está responsável pela manutenção da rede até meados de 2021.

Salientando que teve conhecimento das conclusões através da imprensa, Alexandre Fonseca foi demolidor. “Daquilo que li, fico preocupado. Parece que este estudo é um ato de auto-estimulação intelectual de um conjunto de teóricos, de nível académico”, disse o gestor à margem de uma iniciativa da empresa no sul do país, criticando o trabalho por ter “falta de aderência à realidade”. “Não conhecem a realidade do nosso país, não conhecem a geografia”, atirou o líder da dona da Meo.

Alexandre Fonseca explicou que o estudo segue “um conjunto de ideias que são de quem não conhece a realidade”. “Falarmos de construir uma rede nova enterrando cabos e gastar 25 milhões de euros é não ter a mínima noção do que se está a falar: construir um quilómetro de rede enterrada em terreno aberto custa só 25.000 euros; construir em calçada urbana custa 40.000 euros por quilómetro; construir numa estrada que esteja asfaltada por cima custa 70.000 euros por quilómetro”, disse.

Sobre a recomendação de assentar o SIRESP numa rede baseada em estruturas públicas, o líder da Altice Portugal questionou: “quais?”. “Qual é o número de torres que o IP Telecom tem em Portugal? Eu respondo: zero. Qual é a extensão do canal técnico rodoviário que a IP tem para que se possa enterrar cabos? Menos de 10.000 quilómetros. A extensão só da rede da Altice — só da rede da Altice — são mais de 70.000 quilómetros de traçados aéreos por todo o país”, contra-argumentou.

Em meados deste mês, o Governo chegou a um acordo com a Motorola e a Altice Portugal para comprar a totalidade do capital da SIRESP S.A., a empresa que gere a rede pública de comunicações de emergência, que tem sido desenvolvida pela Altice. Ao abrigo do contrato de prestação de serviços em vigor, a dona da Meo continuará responsável pela rede até ao fim do contrato, em meados de 2021.

Esta quinta-feira, o Público noticiou que o grupo de trabalho que analisou o SIRESP a pedido do Governo concluiu que a rede não é segura e que necessita de investimentos entre 20 milhões e 25 milhões de euros. Entre as várias recomendações, o relatório sugere que o Governo pense já numa alteração da estrutura da rede, criando uma rede de cabos de fibra ótica enterrados ou com ligações por feixes hertzianos, com redundância, a instalar “em cerca de dois anos”.

A ideia é a de aproveitar infraestruturas públicas ara esse efeito, de acordo com o documento, consultado pelo jornal. Ou seja, deixando de usar as infraestruturas detidas pela Altice Portugal, usando, em seu lugar, as da empresa pública IP Telecom. “A utilização de infraestruturas de telecomunicações de empresas públicas, como a IP Telecom, possibilita o uso mais eficiente de bens públicos e reduzir a dependência do Estado de interesses de privados, cujo princípio de orientação para o lucro se poderá encontrar desalinhado com o interesse público”, aponta o relatório, que é rebatido pelo presidente executivo da Altice Portugal.

(Notícia atualizada às 12h29 com mais informações)

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Portuguesa HUUB entre as startups “mais sexy” da Europa

Tecnológica nacional da área de supply chain para a indústria da moda é finalista do prémio europeu "Hottest FashTech Startups", atribuído pelo júri do The Europas Awards.

A startup portuguesa HUUB, tecnológica que opera na área da cadeia de valor na indústria da moda, é candidata ao prémio de “Hottest FashTech Startup”, competição organizada pelo The Europas Awards, evento patrocinado pela TechCrunch.

Fundada em 2015, a HUUB tem trabalhado para tornar a logística um setor “mais interessante”. Na base dessa missão, a startup criou um serviço — a Spoke — integrado em toda a cadeia de abastecimento de uma marca, com foco na indústria da moda, e que tem como principal objetivo garantir uma maior eficiência e capacidade competitiva no combate ao monopólio dos principais players da indústria do fast fashion. Através dele, a HUUB gere interações de ponta a ponta, desde fornecedores a clientes finais e em mais de 123 mercados.

O anúncio acontece poucas semanas depois de a startup ter levantado uma ronda de investimento de 1,5 milhões de euros feita pela Maersk, gigante de logística mundial. Ao todo, a startup já levantou 4,35 milhões de euros no ciclo de fase seed.

“Não queremos apenas que a HUUB seja vista como sexy, mas sim que toda a indústria da logística seja interpretada como uma área de negócio atraente, cativante, com potencial de crescimento e capaz de seduzir os melhores talentos nacionais e internacionais”, explica Luís Roque, cofundador e CEO da HUUB, citado em comunicado.

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Carlos Oliveira nomeado conselheiro do Conselho Europeu da Inovação

Para além da nomeação do ex-secretário de Estado, a Comissão Europeia anunciou a atribuição de 149 milhões a empresas que estão desenvolver inovações disruptivas. Seis dessas empresas são portuguesas.

O ex-secretário de Estado Carlos Oliveira foi nomeado esta quinta-feira pela Comissão Europeia como conselheiro do Conselho Europeu de Inovação (CEI). É o único português num grupo de 22 peritos.

Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves (Farfetch), ex-Presidente da Invest Braga e ex-secretário de Estado da Inovação, será um dos membros do Conselho Consultivo, que será presidido por Mark Ferguson, empresário e Presidente da Fundação da Ciência na Irlanda.

“É um prazer e uma enorme responsabilidade fazer parte do Conselho Consultivo do Conselho Europeu de Inovação e participar na definição do futuro da inovação na Europa”, diz Carlos Oliveira.

“Acredito que a inovação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento da Europa e espero que este organismo possa contribuir para uma mudança no ecossistema empreendedor e inovador e que permita à Europa voltar a assumir a liderança mundial no que diz respeito à inovação“, salienta o responsável, citado num comunicado de imprensa.

"Com o CEI, estamos a colmatar uma lacuna crítica no financiamento do ecossistema da inovação e a colocar a Europa na vanguarda da inovação geradora de mercados. Congratulo-me com o facto de o CEI vir a ser aconselhado por alguns dos melhores inovadores e investidores da Europa, e estou certo de que conseguiremos atrair gestores de programas talentosos para levar a cabo estes projetos.”

Carlos Moedas

Comissário europeu responsável pela Investigação, Ciência e Inovação, que tutela o CEI

O CEI ainda está em fase-piloto mas a partir de 2021 será uma realidade no no âmbito do próximo programa de investigação e inovação da União Europeia, Horizonte Europa, com uma proposta de orçamento de 100 mil milhões de euros para o período 2021/2027.

Seis empresas portuguesas financiadas

A Comissão Europeia anunciou, ao mesmo tempo, a atribuição de 149 milhões de euros para financiar 83 PME e empresas em fase de arranque (start-up). Estas empresas vão receber apoio financeiro e técnico no âmbito do projeto-piloto Accelerator do Conselho Europeu da Inovação (CEI), anteriormente conhecido como Instrumento para PME-Fase 2.

Entre estas empresas financiadas, encontram-se seis empresas portuguesas, que, tal como as demais, estão a desenvolver inovações disruptivas.

  1. A MyDidimo, de Leça da Palmeira será financiada com 1.8 milhões de euros. Conhecida por transforma fotografias em humanos tridimensionais digitais (os didimos) com múltiplas aplicações em linha – por exemplo com esta app é possível vermos se a roupa que compramos na Internet nos fica bem.
  2. A Nuada, de Braga, desenvolveu uma luva eletrónica inteligente que permite levantar pesos até 40 kg protegendo as mãos do utilizador através de um sistema de tendões artificiais. Destina-se tanto a idosos ou vítimas de AVC como a trabalhadores em atividades pesadas (linhas de montagem, construção civil, etc.). Vai receber um financiamento de 1.7 milhões de euros.
  3. A empresa Winegrid, de Aveiro, vai receber um financiamento de 1.59 milhões de euros. A Winegrid utiliza a inteligência artificial num sistema de sensores de fibra ótica para a monitorização em tempo real das propriedades do vinho durante a vinificação.
  4. A Cleverly, de Lisboa, desenvolveu o COALA, um software baseado em inteligência artificial para responder a chamadas telefónicas em serviços de apoio a clientes, resultando em ganhos de eficácia e redução de custos para as empresas. Receberá 1.5 milhões de euros de financiamento.
  5. A Pro Drone, também de Lisboa, criou um drone capaz de simplificar as operações de inspeção de turbinas eólicas e vai receber um financiamento de 1.3 milhões de euros.
  6. A Sound Particles, de Leiria, vai receber um financiamento de 1.2 milhões de euros. Desenvolveu um software para áudio em 3D, com múltiplas aplicações em cinema, jogos de vídeo e música.

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Angola vai privatizar 190 empresas através da bolsa

  • Lusa
  • 27 Junho 2019

Processo de privatizações das empresas públicas, cuja lista ainda não foi divulgada, já está em curso.

Mais de 190 empresas públicas angolanas, 32 delas de referência nacional, serão privatizadas via Bolsa de Valores a partir deste ano para aumentar os níveis de eficiência, anunciou fonte do Ministério das Finanças.

Segundo o coordenador adjunto da comissão técnica de privatizações do Ministério das Finanças de Angola, Patrício Vilares, o processo de privatizações das empresas públicas, cuja lista ainda não foi divulgada, já está em curso e obedece a normas e critérios com base na lei.

Patrício Vilares, que falava na quarta-feira à margem da 6.ª reunião Ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, o programa de privatizações visa a “melhoria do tecido produtivo”, envolvendo as empresas com maior impacto na economia para lhes dar “condições de maior competitividade e dinamização para o setor público”.

Segundo Patrício Vilares, serão privatizadas companhias dos setores da agricultura, indústria, turismo, transportes, telecomunicações, finanças e mineiro.

A Comissão Económica do Governo aprovou o programa de privatizações, documento que identifica as empresas públicas ou de domínio público a serem privatizadas no âmbito da redução da intervenção do Estado na economia como produtor direto de bens e serviços, e da promoção de condições favoráveis à iniciativa privada, ao investimento estrangeiro e à aquisição de know-how em competências específicas.

Na reunião da comissão foi também analisada a proposta de alteração da Pauta Aduaneira, que dá primazia à produção nacional, protegendo a indústria local.

A administradora da Administração Geral Tributária (AGT), Inalda Conceição, afirmou que a proposta é consensual e surge em função do pedido feito por várias associações do sector produtivo nacional.

A alteração, referiu, foca a sua ação em 477 produtos exportados e importados de e para Angola.

Segundo a administradora, o objetivo da proposta de alteração da Pauta Aduaneira tem a ver com a “necessidade da proteção da indústria local nascente” e com a “garantia da importação de matéria-prima para as indústrias nascentes”, bem como tornar as mercadorias de produção nacional “competitivas no mercado interno e externo”.

Adequar a Pauta Aduaneira às novas políticas e diretivas económicas e ajustá-la à nova Lei de Investimento Privado também consta do objetivo dessa proposta.

Na ocasião, Inalda Conceição disse que na proposta foram agravadas as taxas de importação e exportação de bens cuja produção nacional é já satisfatória, precisando apenas de se incentivar os investidores a continuarem com a atividade produtiva.

A par disso, prosseguiu, também foram desagravadas as taxas de algumas mercadorias com menor escala na produção nacional.

Destacou que, entre os setores em que as taxas foram agravadas e desagravadas, destacam-se a Agricultura, Indústria e Pescas.

O procedimento do regime para o setor mineiro, no qual se retirou a taxa de 5% sobre a exportação do minério bruto, assim como a isenção das taxas na importação de mercadorias destinadas ao investimento privado, entre outras, também fazem parte da proposta de alteração da Pauta Aduaneira.

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Confiança dos consumidores e clima económico melhoram em junho

  • Lusa
  • 27 Junho 2019

A confiança dos consumidores portugueses continuou a subir em junho, uma tendência iniciada em abril. Já o clima económico inverteu a tendência e também melhorou.

A confiança dos consumidores manteve em junho a subida iniciada em abril, após ter diminuído nos cinco meses anteriores, e o clima económico aumentou, depois de ter recuado no mês precedente, divulgou o Instituto Nacional de estatística (INE).

Segundo o INE, a evolução do indicador de confiança dos consumidores (de -9,0 pontos em maio para -8,3 pontos em junho) “resultou do contributo positivo de todas as componentes, perspetivas relativas à evolução futura da situação económica do país e da realização de compras importantes e saldos das opiniões e das expectativas sobre a situação financeira do agregado familiar, em particular nos dois primeiros casos”. Já o clima económico aumentou de 2,3 pontos em maio para 2,4 pontos em junho.

De acordo com o INE, “em junho os indicadores de confiança aumentaram na indústria transformadora, na construção e obras públicas e nos serviços, tendo estabilizado no comércio”. Ao aumentar em junho, o indicador de confiança da indústria transformadora interrompeu o movimento descendente que tinha iniciado em janeiro de 2018, tendo esta recuperação resultado do “contributo positivo de todas as componentes, opiniões sobre a evolução dos ‘stocks’, apreciações sobre a procura global e perspetivas de produção, destacando-se o primeiro caso”.

Na mesma linha, o indicador de confiança da construção e obras públicas aumentou em junho, “suspendendo o perfil descendente observado e desde fevereiro e refletindo o contributo positivo do saldo das perspetivas de emprego”. Já o indicador de confiança do comércio estabilizou, após ter diminuído entre março e maio, “refletindo o contributo positivo do saldo de opiniões sobre o volume de vendas e o contributo negativo das perspetivas de atividade e das opiniões sobre o volume de stocks”.

O indicador de confiança dos serviços, por sua vez, aumentou em maio e “de forma ligeira em junho”, após ter diminuído nos dois meses precedentes, tendo esta evolução resultado do “contributo positivo das apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas e sobre a atividade da empresa, tendo as perspetivas sobre a evolução da procura registado um contributo negativo”.

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Do “abate” de eletrodomésticos aos bilhetes virtuais nos transportes. As propostas do PS para as alterações climáticas

Incentivos à troca de eletrodomésticos fazem parte do projeto de Programa Eleitoral do PS. Mudanças na fiscalidade automóvel e aposta nos transportes são trunfos no combate às alterações climáticas.

Entregaria os seus eletrodomésticos menos eficientes se lhe dessem um incentivo para trocar por modelos melhores? O PS promete criar um “programa de abate” de eletrodomésticos e equipamentos eletrónicos que tenham classificação energética igual ou inferior a B, se vencer as próximas eleições.

Um pouco à semelhança do que chegou a acontecer com os automóveis, com o programa de abate a veículos em fim de vida, no capítulo sobre alterações climáticas do projeto de Programa Eleitoral, o PS propõe a criação de “incentivos” à substituição dos equipamentos mais gastadores, procurando promover os com classificação A. O objetivo é dotar os portugueses de aparelhos mais eficientes.

 

O documento tem ainda outras medidas ao nível da eficiência energética e da descarbonização da economia. É o caso da antecipação do início do fecho das centrais termoelétricas de Sines e Pego “para a próxima legislatura”, preparando “o fim da produção de energia elétrica a partir do carvão” no país.

Os socialistas pretendem ainda “estabelecer uma parceria com os municípios para a reconversão da iluminação pública”, substituindo os sistemas atuais por outros “mais eficientes”, como as lâmpadas LED. Outra ideia é a de “explorar as potencialidades da energia cinética” produzida pelo movimento das infraestruturas pesadas de transportes e, ainda, a revisão da “fiscalidade sobre os veículos” para dar “uma clara vantagem fiscal” aos automóveis elétricos.

Acerca destes, o PS quer reforçar o número de postos de carregamento para automóveis elétricos, estabelecendo “um limiar de obrigatoriedade de instalação de postos de carregamento de veículos elétricos em determinadas infraestruturas de acesso público”.

Passes baratos, bilhetes virtuais

Ao nível dos transportes públicos, o PS promete manter a redução do preço dos passes sociais para incentivar os cidadãos a usarem menos o automóvel próprio e, ainda, melhorar a qualidade destes mesmos transportes. Uma proposta que surge numa altura em que o atual Governo, liderado pelo socialista António Costa, é criticado pela degradação dos transportes públicos face ao aumento inesperado da procura com a instituição do passe único em Lisboa e Porto.

Neste campo, os socialistas querem desenvolver novos “sistemas de bilhética integrada e desmaterializada”, além de “um sistema universal e integrado de pagamento” dos transportes públicos. A ideia é a de que “o cidadão possa aceder facilmente a todos os serviços de transportes públicos, estacionamento, portagens, aluguer de veículos em sistemas partilhados ou carregamento de veículos elétricos” numa única plataforma.

Risco de incêndio é “realidade incontornável”

A descarbonização da economia é essencial no contexto de crise climática em que vivemos. O aumento das emissões de gases com efeitos de estufa, derivado da queima de combustíveis fósseis, tem resultado num aquecimento global, sendo que Portugal é um dos países mais expostos a este flagelo. Ondas de calor e incêndios são cada vez mais uma presença frequente nas notícias e o PS entende que esta é “uma realidade incontornável”.

“Os seus efeitos far-se-ão sentir com especial intensidade no nosso território. Não basta, pois, descarbonizar, por mais decisivo que isso seja. Precisamos de adaptar o nosso modo de vida a um clima mais incerto, mais adverso e mais extremo”, refere o PS no mesmo documento.

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