Mário Ferreira vai presidir administração da Media Capital. Cristina Ferreira é vogal

Já é conhecida a proposta para novo conselho de administração da Media Capital. Mário Ferreira deverá ser presidente e Paulo Gaspar deverá ser vice. Apresentadora Cristina Ferreira será vogal.

Concluída a venda da participação da Prisa a um conjunto alargado de investidores, já é conhecida uma proposta para os novos órgãos sociais da Media Capital. O empresário Mário Ferreira, o maior acionista, será o presidente do Conselho de Administração, enquanto Paulo Gaspar, segundo maior acionista, será o vice-presidente.

A proposta, feita em conjunto pelos novos acionistas, e que deverá ser aprovada na reunião de 24 de novembro, inclui ainda sete vogais, entre os quais a apresentadora Cristina Ferreira, mas também João Serrenho, Luís Cunha Velho, Miguel Osório Araújo, Paula Dias Ferreira e Rui Freitas.

Esta proposta para os órgãos sociais, que inclui ainda nomes para a mesa da assembleia-geral, para o Conselho Fiscal, para a Comissão de Remuneração e para os auditores das contas, surge numa altura em que se sabe que Manuel Alves Monteiro vai deixar de ser o presidente executivo da Media Capital, poucos meses depois de ter assumido o cargo indicado pela Prisa. Agora que os espanhóis saíram do capital, Alves Monteiro será substituído de forma transitória por Luís Cunha Velho, que também terá assim assento no board da empresa.

A 28 de outubro, os acionistas da Media Capital reuniram em assembleia-geral, mas a mesma foi suspensa por não existir uma proposta para os órgãos sociais.

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Subida de 3% da EDP leva bolsa de Lisboa a acompanhar ganhos europeus

O entusiasmo em relação aos resultados da investigação da Pfizer continua a sustentar o sentimento nas praças europeias. Lisboa não é exceção.

A Galp Energia corrige após ter recuperado terreno graças à perspetiva de uma vacina para a Covid-19 e depois de várias semanas de perdas. A petrolífera foi uma das principais beneficiadas nas últimas duas sessões, perdendo esta quarta-feira fôlego. Ainda assim, é a energia a dar força à bolsa de Lisboa, que negoceia a valorizar 0,3% para 4.278,53 pontos. O entusiasmo em relação aos resultados da investigação da Pfizer continua a sustentar o sentimento nas praças europeias.

O índice pan-europeu Stoxx 600 sobe 0,4%, enquanto tanto o alemão DAX como o francês CAC 40 valorizam 0,3%. O espanhol IBEX 35 soma 0,6% e o britânico FTSE 100 ganha 0,2%. O português PSI-20 acompanha o sentimento, com a energia a dar força.

A Galp Energia abriu a ganhar 2,5% para 9,09 euros por ação no valor mais elevado em cerca de dois meses, tendo depois desacelerado o ritmo, passando a negociar junto à linha de água. A tendência altista sentido desde segunda-feira — o ganho acumulado da semana aproxima-se de 26% — segue-se a meses atribulados para a petrolífera causados pela pandemia.

A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva tem acompanhado a tendência no setor e também a reação dos preços do petróleo. O brent de referência europeia sobe 2,57% para 44,73 dólares por barril e o crude WTI valoriza 2,64% para 42,45 dólares.

Ainda entre as energéticas do PSI-20, é assim a valorização de 2,8% da EDP, para 4,477 euros por ação, a dar força ao índice. A EDP Renováveis ganha 1,6% para 16,60 euros e a REN sobe 1,1%.

Em sentido contrário, a Nos trava o índice, com um tombo de 4%, após o Barclays ter cortado a recomendação da ação para underweight (do anterior equalweight) por considerar que o compromisso da Masmovil em entrar no espectro 5G em Portugal terá um impacto negativo nos players existentes e que a contestação do leilão deverá demorar. Além da Nos, também o BCP corrige, a perder 1% para 0,093 euros por ação, e os CTT cedem 1,6%.

A perspetiva de que uma vacina possa pôr fim à pandemia está a animar os investidores, mesmo numa altura em que a Europa está num novo confinamento para travar a segunda vaga do vírus. Além da Pfizer, também esta manhã estão a impulsionar as negociações os dados do setor automóvel na China. A venda de veículos de passageiros no país cresceu 9,3% e a venda de carros elétricos e híbridos aumentou 105% em termos homólogos, em outubro.

(Notícia atualização com novas cotações às 9h)

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Santander penhora contas da SAD do Santa Clara

  • ECO
  • 11 Novembro 2020

Em causa estão quatro empréstimos concedidos ainda pelo Banif (que foi comprado pelo Santander Totta), tendo falhado o pagamento de prestações, relativas a dezembro de 2019 e junho de 2020.

O Santander Totta penhorou a SAD do Santa Clara e alguns dirigentes, segundo noticia esta quarta-feira o Público (acesso condicionado). O incumprimento de pagamento terá levado banco a executar parte de uma dívida de 5,4 milhões de euros, penhorando as contas da sociedade desportiva, bem como as de alguns dirigentes (incluindo do presidente Rui Cordeiro) e as receitas provenientes dos direitos de transmissão televisiva dos jogos de futebol e as verbas da transferência de Zaidu para o Porto.

A notícia é avançada depois de, na segunda-feira, a SAD do Santa Clara ter sido alvo de buscas da Polícia Judiciária. Em causa estão quatro empréstimos concedidos ainda pelo Banif (que foi comprado pelo Santander Totta), tendo falhado o pagamento de prestações, relativas a dezembro de 2019 e junho de 2020, num valor global de 2,180 milhões de euros.

Os empréstimos contraídos pelo Santa Clara tiveram condições vantajosas, sendo contratualizado o pagamento de uma taxa de juro nominal anual de 3% e a liquidação de prestações semestrais por 21 anos. “O crédito do Banif foi feito com os termos de um crédito à habitação”, admitiu Rui Cordeiro, ao Público. Ainda assim, o clube não teve capacidade de pagar. “A nossa gestão de dívida é deficitária, temos sempre um buraco financeiro de 500 ou 600 mil euros que apenas conseguimos colmatar com a venda de atletas”, explicou.

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Altice Portugal vai suspender os projetos de investimento em curso

  • Lusa
  • 11 Novembro 2020

Perante o "violento ataque ao setor, não temos outra alternativa que não suspender praticamente todos os investimentos que até agora decorriam" em território nacional, anuncia administrador da Altice.

A Altice Portugal vai suspender os projetos de investimento, “em consequência do desastre das decisões do regulador” sobre o 5G, que “até ao momento não foram contrariadas pelo Governo”, disse à Lusa o administrador João Zúquete da Silva.

As declarações do administrador da dona da Meo acontecem depois de uma reunião do grupo Altice Portugal, em Lisboa, sobre a posição da empresa relativamente às regras do leilão da quinta geração (5G).

“O regulamento do leilão 5G é uma falácia”, foi “elaborado para que a Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] possa cumprir um conjunto de indicadores estatísticos, que em nada servem realmente as pessoas, a economia, o país”, afirmou João Zúquete da Silva, que também é chefe de delegação da Altice Portugal nas audições com os grupos parlamentares na Assembleia da República.

O gestor, que teceu críticas ao regulamento, disse que perante “esta realidade indesejada”, além “dos mecanismos e ações de caráter jurídico e de litigância já anunciadas”, a Altice Portugal não tem outra alternativa a não ser “repensar” a visão estratégica para Portugal, “fazendo todos os esforços para procurar a sustentabilidade financeira e a proteção do emprego”.

Nesse sentido, “somos pois forçados a tomar medidas imediatas que passam pela suspensão de projetos de investimento em curso, pelo cessar do estabelecimento de novas parcerias, pela não operacionalização das atuais parcerias no território, com especial foco nos projetos em zonas de menor densidade populacional”, prosseguiu João Zúquete da Silva.

Somos pois forçados a tomar medidas imediatas que passam pela suspensão de projetos de investimento em curso, pelo cessar do estabelecimento de novas parcerias, pela não operacionalização das atuais parcerias no território, com especial foco nos projetos em zonas de menor densidade populacional.

João Zúquete da Silva.

Administrador da Altice

Inclui também o “congelamento do programa de descentralização da inovação Altice Labs – ela própria com necessidade de ser reavaliada no âmbito das suas operações em Portugal -, e ainda pela suspensão da maioria dos programas de responsabilidade e apoio social, bem como o abrandamento significativo da expansão de fibra ótica e rede móvel”, acrescentou.

“Tudo isto, em consequência do desastre das decisões do regulador que, até ao momento, não foram contrariadas pelo Governo”, apontou o administrador da dona da Meo.

“O país, nomeadamente os autarcas, têm constatado o esforço da Altice Portugal na valorização dos seus territórios e em parcerias que em muito têm sido importantes para resolver problemas nos diferentes concelhos”, destacou.

“Lamentavelmente, e perante este violento ataque ao setor, não temos outra alternativa que não suspender praticamente todos os investimentos que até agora decorriam no território português, com claro prejuízo para os nossos clientes, para o mercado, para a economia e para a sociedade”, sublinhou o gestor.

“Tal como foi concebido, este regulamento empurra o país para um ‘5Gzinho’, para um 5G administrativo e sem ambição, pois os operadores vão estar unicamente focados em cumprir as obrigações mínimas e não em desenvolver o 5G” e “tudo isto assente num conjunto de pressupostos e crenças da Anacom sem qualquer suporte técnico, estudos ou evidências, realizados internamente pelo próprio regulador ou por entidades externas independentes e credíveis”, criticou João Zúquete da Silva.

Perante este violento ataque ao setor, não temos outra alternativa que não suspender praticamente todos os investimentos que até agora decorriam no território português, com claro prejuízo para os nossos clientes, para o mercado, para a economia e para a sociedade.

João Zúquete da Silva.

Administrador da Altice

Contestou também o roaming nacional, considerando que o “papel dos três operadores móveis, que há várias décadas investem no setor, na economia, vai ser apenas de ‘Uber’ de rede para estes novos entrantes, que funcionam como operadores parasitas do investimento consolidado daqueles que há muito estão fixados em Portugal”.

João Zúquete da Silva esclareceu que, “contrariamente à informação prestada do regulador, o roaming nacional na Europa só existe, na realidade, em três países, de forma imposta”. E num deles, o roaming nacional “terminará em 2022 por não ter resultado, sendo que nos outros dois países apenas decorre por obrigações de processos de fusão”, detalhou. Nos outros países europeus, “aquilo que o nosso regulador chama de roaming nacional mais não é do que acordos, de âmbito limitado, entre operadores”, referiu o gestor.

“Outro pressuposto continuado da atuação do regulador é a suposta ausência de concorrência em Portugal, utilizada somente para justificar os benefícios aos novos entrantes”, apontou, destacando “que a maior prova de existência de concorrência no mercado das telecomunicações em Portugal é a liderança que a Meo assumiu na televisão paga, apenas 12 anos depois de ser lançado no mercado com zero clientes nesse serviço”.

A pandemia de Covid-19, prosseguiu, “tem obrigado os operadores a um reforço e investimento na capacidade, resiliência e segurança das redes, para garantir que todas as famílias e empresas continuem a trabalhar”, tendo as telecomunicações passado a ser um bem essencial e um “fator chave” na conectividade entre pessoas e empresas, referiu.

“Face a esta nova realidade era fundamental que existisse bom senso e equilíbrio no regulamento para o 5G, só assim se colmatariam as verdadeiras necessidades do país. No entanto, não se avista qualquer medida que permita verdadeiramente a universalidade do acesso às redes de banda larga móvel, sendo que nesta matéria têm sido os operadores do setor das comunicações em Portugal a realizar o investimento necessário para o efeito”, argumentou.

Sobre a importância da capilaridade de cobertura, o administrador considerou que o regulador e o Estado “na prática nada têm feito para dar resposta a esse desígnio”.

João Zúquete da Silva salienta que “a verdade é que dez anos após o lançamento do 4G em Portugal, e apesar da cobertura desta rede ser superior a 99,45% da população portuguesa, cerca de um terço dos portugueses não tem acesso a esta tecnologia por não possuir um ‘smartphone'”.

Ora, “esta situação verifica-se nas regiões de mais baixa densidade populacional do interior do país e foi uma destas regiões a escolhida pelo regulador para a primeira etapa das obrigações de cobertura 5G”, salientou.

Na semana passada, o ministro da Economia manifestou-se “preocupado” com “tanta controvérsia” à volta do regulamento do leilão do 5G, salientando que a cobertura do território por “boas infraestruturas de telecomunicações” tem sido um fator de atratividade de investimento.

A Anacom divulgou na semana passada o regulamento, que gerou fortes críticas dos três operadores de telecomunicações.

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Portugal não terá retoma rápida, prevê a The Economist

  • ECO
  • 11 Novembro 2020

Economist Intelligence Unit destaca que retoma de Portugal para 2021 deverá ser lenta, mas o país corre riscos reduzidos de cair novamente numa crise bancária devido à proteção do BCE e apoios UE.

A Economist Intelligence Unit (EIU) diz que a retoma de Portugal para o próximo ano deverá ser lenta, mas que o país corre riscos reduzidos de cair novamente numa crise bancária devido à proteção do Banco Central Europeu (BCE) e dos apoios da União Europeia, avança o Diário de Notícias (acesso pago).

“Portugal está a ser afetado por uma recessão económica acentuada e as suas finanças públicas estão-se a deteriorar rapidamente. No entanto, o apoio do BCE está a manter os custos de financiamento em mínimos históricos”, dizem os economistas da unidade.

A EIU lembra que a atual crise de saúde vai “conduzir a uma contração substancial do Produto Interno Bruto (PIB) real de pelo menos 8% em 2020” e que no próximo ano a economia portuguesa vai sentir o “impacto duradouro do coronavírus no turismo, um risco negativo que impedirá uma recuperação rápida”. No entanto, destacam que “as medidas de política europeia irão limitar o risco de uma crise bancária ou soberana”. O Governo antecipa uma queda da economia de 8,5% este ano, e o Banco de Portugal 8,1%.

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Paga IMI a mais? Deve pedir nova avaliação até 31 de dezembro

  • Lusa
  • 11 Novembro 2020

Deco alerta os proprietários que podem estar a pagar IMI a mais e lembra que, se for esse o caso, devem pedir uma nova avaliação da casa até 31 de dezembro.

A Deco, associação de defesa do consumidor, alertou esta quarta-feira os proprietários que podem estar a pagar IMI a mais e lembra que, se for esse o caso, devem pedir uma nova avaliação da casa até 31 de dezembro.

Apesar de notar que as pessoas estão mais atentas, o número de simulações que todos os anos passa pelo simulador de IMI da Deco indica que muitas continuam a pagar imposto a mais, disse António Ernesto Pinto, especialista em questões fiscais da associação de defesa do consumidor, à Lusa, apontando que uma simulação e um pedido de nova avaliação pode resultar numa poupança de algumas dezenas de euros por ano.

“Convém estar sempre atento. Desde que tenham passado três anos desde a última atualização pedida pelo contribuinte deve-se fazer uma simulação, verificar se há uma poupança e havendo, fazer o pedido” referiu para precisar que para que o novo valor do Imposto Municipal sobre os Imóveis tenha reflexo na conta a pagar no próximo ano, o pedido de avaliação deve ser feito junto do fisco até ao final deste ano.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, a Deco salienta que “se o pedido não entrar nos serviços até essa data [31 de dezembro de 2020], a nova avaliação não terá efeitos no IMI a pagar em 2021, apenas no do ano seguinte”.

O pedido de nova avaliação é gratuito, sendo feito através do Modelo 1 do IMI, que pode ser submetido pelo Portal das Finanças ou entregue numa repartição de finanças, devendo ser precedido de uma simulação.

O conselho da Deco, desde que lançou o simulador e esta campanha de alerta aos proprietários, foi sempre de que o pedido seja feito numa repartição de Finanças. No entanto, este ano, com a pandemia a fazer depender os atendimentos presenciais de agendamento prévio, esta solução pode ser de mais difícil concretização, o que levou a Deco a preparar um tutorial onde explica os vários passos.

Através deste “guia de apoio ao preenchimento online do Modelo 1 do IMI” os contribuintes ficam a saber onde e como concretizar os vários passos necessários para efetuar uma simulação e um pedido de nova avaliação, nomeadamente a consulta de dados na caderneta predial do imóvel.

O valor patrimonial tributário dos imóveis (VPT) é atualizado automaticamente pelas Finanças a cada três anos, com base nos coeficientes de desvalorização da moeda, “o que aumenta sempre o valor das casas”, assinala a Deco.

Há, no entanto, um conjunto de fatores que influenciam o VPT (sobre o qual é calculado o IMI), como o coeficiente de localização, o preço por metro quadrado de construção ou o coeficiente de vetustez (idade), que não são atualizados automaticamente.

Por este motivo, estes fatores apenas são refletidos no valor patrimonial de um imóvel quando há lugar a uma nova avaliação – seja na sequência de obras de modificação ou reconstrução ou de um pedido de reavaliação.

Ainda que o preço por metro quadrado tenha subido em 2019 para os 615 euros (valor que se manteve em 2020), após vários anos ‘congelado’ nos 603 euros, há proprietários que continuam a ter vantagem em avançar com um pedido de atualização, porque a idade do imóvel (um dos fatores que ajuda a baixar o VPT) poderá compensar a mudança no preço do metro quadrado.

O fiscalista assinala, no entanto, a necessidade de se fazer sempre uma simulação antes de se formalizar o pedido junto da AT, para se perceber se a conjugação de todos aqueles fatores resulta ou não numa descida do imposto.

Em declarações à Lusa, António Ernesto Pinto referiu que este ano simulador de IMI da Deco já foi usado para realizar quase 30 mil simulações e que a poupança média de imposto ronda os 50 euros.

Esta poupança média tem vindo a reduzir-se desde que a Deco lançou esta campanha, tendência que António Ernesto Pinto considera positiva porque revela que as pessoas estão mais atentas a esta questão.

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Álvaro Sobrinho suspeito de lavar dinheiro desviado do BESA no Sporting

  • ECO
  • 11 Novembro 2020

Em causa está o aumento de capital da Sporting SAD, realizado em 2014, no qual a Holdimo passou a deter quase 30% do capital da Sporting SAD.

Álvaro Sobrinho está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de que terá usado dinheiro do Banco Espírito Santo Angola (BESA) para investir no Sporting. Os 20 milhões de euros em questão foram investidos no capital social da Sporting SAD através Holdimo, levando a suspeitas de lavagem de dinheiro, segundo noticia o Correio da Manhã (acesso pago).

O inquérito, no âmbito do qual a Polícia Judiciária realizou buscas ao Sporting na última segunda-feira, foi aberto há mais de dois anos, de acordo com o matutino. Em causa está o aumento de capital da Sporting SAD, realizado em 2014, no qual a Holdimo passou a deter quase 30% do capital da Sporting SAD.

A sociedade do clube de Alvalade já tinha confirmado que “está em causa um alegado crime de branqueamento de capitais referente ao período de 2011 a 2014”. O Correio da Manhã clarifica que o Ministério Público suspeita que Sobrinho tenha legalizado 20 milhões de euros alegadamente desviados do BESA, após ter entrado no capital da Sporting SAD através da conversão do crédito de 20 milhões de euros.

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Restauração e lojistas de Lisboa podem receber apoio até oito mil euros a fundo perdido 

  • ECO
  • 11 Novembro 2020

Empresas do comércio e restauração com quebras de 25% podem candidatar-se ao apoio. Os valores são para quatro meses variam entre os quatro e os oito mil euros, de acordo com a dimensão da empresa.

A Câmara de Lisboa vai atribuir às empresas da área do comércio e da restauração que registem quebras de 25% ou mais na sua faturação um apoio a fundo perdido até oito mil euros, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Os apoios por parte da autarquia de Lisboa destinam-se a empresas com volume de negócios até meio milhão de euros e vão depender da sua dimensão. Empresas com faturação anual até aos 100 mil euros podem receber um apoio de quatro mil euros, empresas com faturações entre 100 mil e 300 mil euros receberão um apoio de seis mil euros e as que tenham um volume de negócios de 300 mil a 500 mil euros receberão no máximo oito mil euros.

O presidente da autarquia, Fernando Medina, explicou que o processo será muito pouco burocrático e realizado através de uma plataforma informática que está a ser adaptada para esse efeito e que o dinheiro será posto à disposição dos empresários o mais rapidamente possível. Para se candidatarem as instituições não podem ter dívidas ao Fisco nem à Segurança Social e anexar um documento do contabilista certificado a atestar a quebra de faturação entre janeiro e setembro em termos homólogos. O apoio será pago em duas tranches: dezembro de 2020 e fevereiro de 2021.

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Hoje nas notícias: Apoio a lojas, retoma e Sporting

  • ECO
  • 11 Novembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As dificuldades da restauração e lojas no novo estado de emergência continua a ser o principal destaque nas notícias, com a Câmara de Lisboa a atribuir apoio a fundo perdido. Nas manchetes estão ainda os segundos trabalhos afetados pela pandemia, o ritmo da recuperação económica e as investigações às SAD de Sporting e Santa Clara.

Restaurantes e lojas de Lisboa podem receber apoio até oito mil euros a fundo perdido

A Câmara de Lisboa vai atribuir às empresas da capital da área do comércio e da restauração que apresentem quebras de 25% ou mais na sua faturação um apoio a fundo perdido. As empresas podem candidatar-se e receber uma ajuda para os próximos quatro meses, que se teme que venham a ser os piores em termos de pandemia, disse ao Jornal de Negócios o presidente da autarquia, Fernando Medina. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Pandemia arrasa segundos empregos

O número de portugueses com um segundo emprego registou a maior deterioração trimestral entre abril e junho deste ano, pelo menos desde 2011. Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, registou-se uma queda de quase 30%, representando mais de 62 mil pessoas que ficaram sem uma segunda fonte de rendimento, com base nos dados do Inquérito ao Emprego do INE. No primeiro trimestre do ano, 216,4 mil pessoas tinham um segundo emprego, o que representava 4,4% do total das pessoas empregadas. Esse valor caiu para 154,3 mil portugueses no trimestre seguinte, correspondendo a 3,3% da população empregada. Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

Portugal não terá retoma rápida, mas será sem crise bancária

A Economist Intelligence Unit (EIU) diz que a retoma de Portugal para o próximo ano deverá ser lenta, mas que o país corre riscos reduzidos de cair novamente em crise bancária devido à proteção do Banco Central Europeu (BCE) e dos apoios da União Europeia. “Portugal está a ser afetado por uma recessão económica acentuada e as suas finanças públicas estão-se a deteriorar rapidamente. No entanto, o apoio do BCE está a manter os custos de financiamento em mínimos históricos”, dizem os economistas da unidade. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Álvaro Sobrinho usa dinheiro do BES Angola no Sporting

Álvaro Sobrinho está a ser investigado pelo Ministério Público por suspeitas de que terá usado dinheiro do Banco Espírito Santo Angola (BESA) para investir no Sporting. Os 20 milhões de euros em questão foram investidos no capital social da Sporting SAD através Holdimo, levando a suspeitas de lavagem de dinheiro. O inquérito, no âmbito do qual a Polícia Judiciária realizou buscas ao Sporting na última segunda-feira, foi aberto há mais de dois anos. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Santander penhora contas da SAD do Santa Clara

O incumprimento de pagamento levou o Santander Totta a executar parte de uma dívida de 5,4 milhões de euros da SAD do Santa Clara. A penhora abrange não só as contas da sociedade, mas também de dirigentes, incluindo o presidente Rui Cordeiro, que na segunda-feira foi alvo de buscas da Polícia Judiciária. Em causa estão quatro empréstimos concedidos ainda pelo Banif (que foi comprado pelo Santander Totta), tendo falhado o pagamento de prestações, relativas a dezembro de 2019 e junho de 2020, num valor global de 2,180 milhões de euros. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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5 coisas que vão marcar o dia

O Eurostat divulga estatísticas sobre a evolução do emprego na UE. Ainda no plano económico, a Sonae apresenta as contas referentes aos primeiros nove meses do ano. Arranca o Fórum anual do BCE.

O Instituto Nacional de Estatística e o Eurostat vão divulgar estatísticas sobre os acidentes e problemas de saúde associados aos locais de trabalho e a evolução do emprego, respetivamente. Ainda em época de apresentação de resultados, a Sonae vai divulgar as contas referentes aos primeiros nove meses deste ano. Esta quarta-feira arranca o Fórum anual do Banco Central Europeu, este ano exclusivamente online.

Quantos acidentes de trabalho aconteceram em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar novos dados sobre os acidentes de trabalhos e problemas de saúde relacionados com o trabalho em 2020. Segundo o Eurostat, Portugal é o quarto país do bloco comunitário com mais acidentes fatais por 100 mil trabalhadores, depois da Roménia, da Bulgária e da Áustria. Na União Europeia, em 2017, mais de dois milhões de acidentes de trabalho resultaram em ausências superiores a quatro dias do posto de trabalho e 2.912 resultaram mesmo na morte dos trabalhadores.

Como vai o emprego na UE?

O gabinete de estatísticas europeu vai divulgar dados sobre o emprego na União Europeia referentes ao segundo trimestre deste ano. Na semana passada, a Comissão Europeia reviu as previsões relativamente à evolução do desemprego na UE. Para Portugal, o Executivo comunitário está mais otimista do que estava na primavera e até do que o próprio Governo. Estima agora que o desemprego suba para 8% este ano. Ao mesmo tempo, entre os Estados-membros, é na Grécia que a taxa de desemprego deverá atingir níveis mais elevados, este ano: 18%.

Sonae mostra contas aos investidores

A Sonae vai revelar ao mercado os resultados relativos aos primeiros nove meses deste ano. A dona da cadeia de hipermercados Continente e das lojas Worten viu as vendas acelerarem no primeiro semestre do ano, período marcado pela pandemia. Ainda assim, não conseguiu evitar prejuízos de 75 milhões de euros.

OPEP divulga relatório mensal sobre petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) vai divulgar o habitual relatório mensal sobre o mercado do petróleo. Recentemente a organização que reúne os maiores produtores de “ouro negro” do mundo mudou significativamente a sua previsão para aquilo que será a procura por petróleo nos próximos anos. Segundo a previsão que consta no relatório “2020 World Oil Outlook”, o consumo deverá estabilizar no final da década e poderá depois começar a cair, perante um impacto duradouro da crise pandémica na economia e nos hábitos dos consumidores.

Arranca o Fórum do BCE, mas é online

Esta quarta-feira arranca o Fórum anual do Banco Central Europeu (BCE), que vai durar dois dias. Nos últimos anos, este evento tem juntado diversas personalidades do setor financeiro em Sintra, mas face à pandemia este ano será exclusivamente online. A presidente do BCE, Christine Lagarde, Vítor Gaspar, diretor do departamento de assuntos orçamentais do Fundo Monetário Internacional (FMI), ou o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, são alguns dos participantes que vão discursar.

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Governo quer “poupanças dos portugueses ao serviço da economia” verde, sem passar pelos bancos

Na última conferência da AEM e da Euronext sobre sustentabilidade e finanças sustentáveis, o ministro da Economia, Siza Vieira, disse que a economia precisa de diversificar as fontes de financiamento.

Na visão do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, Portugal “precisa de uma diversificação das fontes de financiamento da sua atividade económica” e para isso vai ser necessário “mobilizar recursos no mercado de capitais”. Isto num contexto de crise profunda e de necessidade que a recuperação da economia pós-pandemia de Covid-19 seja o mais “verde” possível, disse o governante na conferência online “Finanças Sustentáveis: a aceleração da agenda europeia”, a última de três conferências dedicadas à sustentabilidade e às finanças sustentáveis, organizadas pela AEM e pela Euronext.

“O país necessita de reduzir a dependência do financiamento por parte do sistema bancário. Mas precisa, sobretudo, de colocar as poupanças dos portugueses ao serviço da economia nacional, não passando necessariamente pelo sistema bancário”, disse Siza Vieira no encerramento do ciclo de conferências “Empowering Sustainable Growth”.

É aqui, diz o ministro, que os gestores de fundos têm um papel importante; que os emitentes podem gerar produtos em que os investidores possam investir; e que os operadores como a Euronext e os reguladores como a CMVM têm de adaptar o ambiente regulatório e os custos da presença de mercado às características dos investidores nacionais e dos potenciais emitentes, que formam este tecido empresarial tão fragmentado que temos”.

Da parte do governo, Siza Vieira garante respeito pelas regras de transparência essenciais ao bom funcionamento do mercado, além de um esforço de simplificação e adequação dessas mesmas regras às empresas nacionais empresarial, para que “o mercado de capitais possa dar o seu contributo para esta agenda de transformação”.

"País necessita de reduzir a dependência do financiamento por parte do sistema bancário. Mas precisa, sobretudo, de colocar as poupanças dos portugueses ao serviço da economia nacional, não passando necessariamente pelo sistema bancário.”

Pedro Siza Vieira

Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital

Tudo isto, explicou o governante com a pasta da Economia na sua intervenção de abertura da conferência, num momento de viragem para a Humanidade em que urge: mudar a forma de produzir energia, mudar a forma de deslocar pessoas e mercadorias, tornar edifícios mais eficientes na retenção e no consumo de energia, mudar a forma como a indústria se organiza, o modo como a agricultura produz a alimentação e retém CO2 no solo, a utilização de recursos hídricos, o modo como investimos na floresta.

“Essa mudança vai exigir a mobilização de recursos financeiros de grande dimensão. Todas estas áreas vão exigir investimentos muito significativos nos próximos 10 anos”, garantiu Siza Vieira. Investimentos esses que virão sobretudo de Bruxelas, e que importa trazer para Portugal. “Há uma necessidade de captar recursos financeiros para complementar o investimento privado. Mobilizar investidores ambientalmente responsáveis, emissões de green bonds por atores privados, mas também por parte do próprio Estado. A dinamização de financiamento para investimento dos sustentáveis através do sistema bancário com o apoio do Banco Português de Fomento, como também do próprio mercado de capitais, serão seguramente instrumentos que temos de mobilizar o mais rapidamente possível rematou o ministro.

E prometeu ainda que o Governo vai continuar a alterar o sistema fiscal, “penalizando aquilo que são atividades mais consumidoras de energia e com mais emissão de gases de efeito de estufa em detrimento da penalização da utilização da fiscalidade sobre o rendimento” das famílias e empresas.

Mercado de capitais: Aforro para famílias, financiamento para empresas

Do lado das empresas emitentes, Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da AEM, tinha já pedido “ajuda” ao ministro para desenvolver “uma verdadeira agenda para o desenvolvimento do mercado de capitais”. Tal como o governante, defendeu que “o mercado de capitais deve desempenhar uma função essencial na capitalização e no financiamento das empresas e na captação de poupança dos investidores”.

“O mercado de capitais deverá ter um papel vital no financiamento na transição para uma economia mais resiliente e sustentável. Precisamos de um mercado de capitais que se afirme como um pilar essencial na captação de poupança, reforçando as opções de aforro disponíveis para as famílias e com um papel decisivo no financiamento da economia, facilitando a diversificação e consolidação das fontes de capital e financiamento das empresas. Precisamos de um mercado de capitais muito mais atrativo para as empresas de pequena dimensão, mas que não esqueça as questões de competitividade necessárias para que as empresas de maior dimensão e as empresas já cotadas possam continuar a recorrer ao mercado. Precisamos de um mercado de capitais com um sistema regulatório mais simples, mais previsível, mais estável e com muitos menos custos regulatórios“, defendeu Abel Sequeira Ferreira na sua intervenção.

A fechar o debate, Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, assegurou que “a Euronext tem uma estratégia clara de apoiar o ecossistema”: empresas cotadas ou que recorram ao mercado de capitais para fazerem financiamentos; governos ou outras entidade; investidores que têm preocupações da sustentabilidade; ou prestadores de serviços que também têm um papel fundamental na agenda da sustentabilidade e no investimento sustentável.

“A agenda europeia é muito ambiciosa, quer no que se refere aos investimentos a realizar para a transição sustentável, quer na angariação no respetivo financiamento público e privado para os concretizar. Os mercados de capitais certamente que terão de fazer a sua parte no financiamento de todos estes objetivos”, rematou Isabel Ucha.

Esta terceira e última conferência organizada em parceria pela AEM e pela Euronext focou-se nas diversas iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas pela Comissão Europeia no âmbito do programa “EU Sustainable Finance Action Plan”, a caminho de uma nova fase, bem como no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência para os próximos 10 anos. Da taxonomia europeia ao reporte não financeiro, às green bonds, entre outros temas, a sessão resultou numa debate sobre os acontecimentos em desenvolvimento em matéria de finanças sustentáveis.

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Como funciona e quando vai chegar a vacina da Pfizer?

Chama-se BNT162b2 e é uma vacina experimental contra a Covid-19. Está a ser desenvolvida pelo consórcio Pfizer/BioNTech e terá mais de 90% de eficácia. Saiba como funciona e quando pode chegar até si.

A vacina experimental da Pfizer e BioNTech demonstrou ter mais de 90% de eficácia contra o novo coronavírus, sendo capaz de prevenir a Covid-19 sem produzir efeitos secundários adversos, um autêntico salto no combate à pandemia. Não é a única vacina em desenvolvimento, mas é a única para a qual já se conhece informação preliminar do ensaio clínico alargado, com base numa análise feita por um comité externo e independente.

A notícia causou surpresa na segunda-feira. Os dados superaram largamente as expectativas, representando uma lufada de ar fresco há muito esperada, numa pandemia que raramente tem dado boas notícias. Mas ainda há muito trabalho pela frente: os estudos continuam e os dados podem não se sustentar.

Até uma conclusão definitiva, fique a par da informação disponível acerca da vacina da Pfizer e saiba quando pode vir a chegar até si.

Como funciona a vacina da Pfizer?

A vacina experimental da Pfizer é do tipo genético, o que significa que introduz nas nossas próprias células material genético do novo coronavírus para provocar uma resposta imunitária no organismo. Concretamente, esta vacina tem demonstrado ser capaz de induzir a produção de anticorpos contra o novo coronavírus e de linfócitos T, que são células específicas do nosso sistema imunitário.

Trata-se de uma vacina de duas doses. Após a inoculação da primeira dose, é necessário aguardar 21 dias até à inoculação da segunda dose. Segundo os dados revelados esta semana pela Pfizer, a vacina confere proteção contra a Covid-19 com mais de 90% de eficácia após sete dias da administração da segunda dose. Isto é, deverá proteger a maioria das pessoas 28 dias após o início da vacinação.

De acordo com o consórcio, a vacina — designada BNT162b2 — não produziu até agora efeitos secundários relevantes nos milhares de voluntários que a receberam ao abrigo dos estudos que estão a decorrer nos EUA, Argentina, Brasil e Alemanha. Há, inclusivamente, um ensaio a envolver crianças com mais de 12 anos.

Já se pode dizer que há uma vacina?

É necessário equilibrar o entusiasmo, porque estes dados ainda são iniciais e não significam que já seja possível afirmar com toda a certeza existir uma vacina contra a Covid-19 que resulte. Por exemplo, se um dos voluntários que foi inoculado com esta vacina ficar gravemente doente de repente, e se houver indícios de que possa ser por causa da vacina, os testes poderão ser interrompidos ou mesmo abandonados por completo.

Também ainda é cedo para saber quanto tempo dura a proteção conferida pela vacina da Pfizer. Alguns estudos têm apontado para a pouca longevidade dos anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2 (o que provoca a Covid-19), mas ainda não existem dados concretos para esta vacina experimental. Por exemplo, a vacina da gripe confere proteção durante alguns meses. Já a do sarampo e da varíola conferem proteção vitalícia.

Até ao momento, os dados preliminares da Pfizer focam-se em apenas 94 casos confirmados de Covid-19, o que significa que, destes voluntários que contraíram a doença, a esmagadora maioria fazia parte do grupo de controlo — ou seja, em vez da vacina, tinha-lhes sido administrado um placebo. “À medida que o estudo continua, a percentagem final de eficácia da vacina pode variar”, alerta, por isso, a farmacêutica.

Os dados finais serão divulgados quando o número de casos confirmados alcançar os 164, altura em que voltarão a ser analisados por um comité externo e independente para apurar quantos receberam o placebo ou a vacina.

Quando pode chegar a vacina às pessoas?

O consórcio Pfizer/BioNTech deverá pedir aprovação de emergência à Federal and Drug Administration (FDA) nos EUA no final deste mês para poder avançar com a vacinação. Não se sabe quanto tempo levará o regulador a analisar os dados e a emitir uma decisão.

Naturalmente, as primeiras doses deverão chegar a pessoas mais vulneráveis, como os profissionais do setor da saúde e os mais idosos. A Pfizer está pronta para produzir globalmente 50 milhões de doses da vacina em 2020 e até 1,3 mil milhões de doses até ao final de 2021.

Segundo a Bloomberg, os EUA já assinaram com a Pfizer um acordo para a compra de 100 milhões de doses. A União Europeia tem um acordo para a compra de 200 milhões de doses, e outras 100 milhões de doses adicionais caso a vacina demonstre ser segura.

Em agosto, o Governo português garantiu que Portugal terá acesso a 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, sem especificar quais. A primeira remessa deverá ser de 690 mil doses. O Executivo disse ainda que a vacinação no país será “progressiva, universal e gratuita”.

O que significa isto para as outras vacinas?

A eficácia da vacina da Pfizer é um bom presságio para outras vacinas do tipo genético, como é o caso da vacina que está a ser desenvolvida pela farmacêutica Moderna. Atualmente não existe nenhuma vacina genética aprovada pelos reguladores, pelo que, se os dados agora conhecidos se confirmarem, será um reforço de confiança neste tipo de desenvolvimento de vacinas.

A informação divulgada pela Pfizer surpreendeu, inclusivamente, o cientista que inventou esta técnica de desenvolvimento de vacinas. Em declarações à AFP, Drew Weissman, imunologista da Universidade da Pensilvânia, afirmou não se conseguir “lembrar de nenhuma vacina contra vírus respiratórios que tenha mais de 90% de eficácia”. É um valor acima dos 60-70% que têm sido apontados como prováveis por alguns especialistas em saúde pública e acima dos 50% de eficácia de algumas vacinas contra a gripe.

O mesmo não se aplica para vacinas de outro tipo, como é o caso da vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca, outra das mais promissoras, mas que recorre a um vetor viral para suscitar a resposta imunológica no organismo. Concretamente, essa vacina experimental recorre a um adenovírus do chimpanzé, chamado ChAdOxl, sendo esperados os primeiros resultados preliminares dos ensaios clínicos no final deste ano.

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