PSD com contas em ordem. PS e CDS em falência técnica

As contas dos partidos relativas a 2019 mostram que o PSD é o partido com mais capitais próprios, seguindo-se o PCP e o BE. Já o PS e o CDS continuam em falência técnica.

O Partido Social-Democrata era o partido que tinha em 2019 a situação financeira mais saudável, se analisada através dos capitais próprios. A diferença entre o ativo e o passivo do PSD era de 19 milhões de euros no ano passado, acima dos 16,7 milhões registados pelo PCP que antes de Rui Rio ter assumido o leme dos social-democratas era o partido com as contas mais sólidas. Já o PS e o CDS continuam em falência técnica, apesar de os socialistas estarem gradualmente a melhorar a sua situação financeira.

Estas são as conclusões que se podem retirar das contas de 2019 entregues pelos partidos à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, que as publicou no seu site esta quinta-feira. Há várias formas de olhar para a situação financeira dos partidos, mas entre as variáveis observadas destacam-se os capitais próprios, ou seja, a situação líquida — a medida mais direta da saúde da empresa em determinado momento. Genericamente, esta corresponde à diferença entre os ativos e o passivo, neste caso dos partidos.

Segundo a compilação feita pelo ECO, nesta ótica, destaca-se o PSD com capitais próprios de 19 milhões de euros em 2019, muito acima do pouco mais de um milhão de euros que registava em 2016. O que justifica esta diferença? Com a entrada de Rui Rio, o partido começou assumidamente a conter nos gastos e a registar resultados líquidos positivos, abatendo no passivo que passou de 14,4 milhões para 8,5 milhões de euros em três anos. Mas o que teve mais impacto foi uma reavaliação do património que levou os ativos tangíveis de 5 milhões para cerca de 25 milhões de euros, o que teve um papel determinante no nível de capitais próprios do partido.

O PCP deixou de ser o partido com as contas mais sólidas, mas ainda assim continua a ter uma situação saudável com capitais próprios de 16,7 milhões de euros. Também no verde, mas longe destes partidos, está o Bloco de Esquerda com capitais próprios de 2,6 milhões de euros. Segue-se o PAN com 248 mil euros, o PEV com 174 mil euros, o Chega com 37 mil euros e a Iniciativa Liberal com 32 mil euros.

Já o PS — que tem o maior passivo de todos os partidos, nos 19,9 milhões de euros — continua em falência técnica ao registar capitais próprios negativos em 3,8 milhões de euros, apesar de ter vindo gradualmente a melhorar a sua situação financeira uma vez que os últimos resultados líquidos têm sido positivos. O CDS mantém os capitais próprios negativos de 841 mil euros, tendo um passivo de 1,3 milhões de euros.

E quanto ao resultado líquido de 2019? Também nesta ótica o PSD destaca-se com um lucro de 891 mil euros no ano passado, seguindo-se o PS com 572 mil euros, o PAN com 71 mil euros, o Chega com 37 mil euros e a IL com 30 mil euros. Por outro lado, o PCP registou um prejuízo de 439,7 mil euros, seguindo-se o BE com uma perda de 360,9 mil euros e ainda o CDS com um prejuízo de 227,7 mil euros.

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Conselho de Prevenção da Corrupção propõe mecanismos para gestão de conflitos de interesses

  • Lusa
  • 17 Julho 2020

O Conselho de Prevenção da Corrupção propõe a todas as entidades do setor público que criem e apliquem mecanismos de acompanhamento e de gestão de conflitos de interesses.

O Conselho de Prevenção da Corrupção recomendou esta sexta-feira a todas as entidades do setor público que criem e apliquem mecanismos de acompanhamento e de gestão de conflitos de interesses, designadamente manuais de boas práticas e códigos de conduta.

Esta é uma das deliberações que o Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC) emitiu no âmbito de uma recomendação sobre gestão de conflitos de interesses no setor público publicada esta sexta-feira em Diário da República.

Aquela entidade administrativa independente que funciona junto do Tribunal de Contas já tinha emitido uma recomendação idêntica em 2012 e considera que se mantém a sua pertinência, carecendo, no entanto, “de ser revisitada à luz das mais recentes alterações legislativas, designadamente, as introduzidas pelo denominado ‘pacote da transparência’, aprovado em 2019”.

O CCP propõe a todas as entidades do setor público que incluam nos seus planos de prevenção dos riscos de corrupção e infrações conexas referência à gestão de conflitos de interesses relativamente a todas as áreas de atuação e que criem medidas adequadas a prevenir e gerir situações de conflitos de interesses que envolvam trabalhadores que deixaram o cargo público para exercer funções privadas.

Este organismo defende também que deve ser atribuída “particular atenção” às situações de “duplas circulações entre o setor público e o privado” e que seja garantida “a subscrição de declarações de interesses, incompatibilidades e impedimentos, pelos dirigentes e trabalhadores, relativamente a cada procedimento que lhes seja confiado no âmbito das suas funções e no qual tenham influência, nas quais assumam de forma inequívoca a inexistência de impedimentos ou de interesses privados que possam colocar em causa a isenção e o rigor que deve pautar a sua ação”.

O CCP recomenda igualmente o desenvolvimento de ações de formação profissional e a criação de mecanismos de monitorização da aplicação das medidas tomadas para prevenir e gerir situações de conflitos de interesses, bem como de sancionamento dos casos de incumprimento das obrigações declarativas de interesses, incompatibilidades e impedimentos e propõe ainda a todas as entidades do setor público que identifiquem e caracterizem áreas de risco e procedam regularmente a uma autoavaliação da respetiva política de gestão de conflitos de interesses.

O Conselho de Prevenção da Corrupção refere que os órgãos de fiscalização, controlo e inspeção do setor público devem incluir nas suas ações o reporte da matéria relacionada com conflitos de interesses.

O CCP ressalva que o conceito de conflito de interesses inclui qualquer “situação, real, aparente ou potencial, de sobreposição de interesses privados sobre os interesses públicos que os titulares de cargos públicos, políticos e administrativos, estão obrigados a defender, quer durante o exercício do mandato ou funções, quer mesmo em momento anterior ao exercício ou após a sua cessação”.

Segundo este organismo, tanto podem gerar conflitos de interesses situações de trabalhadores que deixam o cargo público para assumir funções privadas, como situações de trabalhadores que detêm interesses particulares que poderão vir a ser incompatíveis com o interesse geral inerente ao futuro exercício de cargo público.

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Residentes das freguesias em estado de calamidade usam mais os transportes públicos

Os residentes das freguesias que ainda estão em estado de calamidade usam mais os transportes públicos do que os demais portugueses que vivem em Lisboa. Governo diz que surtos não estão ligados.

O país está a viver o desconfinamento a várias velocidades. Enquanto na generalidade do país o estado é de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) vigora o estado de contingência e em 19 freguesias dessa região mantém-se mesmo o estado de calamidade. No dia em que o ministro das Infraestruturas desvaloriza a ligação entre o uso dos transportes públicos e a propagação do novo coronavírus, o Instituto Nacional de Estatístico (INE) publica um “olhar aprofundado” sobre o território lisboeta mais afetado pela pandemia e destaca: além de mais população, nessas freguesias o uso dos transportes é mais significativo.

“A expressão da pandemia no território nacional continua a ser caracterizada por uma elevada heterogeneidade, situação que conduziu à declaração de medidas de política pública territorialmente diferenciadas. A manutenção do estado de calamidade num conjunto de 19 freguesias contíguas da Área Metropolitana de Lisboa motivou um olhar aprofundado sobre este território“, explica o INE, na nota divulgado esta sexta-feira.

Mas, afinal, o que distingue essas freguesias lisboetas das restantes? O INE enumera três pontos essenciais.

Em primeiro lugar, as 19 freguesias em causas concentram mais de um quarto (25,9%) do total dos residentes da Área Metropolitana de Lisboa. Contas feitas, a densidade populacional (habitantes por quilómetro quadrado) desse território é sete vezes maior do que na restante região lisboeta e “a proporção de edifícios com sete ou mais alojamentos também é mais elevada (30,6% contra 13,9%).

Por outro lado, nas 19 freguesias em questão o “mercado da habitação está menos valorizado”, o que significa que as rendas dos alojamentos familiares tende a ser menor: 7,5 euros por metro quadrado contra 8,4 euros por metro quadrado no restante território da AML.

Além disso, “os residentes no território em estado de calamidade utilizam mais o transporte público”. ” A proporção de deslocações da população residente com utilização do transporte público é maior no território em estado de calamidade que na restante AML (17,5% contra 13,4%)“, detalha o INE. E 14% das deslocações feitas por este meio são para fora do município, mais do dobro do observado na restante AML (6,7%).

O INE vai mais longe e sugereuma associação forte e positiva entre a proporção de deslocações da população residente em transporte público com o número de casos confirmados por 10 mil habitantes, sendo esta relação apenas moderada com o número de novos casos confirmados (últimos 14 dias) por 10 mil habitantes.

Estes dados são conhecidos no dia em que o ministro das Infraestruturas e da Habitação admite acabar com as limitações à lotação dos transportes públicos impostas face à pandemia de coronavírus. À TSF e ao Dinheiro Vivo, Pedro Nuno Santos justifica essa posição com a ausência de uma ligação entre o uso de comboios, autocarros ou metro e os surtos de Covid-19. Os “estudos internacionais vão-nos mostrando que não é esse o problema” na disseminação do vírus, diz o governante.

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BFA esclarece demissão de Domingues com garantia de que cumpre a lei

  • ECO
  • 17 Julho 2020

Banco angolano explica que foi elaborado um relatório em junho de 2020 que "concluiu essencialmente que o tema das operações suspeitas foi tratado em 2017 pela administração cessante do BFA".

Após a demissão de António Domingues, o BFA veio esclarecer esta sexta-feira que “administração do banco, no exercício das suas funções e responsabilidades, tem pautado a sua atuação em estrito cumprimento da regulamentação aplicável, nacional e internacionalmente, com particular realce ao nível do compliance e transparência”.

Em comunicado, o banco angolano explica todos os procedimentos tomados em relação às operações denunciadas por António Domingues, realizadas em 2017, e que levaram, de resto, o gestor português a abandonar o cargo de vice-presidente após se ter tomado conhecimento delas apenas três anos depois de terem sido detetadas.

Em causa está um depósito de 21,8 milhões de kwanzas, no dia 20 de julho de 2017, assinado por uma estudante de 23 anos de Viana, e um outro depósito de 250 mil dólares, na conta de Manuel Paulo da Cunha (Nito Cunha), antigo diretor do gabinete do ex-Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos, tendo ambos levantado suspeitas internas.

O banco explica que, além do relatório produzido na altura pela direção de auditoria e inspeção do banco, já em maio deste ano a administração “tomou conhecimento da mencionada informação” e “solicitou que fossem feitas as diligências necessárias e a elaboração de um relatório circunstancial a respeito do assunto“. “O relatório elaborado em junho de 2020 concluiu essencialmente que o tema foi efetivamente tratado no ano de 2017 pela administração cessante do BFA”, diz o banco angolano.

E, assim, na sequência das conclusões do segundo relatório elaborado em junho de 2020, o conselho de administração do BFA, em sessão realizada no dia 6 de julho de 2020, “deliberou pela não reabertura do citado processo”, acrescente a instituição no mesmo comunicado.

“Em resumo, as suspeitas que o BFA poderia deter sobre as questões levantadas em 2017, relativas ao branqueamento de capitais, ficaram ultrapassadas com a confirmação do cumprimento por parte do BFA dos procedimentos necessários para este tipo de operações”, remata o banco.

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Projetos verdes da UE podem representar até 1 bilião de euros em investimentos

  • ECO
  • 17 Julho 2020

Cerca de 30% dos projetos destacados pela EY estão a ser desenvolvidos por startups e PME com foco na mobilidade do futuro, hidrogénio verde e materiais de construção de baixo carbono.

Mais de mil projetos ligados ao clima podem ser elegíveis para o pacote de recuperação da União Europeia, segundo uma pesquisa citada pela Reuters, que será publicada em setembro. Estes projetos apoiariam dois milhões de postos de trabalho, com investimentos que rondariam os 200 mil milhões de euros.

No entanto, Os 1.000 projetos destacados representam apenas cerca de 10% dos projetos verdes atualmente em desenvolvimento na Europa, afirmou a EY. O que significa que todo o portfólio de projetos verdes da UE pode representar até 1 bilião de euros em investimentos e substituir pelo menos os 12 milhões de empregos perdidos durante a pandemia.

A pesquisa, encomendada pela European Climate Foundation, foi realizada pela consultoria EY. De acordo com a Reuters, os projetos a apoiar — que podem ser lançados dentro de dois anos, se receberem financiamento — cobrem as áreas de energias renováveis, armazenamento de energia, renovação de edifícios, transportes de baixo carbono, entre outras.

São exemplos a HYBRIT — uma joint venture entre a empresa siderúrgica SSAB, a empresa de mineração LKAB e a elétrica Vattenfall — para substituir o carvão metalúrgico por hidrogénio verde na produção de aço na Suécia, que requer um financiamento de 1,5 a 2 mil milhões de euros, disse Steve Varley, vice-presidente global de sustentabilidade da EY.

Outro projeto é o da empresa coreana de produtos químicos LG Chem, para desenvolver uma gigafactory para produzir baterias de iões de lítio para veículos elétricos em Cracóvia, na Polónia. Um terceiro exemplo diz respeito plano do governo francês para tornar os edifícios de Paris mais eficientes em termos energéticos.

Cerca de 30% dos projetos destacados pela EY estão a ser desenvolvidos por startups e pequenas e médias empresas com foco na mobilidade do futuro, hidrogénio verde e materiais de construção de baixo carbono. Mais de 20% são de pequena escala e requerem investimentos até cinco milhões de euros.

A partir desta sexta-feira os líderes europeus estão reunidos em Bruxelas para chegarem a acordo sobre o Fundo de Recuperação europeu e o Quadro Financeiro Plurianual (QFP), que esta semana foram bastante criticados por um conjunto de ambientalistas por ficarem aquém das metas ambientais da UE, que tem como objetivo reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em pelo menos 40% até 2030.

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António Costa oferece máscaras portuguesas aos homólogos europeus

  • Lusa
  • 17 Julho 2020

O primeiro-ministro ofereceu um conjunto de máscaras de proteção produzidas por seis empresas portuguesas, dispostas em pequenas gavetas em caixas de cortiça.

O primeiro-ministro, António Costa, ofereceu esta sexta-feira aos líderes da União Europeia máscaras de proteção contra o coronavírus, confecionadas em Portugal e personalizadas, no início da primeira cimeira presencial em Bruxelas desde que a pandemia atingiu a Europa.

Em dia de aniversário(s) — António Costa cumpre hoje 59 anos e a chanceler Angela Merkel celebra 66 –, o primeiro-ministro português brindou os seus homólogos europeus e os líderes das instituições com presentes “made in Portugal“: um conjunto de máscaras de proteção produzidas por seis empresas portuguesas e certificadas pelo centro tecnológico Citeve, dispostas em pequenas gavetas em caixas de cortiça, também elas nacionais.

Com vários padrões, incluindo galos de Barcelos, algumas das máscaras cirúrgicas são personalizadas, tendo cada chefe de Estado ou de Governo recebido máscaras brancas com o seu nome inscrito e a respetiva bandeira nacional, semelhantes àquela que o primeiro-ministro português utiliza no primeiro Conselho Europeu presencial em Bruxelas dos últimos cinco meses.

Os chefes de Estado e de Governo iniciaram esta sexta-feira, em Bruxelas, a meio da manhã, uma cimeira que se prevê longa, durante a qual vão tentar chegar a um acordo sobre o plano de relançamento da economia europeia face à crise provocada pela pandemia.

Em cima da mesa está uma proposta formulada por Charles Michel, com base na proposta avançada pela Comissão Europeia no final de maio, de um orçamento para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros, associado a um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões de euros, 500 mil milhões dos quais a serem dirigidos aos Estados-membros a fundo perdido.

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Desconfinamento ajudou economia a recuperar em junho

O INE divulgou esta sexta-feira a síntese económica de conjuntura de junho e os números confirmam que a recuperação continua, mas mantém-se uma "redução intensa" da atividade.

A economia portuguesa continuou em junho a recuperar gradualmente após as fortes quedas da atividade em abril, mas ainda se verifica uma “redução intensa” da atividade económica. Os dados constam da síntese económica de conjuntura de junho divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses, a informação disponível continua a revelar uma contração intensa da atividade económica em junho, embora menor quando comparada com o mês anterior“, lê-se no destaque do INE, como demonstra o próximo gráfico. A recuperação foi transversal a todos os setores, mas verificou-se de forma “mais expressiva” na indústria transformadora e nos serviços.

Em maio, os indicadores da síntese económica de conjuntura já indiciavam uma recuperação da economia: “A informação disponível revela uma contração menos intensa da atividade económica em maio, quando comparada com o mês anterior”, escrevia o gabinete de estatísticas há um mês.

No caso dos indicadores da confiança dos consumidores e de sentimento económico da Zona Euro, a conclusão é semelhante com estes também a recuperarem “de forma mais intensa” em junho do que no mês anterior, “mantendo-se contudo em níveis historicamente baixos”.

Esta evolução registada pelos indicadores de clima económico e de atividade económica está em linha com o resultado do Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), promovido pelo INE e Banco de Portugal, em que “os resultados apontam para uma ténue melhoria da situação das empresas na segunda quinzena de junho face à quinzena anterior”.

Os números refletem assim uma melhoria gradual da economia e não um imediato regresso da atividade anterior à pandemia: “Tendo em conta alguma informação parcelar já disponível, a reabertura destes estabelecimentos não terá sido acompanhada pelo estabelecimento dos seus níveis de serviço pré pandemia“, esclarece o gabinete de estatísticas.

“O indicador de clima económico, que sintetiza os saldos de respostas extremas das questões relativas aos inquéritos às empresas, já disponível para junho, recuperou parcialmente nos dois últimos meses das diminuições abruptas observadas em março e abril, que tinham resultado no valor mínimo da série“, acrescenta ainda o INE.

Indústria transformadora e serviços com maiores melhorias

Por setores, o destaque vai para a indústria transformadora e os serviços. Em junho, o indicador de confiança da indústria transformadora registou mesmo o maior aumento da série histórica, dada a melhoria de todas as componentes, em especial das expectativas de produção da empresa. Ainda assim, o indicador recuperou apenas “muito parcialmente” das diminuições registadas em março, abril e maio que levaram a atingir mínimos históricos.

O indicador de confiança dos serviços também aumentou em junho. “O comportamento do indicador resultou do contributo positivo das perspetivas sobre a evolução da procura e das opiniões sobre a atividade da empresa, mais intenso no primeiro caso, tendo as apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas contribuído negativamente”, esclarece o INE.

Na construção e obras públicas, assim como no comércio, o indicador de confiança também recuperou, mas parcialmente. No caso do comércio, as opiniões sobre o volume de vendas continuaram a contribuir de forma negativa para a evolução da confiança no setor, mas as perspetivas de atividade nos próximos três meses aumentaram de forma acentuada.

(Notícia atualizada às 11h28 com mais informação)

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Depois do Algarve, trotinetas elétricas da Bolt chegam a Lisboa

  • ECO
  • 17 Julho 2020

Quatro meses depois de ter aterrado em Faro com as trotinetas elétricas, a Bolt traz agora estes veículos para a capital. O custo de uma viagem será de 15 cêntimos por minuto.

Em fevereiro a estreia aconteceu em Faro e, este mês, os lisboetas já se vão poder deslocar pelas ruas da capital numa trotineta elétrica da Bolt. São mais leves do que a maioria das trotinetas que já existe e podem ser utilizadas por 15 cêntimos por minuto. Esta chegada a Lisboa acontece ao mesmo tempo que a Bolt vai expandir-se para outras 45 cidades ainda este verão.

A Bolt desenvolveu um modelo próprio de trotinetas sustentáveis e são essas mesmas que vão poder ser conduzidas na capital. Pesam 17 quilos, têm pneus insufláveis que permitem uma maior aderência ao chão e baterias de iões de lítio de 16Ah que possibilitam percorrer mais de 40km com uma única carga, diz a empresa, em comunicado.

Além disso, estas trotineta têm refletores frontais, traseiros e laterais, que proporcionam maior segurança aos utilizadores nas viagens noturnas, enquanto o design e engenharia focados na modularidade permitem também que a manutenção seja mais fácil e menos dispendiosa.

Na hora de utilizar uma trotineta destas, o desbloqueio terá um custo de 50 cêntimos e, a partir daí, 15 cêntimos por cada minuto de viagem. “Para garantir a segurança dos utilizadores, a velocidade máxima permitida será de 25 km/h, contudo, para que as primeiras viagens decorram de forma mais controlada, o modo “iniciante” irá permitir que estes limitem, através da app, a velocidade máxima da sua viagem para 15 km/h por hora”.

Numa primeira fase, a Bolt vai disponibilizar em Lisboa 350 trotinetas, equipadas com localizadores GPS que vão permitir visualizar no mapa da app quais os locais indicados para a recolha e entrega. Depois da capital, o objetivo da empresa é chegar a mais 45 cidades durante este verão.

“A Bolt tem a missão de ajudar as pessoas a deslocarem-se nas cidades de forma mais fácil, rápida e segura, sendo este último aspeto algo ainda mais importante considerando o momento em que vivemos”, diz David Ferreira da Silva, responsável da Bolt em Portugal, citado em comunicado. “Com o regresso de muitos portugueses à normalidade de trabalho nas cidades, as trotinetes elétricas pretendem ser uma alternativa de transporte segura, económica e ecológica para realizar deslocações de curta distância de casa até ao trabalho“, acrescenta.

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Com Função Pública em teletrabalho, “conciliação entre vida familiar e profissional pura e simplesmente não aconteceu”

A propósito do alargamento do teletrabalho na Função Pública, os sindicatos estiveram reunidos com o Governo, que ainda não avançou qualquer proposta sobre a matéria.

A pandemia de coronavírus levou milhares de funcionários públicos ao teletrabalho em condições que não permitiram, “pura e simplesmente” a conciliação entre a vida familiar, pessoal e profissional. A denúncia foi feita, esta sexta-feira, pelo líder da Frente Comum.

Sebastião Santana falou aos jornalistas à saída de mais uma reunião no Ministério de Alexandra Leitão sobre o teletrabalho, regime que o Governo quer promover no seio do Estado. Segundo o sindicalista, o Governo voltou a não trazer para cima da mesa qualquer proposta concreta de alteração ao atual quadro legislativo, o que está a “dificultar muito a discussão”.

O primeiro encontro sobre esta matéria não tinha contado com a presença de qualquer membro do Governo (apenas com a equipa técnica do Ministério da Administração Pública), tendo os sindicatos pedido a participação do secretário de Estado José Couto na reunião desta sexta-feira, o que acabou por se concretizar.

Apesar da mudança de interlocutor — que foi um passo no sentido da “responsabilização do Governo sobre esta matéria”, frisou a Frente Comum –, ainda não foi possível fazer avanços mais concretos. “O Governo está a tentar fazer um processo de auscultação sem se comprometer com nenhuma proposta. Não aceitamos isso”, atirou Santana.

Para a Frente Comum, a “massificação” do teletrabalho “requer uma análise fina” e, se acontecer nos moldes adotados nos últimos meses, não estará em causa uma boa solução para os trabalhadores. É que, face às circunstâncias resultantes da pandemia, a “conciliação da vida familiar e profissional pura e simplesmente não aconteceu”, alertou Sebastião Santana.

Ainda assim, o sindicalista diz que está disponível para negociar. “Exigimos ao senhor secretário de Estado uma resposta aos problemas concretos dos trabalhadores que estão hoje em teletrabalho. Vamos elencar todos os problemas que identificámos, exigindo uma resposta do Governo e não uma discussão um bocado infrutífera sobre este assunto“, disse o líder da Frente Comum.

Inicialmente, o Governo tinha marcado três reuniões sobre esta matéria, mas o sindicalista sublinha que “não acredita” que este dossiê fique fechado no prazo originalmente previsto. “Não acreditamos que isto fique resolvido na próxima reunião ou então era uma evidência que não estaríamos a negociar coisa nenhuma, não tendo nós proposta ainda”.

Além da Frente Comum, o secretário de Estado da Administração Pública também esteve reunido, esta sexta-feira, com o Sindicato dos Quadros Técnicos dos Estado (STE). À saída, Helena Rodrigues explicou que este foi um encontro aberto aos contributo das estruturas sindicais, não tendo o Governo apresentado, para já, qualquer proposta.

Da parte do STE, foi frisado que o trabalho, mesmo à distância, deve ser subordinado a um contrato, que é preciso deixar clara a separação entre o período de descanso e o horário de trabalho e que não pode haver violação da vida pessoal e privada dos trabalhadores.

Helena Rodrigues sublinhou, além disso, que o processo de negociação ainda não está bloqueado, nem num impasse. Além disso, a sindicalista defendeu que a “normalização do teletrabalho” poderá ser sinónimo da redução do período normal de trabalho, de modo a permitir a inclusão de mais trabalhadores no mercado.

“Foi uma reunião importante”, diz FESAP

O secretário de Estado da Administração Pública recebeu também esta sexta-feira a Federação de Sindicatos da Administração Pública. À saída, o líder dessa estrutura, José Abraão, sublinhou que esta “foi uma reunião importante”, ainda que o Governo não tenha apresentado qualquer proposta. “Estamos ainda numa fase embrionária da construção do diploma”, acrescentou o sindicalista, referindo que a o alargamento do teletrabalho tem de passar pela negociação coletiva.

Conforme já tinha dito ao ECO, Abraão destacou como linha vermelha da FESAP, neste processo, a isenção de horário, que considera ser uma porta para a desregulação dos horários. Aos jornalistas, o sindicalista lembrou ainda que a próxima reunião sobre esta matéria acontecerá no próximo dia 24, altura em que espera que o Executivo já avance com uma proposta própria.

Do lado do Governo, o Ministério da Administração Pública explicou, em comunicado, que esta reunião serviu para “recolher contributos sobre a eventual necessidade de robustecer o atual enquadramento do teletrabalho” no Estado. Entre as matérias discutidas nesse âmbito, esteve a necessidade de acautelar a privacidade dos trabalhadores, os horários de trabalho, o direito a desligar e o cumprimento dos objetivos.

(Notícia atualizada às 13h58)

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Líderes estão “obrigados” a chegar a acordo, diz Sánchez sobre cimeira da UE

  • Lusa
  • 17 Julho 2020

O chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, disse à chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas, que os líderes europeus estão “obrigados” a ‘fechar’ um acordo sobre o plano de recuperação.

O chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, disse esta sexta-feira à chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas, que os líderes europeus estão “obrigados” a ‘fechar’ um acordo sobre o plano de recuperação face a uma crise “inédita”.

“Estamos perante um Conselho muito importante, eu diria que histórico para o conjunto de países europeus, porque inédita é também a situação que estamos a atravessar”, com a pandemia mais grave que sofreu a humanidade nos últimos 100 anos, apontou Sánchez, numa declaração à chegada à cimeira.

“Como consequência, todos os Estados-membros, todos os lideres europeus, estamos hoje e amanhã convocados para conseguir um bom acordo […] creio que estamos obrigados todos a chegar a um acordo”, enfatizou, garantindo que, pelo seu lado, parte para as discussões com um “espírito construtivo”.

Para o líder socialista espanhol, um bom acordo passa por um fundo de recuperação que transforme as economias europeias “em economias muito mais resilientes, verdes, digitais e inclusivas”, sendo que a inclusão “deve ser não só territorial mas também social”.

No Conselho Europeu que tem hoje início em Bruxelas, os chefes de Estado e de Governo dos 27 vão tentar chegar a um compromisso em torno do orçamento da UE para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação para ultrapassar a crise socioeconómica provocada pela pandemia.

A mais recente proposta colocada sobre a mesa pelo presidente do Conselho, Charles Michel, contempla um quadro financeiro plurianual no montante global de 1,07 biliões de euros e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões, com 500 mil milhões a serem desembolsados a fundo perdido, tal como propôs o executivo comunitário.

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Nos lança Woo. Uma operadora digital para quem só precisa de internet

  • ECO
  • 17 Julho 2020

A Woo é uma aplicação para o telemóvel onde o cliente pode aderir, alterar ou cancelar a internet de que precisa a cada momento. Preços começam nos 23 euros por mês.

A Nos lançou a primeira operadora 100% digital. Uma aplicação para o telemóvel, destinada a quem só precisa de ter internet. Chama-se Woo e permite que, a qualquer momento, e através do telemóvel, o utilizador adira, altere ou cancele o pacote de internet. O primeiro mês é grátis e, a partir daí, os preços começam nos 23 euros e vão até aos 55 euros mensais.

É como se fosse uma operadora comum, mas 100% digital e feita para quem apenas precisa de internet. Na aplicação o utilizador pode aderir em apenas três minutos, alterar ou desativar a subscrição, consultar saldos, configurar o router (no caso da internet fixa) e a velocidade da internet, gerir os dados pessoais e pedir ajuda no chat (disponível durante 24 horas).

Depois de descarregada, a Woo dá aos utilizadores três possibilidades de subscrições de internet: móvel (23 euros), fixa (27 euros) e móvel+fixa (55 euros). Na primeira estão incluídos 10GB de internet e 1.000 créditos para minutos/mensagens e na componente fixa o cliente pode escolher a velocidade entre 100MBps e 1GBps, refere a operadora, em comunicado.

No caso de o utilizador esgotar o plafond de dados, a internet nunca se desliga, ficando sempre assegurada uma velocidade de 64kbps, o que permite, entre outras operações, usar sempre o Whatsapp. Outras das funcionalidades é que a Woo pode ser subscrita (apenas para internet móvel), mesmo que o utilizador tenha um contrato com outra operadora.

Para adesões até 31 de agosto, a Woo oferece um mês de serviço móvel para que todos possam experimentar. A partir desse mês de teste, os pagamentos começam a ser feitos, e podem acontecer por cartão de crédito ou PayPal. A Woo pode ser usada em território nacional e em mais de 120 países com os quais Portugal tem acordos de roaming.

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Merkel prevê negociações “muito difíceis” no Conselho Europeu dadas as divergências

  • Lusa
  • 17 Julho 2020

“Chegámos às negociações com muita dinâmica, mas devo dizer que as diferenças ainda são muito grandes e não consigo prever se teremos já um acordo”, embora isso fosse “o desejável”, disse Merkel.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse esta sexta-feira esperar negociações “muito difíceis” no Conselho Europeu, em Bruxelas, dadas as “divergências muito grandes” ainda existentes entre os líderes europeus sobre a resposta à crise gerada pela covid-19.

“Chegámos às negociações com muita dinâmica, mas devo dizer que as diferenças ainda são muito grandes e não consigo prever se teremos já um acordo”, embora isso fosse “o desejável”, afirmou Angela Merkel, em declarações prestadas na chegada ao Conselho Europeu extraordinário, o primeiro presencial em Bruxelas desde o início do surto de covid-19.

A responsável admitiu, por isso, esperar “negociações muito difíceis”, apelando ao “trabalho árduo” dos chefes de Governo e de Estado da UE.

Para a chanceler alemã, é necessário “muito empenho de todos para alcançar algo que seja bom para a Europa e para os cidadãos europeus, tendo em conta a pandemia, e para responder às dificuldades económicas”.

Os líderes da UE reúnem-se a partir desta sexta-feira em busca de um compromisso sobre o plano de relançamento face à crise da covid-19 que todos admitem ser urgente, mas um acordo afigura-se difícil de alcançar.

No primeiro Conselho Europeu presencial dos últimos cinco meses – a anterior cimeira “física” teve lugar em fevereiro, antes da chegada da pandemia da covid-19 à Europa –, e que deverá prolongar-se pelo menos até sábado, os 27 terão de ultrapassar as muitas diferenças que ainda os separam relativamente às propostas de um Fundo de Recuperação e do orçamento da União para 2021-2027.

A fasquia é alta: aprovar o Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento da UE para 2021-2027, de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, de 750 mil milhões de euros.

Parece haver acordo entre todos os 27 quanto à necessidade de uma resposta urgente à crise, mas as posições quanto às modalidades dessa resposta estão afastadas e, admitem vários dirigentes europeus, o consenso exigido está longe de adquirido e esta pode não ser a cimeira que aprova o orçamento.

Isto porque persistem grandes divergências quanto à distribuição das verbas do fundo de recuperação, que a proposta da Comissão Europeia prevê sejam canalizados em dois terços (500 mil milhões de euros) através de subvenções e um terço (250 mil milhões de euros) de empréstimos em condições muito favoráveis.

Os chamados “países frugais” – Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia e, em menor grau, a Finlândia – opõem-se à proporção de verbas canalizadas sob a forma de subvenções, defendendo uma maior proporção de verbas por empréstimo e que os fundos sejam condicionados à realização de reformas, que permitam aos países em pior situação fazer face a futuras crises sem ajuda europeia. A cimeira deve prolongar-se pelo fim de semana.

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