Twitter ataca conteúdos manipulados. Proíbe partilhas

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2020

Não será possível compartilhar "de maneira enganosa conteúdo” manipulado com o objetivo de causar danos.

O Twitter anunciou uma nova política contra os conteúdos multimédia sintéticos ou manipulados que proíbe compartilhá-los de maneira enganosa para causar danos e também pode eliminar, marcar ou avisar os ‘tuítes’ que contêm esse tipo de material.

A rede social considera conteúdo manipulado aquele que foi “substancialmente editado”, de uma forma que “altera significativamente a sua composição, sequência, tempo ou enquadramento”, que possui informações visuais ou sonoras que foram adicionadas ou removidas ou que foram fabricadas ou simuladas para representar uma pessoa.

O Twitter indica, em comunicado, que não será possível compartilhar “de maneira enganosa conteúdo” manipulado com o objetivo de causar danos.

Além disso, esta nova política permite ao utilizador rotular esse tipo de conteúdo multimédia “para fornecer às pessoas informações sobre a autenticidade do conteúdo e oferecer um contexto adicional”.

A rotulagem dos ‘tuítes’ que incluem os conteúdos multimédia manipulados terá início em 05 de maio, refere a nota.

Rotular ou excluir uma mensagem terá em conta se o contexto em que o conteúdo multimédia foi compartilhado pode “gerar confusão ou mal-entendido” ou se é “uma tentativa deliberada de enganar as pessoas sobre a natureza ou origem do conteúdo, por exemplo, afirmando falsamente que isso reflete uma realidade”.

Da mesma forma, o contexto fornecido juntamente com o conteúdo será avaliado: o texto do ‘tuíte’ que o acompanha, as informações de perfil da pessoa que o compartilha e as páginas na internet vinculadas a esse perfil ou mensagem.

Os ‘tuítes’ que compartilham conteúdos multimédia manipulados podem ser removidos “se houver riscos de causar danos”, diz a nota, que aponta para várias situações.

Alguns desses danos específicos são para o Twitter as ameaças à segurança física de uma pessoa ou grupo, e risco de violência em massa ou agitação civil generalizada, exemplifica.

Também estão incluídos nesta categoria ameaças à privacidade ou capacidade de uma pessoa ou grupo de se expressar livremente ou participar num evento, como perseguição ou atenção indesejada e obsessiva; conteúdo específico que inclui tropos, epítetos ou material destinado a silenciar alguém; e supressão ou intimidação dos eleitores, acrescenta o comunicado.

Caso a rede considere que o conteúdo multimédia foi “alterado ou criado de forma significativa e enganosa”, compromete-se a fornecer “um contexto adicional” no ‘tuíte’.

Esse contexto significa que o utilizador pode, entre outras opções, rotular a mensagem ou exibir um aviso aos outros utilizadores antes que eles ‘retuítem’ ou gostem.

Outras opções são reduzir a visibilidade do ‘tuíte’ na rede social e impedir que seja recomendado, além de fornecer “explicações ou esclarecimentos adicionais disponíveis, como redirecionar para outra página que adiciona mais contexto”.

O Twitter anuncia esta nova política após ter aberto um período de consulta em novembro passado para obter ‘feedback’ dos utilizadores, durante o qual recolheu 6.500 sugestões e opiniões de todo o mundo e consultou especialistas académicos para determinar a abordagem inicial.

Após essa consulta, a rede social estima que as pessoas, “em geral, reconhecem a ameaça representada pela alteração enganosa do conteúdo multimédia e desejam que o Twitter faça algo a esse respeito”.

Os dados indicam que, globalmente, mais de 70% das pessoas que usam a internet consideram que seria “inaceitável” não tomar medidas contra esse tipo de conteúdos manipulados.

Além disso, mais de 90% das pessoas que compartilharam os seus comentários apoiam que esta rede social exclua esses conteúdos “quando esteja claro que se destina a causar algum tipo de dano”.

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