Fórum para a Competitividade propõe grupo de trabalho para evitar “desastre”

  • Lusa
  • 3 Março 2020

O Fórum para a Competitividade propõe criar um grupo de trabalho para analisar os maus resultados de Portugal face aos dos países da coesão.

O Fórum para a Competitividade prevê que o crescimento do PIB abrande para 1,7% em 2020 e 2021 e propõe a criação de um grupo de trabalho para analisar os maus resultados de Portugal face aos restantes países da coesão.

“Não podemos ficar parados à espera que todo este desastre se concretize sem fazer nada para o contrariar. Impõe-se estudar o que está a ser feito nos países da coesão, para que eles consigam tão bons resultados e Portugal compare tão mal com eles”, lê-se na nota de conjuntura enviada esta terça-feira.

Assim, segundo o Fórum para a Competitividade, deveria ser criado um grupo de trabalho para esta análise, “talvez em conjunto entre o Ministério da Economia (focado nos resultados) e o dos Negócios Estrangeiros (para facilitar a recolha de informação), aberto à sociedade civil, incluindo universidades, associações patronais, centrais sindicais (se estiverem disponíveis para pressionar as alterações que permitem aumentos salariais muito maiores nos países de referência do que em Portugal), etc”.

Os especialistas lembram que, extrapolando os resultados dos últimos quatro anos para o futuro, até 2024, Portugal seria ultrapassado pela Hungria, Roménia, Polónia e Letónia, ficando a ser um dos quatro países mais pobres da União Europeia.

“Em 2031, seria a vez da Croácia nos ultrapassar e a própria Grécia também o poderia fazer na próxima década, tendo em conta as previsões mais recentes da Comissão Europeia. Portugal ficaria então o segundo país mais pobre da União Europeia, só à frente da Bulgária, passando para o último lugar dentro de vinte anos”, sinaliza.

Segundo o Fórum para a Competitividade, que se manifesta disponível para integrar o grupo de trabalho, dele deverão sair recomendações de política “que haveria vantagem em distinguir pelo período temporal”.

Medidas de curto prazo, sobre simplificação de licenciamentos e de burocracia em geral, de médio prazo, por exemplo, para fazer as taxas de imposto praticadas em Portugal convergirem com os dos países da coesão será necessário, primeiro, criar margem orçamental para isso, o que não se conseguirá no imediato.

Entre as medidas de longo prazo, o Fórum para a Competitividade lembra que uma das principais vantagens dos “concorrentes” de Portugal diz respeito ao nível de escolaridade, “sendo importante um investimento significativo nesta área, que só a longo prazo poderá ser possível recolher todos os frutos”. Pedro Braz Teixeira é o diretor de estudos do Fórum para a Competitividade.

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