Altice Portugal melhora contas. Receitas aumentam para 2.110 milhões em 2019

O EBITDA da Altice Portugal estabilizou, mas receitas aumentaram 1,7% em 2019, para 2.110 milhões de euros. Aumento da base de clientes puxou pelas contas da dona da Meo.

A Altice Portugal viu o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuar 1% em 2019, para 832 milhões de euros, uma “estabilização” face à queda de mais de 11% que tinha sido registada em 2018. A contribuir para o desempenho esteve um aumento de 1,7% nas receitas, correspondente a 36 milhões de euros, para 2.110 milhões de euros no total do ano passado.

Em comunicado, a empresa liderada por Alexandre Fonseca destaca a “tendência de melhoria significativa face ao alcançado no final de 2018”. “O crescimento das receitas em todos os segmentos, aliado ao continuado controlo ao nível da margem bruta e a cada vez maior eficiência e disciplina de gestão dos restantes custos operacionais, foram as alavancas que permitiram atingir esta boa performance“, refere a mesma nota.

No segmento de consumo, onde se insere a operadora Meo, as receitas registaram um crescimento anual de 0,9% em 2019, para 1.191 milhões de euros, o que compara com a queda de 3,8% observada em 2018. A empresa explica que o “crescimento sustentado” na base de clientes, de 13 mil novos clientes em 2019, foi “um dos fatores críticos” para a melhoria. “Outro fator importante é o número de clientes em fibra ótica, cerca de 60% no final de 2019”, um aumento de nove pontos percentuais face ao ano anterior.

Quanto ao segmento de serviços empresariais, que combina o B2B [business-to-business], o segmento grossista e as restantes unidades de negócio da companhia, as receitas cresceram 2,8% em termos anuais, o que compara com a queda de 2,3% registada em 2018, mas a empresa não revela o valor das receitas em termos absolutos. Ainda assim, o crescimento é justificado com o desempenho favorável da Altice Labs nos mercados nacional e internacional.

Meo não desiste. Quer ser líder na TV

A 12 de março, a Anacom publicou dados estatísticos sobre os serviços de TV por subscrição. O regulador revelou que, no final de 2019, a Nos detinha a maior quota de assinantes (40,1%), seguindo a Meo (39,6%) e a Vodafone (16,3%), salientando que estas duas últimas operadoras foram as que mais assinantes captaram face a 2018.

Um dos objetivos da liderança de Alexandre Fonseca tem sido o de alcançar o primeiro lugar na TV paga, como o próprio disse ao ECO em dezembro: “2020 vai ser o ano da liderança total na Altice Portugal. A Meo será líder em todos os segmentos, destronando o incumbente de TV e consolidando a sua posição como primeira escolha e marca de confiança dos portugueses”, afirmou na altura.

E a empresa não desmobiliza nesta meta. No comunicado com os resultados de 2019, a empresa garante que “continua a dar passos sólidos no sentido da liderança na TV”. Destaca, por isso, as 56 mil adições líquidas no total do ano, “uma redução de dois pontos percentuais para 0,5 pontos percentuais da diferença de quota de mercado face ao operador ainda líder, em apenas um ano”, referindo-se à concorrente Nos.

Ao nível operacional, a Altice Portugal refere ainda que “a meta das 5,3 milhões de casas passadas está cada vez mais perto”. “Durante 2019, foram passadas mais 425 mil novas casas, elevando o número total para 4,9 milhões de casas passadas”, refere.

Este aumento nas casas passadas reflete-se também no aumento do Capex (investimento) da Altice Portugal. A rubrica “atingiu os 436 milhões de euros, representando um aumento de 12 milhões de euros” face a 2018. A contribuir para este aumento esteve ainda a “aposta na expansão da rede móvel 4G, transformação da rede de transporte” e “investimento na plataforma de televisão”.

Operadora está “preparada para disponibilizar 5G”

Depois de um ano marcado pela venda de uma posição minoritária de 49,99% da sua rede de fibra ótica à Morgan Stanley Infrastructure, segue-se um ano de 2020 que se adivinha conturbado também para a Altice Portugal por causa da pandemia do coronavírus.

Assim, no momento atual, a empresa vê como prioritário “garantir a segurança” dos colaboradores e o “funcionamento pleno dos serviços de comunicações”. Isto numa altura em que o Governo já deu margem às operadoras para bloquearem serviços como a Netflix e videojogos em caso de necessidade, devido ao aumento do tráfego nas redes com milhões de portugueses em regime de teletrabalho.

O coronavírus já levou à suspensão de todo o processo do 5G, a quinta geração de rede móvel, que se esperava que chegasse a Portugal até final deste ano. O leilão estava marcado para abril, mas foi suspenso pela Anacom por tempo indeterminado, por sugestão das três principais operadoras de telecomunicações, incluindo a Meo. Ora, mesmo neste contexto, a Altice Portugal diz-se “preparada para brevemente disponibilizar tecnologia 5G” a “todos os portugueses” e empresas.

“Mesmo com a suspensão do processo de consulta pública sobre o projeto de regulamento do leilão 5G, acreditamos que esta nova tecnologia, em devido tempo, será um verdadeiro game changer, trazendo consigo um desafio dirigido às empresas: a transição digital”, conclui a Altice Portugal.

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