Exportações ainda aumentaram em fevereiro, antes da pandemia chegar à Europa

As exportações de bens cresceram 0,9% em fevereiro, antes da pandemia chegar com toda a força a território europeu. O INE avisa que é de esperar uma alteração significativa nos próximos meses.

As exportações de bens cresceram 0,9% em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado, ao passo que as importações aumentaram 3,4%. Os números foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e deverão separar o antes do depois da pandemia no comércio internacional.

Embora a informação deste destaque possa já traduzir em certa medida a situação atual determinada pela pandemia Covid-19, é de esperar que as tendências aqui analisadas se alterem substancialmente nas próximas divulgações“, explica o gabinete de estatísticas. Apesar de continuarem a crescer face a 2019, as exportações desaceleraram face ao crescimento de 4,2% registado em janeiro.

E que bens foram mais exportados? “Destacam-se os acréscimos nas exportações de combustíveis e lubrificantes (+44,2%) e nas importações de material de transporte (+17,5%), principalmente outro material de transporte (aviões)”, assinala o INE, assinalando que sem a componente dos combustíveis as exportações registariam uma queda de 1,1%.

Fazendo a média dos últimos três meses, o que dá uma leitura mais alisada da tendência do comércio internacional, as exportações de bens aumentaram 3,4% durante esse período ao passo que as importações cresceram 0,7%.

Tal como tem sido frequente nos últimos anos, a balança comercial de bens voltou a deteriorar-se em fevereiro, aumentando 170 milhões de euros para os 1.547 milhões de euros. Deste dados estão excluídas as exportações de serviços, onde se inclui o turismo, que registam um balança comercial positiva.

Em termos geográficos, o aumento das exportações deve-se principalmente ao comércio intra-UE. Nesta ótica, o destaque vai para os aumentos das exportações de bens para Espanha (+5,8%) e França (+8,2%) e a diminuição para Angola (-33,1%), “principalmente resultado da diminuição de fornecimentos industriais”, explica o gabinete de estatísticas. Já as exportações extra-UE encolheram 3,8%, o que contrasta com o crescimento verificado nos meses anteriores.

INE começa a notar impacto da pandemia nas estatísticas

Os números do comércio internacional de bens só deverão revelar mais o impacto da pandemia nos próximos meses, mas há um efeito nas estatísticas que já se está a sentir: a taxa de resposta das exportadoras que permitem fazer este destaque diminuiu.

“Faz-se notar que no contexto atual da pandemia Covid-19, as taxas de resposta observadas no Intrastat poderão ser inferiores ao padrão habitual“, começa por explicar o INE, revelando de seguida que a taxa de resposta baixou 5 pontos percentuais em comparação com a que se verificou em fevereiro de 2019.

Em fevereiro, nas exportações, a taxa de resposta foi de 78% em número de empresas e 89% em valor. Nas importações, foi de 75% e 89%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 11h23 com mais informação)

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