Covid-19: Risco cibernético aumenta com duração da pandemia

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  • 14 Abril 2020

Mais de metade dos especialistas participantes num inquérito confirmam aumento de ataques cibernéticos e a maioria reconhece que o risco aumentou com adoção de trabalho remoto nas organizações.

Ameaças à segurança informática e ataques no ciberespaço têm aumentado desde a emergência da crise pandémica, conclui um inquérito conduzido pela Check Point, uma empresa especialista em cibersegurança.

De acordo com o relatório, 71% dos profissionais de TI inquiridos na pesquisa reportam incremento de ameaças ou ataques, enquanto 61% afirmam preocupação com os riscos cibernéticos decorrentes das alterações realizadas pelas organizações com vista a operacionalizar o trabalho remoto de colaboradores.

Alguns especialistas na área da segurança informática consideram que a pandemia da covid-9 abriu uma ‘época de ouro’ para os piratas informáticos (hackers).

O estudo da Check Point Software Technologies (Check Point) sustenta que a necessidade de realizar alterações apressadas nos procedimentos de trabalho das empresas e as preocupações das pessoas com a pandemia estão a ser exploradas pelos cibercriminosos para intensificarem os seus ataques, gerando uma série de novos desafios para os profissionais de segurança informática.

“O cibercrime procura sempre capitalizar as últimas tendências para tentar obter melhores taxas de sucesso nos ataques, e a pandemia de coronavírus criou uma tempestade perfeita de notícias globais, juntamente com mudanças dramáticas nas práticas de trabalho e tecnologias utilizadas pelas organizações”, afirma Rafi Kretchmer, diretor de Marketing e Produtos na Check Point.

Outras companhias especialistas na área, como o Crypsis Group e a Proofpoint têm corroborado este tipo de preocupações.

Nos EUA, de acordo com o Federal Bureau of Investigation (FBI) tem-se registado um aumento de crimes de fraude associados à pandemia do novo coronavírus, com os criminosos a visarem também organizações de saúde, como hospitais.

Alex Urbalis, um ex-hacker agora ligado a uma empresa de segurança legal sediada em Nova Iorque, afirmou que, a par da crise sanitária o mundo enfrenta também “uma batalha económica no ciberespaço”. Urbalis disse que descobriu em meados de março uma tentativa criminosa de explorar uma falha no sistema da Organização Mundial de Saúde.

“Hospitais e o setor dos cuidados de saúde são em geral grandes alvos” dos piratas informáticos, complementou Maya Levine, engenheira de segurança na Check Point. “Dá muito dinheiro vender ficheiros médicos e registos clínicos no mercado negro”, notou.

De acordo com o estudo da Check Point, as tentativas de phishing (acesso indevido a dados pessoais através de email, hiperligações ou simples publicidade) e sites que assumem ter informação útil sobre o coronavírus, com peso de 55% e 32% respetivamente, são as maiores ameaças emergentes do atual contexto de pandemia.

Os criminosos apostam imenso no fator medo e a crise global é um momento perfeito para jogar com isso. “Muitos piratas capitalizam com a covid-19 criando websites maliciosos e enviando emails relacionados com o coronavírus”, observou Maya Levine.

Bill Fritzgerald, investigador na Consumer Reports, adiantou que as plataformas de videoconferência como a Zoom, atualmente muito utilizadas pelas empresas para reunir em rede com os colaboradores confinados em suas casas são outro alvo apetecido dos hackers. Muitas destas plataformas são abertas para permitir acesso alargado de participantes nas conference calls, muitas vezes sem sequer ser necessário uma senha de acesso e os criminosos tiram partido disso. “As pessoas ficaram muito mais vulneráveis agora”, afirmou Fritzgerald.

Neste contexto, as autoridades internacionais e portuguesas, como a Polícia Judiciária, têm lançado alertas e recomendações visando prevenir riscos e danos no ciberespaço.

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