Crédito para comprar carro cai para mínimos de junho

Portugueses foram buscar aos bancos e financeiras 233 milhões de euros para comprar carro em fevereiro. É necessário recuar oito meses para ver um valor mais baixo. Quebra de vendas de carros explica.

Os portugueses estão a comprar menos carros e isso reflete-se na quebra do recurso ao crédito. O valor do financiamento para a compra de carro caiu em fevereiro para mínimos de oito meses, com os bancos e as financeiras a disponibilizarem pouco mais do que 233 milhões de euros com esse fim.

Dados divulgados pelo Banco de Portugal nesta quarta-feira apontam para um aumento ligeiro no montante de crédito ao consumo concedido aos portugueses em fevereiro. No total, foram 645,4 milhões de euros, um acréscimo de 1,15% face aos 638,1 milhões que tinham sido disponibilizados no primeiro mês do ano.

Foi registado um aumento dos montantes concedidos na generalidade das finalidades de financiamento. Comportamento que, contudo, não foi acompanhado no que respeito ao crédito automóvel.

Evolução do crédito automóvel concedido no último ano

O novo financiamento com esse fim caiu pelo terceiro mês consecutivo, em fevereiro, com o montante total a recuar para níveis mínimos do início do verão passado. Foram disponibilizados um total de 233,1 milhões de euros com esse fim, uma redução de 5,1% face ao verificado em janeiro, sendo este ainda o montante mais baixo desde junho do ano passado.

A quebra nos valores deste tipo de financiamento coincide com um período que tem sido marcado pela redução das vendas de automóveis. Nos dois primeiros meses do ano foram colocados em circulação 40.542 novos veículos, representando uma quebra de 1,3% face ao período homólogo de 2019, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal ACAP. Quebras que ocorreram ainda antes da crise da pandemia, sendo que já em março estas afundaram 56,6% refletindo já esses efeitos.

Além do financiamento automóvel, o crédito pessoal para educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos foi única finalidade a sofrer uma redução dos valores concedidos em fevereiro. Foi um total de 9,8 milhões de euros, uma redução de 1,6% face a janeiro.

Já os outros créditos pessoais — categoria que inclui financiamentos para aquisição de eletrodomésticos, artigos para o lar ou férias — ascenderam a 295,7 milhões de euros, um aumento de 4,6% face a janeiro.

Nos cartões de crédito, o valor disponibilizado foi de 106,8 milhões de euros, 7,2% acima do valor registado no primeiro mês do ano.

(Notícia atualizada às 11h50)

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