BRANDS' TRABALHO Voltará o trabalho a ser o mesmo?

  • BRANDS' TRABALHO
  • 4 Maio 2020

Rui Correia, Senior Manager, EY People Advisory Services, antecipa três mudanças que podemos esperar no regresso ao trabalho, com base no que tem observado e no que se passa no mundo.

O impacto da pandemia mudou convenções sociais, formas de viver e trabalhar. É impossível antecipar o quanto o trabalho vai mudar, mas acontecimentos desta magnitude levam invariavelmente a mudanças. Podemos, sem perigo de falhar, antecipar que o escritório e o trabalho não serão mais os mesmos.

Sim, vamos voltar ao escritório. Mas como? Atendendo ao que já está a acontecer na Ásia, o regresso trará mudanças não só ao modelo anterior, de ter a força de trabalho no escritório, mas levará também ao surgimento de uma nova forma de o pensar. É fácil perceber que a distância social mínima vai sofrer uma revisão por cima e que a sobreocupação, higienização ou falta de luz e ar natural carecem de profunda revisão.

O futuro do trabalho não trará apenas mudanças ao escritório. O isolamento forçado abriu a caixa de pandora do trabalho remoto; muitas pessoas perceberam que não querem voltar ao escritório, enquanto as organizações compreendem que é possível trabalhar com menos custos fixos e com a mesma eficiência.

O que podemos esperar?

Baseando-nos somente no que observamos no nosso contacto diário com diversas organizações e no que se passa no mundo, antecipamos como principais mudanças:

  1. Reinvenção do espaço físico: primeiro, eram as filas de secretárias como salas de aula, depois os cubículos e, mais tarde, o open space. Tudo em nome da comunicação, eficiência do trabalho em equipa… e do custo por m2. Agora, em 2020, num instante tudo tem que ser repensado. O espaço individual tem que crescer, luz e ventilação natural ou controlada passam a imperativos. Não sabemos como vão ficar os escritórios, mas surgem já os primeiros espaços com áreas pessoais demarcadas, divisórias de segurança sanitária, regras de circulação indicadas no chão e um proliferar de sistemas contactless (portas, impressoras, máquinas de café…).
  2. A presença física pode ser opcional: é incontornável, o COVID-19 levou as organizações a abraçar a transformação digital mais rapidamente que todos os TedTalk e gurus da gestão. As organizações foram forçadas a dotar os seus colaboradores – e oferecer aos clientes – as ferramentas digitais que permitam a continuação da colaboração e do trabalho da forma mais normal possível. Descobriu-se assim que era possível trabalhar com equipas remotas, mantendo a eficiência e qualidade.
  3. Colaborar e gerir equipas mudou para sempre: porventura a maior mudança será a forma de gerir e liderar pessoas e equipas. A gestão passa a ter que ser feita numa base de confiança, delegação e acompanhamento próximo (mas remoto), e não por ter os colaboradores ‘debaixo de olho’. As equipas requerem mais interação para manter não só a orientação das tarefas, mas também o espírito de equipa, a cultura organizacional e os valores, mais difíceis de transmitir quando nem sequer há uma parede para os escrever.

A pandemia colocou-nos à prova, mas está nas mãos das organizações prepararem-se e adaptarem-se, sob risco de ficarem para trás.

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