Lucro do Abanca cai para 127 milhões. Provisões de 78 milhões penalizam contas do futuro dono do EuroBic

Banco galego, que se prepara para comprar o EuroBic, registou uma descida de 13,2% do lucro no primeiro trimestre devido a provisões de 78 milhões de euros para enfrentar crise do Covid-19.

O lucro do Abanca desceu 13,2% para 127 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, com o resultado do banco galego a ser afetado pela provisão extraordinária de 78 milhões de euros para fazer face à incerteza criada pela pandemia de Covid-19.

O banco liderado por Juan Carlos Escotet adiantou que esta provisão antecipa uma subida do custo do risco do banco nos próximos meses dos atuais 0,31% para 0,82%.

O que acontece é que, com a crise do novo coronavírus, os bancos estão a antecipar um aumento do malparado de famílias e empresas em dificuldades no pagamento das prestações. Nesse sentido, estão a colocar dinheiro de lado para enfrentar este cenário.

Sem as provisões extraordinárias para a crise do Covid-19, o Abanca teria registado uma subida de 0,5% do lucro entre janeiro e março.

Apesar da descida do lucro, o Abanca apresenta uma rentabilidade dos capitais próprios de 10,9%, “um dos melhores do mercado”, sublinhou o CEO do banco, Francisco Botas, em conferência de imprensa. Botas referiu que o valor das provisões baseia-se nas estimativas atuais do banco para a evolução da crise, mas que não é um montante final.

A atividade do Abanca continua a crescer. A margem financeira aumentou 13,8% para cerca de 150 milhões de euros. Isto resulta de um aumento do volume de negócios (crédito e depósitos) em 20% face a março de 2019 para 85,5 mil milhões de euros, decorrente sobretudo da compra do Banco Caixa Geral em Espanha.

“A entidade alcançou esse crescimento com um comportamento equilibrado do crédito normal a clientes, que aumentou 25,3%, para 37,1 mil milhões de euros, e de captação de recursos, que subiu 18,4%, para 47,6 mil milhões de euros”, indica o banco.

O banco destaca ainda a sua posição financeira sólida. O rácio de capital total a final de março foi de 15,6%, situando-se 335 pontos base acima dos requisitos exigidos. O rácio de capital da máxima qualidade, CET1, foi de 12,7%, situando-se 394 pontos base acima do exigido, o que permite uma almofada financeira de 1,2 mil milhões de euros.

Sobre a compra do EuroBic, o Abanca diz que “continua comprometido com a possível aquisição do banco, atualmente pendente da conclusão do processo de due diligence”.

“Esta operação faz parte do compromisso estratégico com Portugal como eixo de expansão, um mercado atrativo pelo desempenho económico do país e no qual a entidade possui ampla experiência”, refere o banco em comunicado.

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