Número “reduzido” de empresas beneficiou das medidas do Estado até ao final de abril

A suspensão de obrigações fiscais e contributivas é a opção com mais expressão, enquanto os créditos com juros bonificados ou garantias do Estado só foram acedidos por 4% das empresas.

Apesar do forte impacto da pandemia de Covid-19 nos negócios, o número de empresas que está a beneficiar de apoios públicos continua a ser reduzido. A conclusão é do inquérito rápido e excecional às empresas, que está a ser conduzido semanalmente pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal.

“A percentagem de empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas que já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo, devido à pandemia, voltou a aumentar face à semana anterior, mas continuou a ser reduzida“, revela o relatório referente ao período entre 27 de abril a 1 de maio.

Entre as medidas consideradas, 16% das empresas já beneficiaram da suspensão de obrigações fiscais e contributivas, 13% da moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes e 4% do acesso a novos créditos com juros bonificados ou garantias do Estado. A CIP revelou, com base num inquérito realizado às empresas, que apenas 3% já receberam crédito das linhas Covid-19.

Em termos setoriais, é o alojamento e restauração a destacar-se, com benefícios acima da média. As empresas com perfil exportador referem em maior proporção o recurso (realizado ou prospetivo) à moratória ao pagamento de juros e capital de créditos já existentes e o acesso a novos créditos com juros bonificados e garantias do Estado.

Já quanto ao futuro, “a percentagem de empresas que planeia beneficiar registou uma diminuição na última semana“, sublinha o INE. Excluindo o lay-off simplificado, a proporção de empresas que continuou a não prever o recurso a medidas de apoio voltou a aumentar em algumas medidas, atingindo proporções entre 48% e 59%.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O inquérito foi realizado junto de 5,5 mil empresas, na última semana antes do início do desconfinamento. Destas, cerca de 84% mantinha-se em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, e 16% das empresas encerraram temporariamente ou definitivamente.

Em relação à quebra no volume de negócios, 79% das empresas continuaram a reportar diminuições, numa grande parte (39%) a redução foi superior a 50% do volume de negócios, refletindo sobretudo a ausência de encomendas/clientes e as restrições no contexto do estado de emergência.

Cerca de 58% tinham pessoas em teletrabalho e 20% tinham mais de 50% do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar nessa situação. “A percentagem de empresas com pessoal em teletrabalho é crescente com a dimensão das empresas, atingindo 93% nas grandes e não ultrapassando 30% nas micro empresas“, explica o relatório.

Por setor, refletindo a natureza da atividade económica desenvolvida, destacou-se a Informação e comunicação com 67% das empresas a registar uma percentagem superior a 75% de pessoal ao serviço em teletrabalho. Em sentido oposto, o setor que menos recurso assinalou a esta forma de trabalho foi o Alojamento e restauração.

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