Eurostat avisa que “coronavírus pode levar a mudanças na precariedade”

Numa divulgação de dados sobre a precariedade ao nível da União Europeia, o Eurostat antecipa que o "coronavírus pode levar a mudanças no emprego precário".

O gabinete de estatísticas europeu avisa num destaque sobre precariedade publicado esta segunda-feira que o panorama atual do mercado de trabalho pode vir a mudar à medida que a crise pandémica se desenrola na União Europeia. Em 2019, o número de trabalhadores com um contrato até três meses na UE era de 2,3%, acima da percentagem em Portugal (2,1%).

Neste destaque, a definição do Eurostat para um posto de trabalho precário é o facto do contrato de trabalho não exceder três meses de duração, daí que as percentagens sejam relativamente curtas. Normalmente, em Portugal, calcula-se a taxa de precariedade com base no número de todos os trabalhadores que não têm um vínculo permanente e estes representam cerca de 20% da força de trabalho.

Independentemente da métrica, o Eurostat acredita que este panorama vai mudar: “Contudo, este quadro pode mudar nos próximos anos à medida que a economia da UE recupera do impacto da pandemia do coronavírus e das medidas de confinamento introduzidas por muitos Estados-membros”.

A pandemia forçou muitas empresas a cortar as horas de trabalho dos funcionários, a encerrar as operações temporariamente ou a fechar o seu negócio de forma permanente“, assinala o gabinete de estatísticas europeu.

Precariedade estável. Turismo e agricultura com a maior taxa

Com base na métrica utilizada pelo Eurostat, a taxa de trabalho precário, em percentagem do total do emprego, manteve-se estável ao longo da última década, variando entre um mínimo de 2,3% em 2009, um máximo de 2,5% em 2015 e agora novamente nos 2,3% em 2019.

Na União Europeia, os postos de trabalho na agricultura são os que têm mais precários com um peso de 7,5%, seguindo-se os setores ligados ao turismo como o comércio, os transportes, o alojamento e a restauração com 2,8%.

Tal é compatível com a sazonalidade do emprego precário dado que é nesses setores que mais se vê um aumento significativo no terceiro trimestre, principalmente no turismo por ser a época alta no hemisfério norte. Do segundo para o terceiro trimestre, a percentagem de emprego precário aumenta 30% nesse setor, segundo o Eurostat.

Por países, a maior percentagem de precários encontra-se na Croácia, um país muito dependente do turismo, com estes a representarem 5,8% do total do emprego em 2019. Por outro lado, a taxa mais baixa regista-se na República Checa e Roménia (0,2%).

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