Grandes seguradoras baixam vendas entre 24% e 32% no 1º trimestre de 2020

  • ECO Seguros
  • 7 Junho 2020

Juntando a profunda e contínua quebra de produção do ramo Vida ao início da crise pandémica, só as companhias menos ou nada expostas ao ramo Vida conseguiram crescer no 1º trimestre.

O primeiro trimestre de 2020 trouxe grandes quebras na produção de quase todas as seguradoras nacionais, face a igual período de 2019. Os resultados agora divulgados pela ASF, que respeitam às seguradoras que atuam no mercado português sob supervisão do Supervisor nacional, confirmam a quebra de vendas de produtos Vida como a grande explicação para este desempenho negativo de janeiro a março deste ano, já que estão em causa apenas 15 dias sob confinamento e estado de emergência devido à Covid-19 .

A Generali e a Allianz são as únicas, entre os maiores grupos seguradores que contrariam esta quebra de produção. O grupo italiano que nesta análise já inclui a Seguradoras Unidas (Tranquilidade, Açoreana e LOGO) cresceu 6% face ao primeiro trimestre ano passado, com a Seguradoras Unidas a crescer 11% a sua produção, mais que compensando as quebras da própria Generali que perdeu vendas em Vida (-2%) e em Não Vida (-9%). Também a Allianz obteve uma subida de produção de 6%, pela sua relativa pouca exposição ao ramo Vida no conjunto da sua atividade. No final do ano passado a seguradora alemã era a 6ª maior do país, mas o ramo Vida apenas pesava 22% no conjunto das vendas da empresa. Destaque para a Caravela que registou um crescimento de 30%, o maior registo do trimestre em companhia com dimensão apreciável e velocidade de cruzeiro, com crescimentos superiores, mas partindo de uma base diminuta, destacam-se igualmente a ACP Mobilidade e a RNA, companhia de assistência que junta no capital os seus gestores, da CA e da Liberty.

Foram as seguradoras mais expostas ao ramo Vida as mais penalizadas neste primeiro trimestre de 2020. A Fidelidade diminuiu os prémios emitidos em 32%, o grupo Ageas baixou 29%, as seguradoras geridas pelo Banco Santander tiveram uma quebra de 32% e a BPI Vida baixou 24%.

Os dados apresentados pela ASF respeitam apenas às seguradoras que operam em Portugal com sociedades de direito português e, assim, sujeitas à supervisão do regulador nacional. Seguradoras que operam através de uma sucursal ou em LPS – Livre Prestação de Serviços, não são abrangidas nas informações agora divulgadas. A Zurich que é o 6º maior grupo segurador a atuar em Portugal segundo números de 2019 com fonte na APS, baixou 60% a sua atividade com a Zurich Vida, sociedade de direito português enquanto os ramos Não Vida são explorados pela Zurich Insurance plc, com sede na Irlanda. Por esse motivo, a atividade Não Vida da seguradora suíça não está incluída nesta informação da APS.

Também outras seguradoras com importância no mercado português não estão incluídas nesta informação, casos da Liberty, Metlife, Hiscox, Bankinter, AIG, Asisa ou Chubb, todas a operar através de sucursais ou em LPS.

O conjunto das 39 seguradoras, cujos dados do 1º trimestre de 2020 foram divulgados pela ASF, baixaram a sua produção em 24%, com as 12 do ramo Vida a quebrarem 40% para quase metade do valor, as 22 dos ramos Não Vida a crescerem 4% e as Mistas, que exploram os dois ramos através da mesma companhia, a descerem a sua produção em 19%.

As posições no ranking estabelecido por ECOseguros (adicionando a produção das diversas companhias de um mesmo grupo segurador), com base na informação da ASF, manteve as quatro primeiras posições inalteradas: Fidelidade, Grupo Ageas, Generali (incluindo a Seguradoras Unidas) e Santander. Nas 5ª e 6ª posições, houve troca da Allianz pela BPI Vida, e nas 7ª e 8ª posições, a Lusitania passou a Gamalife (ex- GNB Vida).

O ranking das maiores seguradoras de direito português no primeiro trimestre de 2020, bem como o seu agrupamento por grupos, quando apropriado, é da responsabilidade de ECOseguros.

Maiores seguradoras nacionais no 1º trimestre de 2020

 

Fonte de dados: APS; Tratamento e organização de dados: ECOseguros

Nota: As companhias analisadas são apenas as que operam em Portugal através de sociedades de direito português. Seguradoras que operam através de sucursais ou em LPS – Livre Prestação de Serviços não são analisadas neste ranking.

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