Charles Michel alerta para “divergências enormes” nas negociações do fundo de recuperação da UE

O presidente do Conselho Europeu considerou que ainda existem "divergências enormes" em torno da proposta de Bruxelas para um fundo de recuperação da UE no valor de 750 mil milhões.

A proposta de Bruxelas para um fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros continua a gerar fortes divisões entre os líderes europeus. O alerta foi feito pelo presidente do Conselho Europeu numa reunião com responsáveis do Parlamento Europeu, na qual Charles Michel avisou que ainda existem “divergências enormes” nas negociações.

De acordo com o Politico Europe, que cita altos responsáveis do Conselho, Charles Michel terá dito aos eurodeputados que “as negociações vão ser muito difíceis e muito complexas”. “Pressinto uma dificuldade política enorme. Não há uma aproximação real neste momento. Sou muito realista e ainda existem divergências enormes”, indicou, citado pelo mesmo jornal.

O principal motivo das divisões estará na forma de financiamento dos 750 mil milhões de euros para a recuperação da União Europeia (UE) nos próximos anos. A proposta da Comissão Europeia prevê 500 mil milhões de euros em subsídios a fundo perdido e 250 mil milhões de euros em empréstimos, mas os chamados países “frugais” — Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia — são fortemente contra a subsidiação.

Os líderes europeus voltarão a reunir por videoconferência na próxima sexta-feira, mas sem esperança de que um acordo seja alcançado nesse “encontro”. Isto depois de a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, ter sinalizado que qualquer atraso na aprovação do pacote de apoios à UE poderá agravar as “necessidades financeiras” e “criar repercussões negativas”.

O fundo de recuperação da UE, apresentado no final de maio pela presidente da Comissão Europeia, prevê apoios de 750 mil milhões de euros para ajudar os países europeus a ultrapassarem a crise gerada pelo novo coronavírus. O objetivo passa por lançar as bases para uma UE mais competitiva no futuro e com uma economia mais digital. Portugal deverá receber 15,5 mil milhões em subvenções deste fundo, nos termos em que foi proposto por Ursula von der Leyen.

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