Tesouro vai voltar ao mercado de dívida de curto prazo. Quer emitir até 1.250 milhões a 3 e 11 meses

A última vez que Portugal se financiou com estas maturidades foi no pico da pandemia, a 15 de abril, quando os investidores mostravam maior nervosismo quanto ao impacto do coronavírus.

Portugal vai voltar, na próxima semana, ao mercado de dívida de curto prazo. Numa altura de alívio para os juros das dívidas soberanas da Zona Euro, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP anunciou que pretende emitir até 1.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 17 de junho pelas 10h30 dois leilões das linhas de BT com maturidades em 18 de setembro de 2020 e 21 de maio de 2021, com um montante indicativo global entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros”, anunciou a agência liderada por Cristina Casalinho, em comunicado.

A agência responsável pela gestão da dívida portuguesa tem vindo a reforçar as operações de financiamento no mercado no âmbito da pandemia, procurando captar mais liquidez para permitir a resposta do país à crise provocada pelo Covid-19.

A última vez que Portugal se financiou com estas maturidades foi no pico da pandemia, a 15 de abril, quando os investidores mostravam maior nervosismo quanto ao impacto do coronavírus nas finanças públicas dos países. Nessa altura, Portugal financiou-se a curto prazo com uma taxa de juro positiva, o que não acontecia desde o final de 2016.

Na linha de BT a 11 meses, o país emitiu 840 milhões de euros com uma taxa de juro de 0,038% e uma procura apenas 1,38 superior à oferta. Já nos títulos a três meses, o IGCP obteve 410 milhões de euros, com o juro a ficar em -0,09%. A procura situou-se 2,53 vezes acima da oferta.

No entanto, desde então, os ânimos acalmaram-se no mercado, em especial devido à rede de segurança do Banco Central Europeu (BCE). O leilão de dívida vai realizar-se depois de a presidente Christine Lagarde ter avançado, no início do mês, com um reforço do programa de compra de dívida pública de 750 mil milhões para 1.350 mil milhões de euros, tendo este sido estendido até meados do próximo ano.

Esta decisão do BCE colocou pressão nos juros dos vários países do euro, levando a yield da dívida portuguesa a 10 anos a baixar dos 0,5%. Na sessão desta sexta-feira, as taxas estão praticamente inalteradas, com os investidores a exigirem 0,51%.

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