Têxtil de Famalicão finta a crise. Deixa roupa desportiva e agora faz máscaras

  • Lusa
  • 16 Junho 2020

Uma empresa têxtil de Famalicão fintou a crise, trocando a produção de roupa desportiva por artigos como máscaras e batas. Agora, prevê manter a faturação em 2019.

Uma empresa de vestuário desportivo de Famalicão que trabalha para marcas como Adidas ou Nike “fintou” a crise pandémica com um rápido “virar da agulha”, contando mesmo manter a faturação de 2019. Em causa está a Fradelsport, empresa que foi visitada esta terça-feira pelo presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do Roteiro pela Inovação.

Em comunicado, a câmara refere que em março, com a crise do Covid-19, as encomendas da produção habitual da Fradelsport “desceram ao mínimo”. Mas a empresa respondeu “de imediato” com a reconversão da produção e, um mês depois, começou a produzir equipamentos de proteção individual, como máscaras, batas, manguitos, cógulas e cobre-botas. Foi mesmo a primeira empresa do concelho a obter a certificação do CITEVE para máscaras reutilizáveis de uso social.

Desde então, a Fradelsport, que conta com 60 trabalhadores e que “em nenhum momento ponderou recorrer ao lay-off”, já produziu 400 mil máscaras. A empresa tem uma faturação média anual de cerca de dois milhões de euros, que este ano previa aumentar em 50%, mas a pandemia trocou-lhe as voltas.

Citado no comunicado, o sócio-gerente da Fradelsports, Paulo Reis, admitiu que para atingir aquele objetivo precisa agora de “dois ou três anos”. No entanto, e ainda de acordo com Paulo Reis, o negócio das máscaras permite equilibrar o valor bruto e assim ajudar a manter o volume de faturação de 2019, nomeadamente através da exportação para os mercados francês e alemão.

“Uma operação que se espera que se prolongue só por mais dois ou três anos, até porque começam a surgir os primeiros sinais de abrandamento”, acrescenta o comunicado.

Em sentido contrário, já se nota a retoma na procura de vestuário de desporto, “depois de quatro meses de vendas residuais para este setor”, face à paragem nas diferentes competições desportivas em toda a Europa.

A empresa representa marcas desportivas como Macron, Adidas, Lotto, Nike, Umbro, Mikasa, entre outras. “As exportações para Itália e Espanha estão agora a permitir-nos voltar a produzir artigos de desporto”, disse Paulo Reis.

O presidente da câmara usou o exemplo da Fradelsport para destacar a capacidade de readaptação das empresas do concelho, contribuindo para a retoma da economia.

“As empresas não deixaram de querer continuar a crescer, produzir mais, exportar mais e empregar mais. O que aconteceu foi que esses projetos foram adiados no tempo. E estamos cá particularmente porque a Fradelsport foi a primeira empresa em Famalicão a certificar uma máscara, aparecendo na linha da frente daquelas empresas que criaram uma resposta para a comunidade ao nível da saúde pública”, referiu Paulo Cunha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Têxtil de Famalicão finta a crise. Deixa roupa desportiva e agora faz máscaras

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião